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Biologia-02-Moderna-Plus-(com-respostas)-040-042

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O desenvolvimento da Biologia na primeira metade do século XX revelou a necessidade de 
separar os seres vivos em novos reinos. Em 1937, o biólogo francês Edouard Chatton (1883-1947) 
chamou a atenção para o fato de as bactérias apresentarem células procarióticas, isto é, sem 
núcleo nem organelas membranosas, enquanto todos os outros seres vivos possuem células 
eucarióticas. Essa diferença levou alguns biólogos a propor a separação das bactérias em um 
reino exclusivo, denominado Monera.
Na década de 1960, Herbert F. Copeland (1902-1968), um professor de Biologia da Califórnia 
(EUA), sugeriu a divisão dos seres vivos em quatro reinos: Animalia (animais), Plantae (plantas ou 
vegetais), Protista (protozoários, algas microscópicas e fungos) e Monera (bactérias). Em 1969, 
o biólogo norte-americano Robert H. Whittaker (1924-1980) reconheceu e ampliou as propostas 
de Copeland, sugerindo, além dos quatro reinos propostos por ele, a retirada dos fungos do reino 
Protista e sua colocação em um reino próprio, Fungi.
Na década de 1980, as biólogas norte-americanas Lynn Margulis e Karlene Schwartz reco-
nheceram os cinco reinos propostos por Whittaker e tentaram definir melhor os limites do reino 
Protista. Em sua proposta original, Whittaker incluía entre os protistas apenas seres unicelulares 
eucarióticos e algas multicelulares de pequeno porte, classificando as algas de grande porte 
como plantas. De acordo com a proposta de Margulis e Schwartz, o reino passaria a se chamar 
Protoctista e deveria incluir também todas as algas, independentemente de seu tamanho.
Recentemente, outras classificações têm proposto a divisão dos seres vivos em três gran-
des domínios ou super-reinos, um dos quais (Eukarya) é subdividido em oito reinos. Esses três 
domínios foram denominados Bacteria, Archaea e Eukarya. (Tab. 1.2)
 Tabela 1.2 Diferentes sistemas para classificação dos seres vivos
Domínios
Em três 
domínios
Bacteria Archaea Eukarya
Reinos
Em cinco 
reinos
Monera Animalia Fungi Plantae Protoctista
Em seis 
reinos
Bacteria Archaea Animalia Fungi Plantae Protoctista
Em oito 
reinos
Bacteria Archaea Animalia Fungi Plantae Archaezoa Protozoa Chromista
O domínio Bacteria inclui as eubactérias, ou bactérias verdadeiras, atualmente chamadas 
apenas bactérias, enquanto o domínio Archaea agrupa as arqueobactérias, atualmente chama-
das apenas arqueas. A separação entre esses seres procarióticos deve-se ao fato de eles serem 
muito diferentes tanto na estrutura como na fisiologia de suas células.
O domínio Eukarya compreende todos os seres eucarióticos, incluindo oito reinos, nos quais 
se distribuem os protozoários, as algas, os fungos, as plantas e os animais.
Neste livro, adotamos a classificação originalmente sugerida por Whittaker e modificada por 
Margulis e Schwartz, que divide os seres vivos em cinco grandes reinos: Monera, Protoctista, 
Fungi, Plantae e Animalia.
Seja qual for o sistema de classificação adotado, o importante é conhecer as principais cate-
gorias de seres vivos e as características que levam a incluí-los em um ou em outro reino. 
Reino Monera
O reino Monera reúne os seres procarióticos, cuja principal característica é possuírem células 
sem separação física entre o material nuclear e o citoplasma.
Há algumas décadas, os biólogos descobriram que, entre os organismos procarióticos até 
então denominados genericamente de bactérias, havia dois grupos bem distintos e pouco rela-
cionados filogeneticamente. Eles foram então denominados eubactérias (do grego eu, verdadeiro) 
e arqueobactérias (do grego archaio, antigo).
Reino
Monera
Primeiros
seres vivos
Reino
Plantae
Reino
Fungi
Reino
Animalia
Reino
Protoctista
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As arqueobactérias receberam esse nome por terem sido consideradas um grupo primitivo, pro-
vavelmente semelhante aos primeiros seres que habitaram nosso planeta. A maioria das espécies 
desse grupo habita ambientes com condições extremas, tais como fontes termais, tubos digestórios 
de animais, lagos de salinidade altíssima ou fendas vulcânicas no fundo do mar. Mais recentemente, 
descobriu-se que as então chamadas arqueobactérias eram mais aparentadas com os organismos 
eucarióticos do que com as bactérias verdadeiras; assim, elas passaram a ser chamadas apenas 
de arqueas. As eubactérias voltaram, então, a ser denominadas simplesmente bactérias.
Como já mencionamos, diversos sistematas têm sugerido que arqueas e bactérias sejam se-
paradas em categorias taxonômicas hierarquicamente superiores aos reinos, o domínio Archaea 
e o domínio Bacteria. No entanto, na divisão em cinco reinos que adotamos neste livro, elas são 
classificadas juntas no reino Monera, com base no fato de apresentarem células procarióticas.
Reino Protoctista
Alguns biólogos criticam a existência do reino Protoctista (antigamente chamado Protista), 
considerando-o uma categoria artificial por incluir organismos com origens evolutivas diferentes. 
Eles defendem a separação dos protoctistas em diversos reinos, definidos por várias apomorfias, 
o que também é motivo de grande controvérsia: enquanto alguns admitem que quatro reinos se-
riam suficientes, outros sugerem um número bem maior, em torno de doze ou mais. (Fig. 1.23)
Figura 1.23 Uma hipótese das relações 
filogenéticas entre os reinos de seres vivos.
Isso mostra que a classificação, nesse nível, poderá sofrer mudanças significativas em um 
futuro próximo. Por enquanto, a divisão em cinco reinos continua a ser a mais difundida e prática 
e por isso é adotada neste livro.
O reino Protoctista inclui os protozoários, seres eucarióticos, unicelulares e heterotróficos, e 
as algas, seres eucarióticos, unicelulares ou multicelulares, e autotróficos fotossintetizantes. Os 
mixomicetos, anteriormente classificados como fungos, são agora incluídos no reino Protoctista.
Reino Fungi
O reino Fungi inclui os fungos, seres eucarióticos, unicelulares ou multicelulares com corpo 
formado por filamentos (hifas). Eles assemelham-se às algas na organização e na reprodução, 
mas diferem delas por serem heterotróficos.
Em alguns sistemas de classificação mais antigos, os fungos eram incluídos no reino Plantae; 
depois passaram ao reino Protista (atualmente chamado Protoctista) e hoje são classificados 
em um reino próprio.
Reino Plantae
O reino Plantae reúne as plantas, seres eucarióticos, multicelulares e autotróficos fotossinte-
tizantes. As plantas têm células diferenciadas e tecidos corporais bem definidos. Musgos, samam-
baias, pinheiros e plantas frutíferas são os principais grupos que compõem o reino Plantae.
Como já mencionamos, a sinapomorfia que caracteriza o reino Plantae é a presença de em-
briões multicelulares sólidos que, durante o desenvolvimento, retiram alimento diretamente da 
planta genitora. Portanto, as algas multicelulares são excluídas do reino das plantas justamente 
por não formarem embriões desse tipo, cujo desenvolvimento depende da planta-mãe.
AtividAdes
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Reino Animalia
O reino Animalia reúne os animais, seres eucarióticos, multicelulares e heterotróficos. Esse 
grupo inclui uma grande variedade de organismos, desde animais simples como as esponjas até 
animais complexos como os cordados, grupo ao qual pertencemos.
A sinapomorfia que caracteriza os animais é o estágio embrionário denominado blástula, uma 
esfera celular oca. O desenvolvimento da blástula origina a gástrula, a fase embrionária em que 
são “esboçados” os tecidos do novo ser. Você pode relembrar o desenvolvimentoembrionário 
no volume 1 desta coleção.
Vírus, um caso à parte
Os vírus não estão incluídos em nenhum dos cinco reinos, pois não possuem células (são 
acelulares), a unidade fundamental de todos os outros seres vivos. Eles são constituídos por 
uma ou algumas moléculas de ácido nucleico, que pode ser o DNA ou o RNA, envoltas por molé-
culas de proteínas.
Os vírus são sempre parasitas intracelulares: somente 
conseguem se reproduzir no interior de células de outros seres. 
Quando estão fora da célula hospedeira, são completamente 
inertes e não se reproduzem. No interior do hospedeiro apro-
priado, porém, um único vírus pode originar centenas de vírus 
idênticos. (Fig. 1.24)
Figura 1.24 Os vírus não têm organização celular e, por isso, não estão 
incluídos em nenhum dos cinco reinos de seres vivos (alguns biólogos nem 
mesmo os consideram seres vivos). Na micrografia vírus causador da síndrome 
respiratória aguda grave (sars), colorizado artificialmente, observado ao 
microscópio eletrônico de transmissão (aumento  145.0003).
Conteúdo digital Moderna PLUS http://www.modernaplus.com.br
Texto: Cada um no seu quadrado
AtividAdes
QUESTÕES PARA PENSAR E DISCUTIR
 Questões objetivas
 1. A divisão dos seres vivos em grupos de acordo com 
suas semelhanças é chamada
a) classificação biológica.
b) evolução.
c) filogenia.
d) nomenclatura binomial.
 2. A categoria taxonômica correspondente à primeira 
palavra do nome científico de um ser vivo é
a) classe. c) filo.
b) família. d) gênero.
 3. O sistema de nomeação dos seres vivos, original-
mente proposto por Lineu e utilizado até hoje, é 
chamado de 
a) categoria taxonômica.
b) evolução.
c) filogenia.
d) nomenclatura binomial.
 4. Qual das alternativas a seguir traz escrito corre-
tamente o nome científico de uma espécie de ser 
vivo?
a) Canis Familiaris. c) solanum tuberosum.
b) Homo. d) Zea mays.
 5. O trecho a seguir foi escrito por um estudante de 
Biologia:
A família Canidae engloba cerca de 34 espécies; 
uma delas é a do lobo, canis lupus.
O nome científico do lobo, no texto do estudante, 
está escrito
a) corretamente, porque tem de ser destacado 
por meio de sublinhado ou de itálico (letra 
inclinada).
b) incorretamente, porque deveria estar escrito em 
itálico (letra inclinada).
c) incorretamente, porque, além de destacado 
no texto, o nome do gênero deve ter a inicial 
maiúscula.
d) incorretamente, porque, além de destacado 
no texto, gênero e espécie devem ter a inicial 
maiúscula.
Considere as alternativas a seguir para responder 
às questões de 6 a 12.

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