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Estudar literatura afro-brasileira e africana: apropriação e 
esclarecimento como forma de resistência e afirmação de 
identidade 
 
 Miriam Denise Kelm1 
Palavras-Chave: 
Produção Literária Afro-Brasileira, Práticas de Ensino. 
 
Resumo: 
Esta comunicação apresenta os estudos literários ligados à experimentação e representação 
do viver negro como um dos passos necessários ao fortalecimento de uma identidade 
culturalmente localizada, assim como vê na apropriação do conhecimento sobre o tema uma 
das formas de colaborar com a destituição do racismo presente na sociedade brasileira. 
Discute-se a importância de trazer para a sala de aula dos cursos superiores a oportunidade de 
adentrar em conteúdos ainda pouco disseminados, a partir do relato de duas práticas de ensino 
ocorridas no Curso de Licenciatura em Letras, no campus Bagé/RS desta Universidade: o 
componente curricular Cultura Africana (02/2018) e o Projeto de Extensão “Literatura Afro-
Brasileira: abordagem introdutória” (01/2019). Nosso intuito é problematizar a habilitação de 
professores de Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa mediante a necessidade 
de buscar fontes de consulta e estudo sistematizado da e sobre a produção literária afro-
brasileira. Entre as obras referenciais, citamos BrasilAfro autorrevelado (2010), de Miriam 
Alves; Literaturas africanas e afro-brasileira na prática pedagógica (2014), de Iris Amâncio; 
Literatura afro-brasileira – 100 autores do século XVIII ao XXI, de Eduardo A. Duarte (2014). A 
adesão de estudantes, egressos e TAEs, seu envolvimento e a criação de um espaço de 
debates, testemunhos e aproximações com obras literárias afro-brasileiras mostrou-se 
extremamente favorável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Profa. Dra. Associada da Universidade Federal do Pampa, campus Bagé/RS, Curso de 
Licenciatura em Letras – Português e Literaturas de Língua Portuguesa. 
 
 
 
 Apresentamos aqui a possibilidade de pensar os cursos de Licenciatura 
em Letras como espaços extremamente apropriados à introdução de 
conteúdos potencializadores de autoconhecimento e reflexão, como o é a 
Literatura Afro-Brasileira, convertida em lugar de representação do viver negro 
em nossa sociedade. Pouco conhecido e pouco estudado, este tema pode 
alcançar o meio estudantil, favorecendo mudanças na valorização da 
autoestima da população negro-identificada e na promoção de relações 
pautadas pela igualdade – princípio maior e tão desejado. 
 Por que “em especial nos cursos de Letras”, mas não só? 
Respondemos com o fato de que, apesar de a grande área das Ciências 
Humanas (tão atacada atualmente, na tentativa de vulnerabilizar o pensar 
sobre a realidade) ser campo propício à conscientização dos grandes 
mecanismos ideológicos atuantes socialmente, a Licenciatura em Letras, 
através das aulas de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, se converte no 
contato mais assíduo e profundo, ao longo do Ensino Básico, que estudantes 
poderão ter com os sentidos veiculados pela linguagem verbal. É por meio de 
leitura e interpretação textual que se chega ao mais importante nesta atividade: 
a exploração dos sentidos, a ampliação da visão de mundo em sua 
diversidade, e o desenvolvimento da capacidade crítica em relação à 
historicidade humana. 
 Para que isto se realize plenamente, nosso intuito, também, é 
problematizar a habilitação de professores de Língua Portuguesa e Literaturas 
de Língua Portuguesa mediante a necessidade de buscar fontes de consulta e 
estudo sistematizado da e sobre a produção literária afro-brasileira. A sua 
própria não-inserção nos manuais tradicionais de História da Literatura 
Brasileira, com raras exceções, levanta motivos suficientes para uma 
observação crítica desta realidade, que é bem mais abrangente e está ligada a 
fatores históricos, sociais e culturais que dizem muito de nossa sociedade. No 
entanto, na última década tem havido um esforço crítico, concentrado no meio 
acadêmico por meio de linhas de pesquisa, e que tem como resultado a 
elaboração e disponibilização de materiais, entre eles a historiografia da 
produção literária de matiz afro-brasileira a que alunos e docentes podem 
recorrer. É sobre este movimento e algumas destas obras que se quer 
discorrer, entre elas: BrasilAfro autorrevelado (2010), de Miriam Alves; 
Literaturas africanas e afro-brasileira na prática pedagógica (2014), de Iris 
Amâncio e outros; Literatura afro-brasileira – 100 autores do século XVIII ao 
XXI, de Eduardo Assis Duarte (2014) e Educação, cultura e literatura afro-
brasileira, de Maria Alice Gonçalves (2007). 
 Nas duas últimas décadas tem havido um esforço crítico, concentrado 
no meio acadêmico por meio de linhas de pesquisa, e que tem como resultado 
a elaboração e disponibilização de materiais, entre eles a historiografia da 
produção literária de matiz afro-brasileira a que alunos e docentes podem 
recorrer. Esse esforço tem uma de suas motivações nas organizações 
 
 
declaradamente afro-brasileiras e que, ao longo dos últimos quarenta anos, 
como é o caso da série Cadernos Negros, e grupo Quilomhoje, tem dado a 
público seu fazer e pensar literário e crítico. É sobre este movimento e 
algumas das obras que se quer discorrer, iniciando por uma retomada das 
iniciativas perceptíveis em torno dessa produção crítica, em que o intuito de 
sistematização e apresentação de novas abordagens é emergente. 
 Em sua obra Introdução à historiografia da literatura brasileira (2007), 
Roberto Acízelo de Souza assinala que é somente a partir da década de 1950 
que se pode observar o ensejo de submeter a história literária brasileira a 
novas concepções e/ou a revisões sob outros vieses (p. 129), distanciando-a 
da tradição oitocentista. Gradualmente surgem estudos menos pretensiosos no 
sentido de abarcar a cronologia completa das atividades literárias e intelectuais 
do país, delineando-se com maior precisão os enfoques, propondo-se 
metodologias mais abertas, entremeadas de discussões de ordem sócio-
histórica, filosófica e cultural, e estabelecendo-se ordens comparativas menos 
excludentes. A introdução de comentários à luz da apropriação direta de obras 
é outro diferencial, assim como o aparecimento de publicações feitas por 
equipes, e não só por autores individualizados. Paralelamente, dá-se a 
introdução, no universo da historiografia literária nacional, de produções inter-
complementares, como explica Acízelo de Souza: “Além das histórias literárias 
propriamente ditas, existem outros materiais conexos à disciplina [...] 
começando com trabalhos classificáveis como para-historiográficos: 
bibliografias, obras de referência e antologias.” (SOUZA, 2007:136). 
 Uma das áreas que irá se beneficiar e muito desta reviravolta silenciosa 
no âmbito da historiografia literária brasileira é a da produção de matiz afro-
brasileira e tudo o que lhe concerne e gravita em seu entorno, a exemplo de: 
levantamento de autores, homens e mulheres, cuja temática se liga às 
questões étnico-raciais africanas; recuperação, por meio de pesquisa, da 
biografia e ativismo de intelectuais negros com destaque no campo editorial; 
estudos sobre a representatividade da imagem da raça negra em personagens 
literários; novos estudos crítico-interpretativos de obras já bem conhecidas, 
mas vistas sob o olhar investigativo da presença de questões ligadas à vivência 
da negritude, etc. É importante dizer que também na historiografia nacional 
propriamente dita este surgimento de publicações que se ocupam da temática 
étnica afro-descendente na formação do Brasil é crescente. 
 Paralelamente, em se tratando da área educacional, a promulgação da 
Lei 10.639/03, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
tornando obrigatório
o estudo da História e da Cultura Africana e Afro-Brasileira 
nas instituições públicas e privadas de Educação Básica, cria ainda maior 
necessidade de conhecimento sobre tudo o que se relaciona não só com a 
participação negra na formação da identidade social e cultural brasileira, como 
também torna mais explícitos os laços com os países africanos de língua 
portuguesa. O visível aumento de publicações de autores africanos e sua 
própria circulação em eventos ligados à difusão literária, bem como em 
encontros e discussões no meio acadêmico, dão bem uma noção de que os 
 
 
interesses de leitura do público brasileiro se expandem em direção à África de 
colonização portuguesa. 
 No entanto, apesar da existência de todos esses indícios a que nos 
referimos, no meio escolar a ignorância em relação ao assunto é predominante 
e a lei demora a se fazer efetiva, mesmo passados doze anos de sua 
promulgação. E não deveria ser assim, pois até mesmo o Programa Nacional 
Biblioteca da Escola, desde 2009, tem feito chegar nas escolas um acervo de 
autores africanos de língua portuguesa, como Ondjaki, Pepetela, José Eduardo 
Agualusa e Luandino Vieira, distribuídos por todo o território nacional. Também 
a literatura afro-brasileira abre espaços arduamente conquistados, através de 
autores como Júlio Emílio Braz, Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo e 
Ana Maria Gonçalves. 
 Neste cenário, deparamo-nos com a importância das universidades 
brasileiras, por meio de seus programas de Formação Continuada, tornarem 
acessíveis aos professores já inseridos no sistema educacional o 
conhecimento sobre o tema, através de instrumental bibliográfico crítico, e 
proximidade com as obras literárias e com os materiais para-historiográficos 
que completam o acervo. Internamente, os cursos de Letras, ao inserirem 
componentes que atendem tanto a História e a Cultura Africana quanto a 
Literatura Afro-Brasileira, se voltam para os materiais disponíveis, deparando-
se ou com a escassez (que diminui pouco a pouco) ou com uma leva recente 
de obras a serem conhecidas e em busca de reconhecimento. Registre-se aqui 
a criação em 2015, pela Universidade Federal do Maranhão, do curso pioneiro 
denominado Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-
Brasileiros. 
 Ainda, uma vez ultrapassada a tendência acadêmica estruturalista dos 
anos 70-80, que reduziu bastante as pesquisas literárias de cunho histórico, e 
também por conta dos Estudos Culturais que propõem reconsiderar o conceito 
de cânone em todos os registros expressivos, vê-se uma crescente atenção à 
temática meta-historiográfica. Essa revitalização detectada na década de 1990, 
e em ascensão até hoje, encontra nos centros de pesquisa, em universidades 
de ponta brasileiras, uma produção bastante expressiva. 
 Quanto ao sistema literário brasileiro, a produção literária afro-brasileira 
ainda luta por reconhecimento. A divulgação, no início de 2015 pelos meios 
jornalísticos, de que a escritora Conceição Evaristo faria parte da programação 
oficial do Salão Internacional do Livro em Paris, com a seguinte chamada: 
“Conceição Evaristo, la mémoire afro-brésilienne”, colocou em evidência tanto 
o desconhecimento em que nos movemos, como as práticas socioculturais e 
econômicas que obstaculizam a circulação editorial da produção dessa estirpe. 
No entanto, por toda parte, há um forte interesse pelas experiências individuais, 
de classe, de ordem étnica e de gênero, dentro de um mundo em que o 
multiculturalismo atrai a atenção e cria novos parâmetros para a discussão. No 
encontro em Paris, Conceição Evaristo estava integrada a uma plataforma 
temática ligada à narrativa de si, do outro e da própria revisão da imagem do 
 
 
Brasil, país então homenageado. Hoje, as publicações de Evaristo esgotam-se 
e são reeditadas, numa confirmação de que a chancela estrangeira é, mais 
uma vez, sinalizadora para a abertura do interesse pela obra de uma escritora 
assumidamente afro-brasileira. 
 No dizer de Eduardo de Assis Duarte “O momento é propício à 
construção de operadores teóricos com eficácia suficiente para ampliar a 
reflexão crítica e dotá-la de instrumentos precisos de atuação.” (DUARTE, 
2014: 20). As questões mais evidentes exploradas no campo crítico-
especulativo são o próprio conceito de literatura afro-brasileira, também 
denominada de literatura negra, onde tanto a temática da condição negra 
como objeto de representação, quanto o negro como sujeito, revelador de uma 
visão de mundo específica em acordo com a singularidade de suas 
experiências, utilizando-se de uma linguagem própria de seu lugar de fala, são 
aspectos da produção inegável que está aí e quer se fazer mais e mais 
conhecida. Em nosso meio, autores como Domício Proença Filho e Laura 
Cavalcante Padilha vem tratando dessas instâncias há duas décadas. 
Recentemente, tem-se outros nomes e outros títulos sobre os quais 
passaremos a falar brevemente, no intuito de tornar mais palpável tanto a 
produção com intuitos historiográficos como a produção para-historiográfica 
ligada ao âmbito literário e cultural. 
 Por isso mesmo, iniciamos por destacar a obra História da África e dos 
africanos (2013), produto de projetos de pesquisa na área historiográfica já 
com duas décadas, desenvolvida por docentes e alunos da UFRGS, tendo a 
frente Paulo F. Visentini, Luiz Dario T. Ribeiro e Analúcia D. Pereira. Além de 
recolocar a história do continente africano dentro de perspectivas atualizadas, 
mexendo em muito com a visão estereotipada e fixa mormente encontrada, 
aborda as relações do Brasil com os países de língua oficial portuguesa até os 
dias de hoje. Note-se que Mario Maestri, desde a década de 1980, vem 
publicando obras sobre a escravidão no Brasil, num processo revisional 
necessário e complementar, a exemplo de seus livros A servidão negra (1988) 
e Breve história da escravidão (1985). 
 Como fruto do afã recuperador da atuação de afrodescendentes no 
contexto brasileiro, desenvolvido no meio universitário da USP, a exemplo de 
muitos outros textos dessa leva, tem-se “Paula Brito: editor, poeta e artífice das 
letras” (2010), publicação primorosa organizada por José de Paula Ramos 
Júnior e outros, oriundos das áreas literária, histórica e da comunicação que se 
entrelaçam nessa composição para-historiográfica cultural de interesse 
nacional. 
 Dentre os títulos voltados à discussão da questão racial na escola, 
numa inciativa do Coletivo de Professores Negros da UERJ, pertencentes ao 
Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, tem-se a obra Educação, cultura e 
literatura afro-brasileira (2007), organizada por Maria Alice R. Gonçalves, como 
um aporte pensado para docentes e alunos do Ensino Básico ocupados em 
colocar alterar as práticas pedagógicas vigentes. 
 
 
 Na mesma linha, da parceria entre o Programa Ações Afirmativas da 
UFMG e o Núcleo de Inclusão Racial da PUC Minas surge a obra Literaturas 
africanas e afro-brasileira na prática pedagógica (2014), de Iris M. da Costa 
Amâncio, no intento de favorecer a criação de uma postura pedagógica mais 
consciente e intercultural. 
 Mencionamos a obra pioneira Literatura afro-brasileira – 100 autores do 
século XVIII ao XXI (2014), organizado por Eduardo de Assis Duarte. Trata-se 
de um texto com caráter de excepcionalidade, pois, além de discutir 
teoricamente conceitos subjacentes à abordagem, apresenta um Guia de 
Autores e Obras muito bem documentado e pleno em referências bibliográficas, 
mais um apêndice panorâmico em artigo intitulado: “A cultura africana na arte 
brasileira”, de Abdias do Nascimento. O projeto é ambicioso, pois segue-lhe o 
segundo volume intitulado Literatura afro-brasileira – abordagens na sala de 
aula (2014), contendo sugestões comentadas de cerca de 150 obras voltadas 
para o público infanto-juvenil, seguido de sequências didáticas destinadas
ao 
professor do Ensino Básico. 
 Citamos ainda Miriam Alves, com o título BrasilAfro Autorrevelado – 
Literatura brasileira contemporânea (2010), autora presente em inúmeras 
antologias nacionais e internacionais, convidada como autora visitante e 
professora em universidades estrangeiras, e Luiz Silva Cuti, com Literatura 
negro-brasileira (2010), também autor literário, estudioso e crítico com várias 
publicações na área, já de longa data. 
 Na brevíssima exposição feita aqui e menção diminuta a uma produção 
textual em vias de construção e divulgação, não se pode deixar de mencionar 
as revistas literárias e afins no meio universitário, que debatem em artigos, já 
há mais tempo, tanto as literaturas africanas de língua portuguesa quanto a 
literatura de matiz afro-brasileira. É o caso da Revista Trabalhos em Linguística 
Aplicada, da Unicamp, em que Gisele Ribeiro discute o afro-brasileiro e sua 
representação no livro didático de língua materna (RIBEIRO, 2010, p.101-113); 
também a Letras em Revista, da UESPI, e a Revista Navegações, da PUCRS. 
Ainda, registre-se o surgimento de editoras especializadas nesse âmbito, como 
a Língua Geral e a Nandyala, com coleções direcionadas ao tema, o que 
revela o quanto o sistema literário brasileiro, via imprensa editorial, cria 
mecanismos em função de uma demanda crescente. 
 Nesta comunicação, quisemos enfatizar aquilo que o tema aqui 
levantado exige, ou seja, uma abordagem interdisciplinar que alie saberes de 
diferentes ordens e a necessidade premente do setor educacional brasileiro, de 
materiais teóricos, historiográficos e expressivo-literários que possam trazer 
substância às iniciativas de recondução/recomposição da História da 
mentalidade, da expressividade e da identidade nacional. 
 Para finalizar, basta referir que a experiência de ofertar um 
componente curricular como Cultura Africana (2016 e 2018) e criar um Projeto 
de Extensão em 2019: Literatura Afro-Brasileira – uma abordagem introdutória, 
 
 
no Curso de Licenciatura em Letras – Português e Literaturas de Língua 
Portuguesa, na Universidade Federal do Pampa, campus Bagé, RS, que 
possibilitasse um primeiro contato com a produção literária afro-brasileira, foi 
um campo de amadurecimento, além de muito bem aceita em termos de 
adesão estudantil, de egressos e técnicos-administrativos. Surgiram 
oportunidades sem conta de rever posturas, avaliar criticamente as 
construções sociais excludentes, também no campo da Literatura, e falar sobre 
o que tanto incomoda todos aqueles não conformados com as desigualdades 
sociais, econômicas e culturais brasileiras. 
 Neste caso último, temos em vista sempre que a Universidade da qual 
fazemos parte foi implantada (2006) numa região atrasada economicamente, 
com baixos índices no IDEB nacional e um percentual de alunos e alunas 
negros bastante crescente, hoje, trazendo a possibilidade de formação superior 
antes impensável para boa parte dessa população. Deste modo, toda e 
qualquer ação pensada e motivada para a criação de mecanismos de 
promoção cultural, econômica e social sempre tem uma excelente acolhida por 
parte dos usuários. Por outro lado, os cursos de Licenciatura na áreas básicas 
que a Universidade oferta já estão modificando o panorama na formação 
escolar dos estudantes de toda uma grande região abrangida pelo Ensino 
Superior qualificado e gratuito. 
 Assim, compreende-se que as iniciativas acima descritas tem um 
terreno fértil e, em especial no contato com a Literatura, entendemos que ela é 
perpassada pela Subjetividade – exatamente esta que vem a ser um 
componente importantíssimo na constituição das identidades. 
 As produções literárias e teórico-críticas estão aí – apropriar-se delas e 
torná-las parte integrante dos currículos é o desafio lançado a todos nós. 
 
 
REFERÊNCIAS 
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Horizonte: Nandyala, 2010. 148 p. (Repensando África). 
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p. 
 
 
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2010. 272 p. (Memória Editorial; 7). 
SOUZA, Roberto A. de. Introdução à Historiografia da Literatura Brasileira. Rio de 
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VISENTINI, Paulo F.; RIBEIRO, Luiz Dario T.; PEREIRA, Analúcia D. (Org.). História 
da África e dos Africanos. Porto Alegre, Rs: Edufrgs, 2013. 397 p.

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