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Universidade Nove de Julho – Medicina SBC Giovanna Facchina Martins – Turma VI – 6º semestre Trauma torácico É a principal causa de morte nos politraumatizados A grande maioria dos casos vai ser resolvida pelo socorrista, não requer especialista, o dreno de tórax consegue resolver a maioria dos pacientes • Toda drenagem é precedida por uma punção, introduz um dreno no espaço pleural (precisa acoplar o dreno no sistema de selo d’água para não entrar ar no paciente) • O sistema tem que estar corretamente funcionantes, não pode haver distócia de drenagem (problema na drenagem), o dreno tem múltiplas fenestras, todas elas precisam ficam dentro do espaço pleural, se não ocorre enfisema subcutâneo Quando tenho um paciente com trauma ele é dividido em dois grupos • trauma contuso (traumatismo fechado) – não existe continuidade de parede torácica • trauma penetrante (traumatismo aberto) - existe solução (furp/corte) de continuidade na parede torácica Classificação de chegada ao hospital • Estável → sabemos que as condições circulatórias, não apresenta insuficiência respiratória • Drenagem de tórax como tratamento definitivo → lesão pulmonar como causa de hemotórax • Drenagem de tórax não e tratamento definitivo → lesão de esôfago, diafragma, brônquicas e tratamento cirúrgico ou conservador HÉRNIA TRAUMÁTICA Lesão abdominal → pressão intra abdominal Observar lesão de órgãos abdominais, corrige as alças. Se crônico o acesso é por toracotomia O diafragma pode ser suturado por laparotomia ou toracotomia Em casos de dúvida de que é um estômago → passar uma sonda nasogástrica, a sonda vai se enrolar no estômago HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA Instável • Necessidade de tratamento imediato • Insuficiência respiratória ou circulatória • Obstrução de vias aéreas, hemotórax maciço, tamponamento cardíaco Tratamento • Toracotomia • Reposição volêmica LESÕES DE PAREDE TORÁCICA São as mais frequentes no trauma contuso Fratura de costela É tratada pelo cirurgião torácico, socorrista Podem ser classificadas em • simples • múltiplas A grande preocupação é se houve ou não lesao de órgão interno Principais mecanismo de trauma: • Impacto direto (escorregou e bater o tórax no vaso) • Desaceleração (traumas de grande velocidade) • Compressão diametral (esmagamento) Pode acontecer isoladamente ou associado a pneumotórax, hemotórax e contusão pulmonar Lesão dos últimos arcos costais → lesão de fígado ou baço Universidade Nove de Julho – Medicina SBC Giovanna Facchina Martins – Turma VI – 6º semestre Trauma torácico Lesão dos primeiros arcos cristais → traumas graves com lesões vasculares (artéria e veia subclávia) Quadro clínico Dor importante e possível crepitação na palpação (se movimenta) no ponto de fratura No RX vamos ver soluções de continuidade na costela (linhas rápido transparente) cavalgamento (subir um no outro) de fragmento ósseo Trauma contuso É comum que ocorrer equimose em áreas de fratura Quando mais velho, mais intenso a equimose Conduta da fratura simples de costela: • sedação da dor com analgésicos patentes (tramadol, codeina com paracetamol, oxicodona) • se a dor não passar com analgésico pode fazer anestesia local no ponto da fratura ou anestesia peridural torácica • A dor vai persistir por meses (avisar paciente) Tórax instável (MUITO IMPORTANTE) Acontece quando existe uma fratura com 3 ou mais arcos costais consecutivos, cada arco deve estar fraturado pelo menos em dois pontos • Retângulo solto - perde a integridade e continuidade com o restante da caixa torácica • Faz um movimento que se chama paradoxal → quando estamos inspirando o nosso tórax está aumentando de diâmetro, pela pressão negativa do espaço pleural quanto todo tórax ta crescendo, esse fragmento é puxado para dentro, e quando estamos expirando, aumento pressão espaço plural o tórax diminui e o fragmento é empurrado para fora fazendo movimento em balanço Respiração paradoxal leva a contusão pulmonar → hipoxemia Diagnóstico simples: • Inspeção: movimento paradoxal do tórax, depressão da região fraturada a inspiração abaulamento a expiração • Palpação: crepitações nos arcos costais • RX: arcos fraturados • TC: avalia extensão do dano causado ao parênquima pulmonar Gravidade: avaliar a saturação de oxigênio e o RX mostra um pulmão infiltrado. Em pacientes com PA O2 abaixo de 60 mmHg é considerado que o paciente está em insuficiência respiratória, tratamos com inserção de oxigênio Conduta Se tem fratura múltipla de costela tem que tratar lesões pleurais associadas Sedação eficiente da dor: analgesia ou anestesia peridural torácica Intubação orotraqueal e ventilação mecânica FRATURA DE ESTERNO Principalmente relacionado ao trauma do tórax contra volante do carro Isoladamente não se constitui em situação de gravidade Dor intensa na parede anterior do tórax Pode ter deformidade transversal do esterno presente a inspeção (sinal do degrau) Crepitação grosseira a palpação na região esternal fraturada, com muita dor A incidência radiologia para ver é RX perfil, em PA não vemos bem Conduta: • Sedação da dor Universidade Nove de Julho – Medicina SBC Giovanna Facchina Martins – Turma VI – 6º semestre Trauma torácico • Investidas contusão cardíaca associada (ausculta - sopro, ecg, obrigatório ecocardiograma - possibilidade de lesão do coração, enzimas cardíacas) • Tratamento conservador ou em casos de muita dor e muita deformidade pode fazer fixação cirúrgica PNEUMOTÓRAX Colapso pulmonar decorrente de um extravasamento de ar no pulmão contido dentro da caixa torácica classificação Traumático • Iatrogênico (punção acesso central) • Aberto o Situação rara o Comunicação direta e ampla com o meio externo o Perda de substancia da parede, toracotomia traumatica - abre o tórax do paciente por um agente externo de alta energia (tiro de grande calibre, bomba) o Colapso pulmonar progressivo e total o Atendimento pré hospitalar –. curativo de 3 pontas permite que o ar saia na expiração e na inspiração o curativo colaba não deixando entrar ar • Fechado o Quando não há comunicação livre com a atmosfera, frequentemente causado por fratura de costela → costela corta o pulmão faz laceração → pneumotórax por fratura de arco costal o Pode ser tbm ferida penetrante (tiro, facada) → você não vê saída de ar pelo orifício de entrada do projétil, por isso é fechado o Dispneia, dor pleurítica, timpanismo à percussão, ausência de MV o Conduta: drenagem pleural no 5 ou 6 espaço intercostal na linha axilar média • Hipertensivo o Situação no qual acaba acontecendo de se formar, na área que o pulmão foi rasgado, um sistema de válvula unidirecional (quando o paciente que tem essa situação inspira o ar sai do pulmão e vai pro espaço pleural, quando expira, essa válvula se fecha e o ar não sai) → situações onde há acúmulo progressivo de ar no espaço pleural, esse acúmulo determina colapso pulmonar e desvio de mediastino e traqueia para o lado contralateral fazendo com que os vasos de retorno do sangue para o coração (veia cava) se colabam e nao tem sangue de retorno para o coração o Quadro clínico: dispnéia intensa, taquicardia, hipotensão, ausência de MV unilateral, estase jugular, timpanismo, desvio do ictus, cianose o Tratamento: o tratamento imediato é feito introdução de agulha no 2 EIC na linha hemiclavicular. Definitivo é feito drenagem torácica no 5 EIC - linha axilar média e anterior Espontâneo • Primário • Secundário HEMOTÓRAX Presença de sangue na cavidade pleural causas variável, desde laceração pulmonar até vasos da parede Complicações: perda volêmica, compressão pulmonar. No hemitórax cabem 5L de sangue Classificação hemotórax • pequeno → 100 a 400 • moderado → 150 a 1500 • Maciço 1600 - 4000 Universidade Nove de Julho – Medicina SBC Giovanna FacchinaMartins – Turma VI – 6º semestre Trauma torácico • Total → 5000 a 6000 Hidropneumotórax → presença de líquido e ar na cavidade pleural Toracotomia de urgência Indicada em hemotórax com drenagem imediata de 1500ml Perda de 300ml/h nas primeiras 2-3h após trauma Conduta → drenagem 5 ou 6 EIC, avaliar a estabilidade do doente através da monitorização do sangramento TRAUMA CARDÍACO Divididos em três condições basicas • Tamponamento cardíaco o Acontece quando existe uma laceração miocárdica e o sangue fica contido pelo pericárdio (sangue no saco pericárdico) o Causas: lesões penetrantes, dissecção traumática aorta o A tríade clássica → tríade de beck (estase jugular, hipotensão, abafamento de bulhas) o Presença de líquido no pericárdio → compressão de câmaras cardíacas → restrição diastólica → colapso circulatório o Diagnóstico: fáceis pletórica, tríade de beck, ECG com complexos de baixa voltagem, RX tórax com aumento de área cardíaca o Feito o diagnóstico, temos que descomprimir o pericárdio para que haja diástole tranquilamente, a descompressão é feita: colocar paciente a 45 graus na maca, palpar apêndice xifóide, colocar a agulha (gelco). Alto risco de iatrogenia, 150 a 200ml de sangue sao suficientes para tamponar, como procedimento diagnóstico tem pouco valor • Contusões o Causas: impacto da parede torácica contra volante (esterno), comunicação intraventricular traumática, ruptura de miocárdio e formação de pseudoaneurisma, trauma da arteria coronaria com infarto do miocárdio, insuficiência valvar o Exames complementares: eco, arritmias • Ferimentos penetrantes - não tamponados LESÕES DE GRANDES VASOS Ruptura traumática da aorta Acidentes envolvendo altas velocidades, quedas de grandes alturas → mecanismo de desaceleração súbita • 90% das vítimas morrem no local • 10% chegam vivas no hospital • 50% morrem nas primárias 2h após admissão o conseguiu ficar vivo, pois formou tamponamento, coagulou, pressão baixa na aorta ao fazer conduta para voltar a volemia, pressão da aorta aumenta e sangra muito até a morte Desaceleração brusca —> força de cisalhamento em seus pontos de fixa → ruptura de aorta Diagnóstico: • historia de trauma - desaceleração súbita • Sinais de grande hemotórax esquerdo e choque nos casos de ruptura para a cavidade pleural • RX de tórax → alargamento mediastinal • Tc do tórax pode indicar extravasamento de contraste • Aortografia define diagnóstico e esclarece local da lesão Universidade Nove de Julho – Medicina SBC Giovanna Facchina Martins – Turma VI – 6º semestre Trauma torácico Sempre que paciente trauma tiver alargamento mediastinal → cuidado sangramento mediastino - sinal do apagamento do botão aórtico associado a alargamento mediastino pensar que tem algo grande sangrando no mediastino Alterações radiológicas: • mediastino alargado >8cm • perda do contorno aórtico • desvio do tubo orotraqueal, traqueia • Depressão do brônquio principal esquerdo • fratura 1 e 2 arcos costais Conduta: toracotomia ampla esquerda LESÃO DE VIA AÉREA Lesão da traqueia cervical - a traqueia tem 2/3 dentro do pescoço e o terço distal está no mediastino dando origem aos brônquios Dependendo de onde ela foi machucada temos quadro clínico variado Lesão de traquéia cervical: • Agentes penetrantes • Hiperextensão O quadro clínico é de sinais externos de trauma cervical, voz roupa, enfisema subcutâneo cervical mas o que mais chama atenção é a saída de ar pelo ferimento Diagnóstico se confirma por broncofibroscopia Tratamento é feito pela recuperação da ventilação, abordagem cirúrgica da lesão (cirúrgica, ressecção segmentar, anastomose término terminal) Lesão de traquéia torácica • compressão ântero posterior do tórax • desaceleração súbita Em casos de lesão brônquica o quadro clínico é: • Dispneia • Hemoptise moderada • Enfisema subcutâneo disseminado (ar saindo da via aérea infiltrando no subcutâneo) • Cianose • Insuficiência respiratória Diagnóstico: • Rx de tórax mostra pneumomediastino, pneumotórax, atelectasia pulmonar • Grande perda de ar pelo dreno → sai ar mas tem um furo no brônquio, então o dreno se comporta como se tivesse assoprando num canudo num frasco com água → o dreno fica borbulhando constantemente • Broncofibroscopia → mostra local da lesão e confirma diagnóstico Tratamento: • Emergencial → se houver insuficiência respiratória ou perda área intensa pelo dreno pleural: intubação seletiva contralateral • Após a recuperação da ventilação - toracotomia para sutura da lesão, traqueoplastia LESÃO DE ESÔFAGO Grave, potencialmente fatal e silenciosa Quando suspeitar? • As lacerações do esôfago acontecem por ferimento penetrante onde o projétil atravessa a linha média, principalmente se entrar pela frente e sair por traz Os sintomas são tardios → mediastinite, choque séptico Universidade Nove de Julho – Medicina SBC Giovanna Facchina Martins – Turma VI – 6º semestre Trauma torácico Diagnóstico: • RX contrastado de esofago • Esofagoscopia para ver tamanho, posição Tratamento • Se fizer diagnóstico na fase aguda (nas primeiras 6h até 12h) → em jejum, levar paciente para cirurgia → toracotomia para sutura • Jejum oral por 7 dias (sonda enteral) • Fase tardia já tem mediastinite instalada → tratar com antibiótico o Toracotomia para desbridamento amplo e drenagem o Esofagectomia com reconstrução futura → tratamento definitivo ▪ Toracotomia D → esofago toracico ▪ Toracotomia E → transição abdominal ARMADILHAS: TORACOTOMIA DE RESSUCITAÇÃO OU REANIMAÇÃO Na cena do trauma paciente sem atividade elétrica do coração é declarado morto Na cena do trauma paciente com atividade elétrica devem ser intubados, submetidos a massagem cardíaca externa Quando considerar a possibilidade de fazer a toracotomia de reanimação? • Doentes com ferimentos torácicos penetrantes que cheguem com atividade elétrica sem pulso • Presença de cirurgião habilitado • A toracotomia de reanimação não está indicada no trauma fechado com atividade elétrica sem pulso Indicações: A melhor indicação é para traumas penetrantes que atingem o coração principalmente associado a tamponamento cardíaco ‘’Nenhum sinal de vida’’: • Sem pressão arterial/pulso • Sem movimento respiratório • Sem atividade elétrica do coração • Sem reatividade pupilar. ‘’Sem sinais vitais’’ mas ainda vivo: • Sem pulsos palpáveis • Atividade elétrica do coração • Movimento respiratório presente • Reatividade pupilar. Objetivos: • Atuar no tamponamento cardíaco • Controlar hemorragia cardíaca • Controlar outras lesões sangrantes intratorácicas • Embolismo broncovenoso - completar o hilo • Massagem cardíaca interna • Clampeamento da aorta descendente ASFIXIA TRAUMÁTICA Sinais: • Petéquias • edema Universidade Nove de Julho – Medicina SBC Giovanna Facchina Martins – Turma VI – 6º semestre Trauma torácico • edema cerebral Tratamento: • O2 • Controle de via aérea RESUMO DA AULA As lesões torácicas são frequentes Os ABCDEs são usados para identificar as lesões com risco de vida imediato e as lesões potencialmente fatais A estabilização inicial é feita com procedimentos simples, como intubação traqueal, oxigenação, ventilação e drenagem de tórax. O objetivo do tratamento dos doentes com lesão torácica é restabelecer a normalidade das trocas gasosas e a normalidade hemodinâmica.