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Atividade 02 Bens Públicos e Contratos Administrativos - Lohana Ernandes - 1262022229

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BENS PÚBLICOS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
Lohana do Espírito Santo Ernandes 
IBMR - Direito 
 
 
A desapropriação é um instrumento jurídico pelo qual o Estado pode retirar a 
propriedade de um particular para atender ao interesse público, mediante indenização justa, 
prévia e em dinheiro. Este ato está previsto na Constituição Federal e em leis específicas, como a 
Lei nº 4.132/62. A justificativa para a desapropriação deve estar fundamentada na necessidade de 
realizar obras de infraestrutura, promover a urbanização, preservar o meio ambiente ou realizar a 
reforma agrária, entre outras situações que beneficiem a coletividade. 
 
Para que a desapropriação ocorra, é essencial que o Estado indenize o proprietário de 
forma justa, correspondendo ao valor de mercado do bem, e que o pagamento seja feito antes da 
tomada do bem. O processo deve garantir ao proprietário o direito ao contraditório e à ampla 
defesa, assegurando que ele possa contestar o valor da indenização e recorrer às instâncias 
judiciais. Este procedimento deve respeitar o devido processo legal, protegendo os direitos 
fundamentais dos cidadãos. 
 
Existem diferentes tipos de desapropriação, como por necessidade ou utilidade 
pública, que visam atender a demandas urgentes e essenciais da sociedade, e por interesse social, 
que busca promover a justiça social e corrigir desigualdades. A desapropriação também pode 
ocorrer quando a propriedade não cumpre sua função social, como quando a terra não é 
produtiva ou não atende aos requisitos ambientais e sociais estabelecidos pela legislação. 
 
O procedimento de desapropriação inicia-se com a declaração de utilidade pública ou 
interesse social, seguido da avaliação do bem, onde peritos determinam seu valor de mercado. 
Após a avaliação, o Estado oferece a indenização ao proprietário, que pode aceitar ou contestar o 
valor. Se houver discordância, a questão pode ser resolvida judicialmente, e só após o pagamento 
ou depósito da indenização é que o Estado pode tomar posse do bem desapropriado. 
 
No caso específico da reforma agrária, a indenização das benfeitorias úteis e 
necessárias deve ser feita em dinheiro, mas o valor da terra nua pode ser pago com títulos da 
dívida agrária. Além disso, existe a desapropriação indireta, que ocorre quando o Estado toma 
posse de um bem sem seguir o devido processo legal, obrigando o proprietário a buscar 
judicialmente a devida indenização. 
 
A desapropriação é um mecanismo essencial para o desenvolvimento e atendimento 
das necessidades sociais, mas deve ser exercida com rigorosos critérios legais para garantir que 
os direitos dos cidadãos sejam respeitados. A justa indenização, o interesse público comprovado 
e o respeito ao devido processo legal são fundamentais para a legitimidade da desapropriação em 
um Estado democrático de direito. 
 
 
Rio de Janeiro – RJ – 2024

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