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Inclusão de Crianças com TEA

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FACULDADE FACUMINAS
MARIA BATISTA DA CONCEIÇÃO
 
CURSO SOBRE O ESPECTRO AUTISTA
A inclusão de crianças com síndromes no ensino regular
Dourados/MS
Setembro de 2023
FACULDADE FACUMINAS
MARIA BATISTA DA CONCEIÇÃO
CURSO SOBRE O ESPECTRO AUTISTA
A inclusão de crianças com síndromes no ensino regular
Trabalho de conclusão de curso apresentado á FACUMINAS de coronel Fabriciano -MG como requisito para obtenção do diploma do curso de autismo.
Dourados/MS
Setembro de 2023
RESUMO
O transtorno espectro autista, é um assunto que para a sociedade é questões de dúvidas e mitos, onde o preconceito e a falta de informação, ocasiona o isolamento da criança com TEA como também da família, por não querer ser exposta pelo meio que a criança se encontra. Há uma falta de informação sobre o que deve ser feito ou não quando se tem em sala de aula alunos portadores de necessidades especiais. Assim, este projeto de intervenção tem por objetivo apresentar uma fundamentação teórica sobre as características e tratamentos e as estratégias de ensino que devem ser dispensados aos alunos autistas. Para subsidiar esta proposta fez-se uma revisão da literatura utilizando as publicações em português no portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), e biblioteca Virtual Scientific Electronic Library Online (SciELO), com os descritores Autismo; Revisão; diferentes abordagens. criança; Inclusão; Interação; Social; Aprendizagem; Escola e educador infantil. Onde a intenção é propor meios dentro da educação infantil para abrir espaços lúdicos para a inclusão das crianças e socialização no meio, com recursos lúdicos para que haja a melhora do quadro do espectro autista.
Palavras chave: Autismo; criança; Inclusão; Interação; social, educação infantil
SUMÁRIO
RESUMO	3
1	INTRODUÇÃO	5
2	JUSTIFICATIVA	7
OBJETIVOS	8
3	OBJETIVO GERAL	8
3.1	OBJETIVOS ESPECÍFICOS:	8
4	METODOLOGIA	9
5	FUNDAMENTAÇÃO TEORICA	10
5.1	Legislação que ampara a educação inclusiva no Brasil	14
5.2	Alfabetização e letramento	17
5.3	Conceito do espectro autista	18
5.4	Estratégias para o ensino inclusivo	20
6	CONSIDERAÇÕES FINAIS	23
REFERÊNCIAS	24
INTRODUÇÃO
A pesquisa que estará sendo apresentada, está voltada ao curso de especialização sobre o autismo, trazendo informações sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), sendo uma pesquisa quantitativa buscando informações técnicas de teóricos que são pesquisadores em favor de melhoria de vida doas crianças e meio de tratamento, visando tirar qualquer mito ou preconceito acerca do (TEA).
A escolha pelo tema se deve ao fato de desejarmos aprofundar nossos estudos em Educação Especial, pois percebemos a necessidade de conhecermos mais sobre o assunto e, ao mesmo tempo, compreender como vem ocorrendo a inclusão deste grupo nas escolas regulares.
Na sociedade tem um grande preconceito sobre o (TEA), por não sabre muito sobre do que se trata, dentro de instituições de ensino não são diferentes, pois educadores não estão preparados para ter um relacionamento professor/aluno, e como as escolas não estão com seus matérias de ensino adaptados para crianças com este tipo de síndrome.
É neste sentido que nesta pesquisa, abordara a educação inclusiva e meios para que ela seja implantada em uma modalidade de ensino que inclui alunos com qualquer tipo de transtorno, deficiência ou altas habilidades no ensino regular, buscando perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em salas de aulas comuns de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos.
No desenvolvendo desta pesquisa, vai abordar a visão de tratamento de doenças e síndromes e transtornos, chega-se a pesquisas e conceitos sobre os transtornos que delimitam este projeto, no qual o autismo vem apresentando quadros diagnósticos característicos que também estão englobadas no autismo e os possíveis rumos de trabalho enquanto escola e professores para a inclusão escolar desta criança. 
Na justificativa abordará sobre os principais teóricos sobre o Autismo, e as principais características através da pesquisa bibliográfica de objetivo exploratório. Será relatado e estudado um caso real, que ilustra as possibilidades de uma criança portadora de autismo, aprendizagem e socialização, da tipicidade síndrome de Aspergir.
Em seguida abordará os objetivos, que vai elencar a atual situação do transtorno espectro autista, é uma questão de saúde pública, diante do evidente crescimento de casos no Brasil e no mundo, hoje as leis e as políticas públicas estão sendo implementadas, pois estima-se que há mais de 2 milhões de casos, a partir da prevalência do transtorno de 1% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Na conclusão deste artigo vai mostrar o aumento significativo de diagnósticos evidencia a necessidade de mais estudos e recursos para o tratamento, viabilizando também o apoio na escola, na rede social e, principalmente, na família.
JUSTIFICATIVA 
Existe uma grande associação entre autismo e deficiência mental, desde o leve até o severo, sendo que se considera que a gravidade desta deficiência mental não está necessariamente associada à gravidade do autismo.
 Hoje possui uma dificuldade quando se trata do assunto da Educação Inclusiva em favor do espectro autista, a falta de informação sobre o que deve ser feito ou não quando se tem em sala de aula alunos portadores de necessidades especiais.
Esse quadro clínico apresentado pelas crianças, dificulta a inclusão das mesmas nas escolas trazendo problemas sociais e familiares, dificultando a vida dos pais para o trabalho e para as próprias crianças que ficam sem um processo ensino aprendizagem adequados.
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL 
Elaborar um projeto de intervenção apresentando estratégias de ensino aos professores de ensino infantil e fundamental. 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
 Identificar na literatura as características tratamentos que devem ser dispensados aos alunos autistas. 
 Descrever as atividades educativas propostas para as crianças autistas
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do plano de intervenção se fez necessário a investigação na literatura sobre os casos do espectro altista, onde para descrição do problema priorizado, utilizou-se alguns dados fornecidos pelo Sistema de Informação do banco de dados e outros que foram produzidos pela própria autora com o convívio em centros infantis voltados para a inclusão de crianças que estão no espectro.
A partir da explicação do problema, foi elaborado um plano de ação, entendido como uma forma de sistematizar propostas de solução para o enfrentamento da inclusão de crianças autistas no ensino fundamental. Com o problema explicado e identificadas as causas consideradas as mais importantes, passou-se apresentou-se estratégias de ensino para o enfrentamento do mesmo, iniciando a elaboração do plano de ação propriamente dito e o desenho da operacionalização.
Para subsidiar esta proposta fez-se uma revisão narrativa da literatura utilizando as publicações em português no portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), e biblioteca Virtual Scientific Electronic Library Online (SciELO), com os descritores: Autismo; criança; Inclusão; Interação; Social; Aprendizagem; Escola; Educador.
Partindo disso, o projeto em questão foi estruturado pela pesquisa bibliográfica com delineamento qualitativo de objetivos exploratórios e descritivos. O delineamento qualitativo da pesquisa para Godoy (1995) envolve a presença de um pesquisador que estuda um fenômeno no contexto em que ele ocorre, considerando perspectivas de indivíduos que nele estão presentes. Minayo, Gomes e Deslandes (1994) trazem que tal pesquisa abrange um espaço de relações, processos e fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização das variáveis, uma vez que envolve um universo de significados, motivações.
FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
Quando a sociedade se depara com situações que fogem do controle, ou mesmo que não estão dentro do padrão físico,psicológico e moral, torna-se um momento de recusa, isolamento e pesquisa, para que haja solução para o respectivo momento que a família ou a sociedade está passando, um destes desafios são o espectro autista, que vem através dos anos mudando a visão de muitas pessoas sobre como se comportar e tratar este tipo de síndrome.
Estudos sobre o autismo são comumente atrelados aos estudos da família, conforme a abordagem teórica vinculada à concepção original da etiologia baseada na afetividade e da incapacidade relacional, mencionada no estudo de Tamanaha et al. (2008), com objetivo de mapear as interações familiares que podem agir negativamente na afetividade promovendo a incapacidade relacional. Relacionando a esta concepção Hamer et al. (2014), mencionam que a família representa um dos principais contextos de socialização dos indivíduos, sendo matriz da aprendizagem humana ela constitui uma unidade dinâmica de relações afetivas, sociais e cognitivas.
No século atual é possível observar várias maneiras de como fazer a inclusão das crianças nas escolas no ensino regular, tentando adaptar recursos e espaços escolares, professores, diretores e familiares para que consiga atender esta demanda de inclusão.
Segundo Lemos (2014). É de fundamental importância analisar as interações sociais nos contextos escolares, verificando a participação das crianças autistas e considerando a mediação das professoras e das demais crianças. Compreender que os comportamentos das crianças com espectro autista podem ser influenciados considerando os contextos interativos, a mediação do adulto e, sobretudo, as particularidades de cada criança é fundamental no desenvolvimento de estudos nesta área. 
As autoras Oliveira e Poletto (2015), enfatizam a importância da capacitação de profissionais da saúde, para uma abordagem multidisciplinar na comunicação do diagnóstico ou até mesmo, durante o processo de hipótese diagnóstica. Desta forma devese pensar a necessidade deste impacto ser mediado por uma rede de apoio, pela identificação dos recursos internos ou externos à família e também pelos serviços do sistema de saúde existentes (Meimes et al., 2015).
De acordo com Sassaki (1999, p. 41) a inclusão social pode ser conceituada como sendo o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade.
Desta maneira, é entendido que a inclusão de certo modo tem que acontecer de maneira bilateral, entre a família envolvida e a sociedade, para conseguir adequar estas crianças no meio dos chamados ‘’normais’’, fazendo mudanças não só curricular mais sim estrutural da sociedade, mas fundamentalmente nas atitudes no que diz respeito às pessoas envolvidas neste processo, onde estás mudanças precisão alcanças com a inclusão na escola comum ainda na educação infantil, tendo também a idade da criança igual ou com mínima diferença das demais, tendo constantemente capacitações para professores e funcionários, aceitação da turma e do professor com a criança relativamente diferente, e orientação e participação da família no processo a adaptação.
É necessário que todos estejam envolvidos neste momento de inclusão fazendo os seguintes requisitos para adaptação:
1. Sala de aula bem organizada e na mesma distribuição todos os dias; 
1. Pedir para que seu aluno olhe sempre em seus olhos; 
1. Coloque-o sempre o mais próximo de você;
1. Utilize recursos visuais, coloridos, que chamem atenção
1. Manter o máximo possível a rotina da sala e da escola;
1. Estimular amizades;
1. Trabalhar o concreto; repetir atividades para a criança poder acompanhar e compreender o que está trabalhando;
1. Elogiar sempre que se destacar;
1. Regras e disciplina bem estabelecidas, como as demais crianças;
1. Não diferenciar obrigações e direitos das demais crianças;
1. Materiais e mobiliários adaptados;
1. Preparação da comunidade escolar;
1. Adaptação curricular;
Para que todos estes requisitos possam se tornar possível, é de extrema importância que o pedagogo ou o educador infantil estimular o desenvolvimento de todos os seus alunos pela aprendizagem de uma série de diversos conteúdos, valores e hábitos, inserindo na política da inclusão no Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola para que todos os projetos estejam alinhados para o bom desenvolvimento do todas as crianças.
Os serviços que são oferecidos pelas escolas, municipais estaduais e pela administração (equipes psicopedagógicas, serviços sociais, serviços de dinâmica educativa, centros de recursos pedagógicos, etc.) devem ser incorporados corretamente na dinâmica da escola, para que tenham uma repercussão didática sólida e possibilitem a reflexão sobre a prática profissional.
O ensino aprendizagem por meio do professor deve ser uma atuação constante, com intervenções para todo grupo de aula e para cada um dos alunos em particular, sabendo que isto é bastante difícil, e, ainda mais, quando é somada à demanda que fazemos de que se deve observar sistematicamente mais de 20 crianças, onde o processo que os alunos desenvolvem durante a aprendizagem, para poder intervir no mesmo com uma ajuda educativa adequada.
De acordo com BORALLI (2007), existe uma total desatenção para com a formação adequada de profissionais das áreas de Medicina, Psicologia, Pedagogia, Fonoaudiologia, dentre outras.
O autismo acarreta o comprometimento de três principais eixos: Interações Sociais; Comportamentos estereotipados, repetitivos e restrição de interesses; Comprometimentos qualitativos na comunicação e na linguagem.
O brincar, assim como para qualquer criança, representa um papel importantíssimo para o desenvolvimento da criança autista, pois contribui para a socialização, têm efeitos positivos sobre a aprendizagem, estimula o desenvolvimento de habilidades básicas como também melhorar a aprendizagem com aulas temáticas e socializadas, onde estas atividades lúdicas que forem oferecidas para a criança com autismo podem estimular as áreas da interação social, comportamento e comunicação.
Para Silva (2013), esta atividade desenvolve a atenção por quinze minutos ou mais, flexibilidade e participação física. 
Exemplos sobre as atividades que podem ser desenvolvidas são:
· Pular: deve-se incentivar a criança a repetir a palavra "pular" e junto com ela pular o mais alto que conseguir. 
 Rodar: girar em torno do próprio eixo com a criança em seu colo ou pela mão. 
 Escorregar: puxar a criança gentilmente sobre um cobertor ou ajudá-la a descer no escorregador.
 Balançar: balançá-la em seus braços, em uma rede ou em um balanço. 
 Apertar: oferecer massagens com diferentes tipos de movimentos e intensidade de pressões em diversas partes do corpo da criança; 
 Passear: levar a criança de "cavalinho" em suas costas/O quebra-cabeça do autista, 
 construindo nosso futuro: educado alunos no aspecto do autismo 
 É importante incentivar a pronúncia das palavras a cada atividade
Assim vários autores sugerem as seguintes estratégias no ensino das crianças autistas, podendo utilizar jogos pedagógicos aliados ao conteúdo, realizando trabalhos em grupos, usando material concreto e símbolos, ou seja, reciclagem, trabalhando com meditação, e a musicoterapia, ter muito contato com animais, trabalhar ao ar livre pintura aliando ao lúdico e a escrita, usando peças teatrais interagindo com a música e instrumentos, danças, jogos em dupla ou grupos para socialização.
Há várias terapias para autismo disponíveis, incluindo: 
 Terapias de comunicação e comportamento 
 Medicamentos 
 Terapia ocupacional 
 Fisioterapia 
 Terapia do discurso/linguagem.
É necessário refletir sobre como professores e educadores infantis de como integrar ao mundo desta criança, fazer parte, olhar para ela e buscar contato para que ela te perceba e permita que possamos interagir e brincar.
Entretanto, é indispensável proporcionar a criança movimentos que brincam com partes do corpo estimulando o contato físico, musiquinhas cantadas fazendo gestos ebrincando com música (pular e interagir), incentivando a pintura e o contato com a tinta, permitindo a criança a sentir todos os movimentos e sensações, incentivando brincadeiras afetivas (cantar com gestos, olhar, sorrir, estimulando o contato visual) incentivando a criança manusear massinhas de modelar, criando imagens com massinha de modelar ou argila, a criança explorando para que perceba as sensações.
Outras atividades como brincar de faz de conta, investindo nas relações interpessoais e intrapessoais, analisando as Interações sociais, incentivando a comunicação verbal e não verbal, inserindo a criança na música, teatro, pintura. 
Todas estas atividades podem variar de espectro autista moderados a graves, por este motivo a necessidade da atenção especial dentro das escolas infantis do ensino fundamental e maternal.
O professor ou pedagogo devem estar preparados para mediar os problemas de comunicação com crianças que estão no espectro, sejam elas do grau moderado ou no grau severo, ou seja, quando o espectro do autismo este no grau severo a criança possui a dificuldade de interação, tendo o cuidado de não poder iniciar ou manter uma conversa social, tendo que comunicar-se com gestos em vez de palavras, tendo a possibilidade de desenvolver a linguagem lentamente ou não desenvolvê-la é neste momento que o pedagogo ou educador infantil deve apresentar meios com paciência para a evolução desta criança.
No grau severo a criança não ajusta a visão para olhar para os objetos que as outras pessoas estão olhando, e com paciência o educador infantil deve aplicar os métodos pedagógicos para alcançar o seu desenvolvimento, o professor deve ter cuidado e não se referir a si mesmo de forma correta (por exemplo, dizer "você quer água" quando a criança quer dizer "eu quero água"), não apontar para chamar a atenção das pessoas para objetos (acontece nos primeiros 14 meses de vida), repetir palavras ou trechos memorizados, como comerciais, usar rimas sem sentido e Movimentos repetitivos com o corpo. O educador infantil como mediador de conflitos, deve resolver de forma lúdica todas estas situações para que esta criança possa evoluir e possa contribuir para a sal socialização escolar para o mundo.
Legislação que ampara a educação inclusiva no Brasil
A Constituição Federal de 1988, assegura o direito de todos os indivíduos, que deve ter um atendimento especializado. E apresenta como um dos seus objetivos fundamentais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação‖ (BRASIL. CF/1988, art. 3º, Inciso IV). 
Sendo assim, não haveria problemas para garantir os direitos das pessoas com algum tipo de deficiência, mas não foi bem assim, o preconceito e a desinformação fez com que houvesse a necessidade de criação de leis complementares para que os direitos garantidos em constituição não fossem feridos, sendo necessários vários encontros, debates, reuniões para que a pessoa fosse reconhecida como um sujeito de direitos e que sua deficiência não era empecilho para ser acolhida na sociedade e, muito menos na educação escolar.
Ainda a CF/1988 define em seus artigos 205 e 206 que se seguem: 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VI - Gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade.
Em 1996, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB n. 9.394/96), observamos um reconhecimento acerca das pessoas com pessoas com deficiência, com a garantia do seu acesso no ensino regular como também capacitações para educadores para receber as crianças, e como adaptação dos espaços escolares.
Sobre a educação inclusiva nas escolas, relata em seu art. 58:
Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. (BRASIL, 1996).
As instituições de ensino devem estar regulares de acordo com a lei, fazendo um ensino especializado e de qualidade para as crianças para garantir o acesso, permanência e qualidade de ensino.
De acordo com os parágrafos §1º., §2º. e §3º. Do art. 58 que assim se apresenta:
§1º. – haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial. §2º. - O atendimento educacional ser feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular. §3º A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. (BRASIL, 1996).
A educação especial ganhou lugar de destaque, chamando a atenção da sociedade para a necessidade da efetiva integração do aluno com alguma deficiência, ou até mesmo aqueles que apresentam altas habilidades serem cuidados pelos sistemas de ensino, eliminando as barreiras que impedem o acesso à escolarização assegurando as condições necessárias para uma educação em sua plenitude.
Em 2001, foi criado o plano nacional de educação através da Lei nº 10.172, que revela o grande avanço na educação inclusiva para produzir a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento diversidade humana.
Em 2002, foi constatado a formação docente em LIBRRAS, sendo reconhecida na perspectiva da educação inclusiva, reconhecendo como meio legal de comunicação e expressão a Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS).
É implantado pelo Ministério da Educação (MEC) no ano de 2003, o direito à diversidade, onde a escola regular garante o aprendizado aos alunos com deficiência, garantindo o acesso a todos.
Chegando em 2014, com o Plano Nacional de Educação (PNE), que foi instituído pela Lei no. 13.005/2014, definindo dez diretrizes que iria guiar a educação brasileira e estabeleceu vinte Metas a serem cumpridas. Uma das metas, reafirmam a universalização do ensino, para que crianças e adolescentes de 4 a 17 anos sejam escolarizados e que tenham acesso à educação.
A quarta meta do plano nacional de educação define que:
Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados. (BRASIL, 2015, p. 69).
A educação inclusiva sempre será desafiadora para todos, mesmo que já tenhamos leis, decretos, pareceres, diretrizes ainda temos um longo caminho para a sua implantação completa e a quebra de preconceitos.
Alfabetização e letramento
A alfabetização e letramento não tem o mesmo significado, trata-se de dois processos diferentes que ocorrem de forma indissociável e interdependente. Alfabetizar é tornar o indivíduo capaz de ler e escrever; quando faz uso social da leitura e da escrita torna-se letrado.
Um indivíduo pode ser alfabetizado e não ser letrado, saber ler e escrever, porém não cultivar nem exercer práticas de leitura e de escrita, não ler livros, jornais, revistas, ou se incapaz de interpretar um texto lido, tendo dificuldades para escrever uma carta ou mesmo um telegrama, este sujeito é consideradoalfabetizado e não letrado.
O ato de “letrar” implica utilizar a leitura e a escrita de modo diferente da simples ação de ler e escrever como ocorre na codificação e decodificação, pois representa o uso da leitura e da escrita em distintos contextos sociais, fazendo uso de diversos portadores de textos, ou seja, por mais que as atividades de alfabetização e letramento se diferem tanto em relação às operações cognitivas quanto em relação às ações sistemáticas de ensino e aprendizagem, devem desenvolver-se de forma integrada.
A escola, como espaço institucional de acesso ao conhecimento, para atender essa demanda, tem o papel de rever as práticas de ensino, que tratam a língua como algo sem vida e os textos como conjunto de regras a serem aprendidas, onde a postura a ser tomada é a constituição de práticas que possibilitem ao aluno aprender a partir da diversidade de textos que circulam socialmente.
E é neste sentido sobre a alfabetização e letramento na educação infantil, a constituição federal de 1988, garante a criança os direitos essenciais para a criança ter acesso à educação de qualidade; referente a educação ser direito da criança, a constituição de 1988 garante que:
Na Constituição Federal de 1988, a educação das crianças de 0 a 6 anos, concebida, muitas vezes, como amparo e assistência, passou a figurar como direito do cidadão e dever do Estado, numa perspectiva educacional, em resposta aos movimentos sociais em defesa dos direitos das crianças. Nesse contexto, a proteção integral às crianças deve ser assegurada, com absoluta prioridade, pela família, pela sociedade e pelo poder público. (POLITICA NACIONAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL, 2005, p.9)
Os direitos atribuídos às crianças pela Constituição Federal de 1988 vão ser reafirmados pouco depois pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990, e, alguns anos mais tarde, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em 1996 (LDB/9394/96), que atribuiu à Educação Infantil o status de primeira etapa da Educação Básica.
A Educação Infantil passou a ser vista como essencial para atender às especificidades do desenvolvimento das crianças, reforçando o caráter educacional. Este início, embora não tenha se materializado em todo contexto social brasileiro de forma a superar completamente a visão assistencialista na educação destinada às camadas populares, trouxe muitas melhorias significativas com a evolução da Educação Infantil ao sistema educacional Brasileiro.
Conceito do espectro autista
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno relacionado ao desenvolvimento neurológico, onde normalmente as crianças que tem dificuldade de comunicação, socialização, muitas vezes com interesses restritos e estereotipados, afetando o neurológico da criança, que dificulta o funcionamento do cérebro.
De acordo com a American Psychiatric Asociación (2014) é no diagnóstico do TEA que:
[...] as características clínicas individuais são registradas por meio do uso de especificadores (com ou sem comprometimento intelectual concomitante; com ou sem comprometimento da linguagem concomitante; associado a alguma condição médica ou genética conhecida ou a fator ambiental), bem como especificadores que descrevem os sintomas autistas (idade da primeira preocupação; com ou sem perda de habilidades estabelecidas; gravidade). Tais especificadores oportunizam aos clínicos a individualização do diagnóstico e a comunicação de uma descrição clínica mais rica dos indivíduos afetados. Por exemplo, muitos indivíduos anteriormente diagnosticados com transtorno de Asperger atualmente receberiam um diagnóstico de transtorno do espectro autista sem comprometimento linguístico ou intelectual. (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014, p. 32).
A criança com grau leve tem um intelectual de aprendizagem maior que o moderado que já é mais baixo para aprendizagem conceitual, o autista moderado tende a ser mais agressivo e apresentar mais dificuldade na aprendizagem. 
As crianças que tem o (TEA) severo, precisam de muito apoio, acompanhante na escola, precisam de ajuda pois são dependentes, principalmente em atividades diárias, como na higienização, na alimentação e ao se vestir.
Grau 1 Nível leve
O nível leve consegue fazer as atividades diárias e poder ter uma conversa normal, ler ou escrever. Também é conhecida como, síndrome de Asperger, este nome foi utilizado por muitos anos para denominar a pessoa com autismo leve.
Em crianças pré-escolares, pode não haver diferenças conceituais óbvias. Para crianças em idade escolar e adultos, existem dificuldades em aprender habilidades acadêmicas que envolvam leitura, escrita, matemática, tempo ou dinheiro, sendo necessário apoio em uma ou mais áreas para o alcance das expectativas associadas à idade. (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014, p. 34)
Grau dois: Nível moderado
O nível moderado, tem dificuldade em aprender, com falta de habilidades sociais em interagir com outras pessoas, precisa de mais apoio, e devido as dificuldades de linguagem a criança necessita de um suporte e acompanhamento na aprendizagem e, também, na interação social.
Durante todo o desenvolvimento, as habilidades conceituais individuais ficam bastante atrás das dos companheiros. Nos pré escolares, a linguagem e as habilidades pré-acadêmicas desenvolvem-se lentamente. Nas crianças em idade escolar, ocorre lento progresso na leitura, na escrita, na matemática e na compreensão do tempo e do dinheiro ao longo dos anos escolares, com limitações marcadas na comparação com os colegas. Nos adultos, o desenvolvimento de habilidades acadêmicas costuma mostrar-se em um nível elementar, havendo necessidade de apoio para todo emprego de habilidades acadêmicas no trabalho e na vida pessoal. Assistência contínua diária é necessária para a realização de tarefas conceituais cotidianas, sendo que outras pessoas podem assumir integralmente essas responsabilidades pelo indivíduo. (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014, p. 35).
Neste nível moderado apresenta grandes dificuldades, pois não conseguem se expressar da forma que querem e acabam sendo afrontosos por dificuldades de habilidades na fala, tendo comportamentos mais afrontosos.
Nível 3: Severo
Possui excessiva dificuldade em se comunicar, em suas habilidades sociais, como também em seu comportamento sendo bem repetitivo, muitas vezes, com movimento de pêndulo, que atrapalha muito em seu processo de socialização e independência nas atividades diárias.
Não possui em sua maioria a comunicação verbal, são dependentes de cuidados de outras pessoas, com dificuldades na fala e gestos, tem atraso cognitivo, alto nível de comprometimento intelectual ou atraso mental.
Association (2014) afirma que o indivíduo apresenta compreensão muito limitada
 [...] da comunicação simbólica na fala ou nos gestos. Pode entender algumas instruções ou gestos simples. Há ampla expressão dos próprios desejos e emoções pela comunicação não verbal e não simbólica. A pessoa aprecia os relacionamentos com membros bem conhecidos da família, cuidadores e outras pessoas conhecidas, além de iniciar interações sociais e reagir a elas por meio de pistas gestuais e emocionais. A ocorrência concomitante de prejuízos sensoriais e físicos pode impedir muitas atividades sociais. (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014, p. 36)
Desta maneira, precisa-se de muita atenção de psicólogos, terapeutas, fonoaudiólogos, bem como uma assistência escolar e de um profissional dando suporte em suas atividades no espaço educacional.
Estratégias para o ensino inclusivo
Considerando os problemas apresentados, assim como as causas relacionadas as crianças autistas, e ao crítico priorizado neste estudo foi a falta de estratégias no ensino fundamental para lidar com crianças autistas, ou seja, apresentar as escolas meios que concretizar salas e aulas inclusivas e professores educadores, pedagogos e diretores, treinamentos para que possa haver momentos inclusivos entre as crianças sem o espectro e com o espectro autista.
O projeto foi subdividido da seguinte maneira 
Primero passo
Modificar ocomportamento dos professores no ensino em relação as crianças autistas
Passo dois: projeto
Incluindo a criança autista no ensino infantil e fundamental
Passo três
Criação de espaços lúdicos para a interação das crianças
Passo quatro 
Crianças autistas incluídas no processo ensino aprendizagem
Passo cinco 
Integração de alunos autistas ou não na sociedade
Passo seis
Recursos utilizados
Estrutural 
Implantação das palestras, jogos lúdicos e informações sobre o tema. 
Cognitivo 
Informações sobre o tema e comunicação dialógica 
Financeiro
 folhetos educativos recursos áudio visuais, Brinquedoteca e instrumentos musicais 
Político
Conseguir espaços e locais
Recursos críticos
Político
 Apoio e sensibilização dos gestores, professores e familiares 
Financeiro 
Aquisição de recursos audiovisuais, folhetos educativos, Jogos, material escolar, TV, computadores entre outros.
Recursos sociais
Setor de comunicação Social e direção da instituição de ensino
Ações estratégicas
Apresentar a proposta de grupos educativos á equipe de saúde.
Prazo para execução
8 meses
Responsáveis pelo projeto
Professor, Pedagogo, Psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta ou educador físico.
Monitoramento das ações
Semanalmente durante o processo ensino aprendizagem
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todo o projeto realizado teve o objetivo de ajudar na interação e inclusão de crianças com o espectro autista, ajudando as famílias no momento de inclusão das mesmas no convívio social escolar.
Como também a necessidade de capacitar professores e educares infantis, adaptando também os espaços escolares para que a interação e a adaptação da criança TEA, com as outras crianças tentando incluir este movimento no PPP da escola.
Diante do presente estudo, foi possível identificar que o impacto do diagnóstico de TEA, configura-se como um momento de crise, influenciando individualmente e coletivamente os membros do sistema familiar, de forma que os sintomas familiares não devem ser negligenciados. Com este projeto, foi possível aprender um pouco mais sobre toda a trajetória e possíveis mecanismos para que a sociedade possa aceitar e conhecer o que é o TEA, quebrando preconceitos e ajudando na socialização destas crianças, fazendo com que as famílias possam se sentir normal no meio da sociedade.
Explorar o tema é fundamental para estar atualizado e capacitado no objetivo de compreender e acolher as crianças e suas famílias. Este trabalho possibilitou um entendimento mais aprofundado sobre o acompanhamento psicológico que dá aos pais um espaço para trabalharem a sua individualidade. 
REFERÊNCIAS
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, recurso eletrônico, DSM-5. Trad. Maria Inês Corrêa Nascimento, rev. téc. Aristides Volpato Cordioli, 5. ed. Dados eletrônicos. Porto Alegre: Artmed, 2014
ARAÚJO, Márcia. Brincando com a criança autista na sala de aula. Disponível em: Apae (apaebrasil.org.br) > Acesso em: 31 de Ago. 2023
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