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DIRETOR GEAN WAGNER DE SOUZA EDITOR MATEUS DIAS TIBÚRCIO DA SILVA PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO DARLAN TOBIAS ALMEIDA DA SILVA COORDENADOR DE COLEÇÃO MATEUS DIAS TIBÚRCIO DA SILVA DIREITOS AUTORAIS É proibida a reprodução parcial ou total desta publicação, por qualquer forma ou meio, sem a prévia autorização da Fanex Rede de Ensino, com exceção do teor das questões de concursos públicos que, por serem atos sociais, não são protegidas como Direitos Autorais, na forma do Artigo 8º, IV, da Lei 9.610/1998. Referida vedação se estende às características gráficas da obra e sua editoração. A punição para a violação dos Direitos Autorais é crime previsto no Artigo 184 do Código Penal e as sanções civis às violações dos Direitos Autorais estão previstas nos Artigos 101 a 110 da Lei 9.610/1998. 2022 Todos os direitos reservados à Fanex Rede de Ensino CNPJ:18.722.419/0001-12 Rua Martins Ferreira, 245, Centro, Macau-RN CEP: 59500-000 www.fanex.com.br http://www.fanex.com.br/ 1. JUST IN TIME (JIT) e a PRODUÇÃO ENXUTA (lean production) …...……… 4 1.1 Introdução ........................................................................................ 4 1.2. Eliminação de desperdícios ........................................................... 4 1.3 Metas do JIT ...................................................................................... 6 1.4 Funcionamento de uma linha de montagem no Sistema JIT .... 6 1.5 Técnicas do JIT .................................................................................. 8 2. REFERÊNCIAS ............................................................................................... 10 1.1 Introdução O Just in Time (JIT) surgiu no Japão, nos meados da década de 70, sendo sua ideia básica e seu desenvolvimento creditados à Toyota Motor Company, levando a indústria japonesa à posição de destaque mundial em qualidade e produtividade. A competitividade do Japão no mercado internacional deflagrou amplo interesse pelo “JIT” que passou a ser adotado por várias empresas no ocidente. Just in Time significa produzir bens e serviços exatamente no momento em que são necessários - não antes para que não se transformem em estoque, e não depois para que os clientes não tenham que esperar. Embora digam que o sucesso do JIT está calcado nos aspectos culturais do povo japonês vários gerentes e estudiosos têm-se convencido que esta filosofia é composta de práticas gerenciais que podem ser aplicadas em qualquer parte do mundo. Basicamente o JIT procura reduzir as perdas à zero, concentrando- se nas atividades que não agregam valor (desperdícios). Além da eliminação dos desperdícios a filosofia JIT baseia-se no envolvimento de todos os funcionários e na busca do aprimoramento contínuo. A produção enxuta (lean production) é um modelo mais recente desenvolvido no ocidente, mas que na verdade utiliza basicamente todas as técnicas do JIT. A produção enxuta refere-se à produção sem desperdícios. 1.2. Eliminação de desperdícios Eliminar desperdícios significa analisar todas as atividades realizadas na fábrica e eliminar aquelas que não agregam valor à produção. As categorias de desperdício mais comuns são: - Superprodução – quando se produz mais do que é necessário para a próxima etapa de produção. - Espera – tempo de espera de máquinas, mão de obra, materiais, etc. - Transporte – movimentação de materiais dentro da fábrica. - Processamento – no próprio processo podem existir operações que podem ser eliminadas. - Movimentação – movimentação dos operadores dentro da fábrica. - Produção de defeitos – produção de produtos defeituosos. - Estoque – representa um desperdício de alto custo, além de esconder problemas da produção. A Questão dos Estoques Na abordagem tradicional os estoques são considerados úteis por proteger o sistema produtivo de problemas que podem interromper o fluxo de produção (quebras falta de peças, atraso de fornecedores entre outros). Na filosofia JIT os estoques são considerados nocivos, por ocuparem espaços e representarem altos investimentos em capital, mas, principalmente, por esconderem os problemas da produção que resultam em baixa qualidade e produtividade. Dessa forma, para reduzir os estoques é necessário primeiro estabelecer ações para a redução dos problemas de produção citados anteriormente. Se houver menos quebra de máquinas, por exemplo, haverá menos necessidade de estoques; se houver menos atrasos de fornecedores, haverá menos falta de materiais e consequentemente menos necessidade de estoques. 1.3 Metas do JIT As metas do JIT baseiam-se na crença de que através do aprimoramento contínuo (Kaizen) é possível aproximar-se, ao longo do tempo, dos resultados ideais. As metas são estabelecidas em relação a ideais que algumas organizações podem nunca alcançar, porém o grande desafio está na maneira de como se aproximar cada vez mais desses ideais. Em resumo, as metas colocadas pelo JIT são as seguintes: - Zero defeitos - Tempo zero de preparação (setup) - Movimentação zero - Quebra zero - Lead time zero - Lote unitário (uma peça) - Estoques zero 1.4 Funcionamento de uma linha de montagem no Sistema JIT. a) Abordagem tradicional (Produção empurrada) Na abordagem tradicional, como vimos anteriormente, a linha vai trabalhando dentro da capacidade máxima de cada posto de trabalho, ou seja: 1- O posto de trabalho A, recebe a matéria prima, executa suas operações e envia o produto semiacabado para o estoque Setor A Setor B Setor C Saída de Produto acabado (PA) Entrada de Matéria- prima (MP) amortecedor do posto B. Pega outra peça e vai repetindo o ciclo sucessivamente. 2 - O posto B pega o produto no seu estoque, realiza as operações, e envia para o estoque amortecedor do posto C. Pega outra peça no seu estoque e vai repetindo o ciclo sucessivamente. 3 – O posto C pega o produto no seu estoque, realiza as operações e fornece o Produto Acabado. E assim sucessivamente. Conclusão: Cada posto de trabalho envia produtos ao posto seguinte, na medida que vai concluindo sua operação, sem se importar com a situação dos postos seguintes. Dessa maneira, caso um posto seja mais rápido que o outro, o estoque dos postos mais lentos ficará com acúmulos de peças. Nesse caso, o custo do material em processo será bastante alto. É o que nós chamamos de “empurrar a produção”. b) Abordagem JIT (Produção puxada) Na abordagem JIT, cada posto só envia a peça ao posto seguinte, quando este solicitar, ou seja: 1 – O posto A pega a matéria prima, executa as operações e fica aguardando o pedido do posto B. Quando chega o pedido, entrega o produto semiacabado ao posto B, e só aí inicia a preparação de outro produto. Posto C Posto B Posto A Pedidos Pedidos MP PA 2 – O posto B, recebe o produto, realiza suas operações, faz um novo pedido ao posto A e fica aguardando o pedido do posto C. Quando chega o pedido, entrega o produto pronto ao posto C, e só aí inicia a preparação de outro produto. 3 - O posto C, recebe o produto, realiza suas operações, faz um novo pedido ao postoB e fornece o Produto Acabado. Conclusão: Cada posto de trabalho inicia o trabalho em um novo produto, quando o posto seguinte pede. É o que nós chamamos de “puxar a produção”. Dessa maneira, não haverá estoques e nem excesso de produtos em processo. 1.5 Técnicas do JIT “Kaizen” - melhoria contínua O melhoramento contínuo é a realização de sucessivos melhoramentos. Não importa se os melhoramentos são pequenos, o importante é que a cada período algum melhoramento tenha realmente ocorrido. Trabalhador multifuncional Mão-de-obra polivalente e proativa. Os trabalhadores são habilitados à realizar várias funções. Autonomia para parar a linha A filosofia JIT admite que a linha deve parar sempre que ocorrer algum problema de qualidade. Qualquer operador na linha de montagem tem autonomia para parar a linha. Visibilidade A situação das operações nos postos de trabalho pode ser vista facilmente e entendida pelos funcionários. Luzes coloridas são utilizadas para sinalizar a ocorrência de problemas em algum posto. Arranjo Físico Celular Os arranjos são planejados de forma a simplificar o fluxo dos materiais e pessoas. Além da utilização do arranjo físico celular recomenda-se juntar o máximo possível os postos de trabalho de forma a diminuir a movimentação e utilizar linhas em forma de U. Simplificação das máquinas Procura-se usar equipamentos simples e pequenos, de fácil movimentação e flexibilidade. Muitos são desenvolvidos ou adaptados pela própria engenharia da empresa, proporcionando um custo mais baixo de manutenção e maior confiabilidade. Redução do tempo de preparação (setup) Através da redução do tempo de preparação é possível trabalhar com lotes menores. Para que isso ocorra deve-se separar as tarefas de preparação em internas e externas. As internas são aquelas que exigem paralisação da máquina (ajuste de ferramenta, remoção de rebarbas, etc.) e as externas são aquelas que podem ser realizadas com a máquina trabalhando (transporte de ferramentas, organização da área, etc.). “Kanban” - cartão É uma instrução para produção e transporte. O material em processo só vai de um setor para outro quando solicitado através do cartão. O kanban de produção dispara a produção de um pequeno lote de peças de determinado tipo, em um determinado centro de produção da fábrica. O kanban de transporte autoriza a movimentação do material pela fábrica, do centro de produção que produz um componente para o centro de produção que consome este componente. Nivelamento da produção “Heijunka” Procura viabilizar a produção simultânea de vários produtos. Busca- se um ritmo homogêneo de produção. Fornecedores Os fornecedores na filosofia JIT são vistos como parceiros da empresa e procura-se estabelecer relacionamentos de parceria e confiança. CORRÊA, H. L. Administração de Produção e Operações. Manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2004. DAVIS, M. Administração da Produção. Porto Alegre: Bookman, 2001. HEIZER, J. Administração de Operações. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001 MAYER, R. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1990. MARTINS, Petrônio. Administração da Produção. São Paulo: Saraiva, 1998. MOREIRA, D. A. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Pioneira, 1995. ROCHA, Duílio. Fundamentos Técnicos da Produção. São Paulo: Makron Books, 1995. RUSSOMANO, V. H. Planejamento e Controle da Produção. São Paulo: Pioneira, 1995. SLACK, Nigel.Administração da Produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. STEVENSON, W. J. Administração das Operações de Produção. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. TUBINO, D. F. Manual de Planejamento e Controle da Produção. São Paulo: Atlas, 2000.