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CURSO DE MEDICINA THANMARA CRISTINA COSTA E COSTA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO III Tarefa da semana 12: Classificação e Tratamento das Anemias SANTA INÊS – MA 2024 THANMARA CRISTINA COSTA E COSTA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO III Tarefa da semana 12: Classificação e Tratamento das Anemias Tarefa apresentada ao módulo de Sistemas Orgânicos Integrados (SOI) III, como requisito para composição de nota referente a TICs. Professor: Carlos Alberto Alves Dias Filho SANTA INÊS – MA 2024 1. Como diferenciar os tipos de anemia? Qual o tratamento para cada grupo? A anemia, conforme definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ocorre quando o teor de hemoglobina no sangue está abaixo do normal, devido à deficiência de um ou mais nutrientes essenciais. Entre as várias causas de anemia, a deficiência de ferro é a mais comum, representando aproximadamente 90% dos casos. No entanto, outras deficiências nutricionais, como zinco, vitamina B12 e proteínas, também podem desencadear anemia. As anemias podem ser classificadas de várias maneiras, sendo duas das mais utilizadas na prática laboratorial a classificação laboratorial e a fisiopatológica. A classificação laboratorial baseia-se nos resultados dos índices hematimétricos (VCM e HCM), resultando em três tipos principais de anemia: normocítica/normocrômica, microcítica/hipocrômica e microcítica. A anemia microcítica é caracterizada pela presença de glóbulos vermelhos menores que o normal na corrente sanguínea e inclui subtipos como anemia ferropriva, anemia por doença crônica, talassemia e sideroblástica. Nesse sentido, a anemia ferropriva, uma das formas mais comuns de anemia microcítica, geralmente resulta de sangramento gastrointestinal crônico em adultos. O tratamento inicial consiste em investigar a causa subjacente e, em seguida, realizar a reposição de ferro, preferencialmente por via oral. A forma de ferro administrada é o sulfato ferroso, comumente prescrito em dosagens de dois a três comprimidos ao dia. As talassemias são distúrbios hereditários que afetam a síntese das cadeias de hemoglobina, levando à redução na produção das cadeias alfa ou beta da hemoglobina. O tratamento varia dependendo da gravidade da condição, com opções como transfusões sanguíneas, quelantes de ferro e, em alguns casos, esplenectomia. Por outro lado, a anemia sideroblástica é rara e resulta de defeitos enzimáticos que afetam a síntese do grupo heme da hemoglobina. O tratamento geralmente envolve suporte transfusional e abordagem do fator causal subjacente. A anemia por doença crônica é secundária a condições inflamatórias crônicas, resultando na produção de citocinas que inibem a produção de eritropoetina e diminuem a responsividade da medula óssea. O tratamento desse tipo de anemia é direcionado para a doença subjacente que a causou. As anemias normocíticas são caracterizadas por apresentar um volume corpuscular médio (VCM) dentro do intervalo considerado normal, como a anemia aplásica, as anemias hemolíticas e por perda de sangue. Essas anemias podem ser atribuídas a condições genéticas, como mutações na hemoglobina ou defeitos enzimáticos ou de membrana, que resultam em hemólise congênita. Ademais, anemias normocíticas podem ser adquiridas e resultarem de diferentes mecanismos. Por exemplo, algumas são causadas por hemólise mediada por anticorpos, onde o sistema imunológico ataca e destrói os glóbulos vermelhos. Outras podem surgir devido a condições como microangiopatias, onde os pequenos vasos sanguíneos são danificados, ou podem ser secundárias a infecções. A anemia aplástica pode ser hereditária (genética) ou adquirida (autoimune), sendo esta última mais comum. A exposição a agentes químicos, como bismuto e cloranfenicol, é uma causa frequente da forma adquirida. O tratamento varia conforme a gravidade, podendo incluir medicamentos para estimular a medula óssea, como oximetolona, ácido fólico e corticoides. Em casos graves, o transplante de medula óssea pode ser necessário. A esferocitose hereditária é uma doença genética que afeta os glóbulos vermelhos, causando uma forma esférica anormal. O tratamento inclui suplementação de ácido fólico, transfusões de sangue em casos graves e, possivelmente, a remoção do baço, embora isso seja evitado em crianças pequenas. A vacinação contra infecções é importante para pacientes que passaram por esplenectomia. A anemia falciforme é uma condição genética em que há produção de uma hemoglobina anormal (hemoglobina S), resultando em anemia crônica, dor e disfunção de órgãos. O tratamento da anemia falciforme é contínuo ao longo da vida e inclui o uso de medicamentos para prevenir crises de dor e infecções, além da utilização de máscara de oxigênio conforme necessário e eventualmente transfusões sanguíneas. As anemias macrocíticas, identificadas por um volume corpuscular médio (VCM) superior a 95 fL, têm uma variedade de causas, incluindo deficiências de vitamina B12 e ácido fólico, abuso de álcool, doenças hepáticas e mielodisplasias. Essas anemias podem ser subdivididas em dois grupos distintos: megaloblásticas e não megaloblásticas. A classificação desses grupos é baseada na aparência dos eritroblastos na medula óssea. No tratamento da anemia megaloblástica, é essencial corrigir as deficiências de vitamina B12 e ácido fólico, frequentemente através de suplementação adequada dessas vitaminas. Portanto, a ampla variedade de causas de anemia, desde deficiências nutricionais até condições genéticas adquiridas, destaca a importância da abordagem personalizada no diagnóstico e tratamento dessa condição. Tratamentos que vão desde a reposição de nutrientes até a intervenção mais invasiva, como o transplante de medula óssea, são considerados com base na gravidade e na causa subjacente da anemia. REFERÊNCIAS MORTARI, Isabele Felix; AMORIM, Murilo Tavares; DA SILVEIRA, Michele Amaral. Estudo de correlação da anemia ferropriva, deficiência de ferro, carência nutricional e fatores associados: Revisão de literatura. Research, Society and Development, v. 10, n. 9, p. e28310917894-e28310917894, 2021. NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. 10ª edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788527737876. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527737876/. Acesso em: 16 mai. 2024. SOLER NODA, Gilberto; PEÑA LEYVA, Kirenia; FORRELLAT BARRIOS, Mariela. Anemias hemolíticas hereditarias por defectos en la membrana de los eritrocitos. Revista Cubana de Hematología, Inmunología y Hemoterapia, v. 36, n. 2, 2020.