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Desafios e perspectivas da educação 
bilíngue para surdos
A educação bilíngue para surdos enfrenta diversos desafios, mas também apresenta promissoras 
perspectivas para a inclusão e o desenvolvimento pleno desses estudantes. Entre os principais 
desafios estão a falta de profissionais capacitados, a escassez de materiais didáticos em Língua 
Brasileira de Sinais (Libras) e a dificuldade de aceitação e implementação desta abordagem por 
parte de algumas escolas e comunidades.
Apesar disso, a educação bilíngue vem ganhando cada vez mais espaço e reconhecimento, 
impulsionada por avanços legais e a conscientização sobre a importância da Libras como língua 
materna dos surdos. Escolas bilíngues e inclusivas têm demonstrado resultados positivos no 
desenvolvimento cognitivo, social e linguístico de seus alunos surdos, que têm a oportunidade de 
aprender em sua primeira língua e, posteriormente, adquirir a língua portuguesa na modalidade 
escrita.
Além disso, pesquisas apontam que a educação bilíngue contribui para a formação de uma 
identidade surda positiva, fortalecendo a autoestima e o empoderamento desta comunidade. O 
desafio agora é garantir que essa abordagem seja cada vez mais difundida e implementada de 
forma eficaz em todo o sistema educacional brasileiro.
Capítulo 11: Legislação e 
políticas públicas voltadas 
para a educação de surdos
No Brasil, a educação de surdos é regida por uma série de leis e políticas 
públicas que visam garantir o acesso e a inclusão desses alunos no 
sistema educacional. A Constituição Federal de 1988 estabelece que é 
dever do Estado garantir o atendimento educacional especializado às 
pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. 
Além disso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 
determina que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos 
surdos, currículo, métodos, recursos educativos e organização 
específicos para atender às suas necessidades.
Em 2002, foi promulgada a Lei nº 10.436, que reconhece a Língua 
Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e 
expressão, e determina que o poder público deve garantir a sua difusão 
e uso, bem como a inclusão da disciplina de Libras como parte 
integrante do currículo nos cursos de formação de professores e de 
fonoaudiologia. Posteriormente, o Decreto nº 5.626/2005 regulamentou 
essa lei, estabelecendo diretrizes e prazos para sua implementação.
Outras iniciativas importantes incluem a Política Nacional de Educação 
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), que reconhece a 
Libras como língua de instrução e meio de comunicação, e a Lei 
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), que 
garante o direito à educação bilíngue (Libras e língua portuguesa) para 
os alunos surdos.
Apesar dos avanços legais, a efetiva implementação dessas políticas 
ainda enfrenta diversos desafios, como a falta de oferta de cursos de 
formação de professores bilíngues, a carência de intérpretes de Libras 
nas escolas e a resistência de algumas instituições em adotar práticas 
pedagógicas adequadas às necessidades dos alunos surdos. Portanto, 
ainda há muito a ser feito para que a educação de surdos no Brasil 
alcance plenamente os objetivos de inclusão e equidade previstos na 
legislação vigente.

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