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Diuréticos e Agentes cardiovasculares Dr. Ricardo Ferreira Nunes Diuréticos: Definição: são fármacos que atuam primariamente estimulando a excreção de íons Na+, CI- ou HCO3 -, principais eletrólitos do fluido extracelular. •Filtra •Reabsorve •Excreta •Secreta Diuréticos: Diuréticos: São empregados principalmente no alívio de edemas e como coadjuvantes no controle da hipertensão, bem como em outros distúrbios: - insuficiência cardíaca congestiva crônica; - insuficiências renais crônica e oligúrica aguda; - glaucoma; - hipercalcemia; - cálculos renais. Diuréticos osmóticos: Manitol: - Substância branca (pó cristalino ou grânulos macios), inodora, de sabor doce, facilmente solúvel em água. - É usado principalmente como coadjuvante, em geral à furosemida, no tratamento de oligúria e anúria. - Doses excessivas podem causar morte: deve ser administrado pela via parenteral, de forma lenta; - É contraindicado em pacientes com distúrbios cardíacos congestivos. Inibidores da anidrase carbônica: Principal uso: tratamento de glaucoma Acetazolamida: a dose habitual por via oral ou intravenosa, para a produção de diurese em pacientes com deficiência cardíaca congestiva, é de 250 a 375 mg/dia, pela manhã. Mecanismo de ação: bloqueiam a enzima anidrase carbônica no TCP, impedindo a reabsorção de íons HCO3 -. Tiazidas: Mecanismo de ação: inibem a reabsorção de sódio, cloreto e água no TCD; Aumentam a excreção urinária de íons potássio e bicarbonato (fracamente); São usados em todos os tipos de descompensação cardíaca; Podem causar hipocalemia, fadiga, tonturas e distúrbios gastrintestinais; As tiazidas reduzem a excreção renal de ácido úrico, elas tendem a elevar os níveis deste ácido, causando, assim, ataques de artrite gotosa aguda. Tiazidas: Clorotiazida: É o protótipo das tiazidas e se apresenta como pó cristalino branco e hidrossolúvel. É útil no tratamento de edemas. Duração do efeito: 6 a 12h. Hidroclorotiazida: Pó cristalino branco, quase insolúvel em água. É utilizada no tratamento de edemas e diversas formas de disfunção renal. Também usada como anti- hipertensivo. É obtida por redução da posição 3,4 do anel tiadiazínico da clorotiazida. Duração do efeito: 12 a 18h. Inibem seletivamente a reabsorção de NaCl no ramo ascendente espesso da alça de Henle. Diuréticos sulfamídicos relacionados com tiazídicos: Furosemida: - Efeito mais pronunciado do que acetazolamida e tiazidas; - Empregada no tratamento de edema associado com insuficiência hepática ou renal grave; - Efeitos adversos: ototoxicidade, hiperuricemia, hipomagnesemia, hipocalcemia, reações alérgicas e fadiga. Bumetanida: - Diurético de ação curta, mas muito potente, usado no tratamento de edemas da insuficiência cardíaca congestiva, ascite hepática e doenças renais, inclusive a síndrome nefrótica. Diuréticos sulfamídicos relacionados com tiazídicos: Diuréticos sulfamídicos relacionados com tiazídicos: Clortalidona: - Indicado para hipertensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva, edema e ascite; - Distúrbios eletrolíticos: hipocalemia, hipomagnesemia, hipercalcemia e hiponatremia. Indapamida: - Indicado para hipertensão arterial; - Pode causar efeitos colaterais devido a diminuição da pressão arterial tais como tonteiras ou cansaço. Diuréticos diversos: Espironolactona: - Promove excreção de Na+ e Cl- (antagonismo da aldosterona); - É contraindicada na insuficiência renal aguda, hipercalemia e outras patogenias. ALDOSTERONA ESPIRONOLACTONA CANRENONA Hormonal: ginecomastia Introdução: Diuréticos diversos: Amilorida e Triantereno: - Estimula a excreção de H2O, Na+ e Cl-, mas retém potássio. - É usado no tratamento de edema associado a distúrbios cardíacos congestivos, cirrose hepática e síndrome nefrótica. - Pode ser associado com tiazidas (melhores resultados); - É coadjuvante adequado para as tiazidas, pois evita a hipocalemia causada pelas últimas. AMILORIDA TRIANTERENO Doenças cardiovasculares em números: Doença coronariana – doença dos vasos sanguíneos que irrigam o músculo cardíaco; Doença cerebrovascular – doença dos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro; Doença arterial periférica – doença dos vasos sanguíneos que irrigam os membros superiores e inferiores; Doença cardíaca reumática – danos no músculo do coração e válvulas cardíacas devido à febre reumática, causada por bactérias estreptocócicas; Cardiopatia congênita – malformações na estrutura do coração existentes desde o momento do nascimento; Trombose venosa profunda e embolia pulmonar – coágulos sanguíneos nas veias das pernas, que podem se desalojar e se mover para o coração e pulmões. O tratamento das doenças cardiovasculares: No tratamento das doenças coronárias, os fármacos mais usados são os vasodilatadores coronários e os betabloqueadores. Na insuficiência cardíaca utilizam-se os cardiotônicos e os diuréticos; Em arritmias, os antiarrítmicos; Hipertensão arterial sistêmica, os anti-hipertensivos. Cardiotônicos: - São fármacos que aumentam a força contrátil do coração e exercem ações importantes na excitabilidade, automaticidade, velocidade de condução e períodos refratários do coração. - São indicados principalmente na insuficiência cardíaca congestiva, flutter atrial e taquicardia atrial paroxística. Taquiarritmia (aumentos dos batimentos): ouabaína e deslanósido Insuficiência cardíaca crônica ou compensada: digoxina, digitoxina (folhas de digitalis ou dedaleira). Intoxicação por digitálicos: anorexia, salivação, vômitos, náusea e diarreia Podem causar também extra-sístoles ventriculares. Cardiotônicos: Mecanismo de ação: Os glicosídeos digitálicos agem ao nível molecular como inibidores da ATPase da membrana e, desta forma, inibem o transporte de Na+ e K+ através da membrana celular do miocárdio. Aumenta a disponibilidade de íons Ca2+ Cardiotônicos: Digoxina: - Cristais incolores ou brancos ou pó cristalino branco, inodoro, quase insolúvel em água. - É o mais usado dos glicosídeos cardiotônicos, sendo o preferido para o tratamento de insuficiência cardíaca congestiva. - Sua biodisponibilidade pode variar de acordo com o fabricante; por isso, a mudança de marca pode causar ou intoxicação digitálica ou subdigitalização. - A digoxina é excretada pelos rins predominantemente na forma inalterada (diminuir a dose para pacientes com função renal debilitada). Cardiotônicos: Digitoxina: - Pó microcristalino branco ou amarelo pálido, inodoro, quase insolúvel em água. - Tem meia-vida longa, de 5 – 9 dias; isto proporciona efeito terapêutico por tempo prolongado, mas pode constituir desvantagem em caso de intoxicação. - No fígado sofre intensa metabolização e é excretada na urina, 80% na forma de metabólitos inativos. Fármacos antiarrítmicos: Definição: são fármacos empregados no tratamento de distúrbios no ritmo e velocidade dos batimentos cardíacos. Entende-se por arritmia uma anormalidade na iniciação ou propagação dos estímulos cardíacos. Fármacos antiarrítmicos: Mecanismo de ação: A quinidina se liga aos canais de sódio abertos e inativados, impedindo o influxo de sódio e reduzindo, dessa forma, a velocidade de entrada rápida durante a Fase 0. Fármacos antiarrítmicos: Quinidina: - Aumenta o período refratário e reduz a automaticidade cardíaca. É empregada para restabelecer o ritmo sinusal normal da fibrilação e flutter atriais. Cloridrato de amiodarona: - Início de ação lento; - Apresenta a vantagem de exercer efeito por tempo prolongado (30 a 45 dias). Fármacos antiarrítmicos: Bloqueia canais de Ca2+ Fármacos anti-hipertensivos: A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica não transmissível (DCNT), de causa multifatorial, caracterizada por elevação persistente da pressão arterial (PA), ou seja, PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva(Sociedade Brasileira de Cardiologia). Fármacos anti-hipertensivos: HIPERTENSÃO RENAL HIPERTENSÃO NEUROGÊNICA Causada por lesão nos centros vasomotores ou naqueles responsáveis por aumento na pressão do fluido cérebro-espinhal. HIPERTENSÃO ENDÓCRINA Resulta de distúrbios endócrinos, tais como o feocromocitoma, síndrome de Cushing e aldosteronismo primário. HIPERTENSÃO CARDIOVASCULAR Consequência da coarctação da aorta, sendo em geral tratada cirurgicamente. Fármacos anti-hipertensivos: Tem a propriedade de reduzir tanto o rendimento cardíaco quanto a resistência vascular periférica. Atua centralmente, produzindo inibição dos centros vasomotores simpáticos e diminuindo a estimulação simpática para a periferia. As reações adversas são: sedação intensa e secura da boca (sintomas que tendem a desaparecer). Lofexidina Tiamenidina Fármacos anti-hipertensivos: Pó branco a branco-amarelado, inodoro, solúvel em água. Administrado por via oral ou intravenosa, no tratamento de hipertensão moderada a grave, concomitantemente com diuréticos tiazídicos. Primeira escolha para grávidas hipertensas. É contraindicada em anemia hemolítica e alterações hepáticas graves, como cirrose. Seus efeitos adversos principais são: sonolência, astenia, cefaleia, discrasias sanguíneas, distúrbios gastrintestinais e manifestações alérgicas cutâneas. Fármacos anti-hipertensivos: Cloridrato de Propranolol: - Antagonista β-adrenérgico não seletivo; - Pó cristalino branco a esbranquiçado, inodoro, de sabor amargo, solúvel em água. - Os principais efeitos adversos são: insuficiência cardíaca congestiva, ataques asmáticos, distúrbios gastrintestinais e hipoglicemia. Prazosina: - Pó cristalino branco, pouco solúvel em água; - Reduz a resistência vascular periférica, causando relaxamento direto da musculatura lisa das arteríolas e também interferindo com a função simpática periférica. Fármacos anti-hipertensivos: Propranolol Nadolol Timolol Esmolol Metoprolol Atenolol Celiprolol Fármacos anti-hipertensivos: Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA): Captopril Enalapril Lisinopril Ramipril Fármacos anti-hipertensivos: Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA): Captopril Enalapril Lisinopril Ramipril Utilizados em monoterapia; Auxiliam no tratamento de hipertensão em pacientes com insuficiência cardíaca ou com infarto agudo do miocárdio; Quando utilizados por longo prazo, retardam o declínio da função renal em pacientes com nefropatia diabética; Contêm radical sulfidrila e se ligam ao íon zinco por meio de um tiol, sendo representado pelo captopril e seus análogos. Reações adversas: Tosse seca (bradicinina) Angioedema (bradicinina) Hipotensão (após primeira dose) Hipercalemia Teratogenicidade Fármacos anti-hipertensivos: Inibidores da AT1: Valsartana Candesartana Losartana Irbesartana Fármacos anti-hipertensivos: Inibidores da AT1: Valsartana Candesartana Losartana Irbesartana Os fármacos desse subgrupo antagonizam a ação da angiotensina II bloqueando especificamente seus receptores AT1. Usados como monoterapia, são muito úteis em pacientes idosos com insuficiência cardíaca. Reações adversas: hipotensão (após primeira dose); hipercalemia e teratogenicidade. Vasodilatadores cerebrais e periféricos: CEREBRAIS Os vasodilatadores cerebrais manifestam seletividade pela região cerebral e, por esta razão, são empregados apenas no tratamento de distúrbios cerebrovasculares. PERIFÉRICOS Os vasodilatadores periféricos exercem ação vasodilatadora periférica geral, sem manifestar predileção por determinada região do organismo. São usados para tratamento de diversos distúrbios vasculares periféricos, como a doença de Raynaud e arteriosclerose, bem como em distúrbios cerebrovasculares. MECANISMO DE AÇÃO: dilatam vasos, diminuindo a RVP: - liberando NO (menos Ca+2 relaxa músculo liso vascular) - abrindo canais de K+ (hiperpolariza e relaxa músculo liso vascular) - bloqueando canais de Ca+2 (menos Ca+2 relaxa músculo liso vascular) Vasodilatadores cerebrais e periféricos: Vasodilatadores cerebrais e periféricos: