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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Trabalho de Conclusão de Curso Julia Delmondes de Oliveira Reis | 18204007 Orientador: Ricardo Socas Wiese CANTEIRO-ESCOLA: UMA ABORDAGEM PEDAGÓGICA PARA O DEPARTAMENTO ARQ/UFSC Agradecimentos Sumário Agradeço a Deus por permitir experienciar tudo que a UFSC pôde me proporcionar e por preparar todos os caminhos por onde passei. Agradeço aos meus pais Fabio e Ismênia, e também Paulo e Léia, por sempre me apoiarem desde meus primeiros passos acadêmicos e me incentivarem em meus estudos, pois me trouxeram até aqui. Agradeço a minha irmã e amiga Luisa, minha companhia desde que a conheço. Agradeço a meu marido Guilherme, a quem devo muita gratidão por estar ao meu lado em todos os momentos e me incentivar a crescer em conjunto. Agradeço aos amigos que encontrei, em especial Allana, Bruno, Cora e Isadora por tornarem meus dias mais leves e por compartilharem comigo além da profissão. Agradeço aos meus amigos do UVB que mesmo à distância, se fazem presentes sempre. Agradeço ao PET por me apresentar a pesquisa científica e a extensão dentro da graduação. Agradeço a todos os professores que me ensinaram lições valiosas, em especial ao Ricardo Socas que me guiou nesta reta final com dedicação. Introdução ao tema Projeto Pedagógico do Curso Espaço físico 3.1 Histórico da escola 3.2 Espaço físico do ARQ Estudos de caso 4.1 FAU-USP 4.2 FAU-UFRJ 4.3 FAU-UFFS Diretrizes para a proposta Proposta de canteiro-escola 6.1 Hall existente 6.2 Arquibancada coberta + Hall de exposições 6.3 Ateliê 6.4 Maquetaria e laboratórios 6.5 Materiais e estruturas 6.6 Novas entradas Considerações Finais Referências Bibliográficas 3 3 4 6 9 11 28 28 "Não posso ver o canteiro experimental senão como uma proposição pedagógica cuja meta seja colaborar na emancipação do estudante de arquitetura e urbanismo" (RONCONI, 2005, p. 143) 1 2 3 4 5 6 7 8 1. Introdução ao tema O interesse pelo tema deste trabalho é proveniente de uma pesquisa do PET/ARQ UFSC (Programa de Educação Tutorial da Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina) realizada nos anos de 2020 e 2021, que tinha como título “Ensino de estruturas para Arquitetura”. O trabalho desenvolvido durante a pesquisa foi principalmente de levantamento bibliográfico e análise da realidade do Departamento. Ao observar a porcentagem de reprovação do eixo de tecnologia e estruturas, notou-se que uma das disciplinas chegou a 48,94%. Em formulário respondido pelos estudantes, a maioria revelou ter dificuldade em compreender e absorver os conteúdos destas disciplinas por terem métodos avaliativos exaustivos e conteúdos que não se relacionam com a realidade projetual do arquiteto. ARQ5640 - Introdução à Análise de Estruturas; ECV5645 - Resistência dos sólidos; ECV5647 - Estática e Sistemas Estruturais I; ECV5648 - Estruturas de Concreto; ECV5649 - Estruturas de Aço; ECV5650 - Estruturas de Madeira. De acordo com o levantamento realizado pelo professor Reginaldo Ronconi (2002), no Brasil a escola de Arquitetura surgiu no século XIX de duas vertentes: uma proveniente da Escola de Belas Artes e a outra das Escolas politécnicas. Para o presente trabalho, o foco se dá sobre as raízes deste método, os impactos possíveis e como poderia ser implantado na realidade do curso na UFSC. Pra isso, cabe entender o histórico de surgimento das escolas de Arquitetura. Ao fim da pesquisa, o canteiro experimental foi uma abordagem que ganhou bastante destaque dentro das escolas que aderiram à proposta. Em razão disso, é fundamental o estabelecimento do canteiro na referida universidade, dado suas potencialidades de ensino menos abstrato e assim, mais aproximado da realidade material da arquitetura e urbanismo. (OLIVEIRA, J. D.; ALVES, K. de F.; CRIPPA, M. C. L.; SILVA, S. A.; CARDOSO, V. T., 2021, p.) Gráficos com principais respostas Tabela com porcentagens de reprovação O currículo vigente no curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSC é datado de 1996. Além das mudanças nos hábitos e organização da sociedade, a tecnologia também apresentou grande avanço desde então. Somado a isso, as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo sofreram diversas alterações, e desta forma para manter o reconhecimento do curso junto ao MEC (Ministério da Educação), as novas exigências foram se somando à carga horária inicial. Isto resulta atualmente em uma matriz curricular com sobrecarga e que requer, em alguns casos, mais de 5 anos para integralização. Nas ementas das disciplinas do currículo não está inclusa a obrigatoriedade de atividades experimentais, cabendo a cada professor decidir se há a necessidade. Aqueles que se propõem a utilizar tempo de aula com atividades práticas, enfrentam diversas dificuldades quanto à aquisição de material e espaço físico, além de apoio da totalidade do corpo docente. Tendo em vista a inserção de atividades experimentais de forma mais imediata, a seguir são elencadas as disciplinas vigentes no curso e a relação com a ementa. Também, são apresentadas as disciplinas que têm em sua ementa “experimentação”, presentes na nova estrutura curricular do PPC (Projeto Pedagógico do Curso) que está em discussão no curso. Neste novo modelo, os laboratórios e disciplinas devem dar apoio a atividades de ensino, pesquisa e extensão. Para a consolidação do novo currículo são necessários novos métodos pedagógicos e espaços qualificados. A proposta do canteiro tem a intenção de conectar as duas frentes. 2. Projeto Pedagógico do Curso 1 . I nt ro d uç ã o a o t em a | 2 . M a tr iz C ur ric ul a r 3 Você compreende o que é um sistema estrutural de uma edificação? Consegue entender o comportamento físico de um sistema estrutural e identificar as forças que atuam nele? Você sabe como escolher o melhor sistema estrutural para o seu projeto arquitetônico? sim não às vezes ARQ5322 – Projeto de Construção Industrial Modulação, organização do canteiro, industrialização transporte, e acabamento ARQ5666 – Tecnologia de Restauro I Técnicas de recuperação e restauração ARQ5667 – Tecnologia de Restauro II Técnicas de recuperação e restauração ARQ5436 – Materiais e Técnicas Construtivas V-A Novos materiais e matérias-primas locais ARQ5437 – Materiais e Técnicas Construtivas VI-A Industrialização; Processos convencionais e processos modernos; modulação; racionalização ARQ5677 – Prática na Construção de Edifícios Modelos em escala reduzida e real; visita a obra ARQ5686 – O Projeto na Auto-Construção Autoconstrução, racionalização do canteiro, economia de projeto DISCIPLINAS OPTATIVAS - CURRÍCULO VIGENTE ARQ5641 – Experimentação I Elaboração e análise de modelos; Sistemas e materiais estruturais; estados básicos de tensão ARQ5642 – Experimentação II Análise do funcionamento das estruturas; pré-dimensionamento e projeto ARQ5661 – Tecnologia da Edificação I Noções dos sistemas construtivos ARQ5662 – Tecnologia da Edificação II Materiais, equipamentos e técnicas construtivas ARQ5663 – Tecnologia da Edificação III Materiais, equipamentos e técnicas construtivas ARQ5664 – Tecnologia da Edificação IV Materiais, equipamentos e técnicas construtivas ECV5643 - Instalações Prediais I Instalações prediais, elétricas, telefônicas ECV5644 - Instalações Prediais II Instalações de água, esgoto e prevenção contra incêndio DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS - CURRÍCULO VIGENTE DISCIPLINAS PPC ATELIÊ INTEGRADO DE ARQUITETURA E URBANISMO I; EXPERIMENTAÇÃO I FASE 1 EXPERIMENTAÇÃO 2; OFICINA DE DESENHO E MAQUETES FASE 2 SISTEMAS CONSTRUTIVOS I FASE 3 INTRODUÇÃO AO CONFORTO AMBIENTAL FASE 4 SISTEMAS CONSTRUTIVOS III FASE 5 LINGUAGENS GRÁFICAS; ARQUITETURA, PATRIMÔNIO E MEMÓRIA FASE 7 ATELIÊ E SOCIEDADE IFASE 8 ATELIÊ E SOCIEDADE II FASE 9TÓPICOS ESPECIAIS EM PRÁTICAS CONSTRUTIVAS I, II E III; ESBOÇOS PELA CIDADE; HORIZONTES UTÓPICOS E PRÁTICAS EXPERIMENTAIS OPTATIVAS [...] apenas “proto-tecnológico”, dadas as concepções curriculares adotadas, caracterizadas por extrema fragmentação e abstração nos conteúdos, comportamento didático-pedagógico “enciclopédico” e reprodutivo, e ausência de contato com a realidade, entre outros fatores. Na UFSC, a escola de Arquitetura foi fundada em 1977 a partir do departamento de Engenharia Civil (ECV), portanto pela vertente politécnica. Desde então, o currículo tem disciplinas que são lecionadas pelo ECV. Acerca do ensino em ambas vertentes, Ferro (1982) expõe os problemas da segmentação das atividades dentro do canteiro, onde cada trabalhador não tem consciência do todo. O desenho desconectado do canteiro significa que o projeto está distante da realidade em que está inserido. Esta fragmentação do ensino também é observada por Leite (2005, p. 7) O descolamento da realidade durante a graduação contribui para a formação de profissionais que desconhecem sua função social ao projetar. Estes problemas são gerais da profissão e podem ser encontrados nos diversos centros de ensino no Brasil. Porém, em se tratando do cenário da UFSC, este trabalho busca abordar dois principais eixos que se conectam entre si: projeto pedagógico do curso e espaço físico. Os próximos capítulos apresentarão um estudo sobre o que pode ser observado sob cada ótica. Fonte: 40 anos de Arquitetura e Urbanismo UFSC Disciplina ARQ5640 ECV5645 ECV5650 ECV5649 ECV5648 ECV5647 2019/2 2019/1 2018/2 2018/1 2017/2 2017/1 2016/2 2016/1 30,23 21,43 17,50 6,12 15,09 17,54 45,45 30,00 5,71 0,00 0,00 18,33 34,04 25,00 10,53 2,04 22,45 38,98 48,94 26,53 25,49 28,57 36,21 23,91 7,69 13,89 16,67 15,00 13,95 27,27 23,81 17,86 10,00 13,89 5,56 7,14 11,11 16,00 0,00 8,82 11,43 15,79 5,26 13,04 4,65 23,33 15,56 20,00 3 . E sp a ço F ís ic o 4 Da criação do curso até o ano de 1995, as atividades de graduação em Arquitetura e Urbanismo aconteciam nos espaços dos cursos de Engenharia, no CTC (Centro Tecnológico). De acordo com Biesuz (2023), a localização em que o Departamento se instalou teve sua primeira edificação construída por painéis autoportantes pré-fabricados que foram doados à Universidade. A princípio esta edificação seria de caráter provisório até que houvesse projeto para a construção de um prédio. A organização espacial desta edificação, com seus pátios internos, promovia espaços de encontro e interação entre alunos, professores e técnicos. Desde este momento, se consolidou o laboratório de Maquetaria. Este espaço, conforme todos os relatos que ouvi e li durante o curso e a pesquisa para este trabalho, era extremamente vivo e aconchegante. Expressão máxima de apropriação, exploração, experimentação e pertencimento. (BIESUZ, 2023, p. 6) Desde então, mesmo que ainda em condições precárias em certos momentos, o corpo acadêmico se apropriou do espaço e contribuiu para a sua manutenção, aproveitando momentos de mutirões para experimentar materiais e técnicas. Em 1998, após diversas tentativas, houve um concurso no qual professores formaram equipes e apresentaram propostas para o novo prédio. O projeto vencedor foi o da equipe do professor Enrique Hugo Brena Nadotti. Conforme a construção do projeto avançava, o prédio antigo ia sendo demolido. A construção do prédio nunca foi concluída e ainda que fosse, havia dificuldade na execução e hoje existem vários problemas que decorrem da falta de manutenção, devido à condição de escassez de investimento financeiro. O Departamento atualmente é composto por dois edifícios, o “prédio branco” que concentra as atividades em sala de aula e os laboratórios; e o “pavilhinho”, composto pela planta restante do pavilhão de pré-moldados, onde ocorrem atividades extraclasse e abriga entidades estudantis e atividades da pós-graduação. 3. Espaço Físico 3.1 Histórico da escola Fonte: Acervo CALA e autoria própria. 3 . E sp a ço F ís ic o 5 Entre 2020 e 2022, com a paralisação das atividades presenciais em decorrência da pandemia do Covid-19, não houve possibilidade de realizar experimentações que não fossem as virtuais. Ao retornar às atividades presenciais, é perceptível a dificuldade dos estudantes - principalmente os ingressantes durante o período remoto - em utilizar o espaço tanto para criar relações e principalmente para experimentos das disciplinas. Os problemas de desinteresse e afastamento se intensificaram e é de extrema importância retornar em qualidade de ensino. Para apoio às atividades experimentais, os laboratórios que estão no térreo (LabMoma e LabSisco), dispõem de máquinas de corte e furos para madeira e alguns espaços para armazenamento. Nestes, não há espaço suficiente para que as turmas inteiras possam usufruir, além de não dispor de postos de limpeza e armazenamento suficiente para todos os tipos de materiais. O espaço hoje reconhecido como os fundos do departamento, o qual é utilizado como estacionamento de carros, apresenta topografia quase plana e solo sem pavimentação, o que o torna atrativo para atividades experimentais. 3.2 Espaço físico do ARQ Fonte: Autoria própria. 4. Estudos de caso 4.1 FAU-USP Como forma de examinar possíveis caminhos a serem percorridos, foram observados alguns casos de cursos onde o canteiro experimental foi ou está sendo implementado. A intenção deste exercício é de compreender semelhanças com a realidade do ARQ/UFSC e como boas experiências podem ser reproduzidas. A começar pelo caso do Canteiro Experimental da USP (Universidade de São Paulo), sua implantação ocorreu em 1997 com a supervisão e projeto do professor Reginaldo Ronconi. A área destinada ao Canteiro é de 3.000 m², além do espaço do Laboratório de Modelos e Ensaio (LAME) que cede apoio às atividades com maquinários. O espaço é utilizado em duas disciplinas obrigatórias do primeiro ano de graduação e uma optativa do último ano. O próprio espaço serve de aprendizado por ser construído em tensoestrutura, método não convencional. 4 . E st ud o s d e ca so 6 4.2 FAU-UFRJ O segundo caso analisado foi o da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que obteve a construção do canteiro em 2014, que conta com área de 1.000 m². Este é vinculado ao Laboratório de Ensaios e Materiais de Construção e Estudo dos Solos (LEMC) que concede apoio com maquinário. O Canteiro é utilizado nas disciplinas de Processos Construtivos II e III, Tecnologia de Construção com Terra e trabalhos finais. Um dos problemas nesta edificação é que, apesar de cumprir a função de organizar atividades práticas, apresenta dificuldades acerca de mobilidade. O acesso ao LEMC não é direto, sendo necessário contornar o prédio para carregar os materiais. Em comparação com o caso da UFSC, as construções também já são consolidadas e, no projeto apresentado neste trabalho, será necessário criar conexões com a edificação existente. 4 . E st ud o s d e ca so 7 4.3 FAU-UFFS 4 . E st ud o s d e ca so 8 Por último, foi estudado o caso da UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul). Diferente das outras instituições, o canteiro ainda não está em funcionamento por não ter sido completamente construído. Além disso, este é o único que foi pensado desde a fundação do curso e portanto surge juntamente com as disciplinas. O projeto foi elaborado de forma participativa entre alunos e professores e tem como objetivo demonstrar diversas técnicas de construção, a fim de ser local de observação das mesmas. A área destinada é de 1.843,30 m² e, apesar se ser estimulado o uso durante todo o curso, o canteiro está presente nas disciplinas de Canteiro Experimental I, II e III na 2ª, 4ª e 7ª fase, respectivamente. Nestas disciplinas o aluno é convidado a conhecer o espaçoe participar de atividades de experimentação. Todas as experiências demonstram resultados positivos, uma vez que o interesse dos alunos é estimulado e o aprendizado é visto na prática. Uma semelhança entre todos os canteiros analisados é a importância de um espaço de apoio com maquinário apropriado, armazenamento de materiais e espaços de limpeza. Algo a ser apontado é a dificuldade em implantar o Canteiro como metodologia, sendo que nos dois primeiros casos estudados a utilização do canteiro faz parte de disciplinas atuais e não como metodologia de ensino para todo o curso. Talvez pela implementação posterior ao currículo, diferente do caso da UFFS, no qual o canteiro faz parte desde o início do curso e por isso teve facilidade em implementá-lo. Por isso, é possível sugerir que o Canteiro construído por si só, apesar de contribuir bastante para o cotidiano universitário, não necessariamente corrige as mazelas de um currículo segmentado em disciplinas que não se conectam. Concluindo, o desenvolvimento deste projeto, enquanto atividade de extensão, tem demonstrado um grande retorno para o curso, seja do ponto de vista do aprendizado da equipe de alunos e docentes, assim como, na oportunidade de pensarmos e construirmos espaços adequados para as práticas de ensino de arquitetura. (WIESE, R. S.; LINCZUCK, V. ; OSMARINI, M. B., 2015, p. 11) 5. Diretrizes para a proposta 5.1 Localização 5 . D ire tr iz es p a ra a p ro p o st a 9 Para dar início às proposições, foram reconhecidos os limites do projeto, visto que se localiza em área urbanizada e consolidada na cidade. O departamento hoje está limitado por um corpo d’água, onde foi considerada uma faixa de preservação de 15 metros, apesar de não ser seguida atualmente; também há um banhado que torna a implantação de novas edificações dificultosa; ao lado leste do departamento, há uma limitação dada pela malha viária que se expandiu recentemente na Rua Dep. Antônio Edu Vieira. As edificações existentes serão mantidas, e haverá reforma apenas em uma porção do “prédio branco”. Cond. Ambientais Malha viária Edificação existente Área de intervenção RUA DEPUTADO ANTÔ NIO EDU VIEIRA R UA E NG. AGR ONÔ MIC O A . C. FERR EIRA PROP OSTA PRÉDI O BRA NCO PAVIL HINHO N N N N APP BANH ADO 5 . D ire tr iz es p a ra a p ro p o st a 10 nova configuração da maquetaria ATIVIDADES DE EXPERIMENTAÇÃO (GRADUAÇÃO E EXTENSÃO) comportamento dos materiais fenômenos estruturais experimentos ATIVIDADES DE PESQUISA (LABORATÓRIOS E PÓS-GRADUAÇÃO) experimentos controlados ensaios ATIVIDADES DE DESENHO locais de integração e observaçãoFABRICAÇÃO DIGITAL impressão 3D corte a laser chapas e madeiras PRODUÇÃO DE MAQUETES E MODELOS marcenaria acabamento refinado maquetaria e detalhes diferentes escalas e materiais laboratórios ateliês ateliês lab 3D ESPAÇOS LIVRES DE INTERAÇÃO E CONEXÃO espaço de limpeza baias de materiais mesas de apoio Após compreender as limitações espaciais, foram assimiladas as atividades que poderiam ocorrer na proposta do canteiro e como estas se relacionam com a organização atual do Departamento. Em seguida estas atividades foram espacializadas e formam o programa do presente projeto: áreas de experimentação, de laboratórios e de maquinário, conectados por espaços livres multidisciplinares, que convidem ao uso. 5.2 Programa 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 11 6. Proposta de canteiro-escola Como ponto de partida, será utilizado o hall do prédio atual como “nó” entre o existente e o proposto. Para tanto, propõe-se a demolição dos espaços conhecidos como os fundos onde se localizam o LabMoMa, LabSisco e LabRestauro, que serão realocados na nova proposta. Nesta localização, é projetado uma arquibancada coberta que sevirá como ponto de encontro e apresentação de trabalhos, eventos, além de ampliar olhares e criar novas fachadas na edificação consolidada. Pelo local de implantação da proposta, esta tem como um de seus objetivos reformular a ideia de “fundos do prédio” que existe atualmente e criar novas entradas. 10510 demolirconstruir 6.1 Hall existente 0,00 1,68 1,68 0,00 Ateliê 0,68 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 12 A arquibancada se utiliza do desnível para criar largos degraus que podem ser utilizados com ou sem cadeiras. Esta intervenção também cria novos caminhos acessíveis do estacionamento ao hall, de acordo com as recomendações da NBR 9050. 6.2 Arquibancada coberta + Hall de exposições 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 13 0,00 1,68 1,68 0,00 Dep. Materiais Plaina Se rra m es a Técnicos Ateliê Mesas de trabalho - Experimentação 0,68 Lixa To rn o Lixa CNC Maquetaria 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 14 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 15 A proposta conta com uma passarela que conecta o hall diretamente com uma rampa que leva ao segundo pavimento do edifício. O primeiro elemento a ser visitado é o ateliê com fechamentos em vidro e estrutura treliçada. Propõe-se que o atelie seja um espaço de estudo e produção de desenho e maquetes mais refinadas, além de ser espaço de encontros da comunidade acadêmica. Estrutura treliçada Fechamento em vidro Forro de madeira Embasamento 6.3 Ateliê 3,20 D Lab Lab 3D Lab Ateliê C c' 1,68 0,00 0,68 Lab 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 16 O mezanino com fechamentos em vidro permite maior permeabilidade visual e se integra mais facilmente com o térreo. Sua localização no projeto tem como estratégia criar duas alturas de pé-direito para o espaço de experimentações e torná-lo ainda mais versátil. A cobertura instalada acima do mezanino foi projetada para receber cobertura vegetal, tendo em vista apresentar aos estudantes a execução deste tipo de sistema, bem como conferir conforto térmico à construção. A mesma poderá ser observada a partir do segundo pavimento do “prédio branco”. DETALHE DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA Pilar Substrato vegetal Descida calha Platibanda Telha metálica 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 17 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 18 O novo layout da maquetaria (LAbMoMa) tem como principal melhoria a otimização dos processos e espaços para que turmas inteiras possam aproveitar a infraestrutura. Ainda, foram criados novos locais de armazenamento e baias para recepção de materiais. O espaço livre do pavimento térreo se conecta diretamente com os marquinários e oferece mesas de apoio às atividades de experimentação em escalas maiores, além de uma bancada com tomadas para conectar equipamentos. Estão dispostos tanques na frente dos banheiros e também ponto hidráulico próximo à baia onde se localiza a betoneira, para limpeza pessoal e de equipamentos. Depósito Estações de trabalho Preparo, corte e refinamento 6.4 Maquetaria e laboratórios Sala dos técnicos Sala para corte CNC Recebimento de materiais Bancada com tomadas 0,00 1,68 1,68 0,00 Dep. Materiais Plaina Se rra m es a Técnicos Ateliê Mesas de trabalho - Experimentação 0,68 Lixa To rn o Lixa CNC Maquetaria 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 19 Os laboratórios que foram removidos do prédio branco ganham espaço no segundo pavimento deste projeto, logo acima da maquetaria. Esta organização separa as atividades mais silenciosas do ruído dos maquinários, mantendo ainda a integração visual por meio das sacadas projetadas. É proposta uma sala de dimensões maiores onde pode ser implantado um laboratório de prototipagem, com máquinário de impressão 3D. 3,20 Lab Lab 3D Lab Ateliê 1,68 0,00 0,68 Lab Foram projetados brises verticais similares aos da fachada do “prédio branco” que bloqueiam a luz solar incidente nas primeiras horas do dia. O mesmo embasamentoutilizado na arquibancada foi aplicado a fachada leste do projeto como forma de manter a unidade visual do projeto e também trazer harmonia em composição com outros elementos naturais. Os guarda-corpos são sugeridos em tela para dar leveza visual e não interferir com grande impacto nas fachadas devido ao grande número de escadas e rampas do projeto. 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 20 Ainda com a intenção de apresentar novos métodos construtivo à comunidade acadêmica, a estrutura principal do projeto foi idealizada em aço, material incomum em construções na localização, além de ser material leve e resistente. Brises em MLC (Madeira Laminada Colada) Guarda-corpo em perfil e gradil metálico Paredes estruturais Pórticos em aço Treliça metálica 6.5 Materiais e estruturas 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 21 Assim, conforme exposto, são criadas novas fachadas com uma edificação que contorna a existente e traz novos usos e olhares ao espaço. 6.6 Novas entradas 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 22 Este projeto apresenta espaços que permitem a aproximação do corpo acadêmico com o ambiente do canteiro e os experimentos que este pode proporcionar. Cabe ressaltar que ainda que se criem espaços físicos de experimentação, isto não é suficiente para suprir a carência do curso nesta área. É necessário que tenham destaque também no projeto pedagógico e seja debatido como as disciplinas utilizarão este espaço. Ainda, é de extrema importância que ambos processos (curricular e de espaço físico) sejam colaborativos e multidisciplinares, de forma a trazer à comunidade acadêmica novas possibilidades de fazer arquitetura. 7. Considerações finais Cobertura curva Cobertura com vegetação Telhado Arquibancada Maquetaria Estações de trabalho Lab Lab Lab Lab 3D Ateliê Arquibancada 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 23 0 5025 100 3,20 1. Implantação e coberturas N A A B B D D C C 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 24 2. Térreo | Esc 1:2500 0,00 1,68 1,68 0,00 0,00 0,00 1 2 3 4 5 A C c' A D 1 2 3 4 5 Dep. Materiais Plaina Se rr a m es a Técnicos Mesas de trabalho - Experimentação Arquibancada Coberta Hall 0,68 6 6 B B D E E F F G G C c' H H 1' 1' Lixa To rn o Lixa 5,3 4,45 5,6 5,6 5,6 5,6 5 ,8 5 5 ,8 5 5 ,8 5 5 ,4 5 5 ,8 5 5 ,8 5 5 ,8 5 5 ,8 5 CNC Maquetaria 0 1 5 10 20 N 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 25 3. Segundo Pavimento | Esc 1:2500 1 2 D 1 2 Lab Lab 3D Lab Ateliê 3 4 5 A C c' A 3 4 5 6 6 B B D E E F F G G C c' H H 1,68 0,00 0,68 1' 1' 5,3 4,45 5,6 5,6 5,6 5,6 5, 85 5, 85 5, 85 5, 45 5, 85 5, 85 5, 85 5, 85 Lab 0 1 5 10 20 N 3,20 3,20 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 26 Térreo Hall Seg. Pav. Cobertura Cob. Arquibancada Térreo Hall Seg. Pav. Cobertura 4. Corte AA 6. Corte CC 7. Corte DD 0 1 5 10 20 Cob. Arquibancada Cob. Arquibancada Térreo Hall Seg. Pav. Cobertura 5. Corte BB 0,00 +1,68 +3,20 +6,40 +5,20 0,00 +1,68 +3,20 +6,40 +5,20 0,00 +1,68 +3,20 +6,40 +5,20 6. P ro p o st a d e ca nt ei ro -e sc o la 27 28 8. Referências bibliográficas BIESUZ. A. L. O. O espaço conta histórias: resgate de memória do ARQ-UFSC e possibilidades de futuro. 2023. FERRO, S. O canteiro e o desenho. São Paulo: Projeto Editores Associados, 1982 [edição original 1979]. LEITE, M. A. D. F. D. A. A aprendizagem tecnológica do arquiteto. Tese (Doutorado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. OLIVEIRA, J. D.; ALVES, K. de F.; CRIPPA, M. C. L.; SILVA, S. A.; CARDOSO, V. T. Estudos iniciais para a implantação de um canteiro experimental no curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSC. In: Encontro Nacional de Ensino de Estruturas em Escolas de Arquitetura, 2021, Remoto. Encontro Nacional de Ensino de Estruturas em Escolas de Arquitetura. Recife: UFPE, 2021. v. 1. RONCONI, R. L. N. Canteiro experimental: uma proposta pedagógica para a formação do arquiteto e urbanista. PosFAUUSP, (17), 142-159. 2002. RONCONI, R. L. N. Inserção do canteiro experimental nas Faculdades de Arquitetura e Urbanismo. 2002. Tese (Doutorado em Estruturas Ambientais Urbanas) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, University of São Paulo, São Paulo, 2002. WIESE, R. S.; LINCZUCK, V. ; OSMARINI, M. B. . Processo de espacialização do Canteiro Experimental do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Fronteira Sul. In: 7 PROJETAR - VII Seminário Nacional sobre Ensino, pesquisa e prática em Projeto de Arquitetura e Urbanismo, 2015, Natal-RN. anais do 7 PROJETAR, 2015.