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Livro Texto - Unidade I (1)

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Prévia do material em texto

Autores: Profa. Kátia Regina Silva Aranda
 Prof. Luiz Carlos Barone
Colaboradores: Prof. Juliano Rodrigo Guerreiro
 Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano
Diagnóstico Laboratorial de 
Infecções Parasitárias
Professores conteudistas: Kátia Regina Silva Aranda / Luiz Carlos Barone
Kátia Regina Silva Aranda
Graduada no curso de Ciências Biológicas Modalidade Médica pela Universidade de Mogi das Cruzes em 1999. 
Professora pela Universidade Paulista (UNIP) lecionando no curso de Farmácia, em São Paulo, desde 2019. Possui 
doutorado pela Universidade Federal de São Paulo, concluído em 2005. Possui pós-doutorado pela Universidade 
Federal de São Paulo, concluído em 2010. Trabalhos de pesquisa nas áreas das Ciências da Saúde, como Microbiologia 
e Biotecnologia.
Luiz Carlos Barone
Graduado no curso de Ciências Biológicas Modalidade Médica pela Universidade de Mogi das Cruzes em 1988. 
Pós-graduado pela Escola Paulista de Medicina no curso especialista em citologia oncótica vaginal e mamária, 
concluído em 2000. Mestrando em parasitologia médica pelo Instituto de Assistência Médica do Servidor Público 
Estadual – IAMSPE com parceria do Centro Universitário Saúde do ABC – Faculdade de Medicina do ABC – FMABC-
FUABC. Professor pela Universidade Paulista (UNIP).
 
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
A662d Aranda, Kátia Regina Silva.
Diagnóstico Laboratorial de Infecções Parasitárias / Kátia Regina 
Silva Aranda, Luiz Carlos Barone. – São Paulo: Editora Sol, 2021.
200 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Protozoário. 2. Hospedeiro. 3. Diagnóstico. I. Aranda, Kátia 
Regina Silva. II. Barone, Luiz Carlos. III. Título.
CDU 616
U510.72 – 21
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Bruno Barros 
 Vitor Andrade
Sumário
Diagnóstico Laboratorial de Infecções Parasitárias
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 ASSOCIAÇÕES, MECANISMOS DE AÇÃO E INTERAÇÕES DOS PARASITAS ............................... 11
1.1 Conceitos importantes em parasitologia ................................................................................... 11
1.1.1 Tipos de associações entre os animais ............................................................................................11
1.1.2 Ação dos parasitas sobre o hospedeiro .......................................................................................... 12
1.1.3 Interação entre parasita, hospedeiro e vetor .............................................................................. 13
1.1.4 Classificação dos parasitas .................................................................................................................. 14
1.1.5 Como os parasitas causam doença ................................................................................................. 14
2 ARTHROPODA ................................................................................................................................................... 15
3 ORDENS ............................................................................................................................................................... 18
3.1 Diptera ...................................................................................................................................................... 18
3.2 Hemiptera ................................................................................................................................................ 22
3.3 Anoplura................................................................................................................................................... 24
3.4 Siphonaptera .......................................................................................................................................... 26
3.5 Acarina ...................................................................................................................................................... 28
3.5.1 Escabiose .................................................................................................................................................... 30
3.5.2 Febre maculosa ........................................................................................................................................ 30
4 AULA PRÁTICA: IDENTIFICAÇÃO DE ARTRÓPODES EM LÂMINAS DE MICROSCOPIA .......... 38
Unidade II
5 PROTOZOA .......................................................................................................................................................... 44
5.1 Protozoários intestinais ..................................................................................................................... 48
5.1.1 Entamoeba histolytica .......................................................................................................................... 49
5.1.2 Giardia lamblia ......................................................................................................................................... 53
5.1.3 Isospora belli ............................................................................................................................................. 56
5.1.4 Cryptosporidium sp ................................................................................................................................ 60
5.1.5 Aula prática: exame coproparasitológico para pesquisa de protozoários 
intestinais – técnicas de Sheater e Faust ................................................................................................. 65
5.2 Protozoários sanguíneos ................................................................................................................... 75
5.2.1 Trypanosoma cruzi ................................................................................................................................. 75
5.2.2 Plasmodium spp. ..................................................................................................................................... 81
5.2.3 Toxoplasma gondii.................................................................................................................................. 87
5.2.4 Leishmania spp. ....................................................................................................................................... 90
5.2.5 Aula prática: identificação de protozoários sanguíneos em lâminas de microscopia – 
Leishmania spp., Trypanosona cruzi, Plasmodium spp. e Toxoplasma gondii ........................... 96
6 OUTROS PROTOZOÁRIOS ..............................................................................................................................98
6.1 Trichomonas spp. .................................................................................................................................. 98
Unidade III
7 PLATYHELMINTES ..........................................................................................................................................108
7.1 Trematoda..............................................................................................................................................108
7.1.1 Schistosoma mansoni .........................................................................................................................108
7.1.2 Fasciola hepatica ...................................................................................................................................113
7.2 Cestoda ...................................................................................................................................................118
7.2.1 Taenia .......................................................................................................................................................119
7.2.2 Echinococcus ........................................................................................................................................ 128
7.2.3 Hymenolepis .......................................................................................................................................... 135
7.2.4 Diphyllobothrium ................................................................................................................................. 139
7.2.5 Aula prática: exame coproparasitológico para pesquisa de helmintos – 
técnicas de Willis e de Hoffman ............................................................................................................... 142
8 ASCHELMINTHES ...........................................................................................................................................144
8.1 Nematoda ..............................................................................................................................................144
8.1.1 Ascaris lumbricoides ........................................................................................................................... 144
8.1.2 Enterobius vermiculares .................................................................................................................... 148
8.1.3 Strongyloides stercoralis ................................................................................................................... 153
8.1.4 Ancylostoma .......................................................................................................................................... 158
8.1.5 Wuchereria bancrofti ......................................................................................................................... 164
8.1.6 Trichuris trichiura ..................................................................................................................................171
8.1.7 Larva migrans cutânea, visceral e ocular ................................................................................... 175
8.1.8 Aula prática: identificação de helmintos em lâminas e frascos – visualização 
das estruturas dos parasitas ....................................................................................................................... 180
7
APRESENTAÇÃO
Ao estudar esta disciplina vamos mostrar a você como aplicar diferentes métodos laboratoriais de 
diagnóstico para que seja possível a identificação das principais parasitoses que acometem a espécie 
humana, como: artrópodes, protozoários e helmintos.
Lembre-se que é muito importante que você se mantenha organizado em seus estudos. Dessa 
forma, será possível acompanhar melhor a evolução dos conteúdos, além de evoluir adequadamente na 
construção do seu conhecimento. 
Desejamos um bom estudo e esperamos, junto com você, sempre alcançar um dos objetivos maiores 
na sua trajetória acadêmica, que é o conhecimento capaz de fazer toda a diferença na sua carreira 
profissional. Vamos, agora, contar um pouco sobre o conteúdo que vamos estudar.
Baseando-se na importância de auxiliar você a analisar e tirar conclusões, diante dos métodos 
laboratoriais de diagnóstico, este conteúdo abordará, inicialmente, os tipos de associações entre os 
animais, os mecanismos de ação dos parasitas e o papel deles (os parasitas) como agentes causadores 
de doença. Em relação ao parasita, vamos conhecer de forma detalhada os agentes etiológicos e os 
aspectos morfológicos que este agente pode apresentar durante sua vida e, principalmente, a forma 
infectante, ou seja, a morfologia adotada pelo parasita para causar doença. 
Para que possamos entender o mecanismo de ação dos parasitas, vamos conhecer as alterações 
clínicas que ocorrem em seres que são portadores deste parasita e qual profilaxia adotada, ou seja, 
como evitar a contaminação por esse agente patogênico. Os aspectos relacionados à epidemiologia, 
que conheceremos nesse conteúdo, são de grande importância para entendermos a prevalência das 
parasitoses pelo mundo e a relação com as condições humanas. Por fim, vamos conhecer as formas 
parasitárias que são identificadas pelos processos técnico-laboratoriais de diagnóstico parasitológico.
O objetivo desta disciplina é o de conhecer os artrópodes, os protozoários e os helmintos que 
atuam na integridade da saúde do homem, conferindo conhecimento, habilidades e atitudes favoráveis 
ao fortalecimento do sentido de responsabilidade e de competência com a saúde humana. Dessa 
forma, você será capaz de identificar as parasitoses nacionais, por meio dos principais métodos de 
diagnósticos vigentes.
A disciplina criará condições para que você possa adquirir e produzir os conhecimentos necessários 
para o desenvolvimento do seu raciocínio lógico para desenvolver ações diagnósticas e preventivas 
de doenças de origem parasitárias, baseadas em estudos científicos, propondo projetos que envolvam 
medidas de proteção e reabilitação da saúde do homem, dentro das condições sociais nacionais no Brasil.
Este conteúdo prepara você para identificar os agentes que parasitam o homem, o seu conceito 
biológico, além de ajudá-lo a conhecer as técnicas de identificação para o diagnóstico da infecção. Dessa 
forma, este material oferece as competências e habilidades que você deve possuir para agir como um 
parasitologista competente e preparado para realizar o diagnóstico preciso das infecções parasitárias.
8
INTRODUÇÃO
Atualmente, as infecções parasitárias são consideradas pela OMS (Organização Mundial de 
Saúde) uma das seis doenças infecciosas mais perniciosas que atinge a humanidade. Apesar de países 
desenvolvidos não estarem sujeitos a muitos dos parasitas prejudiciais, porque possuem boas 
condições de higiene, saneamento básico e padrão educacional, em países subdesenvolvidos ainda é 
um problema de saúde pública.
Estudos concluem que a globalização causou grande mudança nas condições sociais e biológicas e 
isso determina as enfermidades infecciosas como um problema de saúde pública, ou seja, essas questões 
atingem de forma gradativa, direta ou indiretamente, a saúde da população, principalmente, em países 
subdesenvolvidos.
Por décadas, a relação da variação climática, de acordo com as regiões geográficas, foi considerada 
a grande vilã das doenças parasitárias e que tornaria as parasitoses de difícil controle. Entretanto, com 
diversos estudos, notou-se que a responsabilidade da disseminação e descontrole das parasitoses estão 
relacionados, entre outros fatores, à pobreza, falta de educação ambiental e desigualdade social.
Sem dúvida, a distribuição geográfica e a migração humana, independentemente da situação 
socioeconômica do país, são os grandes vilões no combate às parasitoses, como a presença de hospedeiros 
susceptíveis, migrações, condições ambientais, hábitos religiosos e princípios higiênicos.Mesmo em países 
desenvolvidos, como os Estados Unidos, nota-se que o processo de erradicação de algumas infecções é 
complexo, visto o aumento do número de viagens pelo mundo e a desinformação dos imigrantes.
O setor econômico também sofre com as parasitoses. Diferentes regiões do mundo sofrem com altas 
taxas de mortalidade, prejuízos alimentícios e diminuição na produtividade humana.
As doenças parasitárias são consideradas síndromes complexas de difícil controle devido a sua 
relação íntima com o comportamento humano. O estudo dos agentes envolvidos na doença parasitária, 
tais como, reservatórios, vetores, mecanismos de transmissão, ciclo biológico do parasita são essenciais 
para o controle dessas doenças, bem como para o tratamento e intervenções clínicas e medicamentosas. 
Nesta unidade, vamos conhecer os diferentes tipos de associação entre os animais, como são 
classificados e, principalmente, vamos conhecer os mecanismos de ação dos parasitas em seus hospedeiros.
A identificação da interação entre o parasita, o seu hospedeiro e o vetor de transmissão, é de grande 
importância para a compreensão das doenças parasitárias e seu diagnóstico.
Vamos iniciar nosso estudo conhecendo os artrópodes, conhecidos como ectoparasitas: eles são os 
parasitas que vivem de forma externa ao hospedeiro e classificados em diferentes ordens.
Nas ordens abordadas, conheceremos insetos, ácaros, carrapatos, piolhos e pulgas que podem 
atuar como vetores e como causadores de doença. Conheceremos, de forma detalhada, a doença febre 
9
maculosa, que é uma importante parasitose que leva muito dos seus hospedeiros à morte. E, por fim, 
vamos conhecer como é realizada a identificação laboratorial dos artrópodes abordados.
Depois, vamos conhecer e compreender os aspectos relacionados à classe Protozoa, composta por 
seres unicelulares eucarióticos.
Vamos conhecer, também, os principais parasitas de importância médica, que são causadores de 
doenças, e muitas delas podem levar o hospedeiro à morte.
Inicialmente, conheceremos os protozoários intestinais, seres unicelulares que habitam o intestino e 
causam determinadas parasitoses como a giardíase e amebíase, que afetam, principalmente, as crianças. 
Na sequência, estudaremos as parasitoses sanguíneas, como os agentes causadores da doença 
de Chagas, malária, toxoplasmose e leishmaniose. Em cada uma das doenças parasitárias, veremos 
os vetores, agentes etiológicos, o ciclo biológico do parasita, a profilaxia e o diagnóstico clínico e 
laboratorial de cada uma.
Aprenderemos, também, as técnicas de diagnóstico laboratorial para a identificação tanto dos 
parasitas protozoários intestinais como os sanguíneos. Dessa forma, será possível compreendermos 
todos os aspectos envolvidos para um diagnóstico fidedigno do material biológico analisado.
Destaca-se que é importante saber que a supervisão e o acompanhamento das doenças parasitárias 
que devem ser realizados pelas autoridades de saúde são vitais para o controle e a prevenção das 
parasitoses. Assim, a detecção imediata e notificação aos órgãos responsáveis das doenças parasitárias 
é fundamental para o processo de vigilância epidemiológica, para que seja possível a identificação 
de regiões endêmicas, os índices de contaminação e os estudos epidemiológicos complementares 
à parasitologia.
Por fim, vamos conhecer os parasitas classificados como endoparasitas, ou seja, os seres que vivem 
no interior do corpo do hospedeiro.
Esses endoparasitas que pertencem ao grupo dos helmintos (vermes) são divididos em três filos: 
Platyhelminthes (Cestoda – corpo alongado – e Trematoda – vermes achatados), Aschelminthes 
(Nematoda – vermes redondos) e Acantocephala (vermes arredondados, com pseudossegmentação e 
uma probóscida armada de ganchos).
11
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE INFECÇÕES PARASITÁRIAS
Unidade I
1 ASSOCIAÇÕES, MECANISMOS DE AÇÃO E INTERAÇÕES DOS PARASITAS
1.1 Conceitos importantes em parasitologia
1.1.1 Tipos de associações entre os animais
Sabemos que, naturalmente, os animais nascem, crescem, reproduzem-se, envelhecem e morrem. 
Entretanto, cada espécie se adapta, evolui e permanece como uma população ou grupo. Esses 
fenômenos são regulados por diversos fatores que permitem a cada ser vivo as melhores condições de 
obter alimentos e abrigo. 
 Observação
Seres vivos competem entre si pelo meio ambiente, onde o conceito 
de seleção natural é seguido pela natureza. O desiquilíbrio ecológico pode 
causar impactos irreversíveis na relação dos animais com o ambiente.
Os diferentes tipos de associação foram gerados a partir da convivência em um mesmo ambiente. 
Essas associações podem ser:
• Harmônica ou positiva: benefício mútuo ou ausência de prejuízo mútuo.
• Desarmônica ou negativa: prejuízo para algum dos participantes.
Em relação à harmônica, considera-se o comensalismo, o mutualismo, a simbiose e, como 
desarmônicas, a competição, o canibalismo, o predatismo e o parasitismo.
• Comensalismo: é a associação entre organismos de espécies diferentes, na qual um dos associados 
é beneficiado e o outro não ganha nem perde.
• Mutualismo: é quando duas espécies se associam para viver, e ambas são beneficiadas. É uma 
associação obrigatória, sendo, por muitos autores, considerada como uma simbiose.
• Simbiose: é a associação de dois ou mais organismos de espécies diferentes, ambos ou todos com 
vantagens recíprocas. Neste tipo de associação, as espécies realizam funções complementares, 
indispensáveis à vida de cada uma. De um modo geral, são conhecidos como simbiontes os 
indivíduos que vivem em simbiose.
12
Unidade I
• Competição: associação desarmônica na qual seres da mesma espécie ou espécies diferentes 
buscam o mesmo abrigo ou alimento, sendo que a espécie em desvantagem perde.
• Canibalismo: associação em que um animal se alimenta de outro da mesma espécie ou 
da mesma família.
• Predatismo: é a associação em que uma espécie depende da morte de outra espécie para 
sua sobrevivência.
 Observação
Em nosso dia a dia encontramos esse tipo de associação na cadeia 
alimentar: quando vemos a onça se alimentar de pacas e quando gaviões 
se alimentam de pequenas aves e roedores.
• Parasitismo: é a associação em que o benefício é unilateral, ou seja, o ser vivo (hospedeiro) 
que abriga o parasita oferece benefícios como alimento e abrigo, porém essa relação busca um 
equilíbrio, pois a morte deste hospedeiro é uma desvantagem para a sobrevivência do parasita. 
O parasitismo é uma forma de associação que possui diferentes manifestações, como exemplo, 
adequação no processo evolutivo. Com relação à evolução, esses organismos são altamente 
especializados, o que permite a sobrevivência em seus hospedeiros adequados. Como os parasitas 
têm que competir por alimento, não somente com o hospedeiro, mas também com outros 
membros de sua própria espécie e ainda com outras espécies, o mecanismo de reprodução é 
uma das estratégias para garantir o seu estabelecimento no hospedeiro. Assim, alguns parasitas 
têm a capacidade de produzir grande número de ovos e cistos, contaminando o ambiente e, 
consequentemente, atingindo o homem de forma mais ampla. Cada parasita tem uma forma 
particular de transmissão, e isso será demonstrado detalhadamente quando for citada cada uma 
das parasitoses; entretanto, sob o ponto de vista da saúde pública, para que ocorra a transmissão 
de um parasita são necessários os seguintes fatores: fonte de infecção, veículo de transmissão e 
via de penetração.
1.1.2 Ação dos parasitas sobre o hospedeiro
A intensidade da doença parasitária depende de um equilíbrio entre diferentes fatores que envolvem 
o hospedeiro e o parasita. O número de formas infectantes e o potencial de virulência deste parasita 
e as condições do hospedeiro, tais como, idade, estado nutricional e o grau da resposta imunológica 
podem determinar o grau de evolução da doença parasitária. Além disso, os mecanismos utilizados pelo 
parasita para sobreviver no hospedeiro e obter seus nutrientes e abrigovariam de acordo com a espécie 
e são muito variáveis, podendo ser, assim, as principais apresentadas a seguir: 
• Ação espoliativa: esse mecanismo de ação é utilizado pelo parasita para absorver nutrientes 
ou sangue do hospedeiro. Podemos ilustrar com o exemplo dos Ancylostomatidae, que fazem a 
13
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE INFECÇÕES PARASITÁRIAS
sucção de sangue da parede intestinal do hospedeiro e, após esse processo, abandonam o local 
causando pontos hemorrágicos na mucosa.
• Ação tóxica: o parasita produz enzimas ou metabólitos que podem causar lesão ao 
hospedeiro. Como exemplo, citamos as reações alérgicas causadas pelo A. lumbricoides em seu 
processo de infecção.
• Ação mecânica: ocorre quando o parasita bloqueia ou dificulta o fluxo de substâncias vitais 
ao hospedeiro. Um exemplo é o Giardia lamblia, que produz um ”tapete” na mucosa intestinal, 
obstruindo a absorção de água e nutrientes pelo intestino.
1.1.3 Interação entre parasita, hospedeiro e vetor
Hospedeiro é um organismo no qual o parasita obtém nutrientes e no qual algum, ou uma parte do 
ciclo de vida parasita, ocorre.
Muitos parasitas têm exigências específicas para completar seu ciclo de vida. Ainda que essencialmente 
todas as espécies animais tenham parasitas, esses são frequentemente muito específicos para o 
hospedeiro. Todavia, se as condições forem adequadas, os parasitas que são normalmente encontrados 
em um hospedeiro podem sobreviver e até serem bem-sucedidos em outro hospedeiro que não o seu 
natural. Com relação aos hospedeiros, podemos classificá-los como:
• Hospedeiro definitivo: também conhecido como hospedeiro principal. Neste hospedeiro, 
encontramos o parasita na fase de vida sexual madura ou forma adulta. Alguns parasitas requerem 
dois ou mais hospedeiros para completar seu ciclo de vida.
• Hospedeiro intermediário: é um organismo necessário para completar o ciclo biológico do 
parasita, além do hospedeiro definitivo. No hospedeiro intermediário, normalmente ocorre a fase 
assexuada ou larvária do parasita. 
• Hospedeiro reservatório: é um organismo além do hospedeiro definitivo e que pode abrigar um 
parasita e servir de fonte de infecção. 
Ainda sobre a relação parasita e hospedeiro, o parasita pode ser classificado de acordo com o número 
de hospedeiros necessários para seu desenvolvimento. Assim, são caracterizados como: 
• Monoxênico ou monogenéticos: são parasitas que desenvolvem seu ciclo evolutivo em um 
único hospedeiro.
• Heteroxênico ou digenéticos: são parasitas com mais de um hospedeiro, ou seja, para 
completarem o seu ciclo evolutivo, necessitam de, pelo menos, dois hospedeiros.
Já o vetor é um organismo vivo transmissor, ou seja, transporta o parasita de um hospedeiro para 
outro. O vetor pode ser: 
14
Unidade I
• Vetor biológico: é um hospedeiro essencial para o ciclo de vida: Exemplo: o mosquito é um vetor 
para o Plasmodium.
• Vetor mecânico: transmite a doença mecanicamente. Exemplo: moscas que pousam em fezes 
infectadas e depois pousam em alimentos podem carregar estágios infectantes dos parasitas de 
um lugar para outro.
1.1.4 Classificação dos parasitas
Os parasitas podem ser classificados de acordo com os locais onde são normalmente encontrados e, 
também, com suas características morfológicas.
Na classificação dos parasitas quanto a sua localização, são apresentados os endoparasitas 
e ectoparasitas.
• Endoparasitas: são os seres que vivem no interior do corpo do hospedeiro. Podem ser 
divididos em parasitas intestinais (exemplo: Ascaris lumbricoides) e parasitas sanguíneos 
(exemplo: Plasmodium).
• Ectoparasitas: são os parasitas que vivem de forma externa no hospedeiro, na grande maioria, na 
pele. Podemos citar o exemplo do Scarcoptes scabiei, agente causador da sarna.
Com relação às características morfológicas, os parasitas são divididos em protozoários (seres 
unicelulares), helmintos (seres multicelulares cilíndricos ou achatados) e artrópodes. Esses grupos 
são incluídos em cinco grandes filos: Protozoa (animais unicelulares), Platyhelminthes (ou vermes 
achatados), Aschelminthes (Nematoda - vermes redondos), Acantocephala (vermes arredondados, com 
pseudossegmentação e uma probóscida armada de ganchos) e Arthropoda (insetos e ácaros). Nesta 
unidade, mais adiante, estudaremos o filo Arthropoda.
1.1.5 Como os parasitas causam doença
Nas infecções parasitárias, os efeitos podem ser assintomáticos (ausência de sintomas), sintomas 
suaves ou moderados, ou ainda, a morte. A doença parasitária acontece quando os danos se tornam 
severos o suficiente para causar mudanças patológicas no hospedeiro. Os fatores que influenciam a severidade 
da infecção são: tratamento do parasita; quantidade de parasitas; localização da infecção; toxicidade do 
parasita; condições do hospedeiro.
Agora que já conhecemos a origem dos parasitas e como eles se associam com o hospedeiro, 
estudaremos as principais características de cada filo, incluindo os parasitas que pertencem a cada um 
respectivamente e, para cada espécie, conheceremos a morfologia, biologia, métodos de diagnóstico, 
epidemiologia, profilaxia e citações de drogas mais eficazes para a terapêutica. 
15
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE INFECÇÕES PARASITÁRIAS
2 ARTHROPODA
O filo Arthropoda inclui os invertebrados e corresponde a um grupo de parasitas que possuem 
pares de patas articuladas. Esses parasitas são denominados ectoparasitas, pois são encontrados 
na superfície do corpo de um hospedeiro. Este filo é o maior grupo do reino animal, com cerca 
de 80% de espécies descritas na literatura parasitária e é o mais importante economicamente 
para a agricultura, com efeitos tanto benéficos como nocivos. Cerca de 1 milhão destas espécies 
vivem na terra, ar ou água, onde sua alimentação varia de diversas fontes, inclusive de sangue 
dos hospedeiros.
De modo geral, esses tipos de ectoparasitas possuem simetria bilateral com um esqueleto externo 
formado por um tegumento composto por epiderme e cutícula. Este tegumento, por sua vez, tem 
a função de proteger, sustentar e impedir a perda de água. A cutícula, quando recém-formada pelo 
artrópoda, é flexível e mole, porém, com o tempo, fica enrijecida de quitina, tornando-se a porção 
mais externa da cutícula, denominado exoesqueleto, o qual impede o crescimento progressivo 
do ectoparasita.
O corpo do artrópoda é dividido em duas partes: cefalotórax e abdome, cabeça e tronco; ou em três, 
cabeça, tórax e abdome.
Na cabeça do artrópoda existem estruturas com a função sensorial, perfuradora ou mastigadora. 
Possuem um sistema nervoso formado por uma cadeia de gânglios ventrais, onde o sistema circulatório 
é do tipo aberto, contendo no seu interior um líquido denominado hemolinfa, impulsionado pelo 
coração. O sistema respiratório é formado por uma rede de traqueias que se liga com a parte exterior 
do parasita através de aberturas respiratórias, denominadas espiráculos. Seu sistema digestório é 
formado pela abertura oral, seguido do tubo digestivo e terminando na abertura anal, localizada na 
parte posterior do parasita. Geralmente, seu crescimento ocorre devido a “mudas” que também são 
denominadas ecdises. Essas mudas ocorrem durante o tempo de vida do ectoparasita promovendo 
alterações em seu corpo e conduzindo à sua maturidade sexual, juntamente por hormônios 
produzidos por ele.
Os artrópodes geralmente ficam presos à superfície do hospedeiro graças aos seus pares de 
patas. O processo de localização do hospedeiro ocorre devido a alguns estímulos específicos, como 
a presença de CO2, a temperatura da umidade do ambiente. O mecanismo de percepção dessas 
condições pelo artrópoda ocorre por sensores espalhados pelo seu corpo que estão localizados, 
principalmente, nas suas peças bucais e antenas.
O filo Arthropoda está subdivido em subfilos e classes, como apresentado de forma resumida na 
figura seguinte.
16
Unidade I
Arthropoda
FILO
CLASSE
ORDEM
Acarina
Peças bucais articuladas 
com o corpo; 
carrapatos – tamanho 
macroscópico, pernaslongas, exoesqueleto 
com ou sem escudo, 
exoparasitas; microácaros 
– 200 a 400 µm, pernas 
curtas, endoparasitas
Hemiptera
(percevejos 
verdadeiros), dois 
pares de asas, 
metamorfose simples
Diptera
(moscas e 
mosquitos), dois 
pares de asas 
(um atrofiado), 
metamorfose 
completa
Anoplura
(piolhos) sem 
asas, achatados 
dorsoventralmente, 
ectoparasitas 
permanentes, 
metamorfose simples
Siphonaptera
(pulgas) sem 
asas, achatados 
lateralmente, 
metamorfose 
completa
Insecta
Cabeça, tórax e abdome são 
segmentos distintos; um par 
de antenas e, em geral, um 
par de olhos; três pares de 
pernas e, muitas vezes, asas 
no tórax
Arachnida
Sem cabeça distinta, sem 
antenas, abdome e tórax 
fundidos, quatro pares 
de pernas no adulto, 
metamorfose simples; 
compreende aranhas, 
escorpiões, carrapatos e 
microácaros
Invertebrados, exoesqueleto quitinoso, apêndices articulados
Figura 1 – Representação esquemática resumida do filo Arthropoda
Os Arthropodas, em estudo clínico humano, estão distribuídos em três classes importantes: a Insecta, 
a Arachnida e Crustacea, pois podem tanto causar patologias no hospedeiro, como também serem 
veículos de transporte de outros parasitas, serem hospedeiros intermediários, ou até mesmo transmitir 
infecções a hospedeiros definitivos. 
Sobre a classe Insecta, são conhecidas mais de 8 milhões de espécies devidamente catalogadas 
no mundo. 
A classe ou o grupo dos insetos apresenta o corpo dividido em três regiões distintas, denominadas 
cabeça, tórax e abdome. Na cabeça, encontram-se um par de olhos compostos, duas antenas com 
formas e tamanhos variáveis e com funções sensoriais, e as peças bucais, com funções baseadas em 
sucção e mastigação. No tórax, quando o inseto é alado, encontra-se um par de asas. No abdome, estão 
as patas, que se apresentam distribuídas em três pares (localizadas e restritas no abdome).
Internamente, possui sistema digestivo composto por boca, faringe, esôfago, papo e proventrículo. 
O sistema respiratório, também presente nesses insetos, possui um conjunto de tubos e traqueias 
com uma ramificação muito intensa, permitindo que as trocas gasosas sejam feitas totalmente 
por meio celular, dispensando o auxílio da hemolinfa. A respiração é controlada por um sistema 
nervoso central sofisticado, que possui vários filamentos nervosos por todo o corpo do inseto e, como 
17
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE INFECÇÕES PARASITÁRIAS
característica básica, dependendo da espécie, determina a capacidade de voar. Com relação ao 
sistema reprodutor, o método de reprodução usual é o cruzamento entre macho e fêmea.
Esses ectoparasitas possuem um tamanho pequeno e evoluem em curtas gerações, apresentando 
diferentes estratégias de crescimento e desenvolvimento. O seu ciclo biológico pode ocorrer de diferentes 
formas, de acordo com processos de modificações complexos regulados por hormônios.
A maioria das espécies da classe Insecta é ovípara, sendo variável o local de oviposição, ou seja, 
podemos encontrar esses ovos em qualquer ambiente.
Grande parte dos Insecta sofrem o que chamamos de metamorfose incompleta ou completa. 
É denominado metamorfose incompleta ou hemimetabolia a evolução que ocorre a partir do ovo até 
a fase adulta. Esse processo de metamorfose pode apresentar três fases: ovo / ninfa / imago, sendo 
que a ninfa é semelhante a um adulto, porém sem órgãos genitais e sem asas. Já imago é o adulto 
sexualmente maduro. No processo da metamorfose completa ou holometabolia, ocorrem quatro etapas 
de evolução: ovo / larva / pupa / imago, sendo que a fase de pupa corresponde a um período em que a 
larva fica presa a um casulo e é completamente diferente do adulto, inclusive biologicamente.
Na classe Insecta, temos as ordens: Diptera, Hemiptera, Anoplura e Siphonaptera. 
Nesta unidade, estudaremos apenas os insetos de importância médica pertencentes a essas ordens, 
porém, devemos saber que existem milhares de espécies com funções muito importantes, como, 
por exemplo, polinização das flores, decomposição de matéria orgânica, participação no equilíbrio 
biológico, entre outros.
 Lembrete
Os insetos de importância médica são os causadores de doença e os 
mais próximos de nós, especialmente em países subdesenvolvidos.
Na classe Arachnida, os aracnídeos possuem corpo fundido com cefalotórax e abdome, com 
quatro pares de patas e sem antenas. Na parte anterior, chamada de gnatosoma, esses ectoparasitas 
apresentam peças bucais articuladas com o corpo que são de grande importância para o estudo clínico 
em hospedeiros humanos. Essas pinças bucais são formadas por quelíceras e palpos ou pedipalpos. 
As quelíceras ou pinças possuem a função de cortar ou perfurar tecidos, já os palpos ou pedipalpos são 
órgãos que auxiliam na alimentação. 
Embora sejam considerados parasitas que não ataquem diretamente, podem causar danos ao 
hospedeiro humano devido aos venenos que possuem, muitas vezes com efeitos de reações de 
hipersensibilidade, inflamatórios e de toxicidade ao hospedeiro, podendo levar à morte. 
18
Unidade I
 Lembrete
A classe Arachnida corresponde às ordens de interesse médico e 
veterinário, sendo que alguns deles fazem secreção e inoculação de venenos.
A classe Arachnida apresenta três ordens: Scorpiones, Araneida e Acari, sendo o último o de maior 
interesse médico e o que vamos estudar neste capítulo.
3 ORDENS
3.1 Diptera
Os artrópodes da classe Insecta e da ordem considerada Diptera são os insetos que, na fase adulta, 
possuem como característica um par de asas funcionais e um segundo par vestiginal, sendo reduzido a 
uma estrutura semelhante a halteres também chamada de balancins. 
Em sua morfologia, a cabeça geralmente é subesférica, com dois olhos compostos e com antenas 
que podem ser tri ou plurissegmentadas. O aparelho bucal pode ser picador sugador pungitivo, portanto, 
hematófagos ou sugador não pungitivo, os lambedores. No tórax, estão fixadas as asas e três pares de 
patas. Na região final do abdome estão os segmentos que compõem a genitália masculina ou feminina.
Sua evolução é do tipo holometabólica, ou seja, completa e apresenta as fases de ovo, larva, pupa e 
adulto. O local da postura da larva é variado, podendo ser encontrada em diferentes matérias orgânicas 
em decomposição, fezes, cadáveres etc.
Esses ovos podem eclodir e formar as larvas que se alimentam do tecido morto ou vivo do hospedeiro. 
Este tipo de parasitismo pelas larvas é conhecido como “miíases”, proveniente do grego (myie = mosca 
e ase = forma semelhantes à das crisálidas das borboletas) ou conhecidas na linguagem popular 
como “bicheiras”.
Esta ordem é representada pelas moscas e mosquitos. As moscas são consideradas insetos e são as mais 
numerosas, catalogadas em mais de cem famílias e várias espécies. Algumas moscas podem ser consideradas 
hematófagas, já outras podem depositar ovos em feridas ou no corpo do hospedeiro. Os mosquitos, 
considerados hematófagos, são capazes de causar desde reações alérgicas ao hospedeiro até a transmissão de 
agentes infecciosos pela saliva, como, por exemplo, os vírus. 
A grande preocupação com a ordem Diptera é a possibilidade de transferência mecânica de agentes 
contaminantes presentes nas fezes ou solos para os alimentos, por meio das pernas ou outras estruturas 
do inseto. Dessa forma, podemos afirmar que hábitos inadequados de higiene também colaboram para 
a disseminação da doença parasitária.
Algumas famílias pertencentes à ordem Diptera são consideradas de importância clínica em relação 
ao hospedeiro humano. Dentre essas famílias, vamos estudar a Culicidae e a Phlebotomidae.
19
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE INFECÇÕES PARASITÁRIAS
Culicidae
Esta família, particularmente, é de grande interesse médico, pois é onde se concentra o maior 
número de insetos hematófagos e com grande capacidade de adaptação biológica. Esse grupo se adapta 
muito bem em ambientes peridomiciliares (áreas externas de uma residência, geralmente em um raio 
de 100 metros) e domiciliares, podendocausar diversas parasitoses em seres humanos. Os culicídeos são 
conhecidos como pernilongos, mosquitos, muriçocas etc.
Esses insetos, durante a hematofagismo, causam grande perturbação ao hospedeiro espoliando seu 
sangue e podem transmitir doenças virais como a febre amarela, doenças protozoárias, como a malária 
e até helmintoses, como a Wuchereria bancrofti, que vamos estudar adiante.
As fêmeas fazem sua oviposição na água ou em ambientes úmidos. Apenas as fêmeas possuem 
hábitos noturnos e se alimentam de sangue do hospedeiro. Os machos se alimentam de suco de frutas, 
fluidos dos vegetais e néctar. Como característica morfológica podem apresentar corpo e asas cobertos 
por escamas que podem possuir tonalidades uniformes ou diferentes.
No seu ciclo biológico, o ovo, após um período de aproximadamente quatro dias, eclode liberando a 
larva. Após dez a vinte dias, a larva evolui e atinge a forma de pupa e, em seguida, após três dias, atinge 
a forma adulta. Essa forma adulta possui um período limitado de vida que dura cerca de dois meses no 
verão e seis meses no inverno.
Para este grupo, destacamos as espécies Anopheles, Aedes e Culex, que conseguem transmitir 
agentes causadores de doenças ao hospedeiro.
O Anopheles darlingi é a mais importante espécie transmissora de malária no Brasil e está representado 
na figura seguinte. A espécie Anopheles é encontrada em diferentes criadouros como a água de represa, 
desde que seja límpida e sombreada. Seu deslocamento ocorre nos períodos vespertinos e matutinos 
e se adapta a qualquer ambiente habitacional. No Brasil, é pouco encontrado nas regiões mais secas e 
nas regiões do extremo sul do país. Sobre a malária, vamos conhecer um pouco mais no outro capítulo.
Figura 2 – Mosquito da espécie Anopheles
20
Unidade I
O Aedes aegypti, demonstrado na figura seguinte, é o principal transmissor da febre amarela e da 
dengue em todo o mundo. Dissemina-se bem por toda a faixa tropical e as fêmeas ovipõem na parede 
dos recipientes, desde que eles contenham água parada, principalmente em domicílios e peridomicílios.
Os hábitos de hematofagia e oviposição são diurnos, sendo que a hematofagia ocorre, 
preferencialmente, em hospedeiros humanos, tendo, como consequência, a inoculação das partículas 
virais causadoras de doenças.
Figura 3 – Mosquito Aedes aegypti
O Culex é o inseto transmissor da filariose bancrofitiana, doença que vamos estudar em outro 
capítulo. Este inseto é extremamente perturbador do sono noturno em vários países tropicais e está 
demonstrado na figura seguinte. Por possuir o hábito noturno, pica dentro dos domicílios e se prolifera 
em águas paradas que estejam poluídas com matéria orgânica e localizadas próximas às casas.
O controle desses insetos deve ser feito pelo homem com o uso de inseticidas. Porém, também se 
sabe que esses insetos podem apresentar resistência aos inseticidas de acordo com o uso contínuo e, 
portanto, a melhor forma de combate é eliminando os focos de criadouros de larvas.
Figura 4 – Mosquito da família Culex
21
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE INFECÇÕES PARASITÁRIAS
Phlebotomidae
Na família Phlebotomidae estão os flebotomíneos, que podem transmitir protozoários, vírus e 
bactérias, por meio de sua picada. No Brasil, a patologia de leishmaniose, que vamos estudar adiante, 
é transmitida por um inseto, desta família, denominado Lutzomyia longipalpis, que em muitas regiões 
são chamados pela população residente de mosquito birigui, palha, tatuquira, asa branca e asa dura. 
Esses flebotomíneos medem até 4 mm de comprimento e possuem o corpo coberto por pelos finos. 
A maioria das fêmeas realizam a hematofagia noturna e possuem hábitos restritos a florestas e matas. 
Dessa forma, a melhor maneira de controle é o uso de mosquiteiros e de roupas protetoras que cubram 
pescoço, braços e pernas.
Figura 5 – Mosquito macho da família Phlebotomidae
Figura 6 – Mosquito Lutzomyia longipalpis: transmissor da leishmaniose
22
Unidade I
3.2 Hemiptera
A ordem Hemiptera, que pertence à classe Insecta, possui cerca de 37 mil espécies e representa a 
maior diversidade de insetos de metamorfose incompleta. 
São classificados pela presença de um par de asas anterior com uma metade basal rígida ou 
corácea e a outra metade distal membranosa. Nessas asas encontram-se as nervuras, também 
chamadas de hemélitros. Além deste par de asa, este inseto possui um outro par membranoso, sem 
características determinadas.
Os insetos da ordem Hemiptera possuem aparelho bucal (probóscida ou tromba) do tipo picador 
sugador que se origina anteriormente aos olhos, constituído por um par de mandíbulas e um de maxilas, 
envolvidos por um lábio tri ou tetrassegmentado e sem palpos. Possuem dois pares de asas que se 
sobressaem horizontalmente no abdome.
Os hemípteros possuem um achatamento moderado, característica muito comum principalmente 
nos que vivem em fendas. No corpo, existem variações morfológicas e cromáticas que ajudam na 
identificação desses insetos.
A cabeça desses insetos é alongada, dividida em anteocular e pós-ocular. Entre essa divisão, encontra-se 
um par de olhos e na parte anteocular, um par de antenas tetrassegmentadas. A probóscida possui um 
par de mandíbulas e um de maxilas, formando um canal salivar e um canal alimentar.
No tórax, a região dorsal é dividida em lobo anterior e posterior, e na região ventral, que possui a 
probóscida, encontra-se um sulco estridulatório. As patas, compostas por coxa ou quadril, trocânter, 
fêmur, tíbia, tarsos e garras estão localizados na parte ventral do tórax. 
O abdome é alongado e ovoide, formado por região ventral, dorsal e lateral. É na parte lateral que se 
encontram as principais características para identificação dos triatomíneos, com a presença de manchas 
claras e escuras, características essas de cada espécie.
O tamanho é variável, sendo que as dimensões variam de milímetros a vários centímetros 
de comprimento.
A grande maioria se alimenta de seiva de vegetais, chamados de fitófagos. Uma outra parte é 
constituída por predadores, que se alimentam de insetos e pequenos vertebrados. Uma terceira parte se 
alimenta de sangue de vertebrados, incluindo o homem.
São hematófagos os hemípteros das famílias Polyctenidae (ectoparasitos de morcegos), Cimicidae 
(parasitas de muitas aves e mamíferos, incluindo os percevejos de cama que parasitam humanos) e os 
“barbeiros”, insetos da família Reduviidae, pertencentes à subfamília Triatominae. 
23
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE INFECÇÕES PARASITÁRIAS
Figura 7 – Triatoma infestans, pertencente à família Triatominae
A família Triatominae, que são os hemípteros hematófagos, transmitem o Trypanossoma cruzi, 
parasita causador da doença de Chagas, que vamos estudar mais adiante. Esses triatomíneos possuem 
cabeça alongada, pescoço unindo cabeça ao tórax e probóscida reta e trissegmentada.
A principal espécie de interesse médico é o Triatoma infestans, representado na figura anterior. 
A fêmea pode apresentar de 2 a 3 cm, com cor negra ou marrom-escuro, marcações amarelas e 
cabeça negra. O seu tempo de vida é de um ano e meio e, durante esse período, pode botar até 300 ovos, 
sendo o período de incubação desses ovos de vinte dias.
O ciclo biológico ocorre na sequência: ovo > eclosão > ninfa 1 > muda > ninfa 2 > muda > ninfa 3 > 
muda > ninfa 4 > muda > ninfa 5 > muda > adulto.
Deve-se destacar a importância da eliminação de dejetos por esses triatomíneos após o processo de 
hematofagia no homem, pois é através desse processo que ocorre a transmissão do parasita causador 
da doença de Chagas.
 Saiba mais
O texto apresenta as principais características e a forma de transmissão 
da doença de Chagas.
BRASIL. Ministério da Saúde. Doença de Chagas. Brasília, mar. 2005. 
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/77chagas.html. Acesso em: 
27 nov. 2020. 
24
Unidade I
Esses insetos vivem predominantemente em casas de barro e pau-a-pique, caminhando entre 
as frestas dessas construções. Esses domicíliosfornecem ao inseto condições necessárias para sua 
sobrevivência, como temperatura e umidade adequadas, locais para esconderijo (frestas) e alimento 
(animais domésticos e o homem).
São encontrados de forma massiva no Brasil, principalmente nos estados de Alagoas, Pernambuco, 
Piauí e Paraíba, mas é possível encontrá-los também em outras regiões do país.
Para o controle do Triatominae deve-se observar o ambiente em que ele vive. Por isso, melhoria 
habitacional, educação sanitária, uso de inseticidas são de grande importante nesse processo.
3.3 Anoplura
Na ordem Anoplura, que pertence ao filo Arthropoda, encontramos os insetos conhecidos 
popularmente de piolhos. Se alimentam de sangue (hematófagos) e possuem uma metamorfose 
gradual. Apresentam aproximadamente 532 espécies distribuídas em 15 famílias, das quais apenas duas 
apresentam espécies que parasitam o homem: a) Pediculidae, com as espécies Pediculus capitis (Pediculus 
humanus humanus), que é o piolho da cabeça e Pediculus humanus (Pediculus humanus corporis), que é 
o piolho do corpo ou popularmente chamado de “muquirana”. b) Pthiridae, com a espécie Pthirus pubis 
(Phthirus pubis), vulgarmente conhecida como “chato”.
Estes piolhos, que por muito tempo pulularam o homem, geralmente são transmitidos por contato direto.
A incidência desses Anoplura está associada a condições socioeconômicas, falta de higiene, pessoas 
que vivem em aglomerados, moradores de rua, presídios e transportes coletivos. Atualmente, crianças 
em idade escolar podem mostrar a presença desse inseto, devido ao alto contato com outras 
crianças, hábitos de aproximação, salas de aula cheias e falta de controle.
Além do prurido, esses insetos podem transmitir doenças como o tifo exantemático, febre das 
trincheiras e a febre recorrente. Como este inseto é hematófago, durante a picada provoca uma dermatite 
que pode evoluir com a presença de infecções secundárias.
A infestação por piolhos é chamada de pediculose, podendo ocorrer no corpo e no couro cabeludo.
No caso do “chato”, a infestação é chamada de pitiríase e a sua transmissão ocorre por contato 
sexual. Como sintoma dessa infestação, o paciente apresenta prurido local, irritação na pele e, assim 
como o piolho, pode abrir portas para infecções bacterianas secundárias.
Em casos mais severos da infestação desses Anoplura, o paciente parasitado pode apresentar anemias 
pela deficiência de ferro, subtraído na hematofagia.
Os piolhos são considerados insetos pequenos. Em relação a sua morfologia, não apresentam asas e 
possuem um aparelho bucal picador-sugador, suas pernas são fortes e no tarso nota-se uma forte garra 
que se opõe a um processo na tíbia. Esse conjunto (garra e processo tibial) forma uma pinça, com a 
25
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE INFECÇÕES PARASITÁRIAS
qual o inseto fica firmemente aderido ao pelo do hospedeiro. Piolhos possuem uma multiplicação muito 
rápida com um ciclo de vida médio de 45 dias. 
São hematófagos e possuem um ciclo biológico: ovo > eclosão > ninfa > muda 1 > muda 2 > 
muda 3 > adulto. 
Seus ovos possuem uma coloração branca-amarelada, com aproximadamente 0,8 mm. São chamados 
de lêndeas e ficam aderidos ao fio de cabelo ou pelos e eclodem, aproximadamente, entre seis a nove dias. 
A partir dos ovos surgem as linfas, que sofrem várias mudas que originarão o piolho adulto. 
Para o tratamento, não basta somente o uso de medicamento. É recomentado para a pediculose 
do corpo que se retire a roupa parasitada e a mergulhe por duas horas em água fria contendo formol 
ou Lysoform. Esta operação deve ser repetida com frequência e na roupa de toda a família. Para a 
pediculose na cabeça, é recomentado, além do uso de medicação e xampus com inseticida, que se realize 
penteação com pente fino e que se faça, regularmente, uma inspeção nas pessoas em contato direto 
com o hospedeiro. Para o tratamento do “chato”, também podem ser usados os mesmos medicamentos 
e aconselha-se a tricotomia da região pubiana.
Figura 8 – Pediculus capitis, conhecido como piolho de cabeça
Figura 9 – Ovo de Pediculus capitis, chamado de lêndea
26
Unidade I
3.4 Siphonaptera
Outros artrópodes da ordem Siphonaptera e pertencentes à classe Insecta são as pulgas, como 
demonstrado na figura seguinte.
A ordem Siphonaptera (siphon = tubo; aptera = sem asas) compreende insetos hematófagos, de 
ambos os sexos, vulgarmente conhecidos como pulgas e bichos-de-pé. Representam mais de 2.400 
espécies e são encontrados em todo o mundo.
As pulgas fazem parte de um grupo de grande destaque na parasitologia, visto que assumem função 
de transmissores ou hospedeiros intermediários.
Na fase adulta, as pulgas são ectoparasitas de aves e mamíferos, enquanto na fase larvária 
apresentam vida livre e aparelho bucal do tipo mastigador. Nascem de ovos na forma de larva e iniciam 
a metamorfose passando por vários estágios do seu ciclo biológico, assumindo a forma de pupa e 
depois, subsequentemente, a forma adulta. 
Esses insetos são agentes espoliadores sanguíneos, ou seja, são hematófagos e continuam esse 
processo mesmo após estarem repletos de sangue do hospedeiro. Ao picar o hospedeiro para se 
alimentar, injetam saliva causando uma reação no hospedeiro com intensidade variável, podendo 
acarretar manifestações clínicas como prurido passageiro, inchaço local e dermatites alérgicas. Algumas 
espécies apresentam especificidades de hospedeiro. 
Entre os primatas, apenas o homem é o hospedeiro habitual. Do ponto de vista epidemiológico, 
os roedores são os hospedeiros mais importantes, pelo fato de suas espécies serem apontadas como os 
principais reservatórios de várias infecções ao longo da história como a peste, tularemia e tifo murino. 
A maioria das espécies de pulgas vive no hospedeiro, onde se alimentam intermitentemente.
Morfologicamente, as pulgas são consideradas insetos pequenos, de cor castanho-escuro e 
corpo achatado lateralmente, facilitando sua locomoção no hospedeiro. Não possuem asas e seu 
último par de pernas é adaptado para saltar, várias vezes, o seu tamanho. Possuem um aparelho 
bucal do tipo picador-sugador. Apresentam um dimorfismo sexual, os machos são menores que 
as fêmeas, diferenciando-se delas pela morfologia dos órgãos genitais: enquanto nos machos 
a extremidade posterior que alberga o órgão copulador tem um formato espiralado e pontudo, 
voltado para cima, nas fêmeas a extremidade posterior é arredondada, exibindo uma estrutura 
visível após clarificação entre os segmentos VII e VIII do abdome com paredes quitinizadas e com 
função de reservatório de espermatozoides. Em seu abdome, as pulgas possuem numerosas cerdas. 
O tempo de vida é muito variável, dependendo de cada espécie, temperatura, umidade do ambiente 
e de sua alimentação. 
Em seu ciclo biológico, as pulgas passam por três estágios larvares antes de se tornarem adultas. 
Quando chegam na fase adulta, são, obrigatoriamente, hematófagos. Na fase em que ainda são larvas, 
vivem no solo ou ninho de animais.
27
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE INFECÇÕES PARASITÁRIAS
Figura 10 – Imagem representativa da pulga Siphonaptera
A ordem Siphonaptera apresenta três famílias e oito espécies, como demonstrada no quadro seguinte.
Quadro 1 – Representação esquemática resumida da ordem Siphonaptera
Ordem Família Espécies
Siphonaptera Pulicidae
Pulex irritans
Xenopsylla cheopis
Xenopsylla brasiliensis
Ctenocephalides canis
Ctenocephalides felis
Rhopalopsyllidae
Polygenis bohlsi
Polygenis tripus
Tungidae Tunga penetrans
Das oito famílias as quais pertencem as pulgas, cinco espécies são de importância médica e que 
possuem características morfológicas, permitindo sua diferenciação. 
Citamos a seguir essas espécies:
• Pulex irritans: possuem uma cor marrom-clara de tamanho relativamente grande em relação às 
demais espécies de pulga, típica da espécie humana.
• Xenopsylla cheops: podem fazer o parasitismo tanto no homem quanto em roedores. 
São transmissoras da bactéria Yersinia pestes, causadora da peste bubônica(peste negra) 
no século XIV.
28
Unidade I
• Ctenocephalides felis: são classificadas como cosmopolita e são menos seletivas quando se trata do 
tipo de sangue a ser ingerido. Estão presentes em quase todo o mundo. Possuem cor marrom-escura e 
têm grande facilidade de reprodução em diversos ambientes e habitats.
• Ctenocephalides canis: seus hospedeiros, de preferência, são os cães e só parasitam o homem 
quando não há opções de se alimentar de sangue de outro mamífero. Seu corpo é de cor marrom 
e seu tamanho é relativamente grande.
As pulgas da espécie Tunga penetrans possuem uma morfologia diferenciada em relação às demais 
espécies de pulgas. Este gênero também é conhecido popularmente de “bicho de pé” em muitas 
regiões do Brasil.
O seu corpo é mais arredondado, possui um tórax mais comprido e curto, fazendo com que 
essa modificação anatômica favoreça a sua penetração na derme do hospedeiro. No momento em 
que essa pulga penetra na pele, deixa sua extremidade posterior para fora da derme, favorecendo a 
eliminação de excrementos e dos ovos para o meio externo do hospedeiro. 
Os ovos liberados pelas pulgas adultas, quando em contato com o chão úmido e sombreado, dão 
origem às larvas, que passam por apenas dois estágios. As larvas dão origem às pupas e, essas, aos 
adultos. O ciclo biológico tem o período de vinte a trinta dias após a oviposição.
Machos e fêmeas permanecem em locais secos, próximos de chiqueiros, montes de esterco e no 
peridomicílio (jardins, hortas).
Como esses insetos não são parasitas exclusivos do homem, seu método de controle exige aplicações 
específicas. Assim, indica-se o combate em três habitats diferentes do parasita: nos animais domésticos, 
no interior das habitações e no ambiente ao redor dessas habitações. No caso dos animais, realiza-se 
a catação manual, lavagem dos pelos e escovação frequente. No interior dos domicílios, a varrição 
periódica, o uso de aspiradores de pó e a lavagem dos pisos são métodos de combate indicados. 
No ambiente peridomiciliar, indica-se a limpeza frequente e cuidado com o transporte de esterco e 
matéria orgânica.
Para combater esse parasita, também são indicados métodos químicos, como o uso de inseticidas 
e inibidores de crescimento, porém ressalta-se que esses insetos podem produzir resistência 
a esses produtos.
3.5 Acarina
Como já vimos, os Arthropodas estão distribuídos em três classes importantes: a Insecta, a 
Arachnida e Crustacea. Até o momento, conhecemos as ordens mais relevantes da classe Insecta: 
Diptera, Anoplura e Siphonaptera. 
Agora, vamos conhecer a ordem Acarina, pertencente à classe Arachnida, também conhecidos 
como aracnídeos.
29
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE INFECÇÕES PARASITÁRIAS
Da ordem Acarina, vamos estudar as subordens Ixodides e a Sarcoptiformes. Na subordem Ixodides 
temos a família Ixodidae, na qual encontramos os carrapatos da espécie Amblyomma cajannense. 
Na subordem Sarcoptiformes podemos descrever os ácaros Sarcoptes scabiei, causadores da sarna. 
Os carrapatos Amblyomma cajannense são a espécie mais comum no Brasil e a mais importante 
transmissora de doença ao homem, além de poderem atacar os equídeos.
Os carrapatos adultos são chamados de “carrapato-estrela” e sua picada pode causar ferimentos na 
pele. Além disso, podem conter o vírus da febre amarela e a bactéria Rickettsia richettsi, causadora da 
febre maculosa, doença que vamos estudar mais adiante.
As fêmeas, após sugarem o sangue do hospedeiro, procuram abrigo no solo e liberam milhões de ovos. 
Após a oviposição, as fêmeas morrem e esses ovos, pequenos e de cor castanha, com boas condições de 
temperatura, eclodem e liberam as larvas, que, no estágio seguinte, mudam para ninfa. 
Após a implantação das pinças bucais na pele do hospedeiro (hopóstomo), a glândula salivar libera 
substâncias com funções anticoagulantes e citolíticas, o que promove aumento da permeabilidade 
vascular, dilatação dos vasos sanguíneos e prurido intenso.
São ectoparasitas muito resistentes à falta de alimentos e ficam à espera de algum hospedeiro para 
se alimentar. O controle desses carrapatos inclui a limpeza da vegetação e o uso de acaricidas.
Os ácaros Sarcoptes scabiei, causadores da sarna ou escabiose, possuem o corpo arredondado, 
pernas curtas e sem garras. As suas formas adultas produzem túneis na pele, iniciando a doença, 
e como a transmissão é feita por contato direto, como medida profilática, indica-se a higiene da 
casa com o uso de aspirador de pó e pano úmido e troca periódica da roupa de cama com lavagem 
e secagem ao sol.
A seguir, vamos entender melhor a doença escabiose, causada pelo Sarcoptes scabiei.
Figura 11 – Amblyomma cajannense: conhecido como carrapato-estrela
30
Unidade I
3.5.1 Escabiose
A escabiose é causada por um ácaro produtor de sarna, da espécie Sarcoptes scabiei. É uma doença 
contagiosa por transmissão direta. Como característica clínica, é bastante pruriginosa, especialmente à 
noite, quando os corpos dos hospedeiros se aquecem, estimulando a atividade dos ácaros. Este ácaro se 
alimenta de sangue e, ao picar, provoca coceiras. 
Dentre as principais razões para o aumento da população deste ácaro, estão o maior contato 
em ambientes coletivos (ônibus, por exemplo), promiscuidade sexual e mudança no comportamento 
humano em geral.
Em relação a sua morfologia, possui um corpo globoso, medindo cerca de 400 pm de comprimento por 
300 pm de largura; tem pernas curtas, sem garras. A cutícula é marcada por estrias finas, frequentemente 
interrompidas por áreas com cerdas finas e flexíveis, espinhos curtos e robustos e escamas de forma 
triangular que são características do gênero.
Estes ácaros não resistem muito tempo fora do hospedeiro, vivendo em torno de 24 horas, 
aproximadamente. Seu ciclo de vida vai desde o ovo até a fase adulta, num período aproximado de 
15 dias e vivem em torno de dois meses no hospedeiro. As fêmeas de ácaros costumam cavar galerias 
na pele do hospedeiro para depositar seus ovos. Já os machos caminham mais, além de permanecerem 
mais tempo na superfície da pele para fecundar as fêmeas para depois morrerem. 
Para o tratamento na espécie humana é recomendado submeter o paciente a um banho morno, 
demorado, com sabão próprio para amolecer e retirar as crostas. Com relação às roupas, é necessário que 
se lave e passe com ferro quente, incluindo as roupas de cama do paciente enquanto durar o tratamento.
O uso de medicamentos de aplicação local também é indicado no tratamento.
3.5.2 Febre maculosa
A febre maculosa é uma doença considerada silvestre que afeta o homem. É transmitida pela 
picada do carrapato da espécie Amblyomma cajennense, quando este vetor, no momento da picada, 
inocula uma bactéria denominada Rickettsia rickettsii no hospedeiro. Outras espécies de animais 
silvestres também são afetadas por esta parasitose e se tornam um reservatório natural tais como 
o cachorro-do-mato (Cerdcyon thous), gambás (Didelphis sp.), ratos silvestres, pacas (Myrmecophaga sp.), 
todas as aves silvestres e capivaras (Hidrochoerus hodrichoeris).
Esta parasitose, no decorrer dos anos, vem crescendo em todo mundo. No Brasil, seu crescimento 
destaca-se muito, pois é considerada a mais letal das riquetsioses dentre as demais que são encontradas 
em outros países, tornando-se um problema de saúde pública em certas regiões do país.
Nos Estados Unidos são notificados entre 600 a 1.200 casos anuais de febre nas áreas de montanhas 
rochosas, assim chamada neste país.
31
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE INFECÇÕES PARASITÁRIAS
A febre maculosa das montanhas rochosas foi descrita no século XIX por pesquisadores do 
centro-norte dos Estados Unidos. Em 1904, Wilson e Chowning, observando pacientes doentes 
parasitados e residentes em montanhas, publicaram as características clínicas dos pacientes. Nestes 
estudos, que incluíram análises anatomopatológicos, caracterizou-se esta patologia, que até então era 
desconhecida na literatura médica. Por volta de 1906, o cientista Rickettisdefine que esta doença seria 
de origem infecciosa, causada por bactérias, e que teria como vetor os carrapatos. Em 1912 esta doença 
passou a fazer parte da lista nacional de notificações nos Estados Unidos.
Em 1919 outro pesquisador da febre das montanhas rochosas, Wolbach, conseguiu identificar a 
presença de riquetsias (bactérias) dentro de células endoteliais humanas.
No Brasil, a febre maculosa foi descrita inicialmente em 1929 em São Paulo, em uma área urbana 
que, atualmente, compreende os bairros de Perdizes, Sumaré e Pinheiros, como também sendo uma 
riquetsiose. Depois de algum tempo, outros focos foram descritos em Mogi das Cruzes, Diadema e Santo 
André. Nas décadas entre 1930 e 1940, focos foram descritos em Minas Gerais. Outros focos descritos 
em 1985 foram vistos na bacia dos rios Atibaia e Jaguaribe e na região do Jequitinhonha. Atualmente, 
focos de febre maculosa foram descritos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Espírito 
Santo e Santa Catarina.
Mecanismo de transmissão
A transmissão da febre maculosa brasileira ocorre por causa da picada dos carrapatos ixodídeos do 
gênero Amblyomma. Na América do Norte, as espécies do carrapato mais prevalentes são D. variabilis 
e D. andersoni, pertencentes ao gênero Demacentor sp. Quando o carrapato que possui a bactéria 
R. rickettsii pica o hospedeiro, este, por sua vez, e por meio da inoculação da saliva, transmite esta bactéria.
No Brasil, na região sudeste, encontramos principalmente a espécie A. cajennense, conhecido 
popularmente como carrapato-estrela. Também é sabido que fatores climáticos e ambientais afetam o 
crescimento da população de carrapatos. Atividades de lazer como, por exemplo, ecoturismo, trekking, 
acampamentos, pesca e cavalgadas em regiões em que pode ser encontrado o carrapato são considerados, 
hoje, como sendo fatores de risco em contrair esta parasitose.
Outras atividades como lavouras e criação de animais vêm contribuindo para aumento de pessoas 
parasitadas pelo carrapato. Atualmente, existem estudos feitos em animais, como os equinos e bovinos, 
fora da sua região de origem e expostos temporariamente em regiões domésticas, que comprovam 
que essas atividades também vêm contribuindo como fator de risco no aumento da incidência da 
doença em humanos. 
Os carrapatos são classificados como ectoparasitas, artrópodes e hematófagos, ou seja, podem se 
fixar na pele do hospedeiro, permanecendo dias ou meses alimentando-se do sangue do hospedeiro. 
Ao se alimentarem, secretam saliva que inativa a coagulação sanguínea no local onde ocorre sua fixação 
e as reações imunológicas de defesa do hospedeiro. Sua saliva é composta de substâncias vasoativas 
que ajudam a produzir dilatação dos vasos sanguíneos no local de picada, facilitando, assim, a ingestão 
progressiva de sangue do hospedeiro. Os carrapatos possuem uma outra forma de alimentação, além 
32
Unidade I
da ingestão do sangue. Por apresentarem em sua constituição anatômica bucal peças adaptadas que 
perfuram e penetram na pele, conseguem realizar a ingestão da linfa e de restos tossicares presentes na 
pele do hospedeiro. 
Morfologia
Em uma classificação parasitária, o carrapato pertence ao filo Arthropoda, ou seja, é um ectoparasita 
com característica biológica anatômica cujo corpo apresenta um exoesqueleto de quitina, organizado 
na forma de placas separadas por áreas membranosas. Possui um sistema nervoso formado por uma 
cadeia de gânglios ventrais, e o sistema circulatório é do tipo aberto, contendo no seu interior um 
líquido denominado hemolinfa, que é impulsionado pelo coração. O sistema respiratório é formado por 
uma rede de traqueias que se liga com a parte exterior do parasita por meio de aberturas respiratórias, 
denominadas espiráculos. Seu sistema digestório é formado por uma abertura oral, um tubo digestivo 
e termina na abertura anal localizada na parte posterior do parasita. Geralmente, seu crescimento 
ocorre devido a “mudas” também denominadas ecdises, que ocorrem durante o tempo de vida deste 
ectoparasita, promovendo alterações em seu corpo, chegando à maturidade sexual devido à ação de 
hormônios produzidos por ele.
Figura 12 – Representação do carrapato da espécie Amblyomma cajennense
Ciclo biológico 
O carrapato da espécie Amblyomma cajennense é considerado um reservatório transovariano da 
bactéria Rickettsia rickettsii e um vetor da doença febre maculosa.
O carrapato inicia seu ciclo quando as fêmeas fecundadas pelos machos e cheias de sangue, que 
foi sugado do hospedeiro, se desprendem e caem em locais onde existe vegetação ideal para sua 
sobrevivência. Após doze dias em média, a fêmea do carrapato inicia a oviposição. Apenas uma fêmea 
pode produzir cerca de 5 mil ovos em um período de 25 dias, para depois morrer.
Estes ovos em uma vegetação com condições ideais de temperatura (25 ºC) e umidade, após 
um período médio de incubação de trinta dias, sofrem a eclosão e se tornam larvas. Estas larvas se 
locomovem na vegetação até encontrarem um hospedeiro ideal. Ao encontrá-lo, se fixam no hospedeiro 
33
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE INFECÇÕES PARASITÁRIAS
e iniciam o processo que dura, em média, de três a seis dias de alimentação por linfa, sangue ou tecidos. 
Após este período, desprendem-se do hospedeiro novamente, retornam ao solo, e em um período de, 
aproximadamente, seis dias, sofrem uma alteração morfológica assumindo a forma de “ninfa”, também 
chamada de micuim.
As ninfas que agora estão no solo e já apresentam pares de patas estão prontas para se fixarem 
no hospedeiro. Após se fixarem, começam a sugar o sangue do hospedeiro por, aproximadamente, 
cinco a sete dias até ficarem totalmente cheias de sangue, momento esse em que se desprendem 
e caem ao solo. 
Patogenia e sintomas
A transmissão da bactéria Rickettsia rickettsii ocorre por meio da inoculação desta bactéria pela 
saliva do carrapato no hospedeiro. Os principais sintomas começam a surgir em um período médio de 
6 a 10 horas devido à disseminação da bactéria por via sanguínea e linfática, podendo atingir a circulação 
sistêmica e pulmonar.
A Rickettsia rickettsii é uma bactéria do gênero Rickettsia com a morfologia de cocobacilos, 
obrigatoriamente intracelulares. São divididas em três grupos: o grupo tifo, o grupo da febre 
maculosa e o grupo ancestral. Esta bactéria tem como potencial patogênico a capacidade de se 
disseminar por todo o organismo e invadir células endoteliais dos vasos sanguíneos. À medida que 
se multiplicam por divisão binária e invadem as células dos vasos sanguíneos, causam o processo 
infeccioso neste local. Este processo infeccioso caracteriza as primeiras lesões cutâneas denominadas 
exantemas maculopapulares.
À medida que a doença evolui nos vasos sanguíneos, surgem lesões em vasos mais calibrosos que 
acabam por acometer inúmeros órgãos vitais. 
Outros sintomas podem ser observados devido a essas alterações vasculares, como petéquias e 
sufusões hemorrágicas. Com um agravamento das lesões nos vasos sanguíneos, ocorre um aumento 
da permeabilidade do vaso lesionado, com perda de líquido para o espaço extravascular, levando o 
hospedeiro a ter complicações de hipoalbuminemia, hipotensão, choques hipovolêmicos, edema agudo 
de pulmão e o óbito. 
Um quadro laboratorial do paciente pode ser observado em um hemograma completo com aumento 
de leucócitos, muitas vezes com desvio à esquerda escalonado devido ao processo inflamatório 
acentuado no paciente. Observa-se também uma redução do número de plaquetas (plaquetopenia) 
em 32% a 52% dos casos. Os resultados bioquímicos do sangue do paciente geralmente apresentam 
valores aumentados de ureia, creatinina, enzimas hepáticas e hiperbilirribinemia. No exame de 
líquido cefalorraquidiano, podemos observar pleiocitose, linfomonocitaria, com níveis variáveis 
de proteinorraquia e glicorraquia. Em exames radiológicos do tórax podem ser observados infiltrados 
intersticiais com acometimento dos alvéolos pulmonares, em que o paciente apresentará um quadrode dificuldade respiratória intensa.
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Unidade I
Figura 13 – Visualização microscópica da bactéria Rickettsia rickettsii em inclusão celular
Figura 14 – Paciente apresentando exantema petequial causado pela infecção da bactéria Rickettsia rickettsii
Diagnóstico 
O diagnóstico clínico inicial ocorre com o surgimento do estado febril do paciente e de exantemas. 
Neste ponto, se faz necessária a identificação do histórico e antecedentes epidemiológicos.
Até o momento, não existem exames de rotinas para os doentes na fase aguda. A confirmação 
laboratorial é feita após a instalação da doença e por diagnóstico sorológico e é muito importante que 
o soro seja coletado durante o período dos primeiros sintomas como, também, após trinta dias.
No diagnóstico laboratorial da febre maculosa, geralmente são utilizados testes imunológicos 
específicos (imunofluorescência indireta), utilizando antígenos da bactéria R. rickettsii. O diagnóstico 
após óbito é feito com o uso da técnica de ensaios imunoistoquimicos e biologia molecular (reação de 
polimerização em cadeia).
35
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE INFECÇÕES PARASITÁRIAS
Epidemiologia
No Brasil, a febre maculosa é encontrada de forma predominante nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. 
No estado de São Paulo, ocorre consideravelmente na região metropolitana, principalmente em áreas 
urbanas que têm divisa com regiões de Mata Atlântica. No Rio Grande do Sul, existe uma probabilidade 
da presença significante da febre maculosa na região do Pampa, local onde já foram encontrados 
carrapatos adultos de Amblyomma tigrinum infectados com a espécie patogênica Rickettsia parkeri 
em áreas rurais e com relatos prévios de febre maculosa em humanos. Este perfil é semelhante com 
o padrão epidemiológico sugerido em algumas regiões da Argentina, onde A. tigrinum é apontado 
como o vetor da R. parkeri e, também em outros países, onde Amblyomma triste e Amblyomma 
maculatum são vetores reconhecidos de R. parkeri para humanos.
Segundo a Portaria do MS de consolidação n. 4 de 03 de outubro de 2017, todo caso de febre maculosa é 
de notificação obrigatória às autoridades locais de saúde. Deve-se realizar a investigação epidemiológica em até 
48 horas após a notificação, avaliando a necessidade de adoção de medidas de controle pertinentes, sendo que 
essa investigação deverá ser encerrada até sessenta dias após a notificação. A unidade de saúde notificadora 
deve utilizar a ficha de notificação/investigação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan 
encaminhando-a para ser processada, conforme o fluxo estabelecido pela Secretaria Municipal de Saúde.
As tabelas apresentadas a seguir mostram o número de casos de febre maculosa e de óbitos, no 
período de 2008 a 2018, por essa doença em diferentes estados brasileiros.
Tabela 1 – Casos confirmados de febre maculosa 
nas grandes regiões do Brasil de 2008 a 2018
Região UF 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Região Norte 0 0 0 0 0 0 0 2 2 3 1
Rondônia 0 0 0 0 0 0 0 2 2 0 0
Acre 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Amazonas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Roraima 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pará 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Amapá 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Tocantins 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0
Região Nordeste 0 2 1 0 2 4 2 3 1 2 3
Maranhão 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 2
Piauí 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Ceará 0 0 1 0 1 4 2 3 0 1 0
Rio Grande do Norte 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Paraíba 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0
Pernambuco 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Alagoas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Sergipe 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Bahia 0 2 0 0 1 0 0 0 0 0 0
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Unidade I
Região UF 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Região Sudeste 60 79 78 106 92 80 107 125 104 119 43
Minas Gerais 11 10 11 14 7 15 11 16 21 33 10
Espírito Santo 2 0 4 7 5 4 3 5 7 6 0
Rio de Janeiro 8 8 5 13 6 4 22 14 14 16 0
São Paulo 39 61 58 72 74 57 71 90 62 64 33
Região Sul 27 41 27 28 41 36 66 26 29 39 12
Paraná 2 1 3 2 4 2 4 6 3 9 0
Santa Catarina 25 38 24 25 37 32 51 20 26 28 12
Rio Grande do Sul 0 2 0 1 0 2 1 0 0 2 0
Região Centro-Oeste 0 0 1 0 3 1 0 4 7 2 1
Mato Grosso do Sul 0 0 0 0 1 1 0 2 2 0 1
Mato Grosso 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0
Goiás 0 0 1 0 2 0 0 2 2 2 0
Distrito Federal 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0
Brasil 87 122 107 134 138 121 165 160 143 165 60
Fonte: Brasil (2018).
Tabela 2 – Casos de óbitos por febre maculosa 
nas grandes regiões do Brasil de 2008 a 2018
Região UF 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Região Norte 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Rondônia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Acre 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Amazonas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Roraima 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pará 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Amapá 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Tocantins 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Região Nordeste 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0
Maranhão 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Piauí 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Ceará 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Rio Grande do Norte 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Paraíba 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pernambuco 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Alagoas 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Sergipe 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Bahia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
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DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE INFECÇÕES PARASITÁRIAS
Região UF 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Região Sudeste 22 30 26 45 52 40 65 64 52 57 17
Minas Gerais 5 4 1 5 4 6 4 4 5 15 2
Espírito Santo 0 0 0 1 5 2 0 3 3 4 0
Rio de Janeiro 3 3 1 4 2 1 7 2 7 6 0
São Paulo 14 23 24 35 41 31 54 55 37 32 15
Região Sul 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0
Paraná 0 1 1 0 0 0 0 2 0 1 0
Santa Catarina 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Rio Grande do Sul 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Região Centro-Oeste 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Fonte: Brasil (2018).
Profilaxia e tratamento
Para a profilaxia da febre maculosa recomenda-se que sejam feitos os seguintes procedimentos 
e cuidados:
• Utilização de roupas e calçados claros que protejam todo o corpo.
• Controle do ambiente. 
• Controle de manuseio adequados da população de reservatórios silvestres, sobretudo as capivaras.
• Manutenção da vegetação em locais de riscos.
• Medidas educativas com informações à população.
• Vigilância epidemiológica.
• Notificações imediatas dos casos aos órgãos competentes.
Para o tratamento da febre maculosa é utilizada a antibioticoterapia. As drogas que são mais eficazes 
para combater essa infecção pela bactéria Rickettsia rickettssi são o cloranfenicol e a doxiciclina. Caso 
haja necessidade, o suporte vital deve ser realizado. Importante saber que ainda não existe vacina 
para febre maculosa.
As medidas de controle contra o artrópoda não são fáceis. O uso de substâncias químicas amplamente 
difundidas pode trazer diversos problemas ao ambiente e à saúde do homem. Além disso, também já são 
conhecidos casos de resistência desses vetores aos inseticidas mais utilizados. 
38
Unidade I
4 AULA PRÁTICA: IDENTIFICAÇÃO DE ARTRÓPODES EM LÂMINAS DE MICROSCOPIA
Para entendermos a identificação dos ectoparasitas pela microscopia óptica, não podemos esquecer 
que eles possuem um exoesqueleto de quitina, normalmente firme e pigmentado, o que pode inviabilizar 
um exame acurado da morfologia de algumas espécies. 
O início do processo de identificação é a montagem do agente estudado sobre uma lâmina de 
vidro coberta com uma lamínula, também de vidro. Caso não ocorra a adesão completa da lamínula 
na lâmina, o espaço deve ser preenchido com alguma substância que permita a passagem da luz, sem 
desviá-la, permitindo assim a visualização correta das estruturas. 
Diferentes fixadores podem ser utilizados nas preparações, como, por exemplo, o bálsamo do Canadá. 
Neste processo, ocorre inicialmente a clarificação e depois a desidratação do material. Na clarificação 
utiliza-se hidróxido de potássio (KOH), fenol e o lactofenol. O álcool etílico, em diferentes concentrações, 
é utilizado na desidratação dos insetos. Para diafanização, o xilol e o creosoto são bastante empregados. 
A finalização da montagem ocorre com o uso do verniz vitral incolor, que possui baixo custo.
Técnica bálsamo do Canadá:
I – Clarificação A – solução de KOH a 10%, fria, durante 12 horas (apenas para materiais 
fortemente quitinizados).

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