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O PAPEL DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA PARA A DEMOCRATIZAÇÃO SOCIAL

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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ UNOPAR
SISTEMA DE ENSINO À DISTÂNCIA
PEDAGOGIA
JEANINY DOS SANTOS PEREIRA
O PAPEL DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA PARA A DEMOCRATIZAÇÃO SOCIAL
Petrolina-PE
2020
JEANINY DOS SANTOS PEREIRA
O PAPEL DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA PARA A DEMOCRATIZAÇÃO SOCIAL
Trabalho apresentado à UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial à aprovação no 1° semestre do curso de Pedagogia, para as disciplinas: Políticas Públicas da Educação Básica; Ética, Política e Cidadania; Psicologia da Educação e da Aprendizagem; Práticas Pedagógicas: Gestão da Aprendizagem; Educação e Diversidade.
Professores: Natália Gomes dos Santos; José Adir Lins Machado; Juliana Chueire Lyra; Tatiane Mota dos Santos Jardim; Patrícia Graziela Gonçalves.
Petrolina-PE
2020
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	4
2	DESENVOLVIMENTO	5
2.1	A IMPORTÂNCIA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA	5
2.2	POSTAGEM FORMATIVA SOBRE A POPULAÇÃO AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA	7
2.2.1	SUGESTÃO DE ATIVIDADES PEDAGÓGICA	8
3	CONCLUSÃO	9
REFERÊNCIAS	10
1 INTRODUÇÃO 
Esse trabalho apresenta vários conceitos básicos sobre o papel da cultura afro-brasileira e indígena; o histórico de luta para garantir seus direitos sociais e políticos; as reflexões sobre a importância da inclusão da temática no curriculo, e sobre o tipo de projeto a ser desenvolvido com o alunos, dentre os desafios colocados para a Educação de Jovens e Adultos, está o de possibilitar a inclusão da discussão sobre a questão étnicos-raciais, não apenas como um tema transversal ou uma disciplina do currículo, mas como uma discussão, problematização e vivências.
Compreendo que no momento atual, a escola passa a ser considerada como uma organização estratégica no combate aos mais variados tipos de preconceitos, porque se constitui no centro das culturas, com identidades e personalidades distintas, que se unem com um único objetivo, aprender e a socializar os conhecimentos. 
Dessa forma, a escola juntamente com os educadores devem elaborar um projeto, que abordem a importância da cultura afro-brasileira e indígena, como uma herança, cuja história foram esquecida e ignorada ao longo do tempo. Nesse contexto, a escola deve utilizar como metodologia, a produção do conhecimento, através dos debates, exibição de filmes, coleta e produção de depoimentos e apresentações teatrais, auxiliando sempre nas produções e pesquisas de textos, imagens ou outros materiais que possam ajudá-los a compreender os conteúdos trabalhados. Após as realizações de cada apresentação, os educandos tem a misão de divulgar na página do Instagram da escola os conteúdos que respaldam a discussão sobre a temática, e os alunos que não possuem acesso à internet, será diponibilizado a sala de informática para o acompanhamento das atividades e as interações online.
Portanto, a temática mencionada contribui para o estudo, discussão e reelaboração sobre o processo de construção da formação cultural brasileira na contemporaneidade, voltada para a não discriminação e, principalmente, para a valorização das diversidades culturais e históricas que marcaram a formação do povo brasileiro, como um sujeito de direito, a quem devemos respeitar e desconstruir os preconceitos. 
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA
Na educação escolar, a compreensão do discurso do currículo é necessária para a continuidade do processo de aprendizagem, uma vez que, as escolas são constituídas de diversidades culturais e sociais. Nesse aspecto, a escola pode trabalhar o fortalecimento de identidades, com ações educativas de combate a todo tipo de discriminação, Segundo a autora Hooks (2013, p. 56) “é necessário fazer da sala de aula um contexto democrático, pensar na prática docente, na constituição do próprio currículo, com a finalidade de inclusão dos grupos marginalizados.” Segundo o autor, a educação precisa de transformação para que os conceitos errôneos possam transcender para uma nova perspectiva de superação, na qual os grupos étnico-raciais possam ser visto como indivíduos que tem direitos igualitários de acordo com suas diferenças.
É no convívio com as diferenças que o aluno entrará em contato com a diversidade que o cerca, percebendo que ao seu redor cada pessoa tem o seu valor e a sua singularidade. Segundo os ensinamentos de Morin (2002, p. 56), a cultura pode ser compreendida como um “conjunto dos saberes, regras, normas, estratégias, crenças, valores, mitos, que se transmite de geração em geração e se reproduz em cada indivíduo”. De acordo com o autor, é indispensável que a escola construa relações de confiança, pois, os grupos, ao interagirem entre si, ultrapassam as fronteiras culturais uns dos outros e acabam agregando novos conhecimentos e costumes. capaz de aprender e também ensinar, desde que a escola saiba explorar as suas potencialidades.
As escolas devem se adequar à nova Lei 10.639/03, onde o estudo da história e da cultura Afro-Brasileira, deve “encontrar um modo de redesenhar as aulas e encaixar os novos conteúdos exigidos, contribuindo com a superação dos preconceitos e atitudes discriminatórias por meios de práticas pedagógicas de qualidade”. De acordo com à nova Lei 10.639/03, as escolas públicas e privadas de ensino fundamental e médio, devem incluir nos seus currículos a história da cultura afro-brasileira, valorizando a diversidade, Segundo o pensamento de Pereira (2007, p. 62), “A inclusão da cultura nos currículos escolares representam, o estabelecimento de políticas públicas afirmativas que permitem à sociedade brasileira reconhecerem sua dívida para com os seus descendentes.” De acordo com o autor, os afro-brasileiros e indígena devem ser considerado como sujeitos formadores na construção da sociedade, nos quais devem ser mostrados sua rica cultura (danças, músicas, culinária), como também a sua religião, além de abordar as relações étnico-raciais.
Diante do exposto, a inclusão da história e da cultura afro-brasileira e indígena nos currículos da Educação básica brasileira, através da promulgação das Leis 10.639, de 2003, e 11.645, de 2008: 
é um momento histórico ímpar, de crucial importância para o ensino da diversidade cultural no Brasil. Trata-se de um momento em que a educação brasileira busca valorizar devidamente a história e a cultura de seu povo afrodescendente e indígena. É uma oportunidade histórica de reparar danos, que se repetem há cinco séculos.
Nesse aspecto, é preciso repensar a pratica pedagógica e trazer para as aulas o conteúdo da História e da cultura Afro-Brasileira e Indígena, para que possamos refletir sobre a discriminação racial, valorizar a diversidade étnica, gerar debates, estimular valores e comportamentos de respeito e solidariedade com outras culturas. Para Silvério (2001, p.192), “a escola deve formar pessoas autônomas, tanto moral como intelectualmente. Para isso, o corpo docente deve estar bem preparado, não só com o domínio do conteúdo, mas saber lidar com as diversidade dos (as) alunos (as)”. Nesse aspecto, é preciso que o educador compreenda as diferenças de identidades, a diversidade, a cultura e as relações raciais da população e valorizar os conhecimentos produzidos pelas diversas culturas, para intervir na realidade de forma que as diferenças entre os povos sejam vistas como riquezas.
Percebe-se que, quando a escola respeita e se apropria das diferentes formas de aprendizado e compreende o desenvolvimento cultural das diversidades, abre um leque de possibilidades para novos conhecimentos escolares, contribuindo assim para valorização e o respeito da diversidade. Segundo Boaventura (1999, p. 6), “As pessoas têm direito a ser iguais sempre que a diferença as tornar inferiores, contudo têm também direito a ser diferentes sempre que a igualdade colocar em risco as suas identidades” De acordo com o pensamento do autor, é importante ressaltar que, valorizara diversidade não pressupõe tratar todos como iguais. Pressupõe o reconhecimento da diferença e seu acolhimento na perspectiva de respeito e valorização de cada sujeito, cada comunidade, cada cultura com suas características e modos de ser.
	
Assumir a diversidade é muito mais do que um elogio às diferenças. Representa não somente uma reflexão, mas também implementar políticas públicas, alterar relações de poder, redefinir escolhas, tomar novos rumos e questionar a nossa visão de democracia. (MEC, 1998, p.218).
Desta forma, As transformações começam a partir de pequenas ações. Cada um de nós é importante e responsável nessa luta. É preciso desenvolver um trabalho educativo, onde todos os envolvidos: governo, escola, professores, alunos, família, grupos e movimentos negros e demais instituições sociais propulsoras de uma formação cidadã estejam engajados em abraçar esta causa, proporcionando uma educação inclusiva de respeito às diferenças, combatendo o racismo e suas distintas formas de manifestações na sociedade brasileira.
Portanto, é de extrema relevância envolver as famílias nos projetos, diálogos e discussões pedagógicas, para a existência de práticas que nos instigam a refletir, a sentir, a agir, a reagir, a criar e a recriar. Segundo Freire (2009, pág. 35), “Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação.” De acordo com o pensamento de Paulo Freire, devemos estar abertos ao novo e rejeitar qualquer forma de diferença, desrespeito ao ser humano e a negação da democracia.
2.2 POSTAGEM FORMATIVA SOBRE A POPULAÇÃO AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA
É dever da escola promover no espaço educativo a valorização da diversidade étnico-racial, ou seja, colocar os alunos em contato com os elementos que formam cada grupo étnico brasileiro, para que sejam capazes de compreender a complexidade dessas identidades e, assim, se afirmar não apenas pela cor da pele ou do cabelo, mas por outros elementos. 
"Através de depoimentos, o documentário "Espelho, espelho meu", produzido por Elton Martins, aborda representações afro-estéticas no período juvenil. Mães, crianças e adolescentes: todos falam um pouco de suas experiências com os seus cabelos e sobre suas escolhas pessoais. Além disso, o vídeo conta com a participação do historiador Antônio Cosme que norteia o tema ao destrinchar o processo de construção de identidade. Depoimentos de adultos (homens e mulheres), adolescentes e crianças são usados no documentário como confirmações do que fala o historiador. 
Nesse aspecto, a valorização da estética negra na escola pode torna-se uma estratégia pedagógica de construção de identidade e de combate ao racismo para tanto “a escola deve superar os preconceitos em relação à estética negra” Gomes (2002, p. 4). Desta forma, a estética negra é tratada, no documentário, como uma expressão cultural que não se constrói no vazio, na mera folclorização ela é pensada em termos de resgate histórico, de respeito aos ancestrais negros, de cuidados, de carinho de aproximação da criança negra, proporcionando-a o direito de ser diferente, e ao mesmo tempo se sentir parte de um grupo social, para que possa elevar sua autoestima, aspecto que é de extrema importância no processo de aprendizagem. 
A construção da identidade racial, através da valorização da estética negra, na escola articula-se com o tema da educação para as relações étnico/raciais que têm suscitado discussões importantes no meio acadêmico, para uma educação antirracista que respeite as diferenças e a possibilidade de construção de identidades positivas.
Portanto, o Documentário Sobre Estética e Cabelos Afros: Espelho, Espelho Meu!, está disponível no link https://www.youtube.com/watch?v=44SzV2HSNmQ, e para a construção desse documentário teve o apoio de um texto. CAVALLEIRO, E. dos S. (org.). Racismo e antirracismo na educação: repensando a nossa escola. São Paulo: Selo Negro, 2001. 
2.2.1 SUGESTÃO DE ATIVIDADES PEDAGÓGICA
Dialogar sobre as dimensões conceituais e as práticas relacionadas a população afro-brasileira e indígena, afim de exercitar a elaboração de atividades que levem em consideração o redimensionamento de práticas-pedagógicas que valorizem a diversidade étnico-racial, e o respeito à diferença.
Os participantes serão estimulados a lembrar e contar a trajetória de vida, os conflitos e tensões da construção de identidade na família, na comunidade e posteriormente na sua formação, o que for pertinente sobre a temática abordada.
3 CONCLUSÃO
	
Esse trabalho possibilitou entender o quão importante é as leis e diretrizes para a educação brasileira, garantindo o direito de reconhecimento para as populações afro-brasileira e indígena, sua rica cultura (danças, músicas, culinária), como também a sua religião, além de abordar as relações étnico-raciais. Nesse aspecto, deve ser transmitida em todas as escolas da Educação Básica, desde as séries iniciai até a Educação de Jovens e Adultos, desde cedo as crianças devem ser inseridas dentro dessa cultura, e aprenderem a respeitar as diferenças, repudiar as práticas discriminatórias e a se conscientizem sobre a necessidade da igualdade de direitos.
Sendo assim, cabe aos docentes, juntamente com a escola, buscar efetivamente conhecimentos sobre a questão afro-brasileira e indígena, para incluir no ambiente escolar e ainda formular projetos que promova o respeito e possibilite um diálogo consciente e tranquilo, sem preconceitos. Dessa forma, os alunos serão os futuros cidadãos de nosso país e se forem bem orientadas agora no futuro não teremos mais necessidades de tantas leis para evitar os preconceitos existentes.
Para que haja a inclusão da história e da cultura afro-brasileira e indígena nos currículos da Educação básica, é preciso programas de formação continuada para as relações étnico-raciais que dialogue ou transforme o currículo da escola, e que atinjam a todos os profissionais da educação. Nesse aspecto, se faz necessário a adoção de ações, programas e projetos orientados por objetivos de curto, médio e longo prazo, que os fortaleçam no combate ao racismo e a valorização da cultura afrodescendentes. 
Nesse aspecto, para que o aluno afro-brasileiro e indígena, tenha seus direitos assegurados no espaço educacional, é necessário que o professor esteja preparado para lidar com diversos desafios, dentre esses destacando-se o racismo, o preconceito e a discriminação.
Portanto, esse trabalho propiciou-me uma oportunidade ímpar de ampliação do entendimento referente às questões étnico-raciais. E a cada leitura realizada, sentir a necessidade de colocar em prática toda essa nova bagagem de informação teórica, e como educadora almejo uma educação de fato inclusiva que ascenda a todos os grupos em uma perspectiva de igualdade.
REFERÊNCIAS
BORGES, Elizabeth Maria de Fátima. A inclusão da história e da cultura afro-brasileira e indígena nos currículos da educação básica. Vassouras. v. 12. n. 1. p. 71-84. 2010. Disponível em: https://www2.olimpiadadehistoria.com.br/vw/1IN8l5YjrMDY_MDA_ 06d5_/05A_Inclus aodahistoriaculturaafro.pdf. Acesso em: 16 agos. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponivel em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1. pdf. Acesso em: 29 Agos. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF. 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/BNCC_ EnsinoMedio _embaixa_site_110518.pdf. Acesso em: 25 agos. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília, p. 1-37, 2004. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/informacao-da-ublicacao//assetpubliher/6JYIsGMAMkW1/do cument/id/488171. Acesso em: 18 agos. 2020.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2002. Disponível em: http://www.apeoesp.org. br/sistema/ck/files/4%20Freire_P_%20Pedagogia%20da%20autonomia.pdf.Acesso em: 1 set. 2020.
HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como pratica de liberdade. São Paulo. 2013.
Lei nº 11.645 de 10 de março de 2008. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Diário Oficial da União. 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645 .Htm. Acesso em: 20 agos. 2020.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários a educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2002.
PEREIRA, Edmilson. Malungos na escola: questões sobre culturas afrodescentes e educação. Coleção Educação em Foco. São Paulo: Paulo: Paulinas, 2007.
SILVÉRIO, Valter Roberto; PINTO, Regina Pahim; ROSEMBERG, Fúlvia. Relações Raciais no Brasil: pesquisas contemporâneas. São Paulo, contexto, 2001.