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Semana 04
Biodiversidade
Objetivo: Compreender a origem dos principais problemas que, na atualidade, estão relacionados à perda da biodiversidade.
Pré-aula
Conceito de Biodiversidade: “variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.” (Convenção da Diversidade Biológica, art. 2º).
Conceitos associados
Diversidade genética: diversidade dentro de uma mesma espécie.
Diversidade específica: diversidade entre animais e entre vegetais.
Diversidade ecossistêmica: diversidade dos ecossistemas existentes.
ECOSSISTEMA: complexo de comunidades que vivem em um determinado local.
Conservação in situ: proteção de uma espécie dentro da natureza.
Conservação ex situ: preservar determinada espécie em outro local (jardins botânicos).
Como dependemos da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos?
Produção agrícola; produção pesqueira; turismo; produção pecuária; produtos florestais; energia elétrica.
O Brasil apresenta uma grande diversidade de formas vida, que se encontra ameaçada devido à má administração e à exploração descontrolada (visando apenas o lucro).
Política Nacional de Biodiversidade
Instituída pelo Decreto Presidencial n° 4.339, de 22 de agosto de 2002, tem como objetivo geral “a promoção, de forma integrada, da conservação da biodiversidade e da utilização sustentável de seus componentes, com a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, de componentes do patrimônio genético e dos conhecimentos tradicionais associados a esses recursos”. É um importante instrumento de proteção do nosso patrimônio genético e de prevenção dos riscos que as atividades humanas podem oferecer a essa grande riqueza brasileira.
Foi elaborada para instituir princípios e diretrizes para aplicação dos compromissos assumidos pelo Brasil ao assinar a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - CNUMAD, em 1992. A CDB é um dos mais importantes legados da Rio 92 (ECO-92), constituindo um documento assinado e ratificado por 168 países e que tem como objetivos principais a conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus elementos constituintes, o usufruto justo e igualitário dos benefícios provenientes de recursos genéticos.
 Veja que a Política Nacional da Biodiversidade consagra alguns princípios importantes para a prevenção dos riscos associados ao uso incompatível com sua sustentabilidade, como o reconhecimento do valor intrínseco da diversidade biológica, ”merecendo respeito independentemente de seu valor para o homem ou potencial para uso humano”; reconhece também que as nações (incluindo o Brasil) são responsáveis pela conservação de sua biodiversidade e pela segurança de que as atividades sob sua jurisdição ou controle não causem dano ao meio ambiente e à biodiversidade de outras nações ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional; o princípio da precaução, o qual fala que onde exista evidência científica consistente de risco sério e irreversível à diversidade biológica, o Poder Público deve determinar medidas eficazes para evitar a degradação ambiental; o princípio do poluidor pagador, que determina a internalização dos custos ambientais e a utilização de instrumentos econômicos pelo poluidor, com o devido respeito pelo interesse público e sem distorcer o comércio e os investimentos internacionais; e também a obrigatoriedade, já prevista na Constituição, de que a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente deverá ser precedida de estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade.
 Na prática, vamos encontrar que a estrutura da PNB vai orientar suas etapas de implementação a partir de eixos temáticos denominados componentes, que são: a) o conhecimento da biodiversidade; b) conservação da biodiversidade; c) uso sustentável; d) monitoramento, avaliação, prevenção e mitigação de impactos sobre a biodiversidade; e) acesso a recursos genéticos, conhecimentos tradicionais e repartição de benefícios; f) educação, sensibilização e divulgação de informações sobre biodiversidade; e g) fortalecimento jurídico e institucional para a gestão da biodiversidade.
Importante prestar atenção que a proteção jurídica da biodiversidade é um aspecto necessário para auxiliar o poder público e a sociedade a lidar com os desafios da construção de um desenvolvimento sustentável. Vale destacar que defender e preservar a biodiversidade não devem ser confundidos como tão somente proteger os componentes naturais do meio ambiente (flora, fauna, solo, água etc.) ou do equilíbrio ecológico, embora tenha a ver com ambos: é necessário “reconhecer que a existência de variadas espécies animais e vegetais possui (i) um valor em si (componente ético); (ii) desempenha papel fundamental na manutenção do equilíbrio ecológico (componente ecológico); e (iii) possui valor econômico como recurso (componente econômico)” (ZAPATER, 2017).
Aula
Segundo Barbosa (2014), a biodiversidade é a variedade e a multiplicidade de seres vivos que há em nosso planeta.
· Está relacionada também com a variedade genética encontrada e com os ecossistemas que nos rodeiam.
· Cada espécie desempenha um papel importante para o funcionamento do planeta.
Importância da biodiversidade
Valores econômicos, sociais, culturais, recreativos, estéticos e científicos.
Espécies com potenciais de uso medicinais, alimentares ou como fonte de matéria-prima para atividades humanas.
Biodiversidade é a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras, florestais e industriais da biotecnologia.
As espécies de todas as formas de vida são interdependentes entre si (cadeia alimentar); qualquer alteração na cadeia alimentar pode resultar em extinção, aumento na população de determinada espécie.
Número de espécies catalogadas: 1,5 – 1,75 milhões.
Levantamento da ONU alerta que, até 2050, 40% da diversidade biológica pode estar comprometida.
Biodiversidade brasileira
O Brasil está no topo em biodiversidade.
Apresenta 5 biomas: floresta amazônica, cerrado, pantanal, caatinga, mata atlântica e pampa.
Bioma é uma região com características naturais bastante parecidas, mas que apresenta em seu interior uma variedade de ecossistemas. A fauna e a flora interagem entre si e com o próprio ambiente.
Floresta amazônica: ocupa cerca de 49% do território brasileiro. A Amazônia possui a maior floresta tropical do mundo, equivalente a 1/3 das reservas de florestas tropicais úmidas que abrigam a maior quantidade de espécies da flora e da fauna. Contém 20% da disponibilidade mundial de água e grandes reservas minerais. O delicado equilíbrio de suas formas de vida são muito sensíveis à interferência humana.
Mata atlântica: ocupa aproximadamente 13 % do território brasileiro. Por se localizar na região litorânea, ocupada por mais de 50% da população brasileira, é o Bioma mais ameaçado do Brasil. Apenas 27% de sua cobertura florestal original ainda está preservada. Apresenta muitas aves diferentes (coloridas).
Cerrado: área plana, vegetação baixa; ocorre principalmente no Planalto Central Brasileiro e ocupa aproximadamente 24% do território brasileiro. O Cerrado é reconhecido como a Savana mais rica do mundo em biodiversidade. Até a década de 1950, os Cerrados mantiveram-se quase inalterados. A partir da década de 1960, com a transferência da Capital Federal, do Rio de Janeiro para Brasília, e a abertura de uma nova rede rodoviária, a cobertura vegetal natural deu lugar à pecuária e à agricultura intensiva.
Pantanal: ocupa aproximadamente 2% do Território Nacional. Entretanto, o Bioma Pantanal é reconhecido como a maior planície de inundação contínua do Planeta Terra, o que constitui o principal fator para a sua formação e diferenciação em relação aos demais biomas. Ali se reúnem representantesde quase toda a fauna brasileira. O Bioma Pantanal é o mais preservado, embora a criação de gados seja uma atividade importante economicamente para a região, aliada às atividades de turismo.
Pampa: ocupa aproximadamente 2% do Território Nacional. É caracterizado por clima chuvoso, sem período seco, mas com temperaturas negativas no inverno, que influenciam a vegetação. Em toda a área de abrangência do Bioma Pampa, a atividade humana propiciou uma uniformização da cobertura vegetal que de um modo geral é usada como pastagem natural ou ocupada com atividades agrícolas, principalmente o cultivo do arroz.
Caatinga: ocupa uma área aproximada de 10% do Território Nacional. Embora esteja localizado em área de clima semi árido, apresenta grande variedade de paisagens, relativa riqueza biológica e espécies que só ocorrem nesse bioma. Os tipos de vegetação do Bioma Caatinga encontram-se bastante alterados, com a substituição de espécies vegetais nativas por pastagens e agricultura. O desmatamento e as queimadas são práticas comuns no preparo da terra para a agropecuária. Essa prática, além de destruir a cobertura vegetal, também prejudica a manutenção de animais silvestres, a qualidade da água e o equilíbrio do clima e do solo. Da área original ocupada por esse Bioma, aproximadamente 36% já foram alterados pelo homem.
Fatores que ameaçam a biodiversidade
Poluição do solo, água e atmosfera; introdução de espécies exóticas e invasoras; desmatamento; exploração excessiva dos recursos naturais; tráfico da fauna e flora silvestres; mudanças climáticas e aquecimento global.
Como podemos intervir para minimizar a perda da biodiversidade?
Fazem-se necessárias políticas públicas (fiscalização correta, punições); a iniciativa privada deve ter total interesse em preservar a natureza e a biodiversidade.

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