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ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE EM CIDADES COM MENOS DE 100

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ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE EM CIDADES COM
MENOS DE 100.000 HABITANTES
A atenção básica de saúde em cidades com menos de 100.000 habitantes apresenta
características e desafios específicos que demandam uma abordagem organizada e eficaz
para garantir a cobertura e a qualidade dos serviços prestados à população. A literatura
especializada oferece diversas diretrizes e recomendações sobre como estruturar esses
serviços, de modo a atender às necessidades locais de forma adequada e sustentável.
Estruturação e Estratégias
Modelo de Atenção à Saúde: O modelo de atenção à saúde em cidades menores deve ser
centrado na Atenção Primária à Saúde (APS), que é a porta de entrada preferencial para o
sistema de saúde. A APS deve ser orientada pelos princípios da universalidade,
integralidade, equidade e continuidade do cuidado. Segundo Starfield (1994), a APS eficaz
pode resolver a maioria dos problemas de saúde da população, reduzindo a necessidade de
intervenções mais complexas e caras.
Unidades Básicas de Saúde (UBS): As UBS são fundamentais para a APS. Em cidades com
menos de 100.000 habitantes, as UBS devem estar distribuídas estrategicamente para
garantir acessibilidade. Segundo a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), cada UBS
deve cobrir uma população de até 4.000 pessoas, o que implica em várias UBS para cobrir
toda a população de uma cidade de médio porte.
Equipes de Saúde da Família (ESF): A Estratégia de Saúde da Família é essencial para a
organização da APS. Cada equipe deve ser composta por médicos, enfermeiros, técnicos de
enfermagem e agentes comunitários de saúde. A ESF tem um papel crucial na promoção da
saúde, prevenção de doenças, tratamento e reabilitação. Estudos mostram que a ESF
melhora indicadores de saúde e reduz hospitalizações evitáveis (Macinko, Guanais, & de
Fátima Marinho de Souza, 2006).
Desafios e Soluções
Recursos Humanos: Um dos desafios é a fixação de profissionais de saúde em áreas menos
populosas. Ações como incentivos financeiros, capacitação contínua e a oferta de condições
adequadas de trabalho são estratégias recomendadas para atrair e reter esses profissionais
(Scheffer et al., 2020).
Infraestrutura e Equipamentos: A qualidade da infraestrutura das UBS e a disponibilidade de
equipamentos são cruciais para o bom funcionamento dos serviços. Investimentos em
tecnologias de informação e comunicação (TIC) também são necessários para melhorar o
registro de dados e a comunicação entre diferentes níveis de atenção (Paim et al., 2011).
Financiamento: O financiamento adequado e sustentável é um desafio constante. A alocação
de recursos deve ser baseada em critérios de equidade, considerando as especificidades
locais. A PNAB (2017) reforça a necessidade de financiamento tripartite (federal, estadual e
municipal) para garantir a sustentabilidade dos serviços.
Participação Comunitária: A participação da comunidade na gestão e planejamento dos
serviços de saúde é essencial. Conselhos Municipais de Saúde atuam como espaço de
controle social, permitindo que a população participe das decisões sobre políticas de saúde
(Carvalho & Sousa, 2000).
Exemplos de Boas Práticas
Telemedicina: A telemedicina tem se mostrado uma ferramenta eficaz para complementar a
APS em cidades menores. Ela facilita o acesso a especialistas, reduz deslocamentos e
promove a continuidade do cuidado (Wootton, 2012).
Programas de Educação em Saúde: Iniciativas de educação em saúde, como campanhas de
vacinação, programas de nutrição e atividades físicas, são cruciais para a promoção da saúde
e prevenção de doenças.
Ações Integradas: A integração das ações de saúde com outras políticas públicas, como
educação, saneamento e assistência social, potencializa os resultados e promove a melhoria
das condições de vida da população.
Conclusão
A organização da atenção básica em cidades com menos de 100.000 habitantes requer uma
abordagem integrada e adaptada às especificidades locais. A adoção de modelos eficazes de
APS, o fortalecimento das equipes de saúde, a garantia de recursos adequados e a
participação comunitária são pilares fundamentais para a construção de um sistema de
saúde resiliente e eficiente. A literatura fornece diretrizes e evidências que, quando
aplicadas de forma contextualizada, podem transformar a saúde dessas comunidades,
promovendo maior qualidade de vida e equidade no acesso aos serviços de saúde.
Referências
● Carvalho, A. I., & Sousa, M. F. (2000). O papel dos Conselhos Municipais de Saúde na
descentralização do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Cadernos de Saúde
Pública, 16(3), 601-618.
● Macinko, J., Guanais, F. C., & de Fátima Marinho de Souza, M. (2006). Evaluation of
the impact of the Family Health Program on infant mortality in Brazil, 1990–2002.
Journal of Epidemiology & Community Health, 60(1), 13-19.
● Paim, J., Travassos, C., Almeida, C., Bahia, L., & Macinko, J. (2011). The Brazilian
health system: history, advances, and challenges. The Lancet, 377(9779), 1778-1797.
● Scheffer, M., Cassenote, A., Guilloux, A., Miotto, B. A., Mainardi, G. M., Matijasevich,
A., & Massenburg, B. (2020). The medical workforce and the impact of the More
Doctors Program in Brazil: an observational study. Human Resources for Health,
18(1), 1-9.
● Starfield, B. (1994). Is primary care essential? The Lancet, 344(8930), 1129-1133.
● Wootton, R. (2012). Twenty years of telemedicine in chronic disease
management–an evidence synthesis. Journal of Telemedicine and Telecare, 18(4),
211-220.

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