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Campinas, 2024 FISIOLOGIA HUMANA AULA 12 – Sistema Renal • Prof. Miguel Soares Conceição 1) Cite as principais funções dos rins 2) Quais são os quatro processos básicos dos néfrons? 3) Quais são as três pressões que caracterizam a filtração glomerular? 4) Qual nome dado ao volume de fluido que é filtrado para dentro da cápsula de Bowman por unidade de tempo? 5) Três estímulos podem controlar a quantidade de secreção de vasopressina. Qual deles é o mais importante? FUNÇÃO DOS RINS FISIOLOGIA DO SISTEMA RENAL Estrutura e função Filtração, reabsorção, secreção e excreção Equilíbrio do Sódio e do volume do LEC Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona COMPONENTES DO SISTEMA RENAL COMPONENTES DO SISTEMA RENAL COMPONENTES DO SISTEMA RENAL FUNÇÕES DOS RINS 1. Regulação do volume do líquido extracelular e da pressão arterial. Ø Quando o volume do líquido extracelular diminui, a pressão arterial também diminui. Os rins trabalham de uma maneira integrada com o sistema circulatório para assegurar que tanto a pressão arterial quanto a perfusão tecidual permaneçam em uma faixa aceitável. PRESSÃO ARTERIAL 2. Regulação da osmolalidade. FUNÇÕES DOS RINS Ø O corpo integra a função renal com o comportamento, como a sede, para manter a osmolalidade do corpo em um valor próximo de 290 mOsM. FUNÇÕES DOS RINS 3. Manutenção do equilíbrio iônico. Ø Os rins mantêm a concentração de íons- chave dentro de uma faixa normal pelo balanço entre a sua ingestão e a sua perda urinária. Ø O sódio (Na) é o principal íon envolvido na regulação do volume do líquido extracelular e da osmolalidade. As concentrações dos íons potássio (K) e cálcio (Ca2) também são estritamente reguladas FUNÇÕES DOS RINS 4. Regulação homeostática do pH. Ø Se o líquido extracelular se torna muito ácido, os rins excretam H+ e conservam íons bicarbonato (HCO3), que atuam como tampão. Ø Inversamente, quando o líquido extracelular se torna muito alcalino, os rins excretam HCO3 e conservam H+. FUNÇÕES DOS RINS 5. Excreção de resíduos. Ø Os rins removem produtos do metabolismo e xenobióticos, ou substâncias estranhas, como fármacos e toxinas ambientais. Ø Os produtos do metabolismo incluem a creatinina do metabolismo muscular e resíduos nitrogenados, como a ureia e o ácido úrico. FUNÇÕES DOS RINS 6. Produção de hormônios Ø As células renais sintetizam eritropoetina, a citocina/hormônio que regula a produção dos eritrócitos. Ø Os rins também liberam renina, uma enzima que regula a produção de hormônios envolvidos no equilíbrio do sódio e na homeostasia da pressão sanguínea. Ø Por fim, as enzimas renais auxiliam na conversão da vitamina D3 em um hormônio ativo que regula o equilíbrio do Ca2. 1) Cite as principais funções dos rins. a) Regulação do volume do líquido extracelular e da pressão arterial, b) Regulação da osmolalidade c) Manutenção do equilíbrio iônico d) Regulação homeostática do Ph e) Excreção de resíduos f) Produção de hormônios VISÃO GERAL DA FUNÇÃO RENAL Imagine beber uma lata de refrigerante (355 mL) a cada três minutos: após 24 horas, você terá ingerido o equivalente a 90 garrafas de dois litros. A ideia de colocar 180 L no seu trato gastrintestinal é irreal, mas essa é a quantidade de plasma que passa nos néfrons a cada dia. Como o volume médio de urina que deixa o rim é de apenas 1,5 L por dia, mais de 99% do líquido que entra nos néfrons precisa voltar para o sangue, caso contrário, o corpo desidrataria rapidamente. PROCESSOS BÁSICOS DOS NÉFRONS Ocorre apenas no corpúsculo renal, onde as paredes dos capilares glomerulares e da cápsula de Bowman são modificadas para permitir o fluxo do líquido. O filtrado, chega ao lúmen do néfron, ele se torna parte do meio externo ao corpo. Devido a essa razão, tudo que é filtrado nos néfrons é destinado à excreção na urina, a não ser que seja reabsorvido para o corpo. A reabsorção é um processo de transporte de substâncias presentes no filtrado, do lúmen tubular de volta para o sangue através dos capilares peritubulares. A secreção remove seletivamente moléculas do sangue e as adiciona ao filtrado no lúmen tubular. 2) Quais são os quatro processos básicos dos néfrons? FILTRAÇÃO Ø A porcentagem do volume total do plasma que é filtrada para dentro do túbulo é denominada fração de filtração. O QUE DETERMINA A FILTRAÇÃO ATRAVÉS DAS PAREDES DOS CAPILARES GLOMELULARES? 1. Pressão hidrostática (PH): A PH do sangue que flui através dos capilares glomerulares força a passagem de fluido através do seu endotélio fenestrado. 2. Pressão coloidosmótica: no interior dos capilares glomerulares é mais alta do que a no fluido da cápsula de Bowman. Esse gradiente de pressão é devido à presença de proteínas no plasma. 3. Pressão hidrostática do fluído: A cápsula de Bowman é um espaço fechado (diferentemente do líquido intersticial), de forma que a presença de fluido no interior dessa cápsula cria uma pressão hidrostática do fluido (Pfluido), que se opõe ao fluxo de fluido para o interior da cápsula. : Três pressões que determinam a filtração gloumerular 3) Quais são as três pressões que caracterizam a filtração glomerular? 1) Pressão hidrostática (PH) 2) Pressão coloidosmótica 3) Pressão hidrostática do fluído TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR O volume de fluido que é filtrado para dentro da cápsula de Bowman por unidade de tempo é a taxa de filtração glomerular (TFG). A TFG média é de 125 mL/min, ou de 180 L/dia, uma taxa impressionante, considerando-se que o volume plasmático total é de apenas cerca de 3 litros. Essa taxa significa que os rins filtram todo o volume plasmático 60 vezes por dia, ou 2,5 vezes a cada hora. 4) Qual nome dado ao volume de fluido que é filtrado para dentro da cápsula de Bowman por unidade de tempo? O volume de fluido que é filtrado para dentro da cápsula de Bowman por unidade de tempo é a taxa de filtração glomerular (TFG). A TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR É RELATIVAMENTE CONSTANTE A pressão arterial fornece a pressão hidrostática, que impulsiona a filtração glomerular. Logo, parece razoável assumir que se a pressão arterial aumentasse, a TFG aumentaria, e se a pressão arterial diminuísse, a TFG diminuiria. Entretanto, esse geralmente não é o caso. Em vez disso, a TFG é notavelmente constante em uma ampla faixa de pressões arteriais. Contanto que a pressão arterial média do sangue fique entre 80 e 180 mmHg, a TFG é, em média, de 180 L/dia Se a resistência aumenta na arteríola aferente, a pressão hidrostática diminui no lado glomerular da constrição. Isso se traduz em uma diminuição na TFG. Se a resistência aumenta na arteríola eferente, o sangue acumula antes da constrição, e a pressão hidrostática nos capilares glomerulares aumenta. O aumento da pressão glomerular aumenta a TFG A TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR É RELATIVAMENTE CONSTANTE A TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR ESTÁ SUJEITA A AUTOREGULAÇÃO Uma função importante da autorregulação da TFG é proteger as barreiras de filtração da pressão arterial alta que pode danificá-las. As paredes tubulares e arteorilares são modificadas nessa região em que elas entram em contato umas com as outras, e, juntas, formam o aparelho justaglomerular. A porção modificada do epitélio tubular é formada por uma placa de células, chamada de mácula densa. AUTOREGULAÇÃO FUNCIONA COM RETROALIMENTAÇÃO TUBULOGLOMERULAR A REABSORÇÃO A reabsorção de água e solutos do lúmen tubular para o líquido extracelular depende de transporte ativo. O filtrado que flui da cápsula de Bowman para o túbulo proximal tem a mesma concentração de solutos do líquido extracelular. Portanto, para transportar soluto para fora do lúmen, as células tubulares precisam usar transporte ativo para criar gradientes de concentração ou eletroquímicos. O TRANSPORTE ATIVO DO SÓDIO A reabsorção ativa de Na é a força motrizprimária para a maior parte dos mecanismos de reabsorção renal. A composição do filtrado que entra no túbulo proximal é semelhante à composição iônica plasmática, com uma concentração maior de Na do que a encontrada nas células. Dessa forma, o Na presente no filtrado pode entrar nas células tubulares passivamente, de acordo com seu gradiente eletroquímico. A água move-se por osmose, seguindo a reabsorção do soluto. O TRANSPORTE ATIVO SECUNDÁRIO: SIMPORTE COM SÓDIO O transporte ativo secundário acoplado ao sódio é responsável pela reabsorção de muitas substâncias, incluindo a glicose, aminoácidos, íons e vários metabólitos orgânicos. POR QUE DIABETES MELLITUS AUMENTA A MICÇÃO?? Porque o transporte renal pode atingir saturação Nesse caso, a glicose é filtrada mais rapidamente do que os transportadores podem a reabsorver. Esses transportadores se tornam saturados e são incapazes de reabsorver toda a glicose que flui ao longo do túbulo. Como resultado, parte da glicose não é reabsorvida e é excretada na urina. REABSORÇÃO PASSIVA: UREIA A ureia, um resíduo nitrogenado, não possui mecanismos de transporte ativo no túbulo proximal, mas pode se deslocar através das junções celulares epiteliais por difusão, se houver um gradiente de concentração da ureia. Quando a água é reabsorvida, a concentração de ureia no lúmen tubular aumenta – a mesma quantidade de ureia está presente em um volume menor de água. Uma vez que o gradiente de concentração de ureia existe, a ureia move-se do lúmen tubular para o líquido extracelular, sendo transportada através das células ou pela via paracelular. DE QUE MANEIRA O LÍQUIDO REABSORVIDO ENTRA NO CAPILAR?? A resposta é que a pressão hidrostática que existe ao longo de toda a extensão dos capilares peritubulares é menor do que a pressão coloidosmótica, de modo que a pressão resultante favorece a reabsorção. EXCREÇÃO A produção de urina é o resultado de todos os processos que ocorrem no rim. Quando o líquido chega ao final do néfron, ele apresenta pouca semelhança com o líquido que foi filtrado para a cápsula de Bowman. Glicose, aminoácidos e metabólitos úteis desaparecem, tendo sido reabsorvidos para dentro do sangue, e os resíduos orgânicos estão mais concentrados. Embora a excreção nos diga o que o corpo está eliminando, a excreção por si só não pode nos dar detalhes da função renal. MICÇÃO Uma vez que o filtrado deixa os ductos coletores, ele já não pode mais ser modificado, e a sua composição não se altera. O filtrado, agora chamado de urina, flui para a pelve renal e, então, desce pelo ureter, em direção à bexiga urinária, com a ajuda de contrações rítmicas do músculo liso. A bexiga urinária é um órgão oco cujas paredes contêm camadas bem desenvolvidas de músculo liso. Na bexiga, a urina é armazenada até que seja excretada no processo conhecido como micção. MICÇÃO MÚLTIPLOS SISTEMAS INTEGRAM O EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO A VASOPRESSINA CONTROLA A REABSORÇÃO DA ÁGUA Devido à vasopressina provocar a retenção de água no corpo, ela também é conhecida como hormônio antidiurético (ADH). Quando a vasopressina atua nas células-alvo, o epitélio do ducto coletor torna-se permeável à água, permitindo a sua saída do lúmen tubular. Na ausência de vasopressina, o ducto coletor é impermeável à água. Embora exista um gradiente de concentração através do epitélio, a água permanece no túbulo, produzindo urina diluída. QUAIS ESTÍMULOS CONTROLAM A SECREÇÃO DA VASOPRESSINA? Eles são três: 1) Osmolalidade plasmática, 2) Volume sanguíneo 3) Pressão arterial. 5) Três estímulos podem controlar a quantidade de secreção de vasopressina. Qual deles é o mais importante? Osmolalidade plasmática EQUILÍBRIO DO SÓDIO E DO VOLUME DO LEC Nossa concentração plasmática normal de Na+ é de 135 a 145 mOsM de Na+ por litro de plasma. Devido ao Na se distribuir livremente entre o plasma e o líquido intersticial, esse valor também representa a nossa concentração de Na+ no LEC A adição de NaCl no corpo aumenta a osmolalidade. Este estímulo desencadeia duas respostas: a secreção de vasopressina e a sede. A ALDOSTERONA CONTROLA O EQUILÍBRIO DO SÓDIO A reabsorção de Na nos túbulos distais e ductos coletores renais é regulada pelo hormônio esteroide aldosterona: quanto mais aldosterona, maior a reabsorção de Na Devido a uma das ações da aldosterona ser o aumento da atividade da Na-K- ATPase, ela também promove a secreção de K O decréscimo da pressão sanguínea ativa uma via complexa, o que resulta na liberação de um hormônio, a angiotensina II, que estimula a secreção de aldosterona em muitas situações O SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA A angiotensina II (ANG II) é o sinal que normalmente controla a liberação de aldosterona do córtex da glândula suprarrenal. A via SRA inicia quando células granulares justaglomerulares, localizadas nas arteríolas aferentes dos néfrons, secretam uma enzima, chamada de renina. A renina converte uma proteína plasmática inativa, o angiotensinogênio, em angiotensina I (ANG I) Quando a ANG I presente no sangue encontra uma enzima, chamada de enzima conversora da angiotensina (ECA), ela é convertida à ANG II. Quando a ANG II no sangue alcança a glândula suprarrenal, ela estimula a síntese e a liberação da aldosterona. Por fim, no néfron distal, a aldosterona desencadeia as reações intracelulares que estimulam a reabsorção de Na pelo túbulo renal. O SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA