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AVC: Escalas de Avaliação Pré-hospitalares

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No Brasil nos deparamos com uma transição demográfica acelerada. Apesar das baixas taxas de fecundidade, a população brasileira continuará crescendo nos próximos anos e, em meados de 2050 a população idosa irá superar o número de jovens, o que impactará significativamente no perfil de saúde da população. Neste contexto, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) juntamente com o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) se caracterizam como uma das principais causas de mortalidade no país.
A escala apresenta excelente precisão, sensibilidade e consenso entre observadores. Este é um recurso importante para ajudar a abordar os cuidados de saúde durante a análise inicial do indivíduo com suspeita de AVC, uma vez que contribui de forma significativa para a identificação precoce da condição de forma descomplicada e ágil.
O uso de escalas de avaliação pré-hospitalares de AVC pode aumentar as chances do tratamento precoce, diminuindo a mortalidade e as sequelas permanentes em decorrência do AVC. Entretanto, considerando que os principais instrumentos validados e conhecidos mundialmente foram construídos em países desenvolvidos, torna-se fundamental que sejam traduzidos e adaptados sistematicamente para a cultura da realidade onde forem aplicados. Sendo assim, o presente estudo realizou a tradução e adaptação transcultural para o idioma português do Brasil, além de verificar a validade e confiabilidade das escalas Cincinnati Prehospital Stroke Scale e Los Angeles Prehospital Stroke Screen no Brasil. Houve a necessidade de alteração de algumas terminologias a fim de tornar a escala aplicável na população brasileira. Os testes estatísticos mostraram que as escalas apresentaram boas propriedades psicométricas, mostrando uma alta confiabilidade interobservador, sensibilidade e acurácia, o que as tornam válidas e confiáveis para a utilização na população brasileira.
Após a tradução e a adaptação transcultural, a escala foi aplicada em 64 pacientes, apresentando acurácia de 93,0% e sensibilidade de 92,4% em relação ao diagnóstico final, considerado padrão-ouro. Em 26 pacientes (40,6%) foi possível calcular o índice de Cohen de Kappa, evidenciando excelente confiabilidade interobservador entre os itens da escala (0,8385 a 1,0000).
É importante notar que a Escala de Cincinnati é uma ferramenta de triagem inicial e não substitui uma avaliação médica completa. Se um paciente exibir sinais ou sintomas de AVC, é crucial procurar atendimento médico imediatamente para diagnóstico e tratamento adequados.
Referencia :
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_instrutivo_rede_atencao_urgencias

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