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Estrutura Organizacional [Ano] Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 2 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional Unidade - Estrutura Organizacional MATERIAL TEÓRICO Responsável pelo Conteúdo: Profa. Mestre Andréia de Carvalho Andrade Prof. Dr. Joao Luiz Souza Lima Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 3 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional INTRODUÇÃO No contexto das empresas contemporâneas, os processos administrativos desempenham um papel de vital importância na estratégia e na sustentabilidade de qualquer empresa. Portanto, o estudo da Gestão em Saúde consiste numa ferramenta ideal e necessária para a compreensão da Administração como um todo dentro da moderna organização da saúde e está direcionada aos estudantes e profissionais das áreas saúde como um todo. Contém ainda, os procedimentos que os profissionais devem aplicar para incrementar os resultados gerenciais através das atividades envolvendo o processo de tomada de decisões. O estudo sobre a Gestão em Saúde tem como objetivos: 1. Conhecer a evolução de escolas e abordagem da Administração e seus reflexos; 2. Apresentar princípios e conceitos das Teorias da Administração nas organizações modernas da área da saúde; 3. Abordar as novas funções do Administrador em Organizações da Saúde frente aos desafios de gestão das organizações contemporâneas; 4. Relacionar a evolução dos modelos de gestão empresarial e tendências das organizações para o futuro; 5. Definir e buscar as melhorias contínuas relativas aos processos administrativos e gerenciais das organizações da saúde do século XXI; 6. Entender o contexto que envolve as organizações da saúde do século XXI; 7. Conhecer os paradigmas da Administração e as organizações que atuarão num mundo sem fronteiras; 8. Estudar as ideias dos Gurus da Administração, as quais se institucionalizaram nas organizações contemporâneas; Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 4 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional Esta apostila está estruturada de acordo com o ementário e a bibliografia (básica e complementar) da disciplina de Gestão em Saúde, conforme os seguintes assuntos envolvidos: a) Conceitos e Definições de Organização e Administração; b) Cenário da Organização e da Administração; c) Evolução dos Valores da Administração; d) Teorias da Administração e seus Precursores; e) Funções do Administrador; f) Novas Abordagens da Administração; g) Gurus da Administração; h) Perspectivas da Administração. A expectativa do Campus Virtual da Universidade Cruzeiro do Sul é a de conduzir o assunto como uma excelente oportunidade de interação dos conceitos em torno das atividades administrativas e estratégicas da organização da saúde moderna. 1. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 1.1. Fundamentos da Organização Em uma empresa tem-se um grupo de pessoas que trabalham com foco em um mesmo objetivo. Assim torna-se necessário estabelecer um acordo sobre as atribuições de cada um e definir as relações de trabalho que devem existir entre cada profissional, para tanto se define a estrutura organizacional ou comportamento organizacional. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 5 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional . Figura 1 – Relações de Trabalho Fonte: http://www.globalframe.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens A estrutura organizacional advém do termo – organização. Para Sobral e Peci (2008) a palavra organização é uma das funções administrativas (planejamento, direção, controle e organização) que distribui tarefas e recursos pelos membros da empresa, que determina quem tem autoridade sobre quem, quando e onde se devem tomar decisões. Pode dizer também, que a organização é a etapa do processo de administração que agrupa e estrutura os recursos organizacionais e estabelece os mecanismos de comunicação e coordenação entre seus membros de forma a permitir que se alcancem os objetivos estabelecidos de modo eficiente. 1.2. Organograma: estrutura formal e informal De acordo com Massarollo (1991) normalmente, quando se pensa em estrutura, se pensa na estrutura formal da organização, que é a estrutura planejada, formalizada oficialmente, aquela que está no papel. Por esse motivo, faz-se uso de uma forma visual de representação da estrutura organizacional: o organograma. http://www.globalframe.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 6 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional Figura 2 – Modelo de representação gráfica – organograma Fonte: CHIAVENATO, 1998, p.151 A representação gráfica da estrutura organizacional mostra as funções, os departamentos e os cargos da organização, especificando também como eles se relacionam. Cada retângulo de um organograma representa a forma de dividir o trabalho e os critérios de departamentalização usados pela organização. Esses retângulos são dispostos em níveis que representam a hierarquia da organização, já as linhas que ligam os retângulos referem-se à distribuição de autoridade ou a cadeia de comando, indicando quem está subordinado a quem. (SOBRAL e PECI, 2008). Os organogramas são instrumentos úteis de comunicação da estrutura organizacional, mas não conseguem representá-la totalmente, pois não fica evidente a estrutura informal. A estrutura informal refere-se aos aspectos da organização que não foram planejados formalmente, mas que emergem espontânea e naturalmente de interações e relacionamentos sociais entre as pessoas que ocupam posições na organização formal. (MASSAROLLO, 1991). Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 7 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional 1.3. Elementos do Processo de Organização Os conceitos e princípios básicos do processo de organização foram formulados no início do século XX por Fayol e Weber. Surpreendentemente, apesar de todas as mudanças nas sociedades, muitos desses princípios ainda oferecem contribuições importantes para o entendimento do processo de organização. (SOBRAL e PECI, 2008; MARQUIS e HUSTON, 2005). Os elementos do processo de organização também podem ser chamados de aspectos relativos à estrutura organizacional. Para Massarollo (1991), Sobral e Peci (2008), esse conjunto compreende seis aspectos: 1) Definição do grau desejável de especialização do trabalho que permita ganhos de eficiência; 2) Definição da cadeia de comando, que distribui a autoridade e a responsabilidade pelos membros organizacionais; 3) Definição da amplitude de controle ideal, ou seja, do número de subordinados sob a responsabilidade de cada líder; 4) Definição dos critérios de departamentalização para agrupar as tarefas em unidades; 5) Definição do grau desejável de centralização/descentralização do processo de tomada de decisão; Vamos entender melhor esse processo? Uma estrutura é considerada informal quando colaboradores de diferentes unidades de um hospital se encontram e trocam informações sobre assuntos da instituição, sem passar por meio das linhas formais de comunicação, ou ainda, quando um colaborador influi na decisão do líder, de forma sistemática, devido ao relacionamento de amizade existente entre eles. (MASSAROLLO, 1991). Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 8 Unidade: Colocaro nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional 6) Definição do grau desejável de formalização das funções e das tarefas organizacionais. Resumindo: Os aspectos compreendem: a divisão do trabalho e especialização, hierarquia, autoridade e responsabilidade, amplitude da supervisão, centralização e descentralização, e formalização. Vamos entender melhor como identificar a cada um desses aspectos? 1.4. Especialização do Trabalho As organizações realizam um conjunto amplo de tarefas. Essas tarefas devem ser divididas em atividades pequenas e simples, de modo a permitir que os trabalhadores se especializem em sua execução e, assim, sejam mais produtivos. Por meio da divisão de trabalho, uma tarefa complexa é decomposta em partes, atribuindo a cada colaborador, um conjunto de atividades limitadas e diferentes, nas quais se especializará em uma parte e não a tarefa como um todo. (SOBRAL e PECI, 2008; MARQUIS e HUSTON, 2005). Figura 3 – Especialização na Divisão de Trabalho Fonte: Elaborado pelo Autor Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 9 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional Para Massarolo (1991) proceder-se a divisão de trabalho, primeiro se procura determinar as atividades necessárias ao alcance dos objetivos gerais, para depois dividi-las, compondo unidades distintas e, completa, a especialização pode ocorrer em dois sentidos: na horizontal e na vertical. Na especialização horizontal – a especialização de atividades e de conhecimento acarreta um maior número de órgãos no mesmo nível hierárquico, conhecido como departamentalização, que é o processo de reunir as atividades para fins administrativos, ocorre em todos os níveis hierárquicos e caracteriza-se pelo crescimento horizontal do organograma. (MARQUIS e HUSTON, 2005; MASSAROLO, 1991) Na especialização vertical ocorre a necessidade de verificar a necessidade de aumentar a qualidade da supervisão, acrescentando mais níveis hierárquicos de supervisão na estrutura. Caracteriza pelo crescimento vertical do organograma. (MASSAROLO, 1991) De um modo geral, as organizações têm de tomar decisões quanto ao grau de especialização horizontal e vertical das tarefas. 1.5. Cadeia de Comando De acordo com Sobral e Peci (2008), em toda organização formal existe uma hierarquia que a divide em camadas ou em níveis de autoridade. Essa hierarquia é chamada de cadeia de comando. A cadeia de comando especifica que a autoridade deve passar do topo até o último elemento da hierarquia organizacional por uma linha clara e ininterrupta, identificando quem deve responder a quem. Dessa forma, as decisões relativas à cadeia de comando da estrutura organizacional dizem respeito à distribuição da autoridade a pessoas ou unidades de trabalho na organização. À medida que se sobe na escala hierárquica, aumenta a autoridade do ocupante do cargo, como mostra a figura 4, a seguir: Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 10 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional Figura 4 - Autoridade na Escala Hierárquica Fonte: Elaborado pelo Autor O conceito de cadeia de comando está associado a um princípio clássico de administração, o princípio da unidade de comando, segundo o qual, cada colaborador reporta apenas a um único superior hierárquico, mas como ocorre nas estruturas de organizações contemporâneas? Importante ressaltar que, na concepção clássica, autoridade é o poder de comandar colaboradores para que executem atividades visando à realização dos objetivos propostos. O poder de comandar diminui à medida que se vai do alto para baixo na estrutura hierárquica, ou seja, as posições do topo têm mais autoridade formal que as posições da base. (MARQUIS e HUSTON, 2005; MASSAROLO, 1991) A autoridade pode ser representada por uma pirâmide invertida, uma vez que, à medida que se sobe na cadeia de comando até o topo da estrutura de organização, a área de autoridade se expande gradativamente em cada nível hierárquico. (MASSAROLO, 1991) Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 11 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional 1.6. Amplitude de Controle Também denominada de amplitude administrativa, extensão do controle e amplitude da supervisão. Esse conceito decorre da distribuição de autoridade e responsabilidade e mede o número de pessoas subordinadas a um administrador, ou seja, o número de pessoas que um profissional pode supervisionar com eficiência. (SOBRAL e PECI, 2008; MASSAROLO, 1991) A amplitude de controle varia de acordo com a situação, dependo de fatores como similaridade das funções, proximidade física, complexidade do trabalho, competência dos colaboradores, grau necessário de supervisão direta, assim pode-se identificar que nem todos os administradores têm o mesmo número de colaboradores na sua responsabilidade. Essa amplitude adotada pela organização determina a configuração geral de sua estrutura organizacional, quanto maior a amplitude, maior o número de subordinados e, consequentemente, menor o grau de atenção e controle que o superior pode desenvolver sobre eles. (SOBRAL e PECI, 2008; MASSAROLO, 1991) Para Sobral e Peci (2008) a amplitude de controle ideal depende de vários fatores, como: Complexidade do trabalho; Competência, experiência e motivação dos gestores e dos colaboradores; Sofisticação do sistema de informação e comunicação; Similaridade das tarefas e das funções supervisionadas; Disponibilidade e clareza das regras e procedimentos que definem as tarefas; Interdependência ou interligação das tarefas; Proximidade dos colaboradores – concentração no mesmo espaço físico; Estabilidade ou instabilidade do ambiente externo; Estilo pessoal dos administradores e cultura organizacional. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 12 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional Em geral, as organizações contemporâneas tendem a apresentar amplitude de controle maior, como uma forma de facilitar a delegação e, com isso, aumentar sua agilidade e rapidez na resposta às mudanças ambientais e ás exigências dos clientes. 1.7. Departamentalização O departamento refere-se a uma unidade de trabalho que agrega um conjunto de tarefas semelhantes ou coerentes entre si sob a direção de um líder. A departamentalização permite simplificar o trabalho do líder, aumentando a eficácia e a eficiência da administração, pois contribui para um aproveitamento mais racional dos recursos disponíveis nas organizações. Sabe-se que, os critérios usados para departamentalizar devem refletir o agrupamento que melhor contribui para o alcance dos objetivos organizacionais. . (SOBRAL e PECI, 2008; MASSAROLO, 1991) 1.8. Centralização e Descentralização Figura 5 – Centralização e Descentralização Fonte: Elaborado pelo Autor A descentralização e centralização se referem ao nível hierárquico no qual são tomadas as decisões. Centralização significa que a autoridade, para tomar decisões, está centrada no topo da organização, enfatizando assim, a cadeia de comando. Já a descentralização, significa que a autoridade, para tomar decisões, é distribuída pelos níveis inferiores da organização. (SOBRAL e PECI, 2008; MARQUIS e HUSTON, 2005). Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 13 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional Vantagens da centralização: Decisões mais consistentes, com os objetivos da organização; Maior uniformidade de procedimentos,políticas e decisões; Maior facilidade na avaliação e no controle de desempenho da organização. (SOBRAL e PECI, 2008) Vantagens da descentralização: Maior agilidade, rapidez, tomada decisão; Decisões mais adaptadas às condições locais; Maior facilidade na avaliação e controle do desempenho de unidades e gerentes; (SOBRAL e PECI, 2008) 1.9. Formalização A formalização prescreve como, quando e por quem as atividades deverão ser executadas, representa o uso de normas na organização e corresponde ao grau em que normas, procedimentos (padronização de processos), instruções e comunicações estão escritos. E ainda, a formalização ATENÇÃO! Nenhuma organização funcionaria com eficácia se todas as decisões fossem centralizadas em poucas pessoas, da mesma forma que não funcionaria se todas as decisões fossem tomadas pelos níveis hierárquicos que executam essas decisões. Assim, cabe aos administradores decidirem o grau de centralização adequado à sua organização. (SOBRAL e PECI, 2008) E qual as vantagens? Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 14 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional materializa-se na quantidade de manuais, pouco espaço para comunicação oral, horários fixos de trabalho, controle da hora de entrada e saída, aplicação de penalidades formais, por último, linha de produção em que uma peça passa na mesma direção. (SOBRAL e PECI, 2008; MASSAROLO, 1991) Pode-se dizer que a formalização é uma dimensão que se refere ao grau de controle da organização sobre o profissional. Ela reduz a capacidade de decisão e autonomia dos membros organizacionais, especificando a forma e os limites de atuação no lugar de trabalho e definindo, em algum grau, seu comportamento. Por último, o alto grau de formalização é associado aos efeitos perversos da burocracia. 2. NOVAS ABORDAGENS DA ADMINISTRAÇÃO 2.1 Movimento da Qualidade As Teorias que envolvem o Movimento da Qualidade influenciaram sobremaneira a melhoria dos processos. Dentre os precursores do Movimento da Qualidade destaca-se a figura consagrada do norte-americano Edward Deming que admitia a mudança radical, mas argumentava que a organização que não apoiasse a melhoria incremental contínua não teria condições de desenvolver uma mudança mais radical (LIMA, 1996). Outro estudioso do Movimento da Qualidade que se preocupou inicialmente com mudanças radicais nos processos empresariais foi o romeno Joseph Juran (nasceu em 1904 na Romênia e emigrou para os Estados Unidos em 1912). Posteriormente, assim como Deming, Juran deu ênfase à melhoria disciplinada e contínua do processo (LIMA, 1996). O exemplo da utilização das técnicas de melhorias contínuas dos processos organizacionais é dado pelas empresas japonesas. Estas causaram grande impacto no Ocidente a partir da década de 1970, quando demonstraram extrema competência no atendimento às exigências do mercado consumidor em que atuavam. As empresas japonesas também causaram extremo Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 15 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional desconforto aos meios empresariais ocidentais nos métodos que utilizavam para a colocação de produtos com preços acessíveis e qualidade muito acima da média dos concorrentes (LIMA, 1996). Atualmente, as práticas gerenciais japonesas dedicam quase que a totalidade do tempo disponível no gerenciamento dos processos e na busca da melhoria contínua conhecida como Kaisen. Alguns estudiosos japoneses do Movimento da Qualidade, dentre os quais podemos destacar Kaoru Ishikawa e Masaaki Imai, passaram a escrever sobre essas práticas gerenciais adotadas e logo ficaram conhecidos nos meios empresariais e acadêmicos ocidentais. O Kaisen é a expressão utilizada para definir o modelo (ou filosofia) japonesa de gestão da qualidade e que significa melhoria contínua dos processos produtivos através da introdução permanente de pequenas melhorias, que apesar de baratas e de fácil implementação, conduzem à redução de custos, melhoria da qualidade e/ou aumento da produtividade e eficiência. 2.2. Reengenharia Muitos especialistas em Reengenharia atribuem à origem do emprego da melhoria dos processos empresariais, pela primeira vez, no sentido que lhe é dado hoje na Administração Contemporânea, ao norte-americano Michael Hammer. Michael Hammer, um professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e atual consultor de renome nos países de língua inglesa, divulgou suas idéias através de um artigo publicado na revista norte-americana Harvard Business Review, em sua edição de Julho/Agosto de 1990. A palavra “melhoria dos processos” foi citada no título do artigo: Reengineering Work: Don’t Automate, Obliterate. Como não há uma equivalência na tradução para a língua portuguesa das palavras “to engineer” ou “to reengineer”, o título do artigo de Hammer foi traduzido como: “Refazendo o Trabalho: Não Automatize, Destrua!” (LIMA, 1996). http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/gestao.htm http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/produtividade.htm Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 16 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional O artigo de Hammer fazia alusões à má utilização dos recursos de informática por parte das empresas ocidentais. Essas empresas apenas estavam informatizando os processos existentes sem ao menos reprojetá-los desde o início, visando assim à melhoria necessária para tornar a empresa eficiente e eficaz. Dizia que as empresas estavam operando por intermédio de regras mal articuladas, resultantes das pressões do cotidiano e de práticas gerenciais obsoletas (LIMA, 1996). Além disso, Hammer conseguiu dar um nome comum aos vários esforços semelhantes que estavam sendo desenvolvidos até então. Hammer defendia uma nova técnica de gestão: A Reengenharia, a qual deveria ser empregada a qualquer custo, mesmo que isso representasse uma mudança drástica envolvendo a destruição da estrutura antiga e o estabelecimento de uma nova ordem organizacional. Outro personagem que muito contribuiu para o incremento do estudo da Reengenharia foi o consultor canadense Thomas Davenport que se dedicou mais às mudanças organizacionais e divergia de Michael Hammer com relação à função reservada ao ser humano dentro da mudança. Davenport pregava a Reengenharia, mas defendia a preservação das pessoas, tendo a Tecnologia da Informação (TI) como ferramenta facilitadora às inovações ou melhorias incrementais (LIMA, 1996). A Reengenharia tem como filosofia básica à mudança dos paradigmas empresariais atuais, ou seja, a quebra dos padrões adotados até então na Administração de Empresas, possibilitando a transformação radical na forma de organizá-las, tornando-as eficientes, eficazes, flexíveis e voltadas aos seus clientes. A Reengenharia pode ser entendida sob diversos olhares, conforme abaixo: a) Consiste no repensar dos propósitos da empresa (o que ela faz e como ela faz). b) Consiste na análise profunda dos atuais processos da empresa. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 17 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional c) Consiste na utilização da Tecnologia da Informação (TI) para modificar fundamentalmente a forma de condução da empresa e não para simplesmente fazê-la funcionar mais rápido. d) Consiste na transformação total da empresa através do remodelamento sem restrições de todos os processos existentes, tecnologias e sistemas administrativos, bem como da estrutura e valores da empresa (LIMA, 1996). Na verdade, não estamos somente diante de um conceito novo para representar umaidéia antiga, mas sim, diante de uma quebra de padrões que está proporcionando mudanças radicais na forma de se organizar as empresas e alterar a concepção que se tem dos negócios. A Reengenharia deve ser entendida como o modo pelo qual se pode voltar à empresa para o cliente, garantir qualidade e produtividade nos principais processos organizacionais, obter maior agilidade e objetividade nas decisões e, finalmente, transformar as organizações no sentido de torná-las mais competitivas. O “repensar” a organização significa romper com o passado e pensar como as coisas deveriam ser independentemente de como estão sendo feitas nas circunstâncias atuais. Significa reinventar a empresa jogando fora os paradigmas existentes, concebendo maneiras totalmente novas de realizar o trabalho organizacional. Significa provocar transformações que devem ser dramáticas, no sentido de superar ganhos marginais ou incrementais. A Reengenharia permite, ainda, o rompimento com os padrões estabelecidos no passado, possibilita a avaliação de maneira mais profunda à razão da própria existência da empresa e questiona radicalmente o seu funcionamento, assumindo circunstâncias totalmente novas, de maneira prática e profunda. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 18 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional De um modo geral, as organizações são orientadas por funções, tarefas e estruturas e não por processos. A estrutura através de pirâmides hierárquicas denota muita rigidez e concentração do poder em alguns poucos executivos, geralmente do seu mais alto escalão. Isso leva a empresa a perder agilidade e competitividade diante da concorrência. A falta de visão nos processos faz com que os executivos enxerguem apenas até o limite de suas funções as quais passam a ser mais importante que os clientes permitindo que as responsabilidades se percam entre os departamentos (LIMA, 1996). Ninguém administra os espaços em branco no organograma. Portanto, a visão de processos é fundamental para a aplicabilidade da Reengenharia nas empresas e a sua concepção será definida no próximo tópico. O modelo administrativo tradicional baseado na “pirâmide hierárquica ou estrutura vertical” é fortemente combatido pela Reengenharia que visa à criação de um novo paradigma, partindo do princípio de que para tornar a empresa mais competitiva é preciso, a partir de sua reinvenção ou transformação, introduzir um modelo de gestão voltado para os processos e não para as funções fixas do organograma tradicional. Um processo pode ser subdividido em subprocessos que se inter- relacionam de forma lógica. O subprocesso é constituído por um determinado número de atividades que são ações necessárias para produzir resultados. Cada atividade é constituída por tarefas executadas pelas pessoas (LIMA, 1996). A Reengenharia possui algumas características básicas tidas como essenciais para a sua implementação, conforme segue: a) Objetivo Estratégico; b) Visão por Processos de Negócio; c) Melhoria Significativa nos Resultados; d) Impacto Organizacional Amplo e Profundo; e e) Esforço Abrangente e Multidisciplinar. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 19 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional A figura 6 apresenta as interfaces entre os vários processos da empresa e a integração destes com a Tecnologia da Informação (TI). O processo pode ser entendido como a seqüência de atividades que começa na percepção das necessidades explícitas e implícitas de um cliente e termina com a superação de suas expectativas, através da transformação dos insumos recebidos em produtos/serviços definidos e muitas vezes executados em parceria com clientes e fornecedores, conforme ilustrado na figura 6. A Reengenharia se integra perfeitamente às novas abordagens da Administração voltadas para a melhoria dos processos empresariais. Dentre essas abordagens destacam-se o Gerenciamento da Qualidade Total (TQM), o Just-in-Time (JIT), o Kaisen, a Análise do Valor do Processo, o Manufacturing Resource Planning (MRP II), o Custeio Baseado na Atividade (Activity Based Costing - Custo ABC), o Downsizing e o Benchmarking. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 20 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional Figura 6: Visão dos Processos Empresariais na Indústria Fonte: LIMA, 1996 2.3. Gerenciamento da Qualidade Total – TQM O Gerenciamento da Qualidade Total (Total Quality Management – TQM) objetiva a melhoria contínua dos processos empresariais em termos de custo, tempo e qualidade para o atendimento das necessidades dos clientes. O TQM utiliza gráficos de processo ou fluxo para a compreensão dos processos existentes na empresa e suas abrangências, finalizando com a adequação de atividades para a implementação de melhorias. F O R N E C E D O R E S C L I E N T E S / C O N S U M I D O R E S Estoque de Matérias- Primas Estoque de Materiais em Processo Estoque de Produtos Acabados Pedidos de Cl ientes em Processo Inventário do Cliente/ Canal de Vendas Inventário do Fornecedor/ Pedido ao Fornecedor + $ - $ Lead-T ime (Tempo em Dias) SERVIÇO ASSISTÊNCIA TÉCNICA / SUPORTE PÓS-VENDA LOGÍSTICA (ENTRADA) PROGRAMAÇÃO DE VENDAS/ MOVIMENTAÇÃO/ ARMAZENAGEM LOGÍSTICA (SAÍDA) COLETA DE PEDIDO/ DISTRIBUIÇÃO/ CARTEIRA DE PEDIDOS PLANEJAMENTO PLANEJAMENTO DA DEMANDA/ S&OP/MPS/MRPCRP MARKETING/ VENDAS PROMOÇÃO/ PROPAGANDA/ RELACIONAMENTO/ MERCHANDISING PRODUÇÃO CONTROLE DO CHÃO DE FÁBRICA SUPRIMENTOS DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORES/ ACORDOS COMERCIAIS Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 21 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional A figura 7 apresenta os passos ou Ciclo do PDCA, criado pelo Gerenciamento da Qualidade Total – TQM, visando à melhoria contínua dos processos mercadológicos e administrativos das organizações contemporâneas. O Ciclo PDCA, ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming, é um ciclo de desenvolvimento que tem foco na melhoria contínua1. Atualmente, a máxima do Movimento da Qualidade consiste no Gerenciamento da Qualidade Total (Total Quality Management – TQM) objetiva a melhoria contínua dos processos mercadológicos e empresariais em termos de custo, tempo e qualidade para o atendimento das necessidades dos clientes. O TQM utiliza gráficos de processo ou fluxo para a compreensão dos processos existentes na empresa e suas abrangências, finalizando com a adequação de atividades para a implementação de melhorias. Dentre as técnicas mais usuais do TQM estão o Ciclo do PDCA, demonstrado na figura 7 o consagrado Diagrama de Ishikawa, constante na figura 8, também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito ou Diagrama Espinha de Peixe, e a metodologia do Programa 5S. 1 O PDCA foi introduzido no Japão após a guerra, idealizado por Shewhart e divulgado por Deming, quem efetivamente o aplicou. Inicialmente deu-se o uso para estatística e métodos de amostragem. O Ciclo de Deming tem por princípio tornar mais claros e ágeis os processos envolvidos na execução da gestão, como por exemplo, na Gestão da Qualidade, dividindo-a em quatro principais passos ou ciclos básicos: Plan, Do, Check e Act.O PDCA é aplicado para se atingir resultados dentro de um Sistema de Gestão e pode ser utilizado em qualquer empresa de forma a garantir o sucesso nos negócios, independente da área de atuação da empresa. O Ciclo PDCA começa pelo planejamento, em seguida a ação ou conjunto de ações planejadas são executadas, checa-sese o que foi feito estava de acordo com o planejado, constantemente e repetidamente (ciclicamente), e toma-se uma ação para eliminar ou ao menos mitigar defeitos no produto ou na execução. Os passos do Ciclo PDCA são os seguintes: (1) PLAN (Planejamento): estabelecer uma meta ou identificar o problema (um problema tem o sentido daquilo que impede o alcance dos resultados esperados, ou seja, o alcance da meta); analisar o fenômeno (analisar os dados relacionados ao problema); analisar o processo (descobrir as causas fundamentais dos problemas) e elaborar um plano de ação. (2) DO (Execução): realizar, executar as atividades conforme o plano de ação. (3) CHECK (Verificação): monitorar e avaliar periodicamente os resultados, avaliar processos e resultados, confrontando-os com o planejado, objetivos, especificações e estado desejado, consolidando as informações, eventualmente confeccionando relatórios. Atualizar ou implantar a Gestão à Vista. (4) ACT (Ação): Agir de acordo com o avaliado e de acordo com os relatórios, eventualmente determinar e confeccionar novos planos de ação, de forma a melhorar a qualidade, eficiência e eficácia, aprimorando a execução e corrigindo eventuais falhas (Fonte: LIMA, 1996). http://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial http://pt.wikipedia.org/wiki/Gest%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Gest%C3%A3o_da_qualidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Gest%C3%A3o_da_qualidade_total http://pt.wikipedia.org/wiki/Planejamento http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Gest%C3%A3o_%C3%A0_vista&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Efici%C3%AAncia http://pt.wikipedia.org/wiki/Efic%C3%A1cia Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 22 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional Figura 7: Ciclo do PDCA Fonte: LIMA, 2003 O Diagrama de Causa e Efeito fez avanços significativos na melhoria de qualidade e são úteis como ferramentas sistemáticas para encontrar, classificar e documentar as causas da variação da qualidade na produção e organizar a relação mútua entre eles. Edwards Deming, um dos colegas de Ishikawa, adotou este Diagrama e usou-o para ensinar o Controle de Qualidade no Japão. Ishikawa e Deming usaram este Diagrama como um as primeiras ferramentas no Processo da Gerência de Qualidade A figura 8 a seguir, apresenta o Diagrama de Ishikawa, ou Diagrama de Causa e Efeito ou Diagrama Espinha de Peixe. Figura 8: Ciclo do PDCA Fonte: LIMA, 1996 (PLAN) PLANEJAMENTO E ESTABELECIMENTO DOS DOCUMENTOS CORRETOS (CHECK) CONTROLAR A CONFORMIDADE / OPORTUNIDADE DE MELHORIA (ACT) AGIR CORRETAMENTE / PREVENTIVAMENTE SOBRE AS CAUSAS DE NÃO CONFORMIDADE OU IMPLEMENTAR MELHORIAS (DO) EXECUTAR ATIVIDADES CONFORME DOCUMENTAÇÃO SIM NÃO Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 23 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional O Programa 5S tem por objetivo melhorar o ambiente de trabalho, tornando-o agradável, saudável e produtivo. O seu sucesso depende diretamente do empenho, responsabilidade e disciplina dos membros da organização. A seguir, o detalhamento do Programa 5S: 1ºS – Senso de Utilização (Seiri): Separar o útil do inútil; 2ºS – Senso de Arrumação (Seiton): Separar o útil do inútil; 3ºS – Senso de Limpeza (Seiso): Manter o ambiente sempre limpo aprendendo a não sujar; 4ºS – Senso de Saúde e Higiene (Seiketsu): Manter o ambiente de trabalho sempre favorável à saúde e higiene com manutenção permanente; 5ºS – Senso de Autodisciplina (Shitsuke): Fazer dessas atitudes um hábito, transformando o 5S num modo de vida. 2.4. Just-in-Time (JIT) O Just-in-Time (JIT) ou Bem-no-Tempo (BET) tem como objetivo a melhoria contínua dos processos produtivos, possibilitando entre outros benefícios a redução dos estoques fabris. O JIT/BET possui em sua filosofia e metodologia a aversão e ataque às perdas, ou seja, tudo aquilo que não agrega valor ao produto ou serviço (LIMA, 1996). O JIT/BET é um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Pode ser aplicado em qualquer organização, para reduzir estoques e os custos decorrentes.O Just-in-Time é o principal pilar do Sistema Toyota de Produção ou Produção enxuta. Com este sistema, o produto ou matéria prima chega ao local de utilização somente no momento exato em que for necessário. Os produtos somente são fabricados ou entregues a tempo de serem vendidos ou montados (WOMACK, 1992). http://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o_da_produ%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Toyota_de_Produ%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Produ%C3%A7%C3%A3o_enxuta Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 24 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional O conceito de Just-in-Time está relacionado ao de produção por demanda, onde primeiramente vende-se o produto para depois comprar a matéria prima e posteriormente fabricá-lo ou montá-lo. Nas fábricas onde está implantado o Just-in-Time e o estoque de matérias primas é mínimo e suficiente para poucas horas de produção. Para que isto seja possível, os fornecedores devem ser treinados, capacitados e conectados para que possam fazer entregas de pequenos lotes na frequência desejada. A redução do número de fornecedores para o mínimo possível é um dos fatores que mais contribui para alcançar os potenciais benefícios da política Just-in-Time. Esta redução, gera, porém, vulnerabilidade em eventuais problemas de fornecimento, já que fornecedores alternativos foram excluídos. A melhor maneira de prevenir esta situação é selecionar cuidadosamente os fornecedores e arranjar uma forma de proporcionar credibilidade dos mesmos de modo a assegurar a qualidade e confiabilidade do fornecimento. As modernas fábricas de automóveis são construídas em condomínios industriais, onde os fornecedores Just-in-Time estão a poucos metros e fazem entregas de pequenos lotes na mesma frequência da produção da montadora, criando um fluxo contínuo. O sistema de produção adapta-se mais facilmente às montadoras de produtos onde a demanda de peças é relativamente previsível e constante, sem grandes oscilações. Uma das ferramentas que contribui para um melhor funcionamento do sistema Just-in-Time é o Kanban (WOMACK, 1992). O Kanban é uma palavra japonesa que significa literalmente registro ou placa visível. Em Administração da Produção, Kanban significa um cartão de sinalização que controla os fluxos de produção ou transportes em uma indústria. O cartão pode ser substituído por outro sistema de sinalização, como luzes, caixas vazias e até locais vazios demarcados (WOMACK, 1992). http://pt.wikipedia.org/wiki/Kanban http://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o_da_produ%C3%A7%C3%A3o Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 25 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional Coloca-se um Kanban em peças ou partes específicas de uma linha de produção, para indicar a entrega de uma determinada quantidade. Quando se esgotarem todas as peças, o mesmo aviso é levado ao seu ponto de partida, onde se converte num novo pedido para mais peças. Quando for recebido o cartão ou quando não há nenhuma peça na caixa ou no local definido, então deve-se movimentar, produzir ou solicitar a produção da peça. O Kanban permite agilizar a entrega e a produção de peças. Pode ser empregado em indústrias montadoras, desde que o nível de produção não oscile em demasia. Os Kanbans Físicos (cartões ou caixas) podem ser Kanbans de Produção ou Kanbansde Movimentação e transitam entre os locais de armazenagem e produção substituindo formulários e outras formas de solicitar peças, permitindo enfim que a produção possa realizar o Just-in-Time – metodologia desenvolvida e aperfeiçoada por Taiichi Ohno e Toyoda Sakichi conhecida como Sistema Toyota de Produção (WOMACK, 1992). 2.5. Kaisen O Kaisen, conforme já mencionado anteriormente, consiste nos esforços sistemáticos e contínuos onde todos na organização contribuem para que a lucratividade, a qualidade do produto e o prazo de entrega do mesmo ao cliente sejam constantemente melhorados. 2.6. Análise do Valor do Processo A Análise do Valor do Processo visa à simplificação de um processo empresarial, reduzindo seu custo e tempo de execução. A metodologia básica dessa abordagem consiste na análise de cada etapa do processo onde é estabelecido um valor monetário para a etapa. Daí verifica-se se a etapa agrega valor ao processo como um todo. Caso contrário, a etapa é eliminada do processo (LIMA, 1996). http://pt.wikipedia.org/wiki/Taiichi_Ohno http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Toyota_de_Produ%C3%A7%C3%A3o Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 26 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional 2.7. MRP II O Planejamento dos Recursos de Manufatura (Manufacturing Resources Planning - MRP II) consiste numa filosofia de Administração que busca a melhoria contínua do processo de manufatura através da utilização ótima das informações disponíveis sobre pedidos a serem faturados aos clientes, posição dos estoques existentes, centros produtivos e roteiros de produção, tempos associados à fabricação, custeio do produto, etc. O MRP II possibilita à empresa a melhoria dos seus processos interno e externo (LIMA, 1996). 2.8. Custo ABC O Custeio Baseado na Atividade (Activity Based Costing – ABC) tem como objetivo o corte dos custos através da análise do processo como um todo e da verificação das atividades que não agregam valor ao produto/serviço fornecido pela empresa aos seus clientes (LIMA, 1996). O Custeio ABC prega a eliminação dessa atividade não só do cômputo geral da formação do custo, mas também de sua eliminação definitiva do processo. O Custeio ABC está transformando a Contabilidade Gerencial tradicional com o envolvimento crítico maior desta área nos processos organizacionais. 2.9. Downsizing O Downsizing consiste na redução de níveis hierárquicos de uma organização para manter o essencial e a aproximação da base em relação à cúpula (direção). Geralmente, é acompanhado de uma descentralização do processo de tomada de decisões para os níveis inferiores da pirâmide hierárquica da organização (LIMA, 1996). Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 27 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional 2.10. Benchmarking O Benchmarking consiste num processo contínuo onde a empresa avalia seus produtos, serviços, processos administrativos e operacionais em relação aos seus mais fortes concorrentes ou mesmo às empresas notadamente reconhecidas como líderes em termos de excelência empresarial (LIMA, 1996). É uma abordagem estruturada para se observar o mercado pelo lado de fora da empresa e da adaptação das melhores práticas empresariais encontradas no aprimoramento dos processos internos e na busca de uma estratégia ideal para a empresa. O Benchmarking é a avaliação objetiva de como a empresa está posicionada no mercado em relação aos competidores de classe mundial ou do mesmo ramo de atividades. É um processo em que a empresa aprende com a experiência, observando o que a concorrência está fazendo no presente e projetando qual seria o seu desempenho no futuro. Segundo o especialista em organização Michael Spendolini, o Benchmarking consiste num processo contínuo e sistemático de avaliação de produtos, serviços e processos de trabalho, de organizações que reconhecidamente praticam as melhores técnicas com a finalidade de melhoria organizacional. O Marketing moderno se utiliza do Benchmarking para analisar os movimentos da concorrência e aprimorar a empresa perante os clientes e o mercado como um todo. 2.11. Gestão do Conhecimento A Gestão do Conhecimento é um tema já bem conhecido nas disciplinas de Administração. É um fenômeno sistêmico nas empresas que permanece independente das pessoas. As organizações podem não ter cérebro, mas são dotadas de sistemas cognitivos que elas mesmas desenvolvem e vão sendo impregnados na sua cultura por meio, principalmente, de rotinas ou procedimentos (LIMA, 2003). Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 28 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional Apesar de alguns autores fazerem distinção entre organização de aprendizagem e aprendizagem organizacional, parece bastante razoável analisar e estudar o tema como um único contexto. O que é claro é que a aprendizagem organizacional é uma característica da Gestão do Conhecimento (a organização que se desenvolve aprendendo). O termo Gestão do Conhecimento ou Organização de Aprendizagem deixa claro que a algumas habilidades típicas da aprendizagem organizacional não garantem por si que uma empresa é uma organização de aprendizagem. Por exemplo, a habilidade "resolução sistemática de problemas" é uma característica das empresas que aprendem. Mas, se o aprendizado baseado na solução de problemas (que é um aprendizado defensivo) não for autogerador, ou seja, for gerado somente pelos problemas, ou o aprendido é limitado a como eliminar as situações indesejáveis, a organização não pode ser uma Organização de Aprendizagem. A época de aprender não é somente quando existem crises. A Organização de Aprendizagem é por si um conceito, muito mais próximo da filosofia que das técnicas, não podendo ser tratada como uma abordagem para melhorar as empresas. É um conceito que vem sendo desenvolvido há mais de 50 anos e requer a conscientização de que não existe fim, pois a ação e a reação advindas das mudanças externas ou internas, ocorridas no ambiente ou no indivíduo, fazem parte do processo de aprendizagem. Apesar de já ser "antiga" a noção de Organização de Aprendizagem foi popularizada a partir do livro de Peter Senge, A Quinta disciplina. Desde então, se tornou um conceito mais difundido e uma proposição interessante. O seu principal conteúdo invoca a imagem de pessoas e grupos trabalhando para melhorar a inteligência, a criatividade e a capacidade organizacional. Para Senge, as Organizações de Aprendizagem devem planejar o respectivo futuro com base nos erros e acertos cometidos pela organização no seu passado e presente (LIMA, 2003). Segundo Senge, as organizações devem desenvolver cinco disciplinas para continuamente estarem em processo de aprendizagem: Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 29 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional Maestria pessoal, relacionada com o autoconhecimento; Modelos mentais, que trata de imagens que influenciam o modo como as pessoas vêem o mundo; Objetivos comuns, que aborda as questões relacionadas à clareza e compartilhamento de objetivos; Aprendizado em grupo, relacionada ao desenvolvimento de habilidades coletivas e de ações coordenadas; Pensamento sistêmico, um modelo conceitual, formado por um conjunto de conhecimentos ferramentas, que buscam o aperfeiçoamento do processo de aprendizagem como um todo (SENGE, 1990). Na manufatura, as empresas continuamente aplicam ferramentas que facilitam o aprendizado ou mesmo desenvolvem mecanismos de aprendizagem a cada dia. Por exemplo, no processode desenvolvimento de produtos, a necessidade cada vez mais crescente do "aprender antes de fazer", incentivando o uso de ferramentas computacionais mais sofisticadas. Isso requer uma forte ligação com uma base de dados composta não somente por informações mais tradicionais, mas também por conhecimentos gerados, de forma dinâmica, no processo de aprendizagem. Se as empresas vêem desenvolvendo sua capacidade de aprender, por que é tão difícil ser uma organização de aprendizagem? É muito difícil fazer um diagnóstico. Entretanto, algumas questões podem servir como ponto de partida para uma investigação mais detalhada: Será que existe nas pessoas das empresas, além da consciência, a convicção de que é possível ser uma organização de aprendizagem? Os líderes realmente facilitam o compartilhamento de objetivos? As empresas acreditam que a melhor forma de aprender é "fazendo", desprezando outros recursos, como modelos mentais, por exemplo? Será que existe uma preocupação muito grande em melhorar o ambiente, por exemplo, com a implantação de novos sistemas, novas abordagens de gestão ou ferramentas de engenharia e de fabricação, Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 30 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional inibindo ou limitando ações que poderiam alavancar a disciplina de desenvolvimento do indivíduo (maestria pessoal)? A gestão de conhecimento ou competências é feita de forma dinâmica? Ou seja, analisadas em um duplo sentido – saber quais competências e conhecimentos a empresa tem que permite alavancar novos negócios, e por outro lado, quais competências e conhecimentos são necessários desenvolver para atender ou acompanhar as mudanças atuais (LIMA, 2003). Algumas pesquisas estão sendo desenvolvidas, abordando a questão da aprendizagem organizacional. Algumas procuram descrever os mecanismos de aprendizagem existentes e praticados por empresas, enquanto outras buscam avaliar a capacidade de aprendizagem das organizações por meio da aplicação de questionários "quantificáveis". Também, outras formas de abordagem do tema são encontradas nos diversos centros que possuem grupos de pesquisa nessa área. Isso mostra que a questão é atraente e tem merecido atenção de grupos de pesquisadores e praticantes, principalmente devido à relação entre aprendizagem e capacidade competitiva. CONSIDERAÇÕES FINAIS Vimos o quanto a Estrutura Organizacional, além dos seus componentes afetam decisivamente para a estratégia e o planejamento das organizações contemporâneas, envolvendo os seus objetivos e metas de mercado. Foram apresentadas também as novas formas de Gestão, as quais possibilitam os administradores na adoção de uma nova mentalidade que valoriza as características básicas da competição empresarial contemporânea baseada em: Preço, Flexibilidade, Inovação, Integração e Tecnologia e os desafios que daí surgirem. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 31 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional Anotações _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 32 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Estrutura Organizacional Referências CHIAVENATO, I. Iniciação à Administração Geral. 3.ed. rev. e atual.Barueri:São Paulo: Manole, 2009. CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Makron Books, 1998. MARQUIS BL.; HUSTON CJ. Administração e liderança em enfermagem – teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2005. MASSAROLLO, MCKB. Estrutura organizacional e os serviços de enfermagem. In: KURCGANT, P. Administração em enfermagem. São Paulo: EPU, 1991. SOBRAL F.; PECI A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. LIMA, J. S. L. Proposta Metodológica para a Implementação da Reengenharia de Processos em Empresas dos Segmentos Químico e Petroquímico Brasileiro. Dissertação de Mestrado defendida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em 26 de agosto de 1996. LIMA, J. S. L. Tecnologia, Novas Formas de Gerenciamento e Desemprego Industrial. Tese de Doutorado defendida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em 14 de maio de 2003. www.cruzeirodosul.edu.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000 Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br