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TÓPICO 4 | PRIMEIROS SOCORROS EM EMERGÊNCIAS TRAUMÁTICAS 193 • Observe a respiração da vítima: é ruidosa por causa das secreções acumuladas na boca ou de um traumatismo cerebral? É rápida ou superficial? Retire da boca qualquer objeto causador de obstrução, incluindo dentes partidos ou próteses dentárias se estiverem a perturbar a respiração. • Se houver parada respiratória, proceda a respiração artificial abrindo as vias respiratórias através do traço maxilar, sem inclinação da cabeça, se conhecer esta técnica específica. • Observe também os sinais de circulação sanguínea, a reação à dor, qualquer subida da temperatura e qualquer alteração do estado neurológico. • Não deixe a vítima sozinha. • Tape-a para evitar o estado de choque e a perda de calor. Nunca lhe eleve as pernas. Esta manobra aumentará a pressão sanguínea na cabeça e provocará complicações em caso de hemorragia cerebral, de compressão cerebral e fratura craniana. • Enquanto aguarda pelos Serviços de Emergência, vigie constantemente o estado da vítima. Volte a efetuar o exame primário e verifique regularmente o seu estado de consciência, continuando a falar sempre com ela. • Se a vítima estiver consciente: • Insista na importância de permanecer imóvel, para não agravar o seu estado. • Proceda a um exame neurológico. Este exame é um bom indicador do funcionamento cerebral, uma vez que este pode ser afetado em caso de traumatismo na coluna vertebral. Verifique se a vítima apresenta entorpecimento, formigamento ou perda de sensibilidade ou de atividade muscular nas extremidades. Na sequência de uma ruptura da medula espinhal, a vítima poderá ter dificuldade ou ser incapaz de executar movimentos. Peça à vítima para mexer levemente os dedos das mãos e dos pés e toque neles para ver se ela sente. Em caso afirmativo, peça-lhe para apertar ligeiramente a sua mão. Verifique igualmente a orientação T-E-P (tempo, espaço, pessoas) e a dimensão das pupilas. A escala de coma de Glasgow pode fazer igualmente parte da avaliação neurológica do socorrista. Se a vítima estiver usando capacete: • Não tire o capacete se ela estiver respirando. Levante apenas a viseira. Se existir uma amarração no queixo, desaperte-a, retirar um capacete é uma manobra delicada. Quando um motociclista tem um acidente, apenas um socorrista com formação especializada poderá tirar-lhe o capacete, caso contrário este deve ser mantido na cabeça. Se a vítima não respirar e o socorrista tiver a formação necessária, pode tirar-lhe o capacete para efetuar as manobras de RCR. Caso não tenha formação especializada para retirar o capacete, limitar-se-á a fazer compressões torácicas.