Buscar

1-SIMULADO-ONLINE-2021-PR-ENEM-EXTENSIVO-Escrita-nica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
 - 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
P R É - V E S T I B U L A R
1º SIMULADO ON-LINE 2021
PRÉ-ENEM EXTENSIVO
� SIMULADO PRÉ-ENEM EXTENSIVO
L E I A C O M A T E N Ç Ã O A S I N S T R U Ç Õ E S A S E G U I R
1. O simulado estará disponível para resolução de sexta-feira, dia 16/04/2021, a partir das 14:30, até 
domingo, dia 18/04/2021, às 23:59.
2. O conteúdo da prova está disponível na aba "Materiais".
3. A aba “Simulados” será utilizada somente para marcação do gabarito.
4. Este simulado contém 90 questões numeradas de 1 a 90, dispostas da seguinte maneira:
a) questões de número 1 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
b) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às 
questões relativas à língua estrangeira (Inglês ou Espanhol) escolhida no ato de sua inscrição.
5. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde correta-
mente à questão.
6. Leia atentamente cada questão e assinale, no gabarito on-line, disponibilizado no sistema, uma 
única alternativa.
7. Você pode deixar questões em branco. Não é obrigatória a marcação total do gabarito.
8. O tempo sugerido para estas provas é de cinco horas e trinta minutos.
9. Ao terminar de marcar o gabarito, clique em "salvar e finalizar". Atenção: esta ação não poderá ser desfeita.
10. Caso ocorra algum erro, o aluno poderá solicitar uma nova chance, durante o período em que o simulado 
estiver disponível para a realização, por meio de um requerimento que será analisado pela coordenação.
11. Você poderá rever sua nota e questões marcadas na aba "Simulados" F "Realizadas".
I N S T R U Ç Õ E S P A R A E N V I O D A R E D A Ç Ã O
1. A redação deve ser escrita de acordo com as instruções presentes na proposta, devendo ser enviada a 
partir da atividade específica aberta no Classroom da turma Pré-Enem Extensivo de redação.
2. Todos os tópicos presentes na atividade devem ser seguidos, como o preenchimento do cabeçalho da 
folha de redação e a nomeação do arquivo em PDF.
3. Caso você não esteja no Classroom, o acesso para os alunos matriculados no curso Pré-Enem Exten-
sivo 2021 se dá pelo link https://classroom.google.com/c/Mjg2MTA2NjY5NDEx?cjc=jylkwlc
Simulado2021 
LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
 - 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
Simulado2021 
 
 LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 3 
 
 
LINGUAGENS, CÓDIGOS, 
E SUAS TECNOLOGIAS 
Questões de 1 a 45 
Questões de 1 a 5 (opção inglês) 
As a person of color, I can describe the emotions that take 
over me when I hear the words "I'm not racist but...". Nothing 
good can ever come out of this phrase. If you ever feel 
yourself about to utter these words in a sentence, stop. You 
know why? Because whatever you are about to say is 
absolutely, positively racist. No matter how much you 
convince yourself you treat people of color equally, or you 
respect people of color if you have said the phrase "I'm not 
racist but..." you don't, and you are. 
<theodysseyonline.com/not-racist-but> (adapted) 
 
QUESTÃO 1 
Analisando o texto acima, as inferências sobre sua autoria e os 
aspectos de linguagem que reproduzem pensamentos sociais 
historicamente condensados, é possível afirmar que a conjunção 
adversativa “but”, objeto de destaque no texto, introduz 
A um discurso reiterado contra o racismo. 
B a falsa noção de que há intencionalidade no discurso 
racista. 
C uma tentativa de justificar as razões pelas quais não 
se deve ser racista. 
D uma justificativa utilizada por pessoas racistas para 
suavizar seu discurso. 
E uma oposição ao fato de que todos os “brancos” 
sejam, de fato, racistas. 
 
 
 
 
QUESTÃO 2 
A Ao longo da história de luta ideológica dos diversos 
movimentos qualificados como “movimentos negros” ao 
redor do mundo, a participação dos “brancos” sempre foi 
minoritária. Inicialmente, nos primórdios da escravidão, por 
falta de interesse e conscientização destes em relação 
àqueles. Posteriormente, por recusa dos próprios 
componentes dos movimentos negros, no sentido de não 
“embranquecer” uma luta que precisa ser vencida pelos que 
sofrem, de fato, com o preconceito. Na foto acima, temos 
uma exceção a isso, uma vez que dois homens com cores 
de pele diferentes, com base na diferença entre “less” e 
“more”, em seus cartazes: 
 
A possuem reivindicações diferentes em uma mesma 
manifestação. 
B reproduzem o pensamento social de que 
determinadas vidas são mais importantes. 
C disputam a atenção dos manifestantes, defendendo 
cada um a sua bandeira e seu ponto de vista. 
D questionam o padrão socialmente estabelecido de que 
“vidas negras” sejam menos importantes. 
E criticam o sistema de justiça, em que negros são mais 
comumente condenados sem o devido processo legal. 
 
 
Don't write in English, they said, 
English is not your mother tongue. 
The language I speak 
Becomes mine, its distortions, its queerness 
All mine, mine alone, it is half English, half 
Indian, funny perhaps, but it is honest, 
It is as human as I am human. 
It voices my joys, my longings, 
My hopes... 
 
<Kamala Das, 1965:10 (Eds.). The Handbook of World English. 
Singapore: Blackwell, 2006 > 
 
 
QUESTÃO 3 
A poetisa Kamala Das, como muitos escritores indianos. 
escreve suas obras em inglês, apesar de essa não ser sua 
primeira língua. Nesses versos, ela 
 
A usa a língua inglesa como efeito humorístico. 
B demonstra consciência de sua identidade linguística 
C adverte sobre o uso distorcido da língua inglesa. 
D recorre a vozes de vários escritores ingleses. 
E reconhece a incompreensão na sua maneira de falar 
inglês. 
 
Simulado2021 
LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 4 
 
 
 
 
QUESTÃO 4 
O objetivo do cartaz, extraído de uma campanha nas redes 
sociais sobre a tolerância racial e o respeito à diversidade 
de raça, credo, cor e etnia, é reafirmado pela expressão 
“show the red card” que significa, nesse contexto: 
A ausentar. 
B reiterar. 
C substituir. 
D diminuir. 
E eliminar. 
 
 
Typical illegal immigrants come to America 
primarily for better jobs and, in the process, they pose a 
threat to the U.S. economy. However, they also take away 
value by weakening the legal and national security 
environment, which is even more complicated. When three 
out of every 100 people in America are undocumented (or, 
rather, documented with forged and faked papers), there is 
a profound security problem. Even though they pose no 
direct security threat, the presence of millions of 
undocumented migrants distorts the law, distracts 
resources, and effectively creates a cover for terrorists and 
criminals. 
<heritage.org> (adapted) 
 
QUESTÃO 5 
Analisando o texto acima, as inferências sobre sua autoria 
e os aspectos de linguagem que reproduzem pensamentos 
historicamente transmitidos como corretos para 
determinada nação, é possível inferir da fala do autor que, 
para ele, 
A uma lei que vete o fluxo migratório em sua totalidade 
deve ser aprovada. 
B não há diferença entre os danos econômicos e de 
segurança causados pela imigração ilegal. 
C o número de imigrantes sem documentação legal para 
viver nos Estados Unidos é alarmante. 
D o problema da segurança nacional, apesar de 
importante, não é tão complexo quanto a ameaça à 
economia local. 
E o maior problema causado pela imigração ilegal seria 
referente à segurança, não à suposta ameaça 
econômica. 
 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 DE 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
 - 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
Simulado2021 
 
 LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 5 
 
 
Questões de 1 a 5 (opção espanhol) 
 
QUESTÃO 1 
La fritura arrastra el prejuicio de que es una técnica de 
cocina que engorda. Sin embargo, la investigadora del 
Instituto de la Grasa del Consejo Superior de 
Investigaciones Científicas (IG-CSIC) María Victoria Ruiz 
Méndez recuerda que ya hay estudios que demuestran que 
freír no es solo una forma popular de cocinar, sino también 
“eficiente”. Un nuevo trabajo sobre los efectos de distintos 
aceites en la fritura de los alimentos ha confirmado que, 
además de mejorar la apariencia y palatividad (cualidad de 
un producto alimenticio de ser grato al paladar), aumenta los 
compuestos de interés nutricional por sus efectos 
hipotensores, antidiabéticos, antiinflamatorios y en la 
inhibición de la absorción del colesterol. De todos los aceites 
vegetales estudiados, el de orujo (extraído de la segunda 
prensada de la oliva), es el que mejor comportamiento físico 
y químico ha demostrado. 
La incorporación de la grasa vegetal a los alimentos se 
produce por absorción de la misma por parte de la comida 
durante la preparación. “A mayor superficie y porosidad, 
mayor será”, afirma Ruiz Méndez. De esta forma, según 
explica, un producto empanado o rebozado absorberá más, 
al igual que lo harán 100 gramos de patatas finas que la 
misma cantidad cortada en gajos más grande. Pero este 
efecto se compensa con el aporte nutricional que genera el 
aceite y, en especial, el de orujo, que ha demostrado no solo 
una mayor resistencia en el proceso de fritura, sino también 
una menor alteración frente al de girasol alto oleico, girasol 
alto oleico con antiespumante y aceite de semillas. “Por 
efecto de dilución, se disminuye el contenido en ácidos 
grasos saturados y el nivel de colesterol mientras que se 
incrementa el contenido en fitoesteroles (compuestos cuyo 
consumo reduce la absorción de lipoproteínas en el 
intestino)”, explica la investigadora. 
https://elpais.com/ciencia/2021-03-24/una-investigacion-desvela-los-efectos-
saludables-de-la-fritura.html (adaptado) 
 
O consumo de alimentos fritos normalmente é condenado 
por ser muito calórico e por engordar. O estudo apresentado 
no texto afirma que a ingestão desses alimentos 
 
A pode ser prejudicial dependendo da forma em que são 
preparados. 
B não chegou a conclusões significativas para incentivar 
o uso do óleo de oliva. 
C pode aumentar, em alguns casos, o valor nutricional 
dos alimentos. 
D é, na verdade, benéfica para a saúde das pessoas. 
E ainda está em fase de testes, pois existem 
preconceitos quanto ao consumo de frituras. 
 
 
QUESTÃO 2 
Entre os óleos apresentados no texto, observa-se que há 
alguns melhores que outros quanto a qualidade, o valor 
nutricional e a resistência quando aquecidos. Nesse 
sentido, pode-se afirmar que 
A o óleo de girassol é o mais prejudicial para a saúde. 
B o óleo de girassol se destaca em relação ao de oliva. 
C os óleos extra virgens são bons para a fritura dos 
alimentos. 
D o óleo de orujo é realmente o melhor para frituras. 
E o óleo de orujo possui alto nível de colesterol. 
 
 
 
 
 
El español o castellano del 2019 es una lengua fuerte 
y sana –digna y suficiente, firme y saludable, lozana y 
adecuada– como decía Camilo José Cela en 1997. Y así 
sigue hoy: 577 millones de personas hablan español, esto 
quiere decir que el 7,6 % de la población mundial es 
hispanohablante. De estos, 480 tienen el español como 
lengua materna. El español es el segundo idioma del 
mundo, tras el chino mandarín, por su número de hablantes 
de lengua materna. 
Casi 22 millones de personas estudian español en 107 
países diferentes. En los países de habla inglesa es el 
idioma más estudiado, en Estados Unidos hay español en 
todos los niveles de enseñanza, desde la escuela primaria 
hasta los cursos superiores. Para los ingleses el español es 
la lengua con más futuro, por esta razón han aumentado el 
número de cursos. El 8,1 % de los internautas se comunica 
en castellano. 
Es el tercer idioma de la red. La lengua más usada es 
el inglés, con diferencia, después el chino y el español. 
Como sabemos, a los hispanohablantes nos gusta mucho 
comunicarnos, y las redes sociales son una manera de 
hacerlo. México, por ejemplo, se encuentra entre los diez 
países con más usuarios de internet del mundo. El español 
es el segundo idioma en Twitter, en Facebook y en la 
Wikipedia. 
Simulado2021 
LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 6 
 
 
El español todavía tiene que desarrollarse en algunos 
ámbitos, por ejemplo, en el científico, pues la gran mayoría 
de la comunidad científica de habla hispana publica en 
inglés, y en el lenguaje diplomático y de poder –aquí el 
español ocupa el cuarto lugar, por detrás del francés. 
 
https://www.ecos-online.de/spanisch-lesen/el-espanol-en-el-
siglo-xxi (adaptado) 
 
QUESTÃO 3 
O idioma possui um lugar importante quanto seu número de 
falantes no mundo. De acordo com o texto, a língua 
espanhola 
A é uma das mais faladas em todos os continentes. 
B é ofertada no sistema educacional norte-americano de 
forma expressiva. 
C é mais estudada em países europeus, como Inglaterra 
e México. 
D ocupa o terceiro lugar de importância nas redes sociais 
e em número de falantes nativos. 
E pode ocupar lugares não explorados ainda, como são 
as redes sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 4 
No terceiro quadrinho do diálogo entre Felipe e Mafalda, 
observa-se a palavra “todavía”. Em relação a esse termo, é 
possível afirmar que Felipe 
A já fez os deveres, mas acredita que não estão corretos. 
B quer fazer os deveres, mas tem muita dificuldade de 
entendê-los. 
C gasta seu tempo lendo gibis e fazendo seus deveres. 
D contradiz o que foi dito por Mafalda no primeiro 
quadrinho. 
E ainda não fez os deveres que precisava. 
 
QUESTÃO 5 
 
Na tira acima, Mafalda e Susanita conversam sobre seus 
desejos para o futuro. Contudo, percebe-se no último 
quadro que Mafalda 
A está triste com a atitude grosseira de Susanita. 
B prefere conversar com outros amigos sobre o futuro. 
C quer pegar algo para Susanita. 
D não compreende porque Susanita está chorando. 
E teve uma atitude violenta com Susanita. 
 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
 - 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
Simulado2021 
 LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 7 
 
 
 
LINGUAGENS, CÓDIGOS, E SUAS TECNOLOGIAS 
Questões de 6 a 45 
QUESTÃO 6 
 
Para Carr, internet atua no comércio da distração 
Autor de “A Geração Superficial” analisa a influênciada 
tecnologia na mente 
O jornalista americano Nicholas Carr acredita que a internet 
não estimula a inteligência de ninguém. O autor explica 
descobertas científicas sobre o funcionamento do cérebro 
humano e teoriza sobre a influência da internet em nossa 
forma de pensar. 
Para ele, a rede torna o raciocínio de quem navega mais 
raso, além de fragmentar a atenção de seus usuários. 
Mais: Carr afirma que há empresas obtendo lucro com a 
recente fragilidade de nossa atenção. “Quanto mais tempo 
passamos on-line e quanto mais rápido passamos de uma 
informação para a outra, mais dinheiro as empresas de 
internet fazem”, avalia. 
“Essas empresas estão no comércio da distração e são 
experts em nos manter cada vez mais famintos por 
informação fragmentada em partes pequenas. É claro que 
elas têm interesse em nos estimular e tirar vantagem da 
nossa compulsão por tecnologia.” 
ROXO, E. Folha de S. Paulo. 18 fev. 2012 (adaptado) 
A crítica do jornalista norte-americano que justifica o título 
do texto é a de que a internet 
 
A mantém os usuários cada vez menospreocupados 
com a qualidade da informação. 
B torna o raciocínio de quem navega mais raso, além de 
fragmentar a atenção de seus usuários. 
C desestimula a inteligência, de acordo com descobertas 
científicas sobre o cérebro. 
D influencia nossa forma de pensar com a 
superficialidade dos meios eletrônicos. 
E garante a empresas a obtenção de mais lucro com a 
recente fragilidade de nossa atenção. 
 
 
QUESTÃO 7 
[...] e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à 
direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, 
gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem. 
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. 
São Paulo: Martin Claret, 2010, p. 78. 
No trecho acima, está em evidência a função 
A apelativa, já que instrui o leitor sobre o conceito de 
“ébrio”. 
B referencial, pois está centrada naquilo que se quer informar. 
C poética, pela preocupação na escolha das palavras 
utilizadas. 
D emotiva, por ser um compartilhamento de emoções 
em 1ª pessoa. 
E metalinguística, por fazer um esclarecimento a 
respeito do código empregado. 
 
 
QUESTÃO 8 
 
Leia os trechos a seguir. 
Procura um apoio, mas não encontra. A tontura é demais. 
Cai no chão, sobre a calçada […] 
[…] 
“Que tombo, gurizinho. Não chora, não chora, deixa eu ver.” 
[…] 
“Deixa a vó ver. Não é nada.” 
[...] 
“Porque tem o sangue bom e o sangue ruim, sabia? O 
sangue ruim é esse sangue escuro que tá saindo aí, é 
sangue sujo, ele corre por fora, assim, perto da pele, 
entendeu?” […] “O sangue bom é diferente, é bem clarinho, 
quase rosa, e ele passa nas veias bem grossas, no fundo, 
por dentro da carne da gente, assim.” 
[…] 
Quanto mais pensa nisso, menos intenso é seu mal-estar 
diante dos machucados. Em sua imaginação há uma 
imagem elaborada de todas as veias e artérias percorrendo 
seu interior como uma rede de encanamento […]. Passa o 
dedo no sangue da perna e depois une as pontas do 
indicador e do polegar, sentindo como colam uma na outra. 
GALERA, Daniel. Mãos de Cavalo. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2009. p. 17; 18-19. 
 
Mãos de Cavalo, de Daniel Galera, narra várias situações 
de queda, estabelecendo uma relação entre dor física e 
sofrimento psicológico. Nos trechos transcritos, essa 
relação ocorre em diálogo com um conhecimento biológico, 
a qual evidencia a associação entre 
 
A a tontura sentida pela personagem, em decorrência da 
perda de sangue na queda, e a experimentação do 
prazer de não se abalar diante das situações difíceis 
impostas pela vida. 
Simulado2021 
LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 8 
 
 
B o calibre da veia do garoto e a superação dos seus 
problemas físicos; o calibre da artéria, com maior pressão 
sanguínea, e os impasses psicológicos da personagem. 
C o sangue pobre em HbO2 e sua capacidade de 
coagulação, indicada por sua viscosidade, e a 
absorção das experiências positivas e negativas 
relacionadas às quedas vividas pela personagem. 
D o sangue pobre em HbO2 e o sofrimento físico que precisa 
ser superado; o sangue rico em HbO2, que circula pelas 
artérias, e o necessário aprendizado psicológico. 
E a intensidade da perda de sangue pobre em HbO2 e a 
alteração do fluxo sanguíneo, decorrente da intensa 
atividade física, e a aprendizagem do prazer causado 
pela superação de um problema. 
 
QUESTÃO 9 
 
Leia o texto para responder à questão. 
A RAZÃO DOMINADA PELA FORMOSURA 
Importuna Razão, não me persigas; 
Cesse a ríspida voz que em vão murmura; 
Se a lei de Amor, se a força da ternura 
Nem domas, nem contrastas, nem mitigas: 
Se acusas os mortais, e os não abrigas, 
Se (conhecendo o mal) não dás a cura, 
Deixa-me apreciar minha loucura, 
Importuna Razão, não me persigas. 
É teu fim, teu projeto encher de pejo 
Esta alma, frágil vítima daquela 
Que, injusta e vária, noutros laços vejo: 
Queres que fuja de Marília bela, 
Que a maldiga, a desdenhe; e o meu desejo 
É carpir, delirar, morrer por ela. 
 
BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Sonetos. Rio de Janeiro/Belo 
Horizonte: Garnier, 1994, p. 31. 
 
Um dos mais importantes poetas do Arcadismo português, 
Bocage é, no entanto, considerado um autor pré-romântico. 
No poema, uma característica que explica por que ele é 
visto como um precursor do Romantismo é a 
 
A entrega do eu-lírico à paixão amorosa, que o leva a 
questionar o domínio da Razão. 
B opção pela forma clássica do soneto, que atesta a 
busca do eu-lírico por objetividade e contenção. 
C citação do nome da amada, que explicita a 
homenagem do eu-lírico a mulher idealizada. 
D confissão do eu-lírico diretamente dirigida a uma figura 
mitológica, que ilustra sua adesão a valores clássicos. 
E racionalidade do eu-lírico, que se nega a ceder aos 
impulsos amorosos e recorre à reflexão. 
 
QUESTÃO 10 
O corpo reage 
O corpo reage aos caminhos escolhidos pelo nosso 
pensamento. Quando temos pensamentos agressivos, o 
corpo se prepara para uma luta: as mandíbulas se travam, 
as mãos se fecham, os dentes rangem. O pensamento tem 
o poder de nos causar uma raiva repentina, sentida pelos 
órgãos e membros. 
Quando pensamos na possibilidade de uma ameaça (física 
ou mental), o corpo se contrai, um mecanismo de defesa é 
prontamente ativado, o autoisolamento passa a ser uma 
opção de proteção. Essa perversa ideologia de preservação 
nos afasta de atividades sociais extremamente importantes 
para a nossa cabeça. 
Pensamentos geram emoções, emoções causam reações 
bioquímicas em nosso corpo – e até doenças. Ele tem de 
fato o poder. Enquanto deixarmos, ele será O CARA! E 
quando formos senhores dos nossos pensamentos, a vida 
seguirá o rumo certo para ser maravilhosa. 
Como fazer para se tornar um senhor do próprio 
pensamento? Confesso não saber. Decidi sê-lo agora! E só 
de haver uma consciência de uma decisão dessas, a 
respiração já se faz por vias menos obstruídas. 
 
Para o autor 
 
A O fato de ele sempre ter sido controlador dos seus 
próprios pensamentos determinou a sua qualidade de 
vida. 
B As reações bioquímicas do nosso corpo são afetadas 
pela qualidade dos nossos pensamentos. 
C A vida só será maravilhosa quando ignorarmos os 
pensamentos ruins. 
D A doença é sempre oriunda de maus pensamentos. 
E Nosso corpo é feito para a guerra, por isso as 
mandíbulas se travam em situações de ameaça. 
 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
 - 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
Simulado2021 
 
 LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 9 
 
 
QUESTÃO 11 
 
A essência da teoria democrática é a supressão de qualquer 
imposição de classe, fundada no postulado ou na crença de 
que os conflitos e problemas humanos – econômicos, 
políticos, ou sociais – são solucionáveis pela educação, isto 
é, pela cooperação voluntária, mobilizada pela opinião 
pública esclarecida. Está claro que essa opinião pública terá 
de ser formada à luz dos melhores conhecimentos 
existentes e, assim, a pesquisa científica nos campos das 
ciências naturais e das chamadas ciências sociais deverá 
se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a 
difusão desses conhecimentos, a mais completa, a mais 
imparcial e em termos que os tornem acessíveis a todos. 
(Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.) 
No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo 
“chamadas” indica que o autor 
 
A vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma 
análise crítica da sociedade. 
B considera utópicos os objetivos dessas ciências. 
C prefere a denominação “teoria social” à denominação 
“ciências sociais”. 
D discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências. 
E utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”. 
 
QUESTÃO 12 
 
Das irmãs 
os meus irmãos sujando-se 
na lama 
e eis-me aqui cercada 
de alvura e enxovais 
eles se provocando e provando 
do fogo 
e eu aqui fechada 
provendo a comida 
eles se lambuzandoe arrotando 
na mesa 
e eu a temperada 
servindo, contida 
os meus irmãos jogando-se 
na cama 
e eis-me afiançada 
por dote e marido 
QUEIROZ, S. O sacro ofício. Belo Horizonte: Comunicação, 1980. 
O poema de Sonia Queiroz apresenta uma voz lírica 
feminina que contrapõe o estilo de vida do homem ao 
modelo reservado à mulher. Nessa contraposição, ela 
conclui que 
 
A a mulher deve conservar uma assepsia que a distingue 
de homens, que podem se jogar na lama 
B a palavra “fogo” é uma metáfora que remete ao ato de 
cozinhar, tarefa destinada às mulheres. 
C a luta pela igualdade entre os gêneros depende da 
ascensão financeira e social das mulheres. 
D a cama, como sua “alvura e enxovais”, é um símbolo 
da fragilidade feminina no espaço doméstico. 
E os papéis sociais destinados aos gêneros produzem 
efeitos e graus de autorrealização desiguais. 
 
QUESTÃO 13 
 
 
O rolezinho da juventude nas ruas do 
consumo e do protesto 
por Renato Souza de Almeida 
Os jovens têm criado formas cada vez mais 
interessantes de manifestação. Desde as jornadas de junho 
de 2013 – que levou às ruas milhares de brasileiros – até os 
chamados “rolezinhos”– que também vêm colocando 
centenas em circulação – se instalou uma crise na análise 
daqueles que insistiam em afirmar uma possível apatia 
dessa geração juvenil. 
“Sair de rolê...” significa dar uma circulada 
despretensiosa pela vila ou pela cidade. É possível dar um 
rolê de trem, de ônibus ou a pé. Geralmente, o rolê está 
ligado ao lazer ou a alguma prática cultural. Sai de rolê o 
pichador, o skatista, o caminhante... O que vem chamando 
a atenção de muita gente é como um simples gesto de sair 
e circular de forma livre tem ocupado um papel central nas 
principais mobilizações juvenis na cidade de São Paulo nos 
últimos tempos. 
[...] Quem não é mais jovem e sempre morou nas 
periferias de São Paulo, com raras exceções, vai se 
recordar que a rua era o espaço por excelência da 
sociabilidade, do lazer e da convivência. Com a chegada do 
asfalto, vieram também muitos carros e se instituiu como 
verdade o discurso de que a rua é lugar perigoso e violento. 
Para muitos adultos, as políticas culturais só se justificam se 
for para “tirar os jovens das ruas”. Para os jovens, ao 
contrário, suas ações culturais só têm força e sentido 
quando acontecem na rua, no espaço público. 
Simulado2021 
LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 10 
 
 
A condenação da rua como espaço da violência veio 
acompanhada da chegada dos shopping centers também às 
periferias. Muita gente vai ao shopping tentar encontrar um 
vazio deixado pelo “fim” das ruas. Para além do consumo, 
busca-se num shopping um passeio mais livre, solto, e a 
possibilidade de encontro com pessoas de fora do círculo 
mais próximo, familiar. No entanto, esse encontro não 
acontece. Tampouco a livre circulação. As pessoas só 
encontram uma multidão “sem rosto e coração”– nos 
dizeres dos Racionais MC’s –, e a circulação no interior do 
shopping não pode ocorrer de forma livre e espontânea. Ela 
tem regras claras e rígidas: os pobres podem circular pelo 
shopping, contanto que finjam pertencer a outra classe 
social. Mesmo que circulem no shopping sem recursos para 
consumir, eles devem desejar consumir. Da mesma forma, 
os negros podem circular pelo shopping tranquilamente, 
desde que finjam ser brancos nas vestimentas, nos cabelos, 
no comportamento etc. 
Os rolezinhos em shoppings – da periferia ou das 
áreas abastadas –, que se tornaram um fenômeno neste 
verão, têm características muito semelhantes com os 
pancadões de rua realizados de forma espontânea e 
congregam um número significativo de jovens que se 
reúnem, sobretudo, em torno da expressão cultural do funk. 
O polêmico e famigerado funk é um dos principais 
mobilizadores dos jovens na metrópole paulistana. E um 
dos segredos da sua força não está necessariamente no 
apelo sexual de algumas músicas ou na sua batida 
envolvente, mas na forma como ressignificou as ruas para 
esses jovens. “No dia em que tem pancadão, a rua é nossa!” 
E se a rua é“nossa”, pode-se fazer qualquer coisa, inclusive 
não fazer nada... E, se o “som é de preto, de favelado e, 
quando toca, ninguém fica parado”, não há necessidade de 
fingir ser outra coisa, como exigem os shoppingscenters. Ao 
contrário, é um momento de afirmação dessa mesma 
identidade periférica. 
Nesse sentido, estar no shopping – no local que a 
sociedade estabeleceu para substituir a rua –é bastante 
provocador. Os rolezinhos levaram para dentro do paraíso 
do consumo a afirmação daquilo que esse mesmo espaço 
lhes nega: sua identidade periférica. Se quando o jovem vai 
ao shopping namorar ou consumir com alguns amigos ele 
deve fingir algo que não é, com os rolezinhos ele afirma 
aquilo que é! E quando faz essa afirmação ele revela a 
contradição na lógica dos shopping centers. Ou seja, os 
rolezinhos põem por terra a aparente circulação livre e o 
espaço aberto que os shoppings dizem proporcionar. 
Quando o jovem afirma, por meio do rolezinho, sua 
identidade de negro e pobre, a contradição se evidencia e a 
polícia é acionada, e tão logo o paraíso do consumo e do 
prazer se revela como o inferno do preconceito racial e da 
violência. 
Esses jovens que hoje mobilizam os rolezinhos são 
intitulados “geração shopping center”, consumista, por parte 
dos mais velhos. Porém a prática dos rolezinhos nos 
shoppings está revelando a contradição mais aguda desse 
espaço que tentou tomar o locus simbólico da rua. Nos 
rolezinhos, os jovens não são consumidores, mas 
produtores. Produzem um novo jeito de circular pelo 
shopping. Produzem uma prática cultural que se contradiz 
com esse lugar. Produzem contradição e desordem no 
sistema. E produzem uma nova gramática política ao 
afirmar sua classe num espaço que existe para negá-la. [...] 
Disponível em: < http://www.diplomatique.org.br>. Acesso em: 29 
 ago. 2014 - Artigo publicado em 03 fev. 2014 (fragmento de texto) 
 
Considere a charge a seguir. 
 
 
Essa charge estabelece uma correspondência de sentido 
com a passagem transcrita em: 
 
A “’Sair de rolê...’ significa dar uma circulada 
despretensiosa pelavila ou pela cidade.” 
B “Muita gente vai ao shopping tentar encontrar um vazio 
deixado pelo “fim” das ruas.” 
C “(...) a circulação no interior do shopping não pode 
ocorrer de forma livre e espontânea.” 
D “(...) os pobres podem circular pelo shopping, contanto 
que finjam pertencer a outra classe social.” 
E “Esses jovens que hoje mobilizam os rolezinhos são 
intitulados “geração shopping center”, consumista, por 
parte dos mais velhos.” 
 
 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
 - 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
Simulado2021 
 LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 11 
 
 
 
QUESTÃO 14 
 
 
Analise o texto 
 
Nas suas andanças 
Danças, danças, danças, danças, danças 
Na multidão 
Veja se de vez em quando encontra 
Contra, contra, contra 
Os pedaços do meu coração 
Tira essa máscara 
Cara a cara, cara a cara, cara a cara 
Quero ver você No trio elétrico rico 
Rico, rico, rico, rico, rico de se endoidecer 
De alegria, ria, ria, ria, ria 
Que a luz se irradia dia, dia, dia, dia 
Dia de sol na Bahia 
 
VELOSO, Caetano. Cara a Cara. In: Muitos Carnavais. 
 
Depreende-se que 
 
A o recurso verbo-sonoro expresso pelo 
compositor/poeta encontra paralelo em algumas 
composições cultistas barrocas, que prezavam o “jogo 
de palavras”. 
B ao exigir que o “outro” tire a máscara, alude-se à 
exposição realista do indivíduo. 
C as expressões “encontra” e “contra” contradizem-se – 
o que invoca o elemento antítese, muito comum na 
modernidade, já que a representação do homem 
dividido é bastante difundida. 
D o poema/canção reflete a visão lúdica própria do 
brasileiro, que encaraa realidade sempre de forma 
irreverente e bem-humorada. 
E todo o poema é construído de modo a estabelecer 
parentesco com o Simbolismo, pela musicalidade e 
pela “dança”. 
 
QUESTÃO 15 
 
Fiz plástica! 
Durante anos meu rosto foi redondo como o de um 
porquinho. Quando emagreci, a pele da papada caiu. Fiquei 
semelhante a um pelicano. 
– A única solução é plástica – sugeriu um amigo. 
Reagi. Sempre fui contra. Muita gente exagera nas 
intervenções e fica com cara de pequinês. E mais: plástica 
exige anestesia, cuidados médicos, repouso. Fazê-la não 
pode ser uma decisão frívola. Mas, cada vez que eu via 
minha pele dependurada, me irritava. Procurei um amigo de 
vinte anos, Rogério, cuja biografia conheço bem. Não é um 
cirurgião da moda – possui um trabalho sério na 
reconstituição de queimados. Fiz a consulta. 
– Quero dar uma melhorada – confessei. – Mas sem repuxar 
a ponto de me transformar em chinês. 
Ele me acalmou. 
– Tiro o papo e dou uma leve esticada na parte de baixo do 
rosto. Com anestesia local. 
Dez dias depois retirei os pontos. Faz pouco mais de um 
mês e ninguém diz que fiz plástica! Só as orelhas continuam 
meio adormecidas por causa da anestesia. Garante o 
médico que daqui a semanas voltam ao normal. 
Não me tornei um jovenzinho, mas estou me sentindo 
melhor! Mais... apresentável! Uma amiga aconselhou: 
– Não conte que fez plástica. 
Por que não? Sou de um tempo em que homem não podia 
ter vaidade. Procurar o cirurgião, nem pensar! Mas o mundo 
mudou. Ainda bem. Envelhecer com dignidade não é 
necessariamente despencar! Afinal de contas, cuidar da 
própria aparência é um dos poucos gestos de liberdade que 
ainda restam a cadaser humano. 
(Walcyr Carrasco. Veja SP, 28.01.2009. Adaptado.) 
 
Para contestar o conselho dado pela amiga, o narrador 
argumenta que 
 
A desejava mudar a situação, pois se ressentia dos 
comentários pejorativos que os conhecidos faziam 
sobre sua aparência. 
B chegou à conclusão de que é necessário acompanhar 
a moda para sentir-se aceito e fazer parte da 
sociedade. 
C confiava plenamente nas habilidades médicas e no 
bom senso de seu amigo cirurgião, por isso se 
submeteu à cirurgia. 
D resolveu assumir a própria vaidade, já que atualmente 
são raras as oportunidades que os indivíduos têm de 
exercer sua liberdade. 
E ponderou que fazer plástica implica riscos, por isso 
tentou primeiramente fazer uma dieta radical e que 
demandasse pouco tempo. 
 
 
 
Simulado2021 
LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 12 
 
 
QUESTÃO 16 
 
 
(Adão Iturrusgarai. Folha de S.Paulo, 12.07.2013.) 
 
Os quadrinhos que compõem a tirinha são 
 
A dissertativos, pois o leitor recebe informações precisas 
sobre a velocidade dos seres apresentados. 
B descritivos, visto que há uma sequência de ações que 
leva as personagens a uma interação mútua. 
C descritivos, pois aos elementos comparados são 
atribuídas características que os especificam. 
D narrativos, visto que a linguagem verbal complementa 
a linguagem não verbal, dando sentido ao texto. 
E narrativos, porque o intuito da tirinha é provocar o riso, 
conduzindo o leitor ao anticlímax. 
 
QUESTÃO 17 
 
Leia o texto a seguir: 
Ardor em firme coração nascido; 
pranto por belos olhos derramado; 
incêndio em mares de água disfarçado; 
rio de neve em fogo convertido: 
 
tu, que em um peito abrasas escondido; 
tu, que em um rosto corres desatado; 
quando fogo, em cristais aprisionado; 
quando crista, em chamas derretido. 
 
Se és fogo, como passas brandamente, 
se és fogo, como queimas com porfia? 
Mas ai, que andou Amor em ti prudente! 
 
Pois para temperar a tirania, 
como quis que aqui fosse a neve ardente, 
permitiu parecesse a chama fria. 
 
MATOS, Gregório de. Poemas selecionados de Gregório de Matos. São 
Paulo: companhia das letras, 2011. 
O texto, pertencente a escritor do Barroco brasileiro, 
apresenta todas seguintes características 
 
A Trocadilhos, predomínio de metonímias, a dualidade 
temática da sensualidade e do refreamento, antíteses 
claras dispostas em ordem direta. 
B Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual o 
autor buscava imitar, predomínio das metáforas e das 
antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida. 
C Dualidade temática da entrega e do refreamento, 
predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos 
que tendem para o paradoxo. 
D Temática naturalista, assimetria total de construção, 
ordem direta predominando sobre a ordem inversa, 
imagens que prenunciam o Romantismo. 
E Verificação clássica, temática neoclássica, sintaxe 
preciosista evidente no uso das síntese, dos 
anacolutos e das alegorias, construção assimétrica. 
 
QUESTÃO 18 
 
 
 
O Governo pretende, com a campanha acima, 
A criticar as pessoas que dirigem embriagadas. 
B fazer propaganda das medidas socioeducativas 
criadas pelo governo. 
C conclamar o povo brasileiro contra as pessoas que 
dirigem mal. 
D expor aos leitores sobre as penalidades decorrentes 
de se dirigir inadequadamente. 
E convencer os leitores a se envolverem em uma 
campanha a favor da vida. 
 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
 - 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
Simulado2021 
 
 LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 13 
 
 
QUESTÃO 19 
 
“Exortação” 
[Trecho] 
 
Ribeiro Couto e Manuel Bandeira, 
poetas do Brasil, 
do Brasil, nosso irmão, 
disseram: 
“–É preciso criar a poesia brasileira, 
de versos quentes, fortes, como o Brasil, 
sem macaquear a literatura lusíada”. 
Angola grita pela minha voz, 
Pedindo a seus filhos nova poesia! 
 
[...] 
Angola, grande promessa do futuro, 
forte realidade do presente, 
inspira novos ideais 
encerra ricos motivos 
 
É preciso inventar a poesia de Angola! 
 
(GOMES, Maurício. In: MACÊDO, Tania; CHAVES, Rita. 
Literaturas de língua portuguesa: marcos e marcas. 
Angola, 2007, p. 61.) 
No poema, a literatura brasileira é vista como uma 
referência para a literatura angolana. Segundo o texto, isso 
ocorre devido 
 
A à autonomia da poesia brasileira em relação à poesia 
de Portugal. 
B à indicação de semelhanças culturais e históricas 
entre os dois países. 
C ao caráter político da literatura de resistência 
produzida no Brasil. 
D à capacidade de constante reinvenção dos poetas 
brasileiros. 
E à reinvenção completa da língua portuguesa original.” 
 
QUESTÃO 20 
 
Comemoramos em 2013 os cem anos de nascimento de 
Luiz Gonzaga, Rei do Baião, cantor do sertão nordestino. 
Em suas composições, ele enaltece o sertão, apresentando 
seus tipos humanos, seus problemas, principalmente a seca 
e as consequências dela advindas. Considerando o texto 
abaixo, analise as alternativas que a ele se referem. 
 
Asa Branca 
 
Quando oiei a terra ardendo 
Qual fogueira de São João 
Eu preguntei a Deus do céu, uai 
Por que tamanha judiação 
Que braseiro, que fornaia 
Nem um pé de prantação 
Por farta d'água perdi meu gado 
Morreu de sede meu alazão 
Inté mesmo a asa branca 
Bateu asas do sertão 
"Intonce" eu disse adeus Rosinha. 
Guarda contigo meu coração 
Hoje longe muitas léguas 
Numa triste solidão 
Espero a chuva cair de novo 
Para eu voltar pro meu sertão 
Quando o verde dos teus oio 
Se espalhar na prantação 
Eu te asseguro não chore não, viu? 
Que eu voltarei, viu? 
Meu coração 
 
GONZAGA, luiz. Compositores: Luiz Gonzaga / Cavalcanti Teixeira 
Humberto / Luiz Gonzaga / Cavalcanti Teixeira Humberto 
Marque a alternativa correta. 
A A tristeza e o constrangimento do sertanejo por ter que 
abandonar sua terra e deixar para trás as pessoas que 
ama, são os temas de Asa Branca, que ganhou 
popularidade, por expressar sentimentalmente a 
realidade do retirante nordestino. 
B O poema foi construído com a linguagem própria da 
oralidade do sertanejo de uma dadaépoca e oferece 
imagens devastadoras das intempéries da natureza 
que provocam o êxodo rural. 
C Na primeira estrofe, o autor evoca a imagem da 
fogueira de São João, a fim de realçar a cultura do 
sertanejo, que se sobrepõe às condições penosas e 
destruidoras da seca do Nordeste. 
D O título da composição do autor pernambucano traz a 
designação de uma ave, cuja partida denuncia a 
proximidade da seca que se alastra na região. Tal 
como a asa branca, o homem se distancia de seu 
espaço, mas perde a expectativa do retorno. 
E A última estrofe associa a cor dos olhos de Rosinha ao 
cenário futuro, admissível com o fim da seca. O eu 
poético entende que, nesse momento, idealizar a 
amada seria esquecer as adversidades. 
 
 
 
 
Simulado2021 
LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 14 
 
 
QUESTÃO 21 
 
 
(http://3.bp.blogspot.com/_Kmgdy92yn2M/S-
WOrzAYkhI/AAAAAAAAAXg/riNr-nlU-XQ/s1600/Michelangelo+-
+A+cria%C3%A7%C3%A3o+de+Ad%C3%A3o.+Capela+Sistina.jpg) 
 
 
(http://revistacult.uol.com.br/home/2012/08/medialidade-imperio-e-religiao-
dos-meios/) 
 
A recriação do afresco de Michelangelo sugere 
 
A a retomada do princípio clássico da mimese, conceito 
artístico que valorizava a capacidade de imitação de um 
artista. 
B a tentativa de desconstruir conceitos da arte 
renascentista, por meio da ridicularização de um 
paradigma do Classicismo. 
C o tom de humor garantido na paródia pela atualização de 
alguns elementos da obra clássica, preservando ainda 
traços que permitam o reconhecimento da obra original. 
D a crítica à postura conservadora que o ser humano 
preserva ao longo dos séculos diante de situações 
cotidianas. 
E a condenação da presunção do ser humano que 
sempre se julgou capaz de criar grandes obras. 
 
QUESTÃO 22 
 
Estudar é também uma arte e, como tal, depende muito da 
motivação. Estudioso é quem tem motivação própria para 
estudar. O que seria – como é para a grande maioria das 
pessoas – chato passa a ter sentido e preencher o sentido 
da vida. Motivação não implica necessariamente prazer, em 
especial prazer físico imediato. Não se estuda apenas o que 
dá prazer. É inevitável estudar também o que não nos dá 
prazer, se isto for importante. Estudo é também trabalho, 
dedicação, esforço, renúncia. Tudo o que se faz com prazer 
é mais fácil. Mas a vida não se reduz a prazer. Seria fútil. 
Não segue que o estudo mais proveitoso seja o mais 
estafante. Segue apenas que estudar pode acarretar 
sacrifício. E isto faz parte da vida também. 
(Texto adaptado de DEMO, Pedro. Metodologia para quem quer aprender. 
São Paulo: Atlas, 2008, p.9.) 
A partir da leitura do texto é correto inferir que 
A as pessoas estudiosas não precisam de motivação 
para estudar. 
B a motivação está diretamente associada ao prazer físico. 
C o estudo para ser funcional necessita de sacrifícios, de 
dedicação. 
D o estudo para ser proveitoso deve ser exaustivo. 
E a relevância do objeto estudado pode ser o elemento 
motivador. 
 
 
QUESTÃO 23 
 
Leia o seguinte texto sobre a ópera O Guarani, de Carlos 
Gomes: 
Desde a chegada à Europa, Carlos Gomes idealizava 
o projeto de uma obra de maior vulto1, que precisaria ser 
enviada ao Brasil como contrapartida pela bolsa recebida do 
governo. A essa altura, seus biógrafos relatam2 que, com 
saudades do Brasil, Gomes passeava sozinho pela Piazza 
del Duomo, quando ouviu o anúncio de um vendedor 
ambulante: “Il Guarany, Storia del Selvaggi del Brasile”. 
Tomado de susto pela coincidência, conta-se que comprou 
ali mesmo a tradução do livro de Alencar, certo de que 
aquele era um sinal: sua nova obra deveria se voltar às 
origens. A narrativa serve bem à construção dos mitos em 
torno do compositor, mas o fato é que não há registro oficial 
algum3 do episódio, pelo contrário: cartas e documentos 
mostram que, ao partir para a Itália, Carlos Gomes já 
pensava em “O Guarani” como tema para uma nova obra. 
Se ele comprou uma versão italiana do romance foi apenas 
para facilitar o trabalho do libretista Antonio Scalvini. 
O romance de José de Alencar tinha todos os 
ingredientes de um bom libreto: o triângulo amoroso, a luta 
entre o bem e o mal e cenas dramáticas e visualmente 
fortes. 
No dia 2 de dezembro de 1870, o escritor José de 
Alencar caminhou pelas ruas do Rio de Janeiro até o Teatro 
Lírico a fim de acompanhar a estreia brasileira da ópera 
baseada em seu romance mais famoso, publicado em 1857. 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
 - 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
Simulado2021 
 LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 15 
 
 
 
Ao fim do espetáculo, a intensa ovação não foi suficiente 
para fazer o escritor esquecer algumas restrições com 
relação à adaptação. Anos depois, em suas memórias, ele 
se resignaria: “Desculpo-lhe, porém, por tudo, porque daqui 
a tempos4, talvez por causa das suas espontâneas e 
inspiradas melodias, não poucos hão de ler esse livro5, 
senão relê-lo – e maior favor não pode merecer um autor”. 
Alencar não estava errado. A ópera não apenas ajudou a 
manter viva a fama do romance como se tornou símbolo 
máximo da obra de seu compositor. 
Coleção Folha Grandes Óperas. São Paulo: Moderna, 2011. Adaptado. 
 
Voltar “às origens”, sublinhado no texto, tendo como base o 
romance O Guarani, de José de Alencar, significa, para 
Carlos Gomes, retomar 
 
A o livro que dá início à história do romance brasileiro, 
inaugurando a prosa de ficção em nossas Letras. 
B a figuração de uma gênese do Brasil, que conjuga 
elementos históricos, ficcionais e mitológicos. 
C o texto inaugural do Indianismo, estética fundadora de 
uma sensibilidade autenticamente nacional. 
D as matrizes da arte operística, constituídas elas 
próprias de materiais épicos, líricos e dramáticos. 
E a tradição operística brasileira, que já durante o 
Arcadismo mineiro produzira óperas de enredo 
indianistas. 
 
 
QUESTÃO 24 
 
Leia o texto a seguir. 
Mesmo que seja eu 
Seja eu! 
Seja eu! 
Deixa que eu seja eu 
E aceita 
O que seja seu 
Então deita e aceita eu... 
Molha eu! Seca eu! 
Deixa que eu seja o céu 
E receba 
O que seja seu 
Anoiteça e amanheça eu... 
Beija eu! 
Beija eu! 
Beija eu, me beija 
Deixa O que seja ser... 
Então beba e receba 
Meu corpo no seu 
Corpo eu, no meu corpo 
Deixa! 
Eu me deixo 
Anoiteça e amanheça... 
Seja eu! Seja eu! 
Deixa que eu seja eu 
E aceita 
O que seja seu 
Então deita e aceita eu... 
Molha eu! 
Seca eu! 
Deixa que eu seja o céu 
E receba 
O que seja seu 
Anoiteça e amanheça eu... 
 
LIMA, Marina. Compositores: Erasmo Esteves / 
Roberto Carlos Braga. Álbum: Fullgás 
 
Pode-se afirmar que o texto 
 
A apresenta a linguagem na norma culta, usada nos 
variados gêneros, inclusive na poesia do sentimento 
amoroso. 
B descreve uma personagem feminina a partir de seus 
sentimentos e não pelos atributos físicos. 
C conta uma história de amor não correspondido depois 
de longos anos de espera. 
D traz poesia e linguagem subjetiva, sem a preocupação 
com a norma culta, seguindo os padrões poéticos 
modernos. 
E apresenta ao leitor uma opinião sobre determinado 
assunto – no caso, o amor-paixão. 
 
QUESTÃO 25 
 
TEXTO 
Para alguém conhecido, no início da carreira, como “o peru 
que fala”, graças à vermelhidão causada pela timidez diante 
do auditório, Silvio Santos passou por uma notável 
transformação nos 50 anos à frente do programa que leva 
seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. 
Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a 
cena ser exibida), constrangeu convidados com 
comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e 
piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, 
“soltinho” aos 81 anos. 
(Marco Aurélio Canônico. O rei está nu. Folha de S.Paulo, 19.08.2012.) 
 
 
Simulado2021 
LC/CH – 1º dia І Caderno1 – VERDE – Página 16 
 
 
Cada civilização é, de certa forma, filha de privilégios 
imediatos, logo aproveitados pelos homens. Assim, na 
origem dos tempos, as civilizações fluviais do Velho Mundo 
floresceram ao longo do rio Amarelo (civilização chinesa); 
do Indu (civilização pré-indu); do Eufrates e do Tigre 
(Suméria, Babilônia, Assíria); do Nilo (civilização egípcia). 
Da mesma forma, floresceram civilizações talassocráticas, 
filhas do mar: a Fenícia, a Grécia, Roma. 
(Fernand Braudel. Gramática das civilizações, 1987. Adaptado.) 
 
Os “privilégios imediatos”, aos quais o autor se refere, 
favoreceram, nessas civilizações citadas, o desenvolvimento 
A de organizações políticas democráticas, cuja função 
limitava-se em distribuir os bens econômicos vindos da 
agricultura e do comércio. 
B da arquitetura, da pintura e da escultura, considerando 
que as divindades associadas às águas deveriam ser 
adoradas nos templos adornados por imagens. 
C de sociedades pacíficas, abastecidas por produções 
agrícolas elevadas, que estabeleceram relações de 
concórdia entre si. 
D de artes menores, caracterizadas pelo trabalho em materiais 
preciosos como ouro e marfim, resultado de períodos de 
inatividade dos homens durante as cheias dos rios. 
E da agricultura, devido à fertilização natural das 
margens dos rios, e das atividades comerciais. 
 
QUESTÃO 26 
 
 
Examinando-se a reprodução do quadro de Daumier, pintor 
francês do século XIX, conclui-se que ele reproduz o ideário 
da época, visto que 
A a pintura procurava, tal como a literatura, defender a 
soberania e os valores das elites sociais. 
B a pintura e a literatura tinham função combativa e 
levavam à reflexão sobre as condições sociais. 
C os tipos retratados tanto na pintura como na literatura 
mostram indivíduos voltados a sentimentos de caráter 
intimista. 
D a ênfase a problemas místicos, distantes da realidade 
objetiva, era o foco dos pintores e dos escritores. 
E a descrição das personagens retratadas revela uma 
preocupação metafísica e transcendental de pintores e 
escritores. 
 
QUESTÃO 27 
 
 
Leia o cartaz a seguir. 
 
Disponível em:<www.bc.ufg.br>. Acesso em: 21 set. 2011. 
 
Uma das estratégias para o convencimento do leitor do 
cartaz está baseada na 
A oposição entre genialidade e vandalismo. 
B relação entre alegria e serenidade. 
C combinação entre otimismo e pessimismo. 
D distinção entre livro e pintura. 
E separação entre ocupação e ócio. 
 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
 - 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
Simulado2021 
 
 LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 17 
 
 
QUESTÃO 28 
 
Leia a passagem da obra “Os Lusíadas” de Camões. 
 
Texto I 
 
“Ó que famintos beijos na floresta, 
E que mimoso choro que soava! 
Que afagos tão suaves, que ira honesta, 
Que em risinhos alegres se tornava! 
O que mais passam na manhã, e na sesta, 
Que Vénus com prazeres inflamava, 
Melhor é experimentá-lo que julgá-lo, 
Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo.” 
 
Camões. Canto IX. Os Lusíadas. São Paulo: Pé da letra, 2018. 
 
Texto II 
 
Não vou Chorar 
 
 
Por que será que tem que ser assim 
A gente gosta, a gente ama, a gente muda 
E o tempo faz verdades nos teus olhos, deixa ver 
Solidão abusa 
Foi tão bonito, tão intenso, tão maravilhoso 
Cada segundo 
E a vida nos revela cada dia uma nova cena 
Um outro mundo 
Se chega, me beija 
Me olha nos olhos 
E me diz então 
Valeu! Foi bom, adeus! 
Não vou chorar 
 
Nem vou me arrepender 
Foi eterno enquanto durou 
Foi sincero nosso amor 
Mas chegou ao fim 
Não vou chorar 
Nem vou me arrepender 
Foi eterno enquanto durou 
Foi sincero nosso amor 
Mas chegou ao fim. 
 
Chiclete com banana. Compositores: Alexandre Lima Alexandre Peixe / 
Filho Roberto Maltez Garrido. Álbum Sou Chicletero. 
 
A passagem do texto I descreve a Ilha dos Amores, episódio 
da obra “Os Lusíadas” de Camões, recompensa de Vênus 
aos nautas portugueses por tão grandiosa viagem pelos 
oceanos. Ao compararmos este trecho com a música do 
texto II, composição contemporânea e largamente divulgada 
em processos audiofônicos, é possível identificar que 
 
A Ambos exploram a intensidade afetiva e dos desejos 
amorosos. 
B Ambos apresentam um amor que perpetua e não de 
distância do ser. 
C Os indivíduos raramente vivem o prazer, por isso 
vivem intensamente. 
D Os eu – líricos são seres que não vivem os desejos, 
apenas os descrevem. 
E O amor é algo que faz sofrer e o prazer não ocorre 
verdadeiramente, apenas é ilusão. 
 
QUESTÃO 29 
Conforme o autor, 
 
A a gramática e a lógica reconheciam outrora a análise 
das partículas de realce. 
B a gramática e a lógica analisavam apenas os termos 
sobejantes da oração. 
C a linguagem era iluminada outrora apenas pela análise 
dos termos de realce. 
D as palavras excedentes encaixadas na oração, 
classificadas como termos de realce, constituíam, até 
então, os limites da análise. 
E as palavras expletivas e ilógicas sobravam nas 
orações de realce, desde que reconhecidas como 
fenômenos da linguagem. 
 
 
QUESTÃO 30 
Texto 1 
 
Canção do exílio 
 
Eu morro sufocado em terra estrangeira. 
Nossas flores são mais bonitas 
nossas frutas mais gostosas 
mas custam cem mil réis a dúzia. 
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade 
e ouvir um sabiá com certidão de idade! 
 
MENDES, Murilo. Melhores poemas. Global. Rio de Janeiro, 2014. 
 
 
Texto 2 
 
Sabiá 
 
Vou voltar, sei que ainda vou voltar 
Para o meu lugar, foi lá e é ainda lá 
Que eu hei de ouvir cantar, uma sabiá 
 
Uma sabiá 
 
Vou voltar, sei que ainda vou voltar 
Vou deitar à sombra de uma palmeira que já não há 
Colher a flor, que já não dá 
E algum amor talvez possa espantar as noites 
Que eu não queria e anunciar o dia 
 
Vou voltar, sei que ainda vou voltar 
Não vai ser em vão 
Que fiz tantos planos de me enganar 
Como fiz enganos de me encontrar 
Como fiz estradas de me perder 
Fiz de tudo e nada de te esquecer 
 
BUARQUE, Chico. Compositores: Antonio Carlos Jobim / Chico Buarque. 
Álbum: Stone Flower. 
 
Simulado2021 
LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 18 
 
 
O poema e a canção retomam e atualizam a Canção do 
Exílio (de Gonçalves Dias, autor do Romantismo brasileiro) 
ao 
 
A tematizar a saudade da terra natal e enaltecer os 
costumes de suas culturas locais. 
B louvar os elementos da natureza e as ações de 
preservação que os mantêm acessíveis. 
C retomar a sensação de estar no exílio e idealizar 
positivamente elementos da terra distante. 
D expressar relações com elementos da terra distante e 
a percepção de que esses sofreram mudanças. 
E manifestar o desprezo pelos elementos da terra 
ausente e a satisfação com a vida no exílio. 
 
 
QUESTÃO 31 
 
Obras de Monteiro Lobato entram 
para domínio público 
Saiba o que muda e quais repercussões isso poderá ter na 
relação dos leitores com as obras do escritor 
1 Ele dá nome a ruas, escolas e bibliotecas por 2 todo o 
Brasil. O Dia Nacional do Livro Infantil, 3 comemorado em 
18 de abril, homenageia a 4 data de nascimento desse 
escritor, autor de 5 mais de 50 livros que mexeram, como 6 
ninguém, com o imaginário de crianças e 7 jovens de todo o 
Brasil. A personalidade em 8 destaque é Monteiro Lobato, 
cujas obras 9 ingressaram em domínio público em 1º de 10 
janeiro deste ano. 
11“Quando a obra ingressa no domínio público, 12 qualquer 
pessoa pode utilizá-la, fazer 13 adaptações, traduzir, 
veicular, imprimir, ou 14 seja, fazer qualquer tipo de uso 
econômico 15 sem ter de pedir autorização prévia para o 16 
autor ou titular de direitos”, explica a diretora 17 da Secretaria 
de Direitos Autorais e 18 Propriedade Intelectual da 
Secretaria Especial 19 da Cultura do Ministério da Cidadania, 
Carolina 20 Panzolini. [...] A legislação brasileira estipula o 21prazo de 70 anos a partir de 1º de janeiro ao 22 ano 
subsequente à morte do autor para que as 23 obras dele 
entrem em domínio público. 
24 Especialista na obra de Monteiro Lobato, a 25 professora 
de Literatura Brasileira Milena 26 Ribeiro Martins, da 
Universidade Federal do 27 Paraná, acredita que o ingresso 
da obra do 28 escritor paulista em domínio público vai 29 
aumentar a atenção do público e reaquecer o 30 interesse 
pela obra de Lobato. [...] “O número 31 de leitores de Lobato 
tende a aumentar 32 porque, comercialmente, vai haver 
novas 33 edições e o número de criações com base na 34 
obra de Lobato deve aumentar”, avalia. 
35 Milena defende que, apesar de alguns terem 36 quase 100 
anos, os livros de Lobato, em 37 especial os voltados ao 
público infantil, podem 38 ser muito atraentes para os jovens 
leitores 39 que vivem cercados de experiências 40 
multimídias. “Há um misto de fantasia, de 41 ciência, de 
imaginação e de criatividade na 42 obra do Lobato, que ainda 
é atraente para as 43 crianças”, argumenta. 
[...] 
44 Uma das ousadias de Lobato foi, em uma 45época em que 
o conservadorismo era grande, 46 dar voz às crianças, que 
não costumavam ter 47 espaço na maioria das famílias para 
expor 48 seus pensamentos. “Ele não vai pensar numa 49 
criança simplesmente obediente, mas ele vai 50 pensar 
numa criança reflexiva, criativa, 51 produzindo novos 
significados para o seu 52 momento histórico. E, nesse 
sentido, ele muda 53 muito a literatura nacional e discute 
produção 54 literária estrangeira dentro da sua obra”, 55 
destaca a especialista. 
CAMPANERUT, Camila. Obras de Monteiro Lobato entram para 
domínio público. Brasília: Ministério da Cidadania, 2019. Disponível 
em: http://cultura.gov.br/obras-de-monteiro-lobato-entram-para-
dominio-publico/. Acesso em: 30/08/2019. 
 
Desde 1º de janeiro de 2019, não há mais necessidade de 
pedir autorização para utilizar as obras de Monteiro Lobato, 
porque 
 
A os leitores estão cercados de experiências 
multimidiáticas. 
B os livros desse autor são atraentes para crianças e 
jovens. 
C a data do nascimento do autor é marcada como o Dia 
Nacional do Livro Infantil. 
D o ano anterior a esta data indica que decorreram 70 
anos da morte do autor. 
E os livros discutem a realidade nacional e sua 
formação. 
 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
 - 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
Simulado2021 
 
 LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 19 
 
 
QUESTÃO 32 
 
Analise o texto a seguir: 
01 Baseado no best-seller homônimo de 02 R.J. Palacio, 
Extraordinário intima às 03 lágrimas. Dito assim, pode 
parecer que o 04 filme dirigido por Stephen Chbosky é um 05 
drama apelativo. Não deixa de ser (...), 06 pois estamos 
falando da história de um 07 menino que sofre da Síndrome 
de Treacher 08 Collins, responsável por causar deformação 
09 facial. É naturalmente tocante a sua 10 jornada inicial, e 
aparentemente simples, 11 de sair de casa para o primeiro 
dia de aula, 12 quando instado a tirar o capacete de 13 
astronauta que o esconde. Auggie (Jacob 14 Tremblay) 
desenvolveu uma série de 15 técnicas para não se 
embaraçar com o 16 espanto alheio, sendo a mais eficiente 
delas 17 olhar para baixo e ler as pessoas a partir 18 dos seus 
calçados. 
19 Mesmo dentro de uma estrutura 20 bastante estanque, os 
relacionamentos são 21 encarados com candura em 
Extraordinário, 22 a começar pela estrutura familiar. Auggie 
é23 educado e amparado sempre de perto pela 24 mãe, 
Isabel (Julia Roberts), encontra 25 momentos de leveza ao 
lado do paizão, 26 Nate (Owen Wilson), e tem o total apoio 
da 27 irmã mais velha, Via (Izabela Vidovic). Esse 28 
acolhimento doméstico serve para 29 contrabalancear os 
episódios difíceis na 30 escola, a despeito de todo o cuidado 
que a 31 direção e a docência têm com sua 32 integração. 
33 Stephen Chbosky costura as diversas 34 facetas 
narrativas com habilidade. Saindo 35 ligeiramente do 
habitual, Extraordinário 
36 tenta expandir a mirada aos personagens 37 periféricos, 
às testemunhas da trajetória de 38 Auggie. Isso ocorre de 
maneira explícita, 39 com a divisão do filme, literalmente, em 
40 capítulos, estes nominados de acordo com o 41 
coadjuvante ocasionalmente promovido ao 42 centro, com 
direito a narração em off. (...) 43 O intuito por trás desse 
fracionamento é44 mostrar um pouco das dificuldades de 
cada 45 um. Ainda que rapidamente o foco sempre 46 volte 
ao menino com problemas de 47 adaptação social, esses 
respiros são 48 bem-vindos para alargar a nossa 
compreensão 49 acerca de um painel mais amplo. 50 O 
percurso construído é singelo e terno. 
51 Extraordinário não se propõe a fazer 52 uma investigação 
profunda das questões 53 concernentes à história de Auggie. 
Todavia, 54 Stephen Chbosky garante, ao menos, a 55 
prevalência dos olhares afetuosos. A 56 dinâmica entre as 
pessoas em cena, com 57 quem estabelecemos 
rapidamente empatia, 58 funciona adequadamente dentro da 
59 proposta adotada. Em tempos intolerantes 60 como o 
nosso, é auspicioso assistir a uma 61 realização que, não 
obstante a restrição por 62 conta do molde pré-definido, 
neste caso o 63 livro, consegue mirar em um público amplo, 
64 sem esquecer-se de propagar ideias de 65 tolerância, 
afrontando, por exemplo, a 66 conduta reprovável dos bullys. 
MÜLLER, M. Crítica. Disponível em: 
https://www.papodecinema.com.br/filmes/extraordinario/Acesso em: 
24 de outubro de 2019. 
 
O assunto do texto é o filme Extraordinário. Para abordá-lo, 
o autor optou por escrever 
A uma sinopse, porque descreveu, em poucas palavras, 
as partes do filme. 
B um resumo, pois desenvolveu a obra sem contar o que 
acontece no final. 
C uma síntese, pois fez um resumo, informando somente 
o essencial da obra. 
D uma resenha, porque resumiu a película e deu sua 
opinião sobre a obra. 
E uma crítica, posto o intuito do texto de apontas os 
defeitos do filme. 
 
QUESTÃO 33 
 
Texto I 
Mais tempo que os feitos vive a Palavra, 
o que quer que seja que a língua, pelo favor 
das Graças, retira da profundeza da mente. 
PÍNDARO. 'Nemea', IV, 6-8. Acesso em: 
https://greciantiga.org/arquivo.asp?num=1081 
 
Texto II 
Cara minha inimiga, em cuja mão 
Pôs meus contentamentos a ventura (destino) 
Faltou-te a ti na terra sepultura, 
Porque me falte a mim consolação. 
 
Eternamente as águas lograrão (possuirão) 
A tua peregrina formosura, 
Mas enquanto me a mim a vida dura 
Sempre viva em minh'alma te acharão. 
 
E se os meus rudos versos podem tanto (rudes) 
Que possam prometer-te longa história 
Daquele amor tão puro e verdadeiro, 
 
Celebrada serás sempre em meu canto, 
Porque enquanto no mundo houver memória 
Será minha escritura teu letreiro. 
(epitáfio, inscrição que que se faz em túmulos) 
 
CAMÕES, Luís Vaz de. Sonetos selecionados de Camões. 
Ateliê editorial. São Paulo, 2018. 
Simulado2021 
LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 20 
 
 
Como se relaciona o tema do soneto de Camões com o 
pensamento de Píndaro? 
 
A O eu-lírico confia na imortalidade de seus versos, que 
guardarão para sempre a memória da amada. 
B As águas possuirão eternamente a beleza da musa 
inspiradora morta. 
C A mulher a quem o poeta ama viverá em sua alma 
enquanto ele viver. 
D O destino pôs os contentamentos do eu-lírico nas 
mãos de uma inimiga. 
E A ausência de sepultura para aquela a quem o texto 
se refere é a causa do desconsolo do poeta. 
 
QUESTÃO 34 
 
O texto a seguir constitui um trecho do Sermão de Quarta-
Feira de Cinzas, escrito por padre Antônio Vieira, e proferido 
em Roma no ano de 1672. 
Duas coisas prega hoje a Igreja a todos os mortais: ambas 
grandes, ambas tristes, ambas temerosas, ambas certas. 
Mas uma de tal maneira certa, e evidente, que não é 
necessário entendimento para crer; outrade tal maneira 
certa, e dificultosa, que nenhum entendimento basta para a 
alcançar. Uma é presente, outra futura: mas a futura veem-
na os olhos, a presente não a alcança o entendimento. 
E que duas coisas enigmáticas são estas? Pulvis es, et in 
pulverem reverteris. Sois pó, e em pó vos haveis de 
converter. Sois pó, é a presente; em pó vos haveis de 
converter, é a futura. O pó futuro; o pó em que nos havemos 
de converter, veem-no os olhos; o pó presente, o pó que 
somos, nem os olhos o veem, nem o entendimento o 
alcança. 
De vinte e quatro horas que tem o dia, por que se não dará 
uma hora à triste alma? Esta é a melhor devoção e a mais 
agradável a Deus que podeis fazer nesta Quaresma. Tomar 
uma hora cada dia, em que só por só com Deus e conosco, 
cuidemos na nossa morte e na nossa vida. 
E porque espero da vossa piedade e do vosso juízo que 
aceitareis este bom conselho, quero acabar, deixando-vos 
quatro pontos de consideração: Primeiro, quanto tenho 
vivido? Segundo, como vivi? Terceiro, quanto posso viver? 
Quarto, como é bem que viva? 
(MENDES, João S. J. Padre Antônio Vieira. 
Editorial Verbo, 1972. Adaptado) 
De acordo com o conteúdo do texto, conclui-se 
corretamente que Vieira 
 
A critica alguns dogmas defendidos pela Igreja, como a 
crença na imortalidade da alma. 
B reverencia a si mesmo como o exemplo de retidão a 
ser seguido pelos ouvintes. 
C considera que os indivíduos são incapazes de 
vislumbrar o que lhes aguarda no futuro. 
D evidencia a necessidade de as pessoas refletirem 
sobre a brevidade de nossa existência terrena. 
E determina que as igrejas são os únicos locais onde os 
fiéis devem prestar devoção a Deus. 
 
QUESTÃO 35 
 
Álbum de colégio 
1 Um antigo colega criou e organizou um site sobre 2 nossos 
anos de colégio, que já vão longe. Visitei ontem 3 as páginas 
virtuais de uma experiência real, vivida 4 longamente numa 
velha escola, sólida tanto na construção 5 como no ensino. 
A pesquisa do meu colega é6 bastante rica: documenta com 
detalhes pessoas e espaços 7 que nos foram muito 
familiares. Detive-me logo 8 na sequência dos professores, 
como se de novo estivesse 9 a ouvir suas vozes e a ver seus 
gestos, projetados 10 do tablado em que ficava a mesa, junto 
ao 11 quadro-negro. 
12 Dona Alzira, de matemática. Óculos grossos, de 13 aro 
escuro, contrastando com a pele clara. Paciente, 14 repetia 
o que fosse necessário de uma lição de álgebra 15 ou 
geometria. Eu me divertia com as palavras novas, 16 que 
logo transformava em apelidos dos colegas: 17 Maria Clara 
ficou sendo a Hipotenusa, por ser comprida 18 e magra, e o 
Zé Roberto passou a ser Cateto, por 19 conta do nariz 
comprido. As palavras prestam-se a associações 20 
estranhas, talvez arbitrárias. O frequente 21 vestido de folhas 
vermelhas de Dona Alzira me parecia 22 bandeira vistosa 
das minhas dificuldades com as 23 equações e os teoremas. 
24 Dava-me melhor em Português. Não tanto com a 25 
Gramática das regras severas e nomenclatura difícil, 26 mas 
com os textos bonitos que nos levavam para fora 27 da 
escola, na viagem da imaginação. Descobri com 28 seu Alex, 
professor grandalhão de voz grave e dicção 29 perfeita, o 
encantamento de versos ou frases em 30 prosa ditos com 
muita expressão, valorizados em cada 31 sílaba. E me iniciei 
em alguns autores que acabaram 32 ficando, como 
Fernando Pessoa. 
(Rinaldo Antero da Cruz, inédito) 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
 - 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
Simulado2021 
 LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 21 
 
 
 
A frase “As palavras prestam-se a associações estranhas, 
talvez arbitrárias” pode justificar a compreensão do autor 
que 
 
A é inadequado o nome Hipotenusa, dado à colega 
Maria Clara, porque ele próprio não consegue levantar 
nenhuma hipótese sugestiva dessa nomeação. 
B é injusto o apelido Cateto, porque para alguns não 
seria razoável falar de "nariz comprido" no caso do Zé 
Roberto, por essa se tratar de uma avaliação subjetiva. 
C é efetivamente pouco elegante se apropriar de 
palavras novas para apelidar colegas. 
D é razoável que, às vezes, certas formas de nomeação 
sejam difamatórias, principalmente no caso de 
apelidos, quando se dá uma designação estranha ou 
pouco comum a alguém que já tem nome próprio. 
E é possível o entendimento de que a relação vestido / 
bandeira seja produto somente da sua própria visão, 
admitindo-se como estranho ou inexistente qualquer 
vínculo lógico entre eles. 
 
QUESTÃO 36 
 
A língua e o poeta 
 
 
 
Hoje eu peço vênia¹ para discrepar2 do grande Ferreira 
Gullar, que, no domingo, escreveu um artigo defendendo o 
"modo correto" de usar a língua portuguesa. 
Longe de mim propor que o poeta, eu e o leitor 
comecemos a dizer “nós vai” ou “debateu sobre as 
alternativas”, mas não dá para comparar violações à norma 
culta com um erro conceitual como afirmar que tuberculose 
não é doença, para ficar nos exemplos de Gullar. Fazê-lo é 
passar com um “bulldozer”³ sobre o último meio século de 
pesquisas, em especial os trabalhos de Noam Chomsky, 
que conseguiram elevar a linguística de uma disciplina 
entrincheirada nos departamentos de humanidades a uma 
ciência capaz de fazer previsões e articular-se com outras, 
como psicologia, biologia, computação. 
Chomsky mostra que a capacidade para a linguagem 
é inata. É só lançar uma criança no meio de uma 
comunidade que ela absorve o idioma local. O fenômeno 
das línguas crioulas revela que grupos expostos a «pidgins» 
(jargões comerciais que misturam vários idiomas, 
geralmente falados em portos) desenvolvem, no espaço de 
uma geração, uma gramática completa para essa nova 
linguagem. Mais do que de facilidade para o aprendizado, 
estamos falando aqui de uma gramática universal que vem 
como item de fábrica em cada ser humano. Foi a resposta 
que a evolução deu ao problema da comunicação entre 
caçadores-coletores. 
Nesse contexto, o único critério para decidir entre o 
linguisticamente certo e o errado é a compreensão da 
mensagem transmitida. Uma frase ambígua é mais "errada" 
do que uma que fira as caprichosas regras de colocação 
pronominal. 
Na verdade, as prescrições estilísticas que decoramos 
na escola e que nos habituamos a chamar de gramática são 
o que há de menos essencial e mais aborrecido no 
fenômeno da linguagem. Estão para a linguística assim 
como a pesquisa da etiqueta está para o estudo da história. 
 
(HÉLIO SCHWARTSMAN, Folha de S.Paulo, 27 de março de 2012) 
 
 
¹vênia = licença, permissão 
²discrepar = divergir de opinião, discordar 
³bulldozer = (inglês) escavadeira 
 
O autor utiliza aspas nas expressões “modo correto” e 
“bulldozer” por tratar-se respectivamente de: 
 
A jargão utilizado na área linguística e palavra estrangeira. 
B expressão já empregada em ocasião anterior e metáfora 
C título de artigo e citação. 
D citação e expressão metafórica. 
E citação e palavra estrangeira. 
 
 
Simulado2021 
 
 LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 22 
 
 
QUESTÃO 37 
 
Texto para a próxima questões. 
A Jesus Cristo, Nosso Senhor 
 
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, 
Da vossa alta clemência me despido; (1) 
Porque, quanto mais tenho delinquido, 
Vos tenho a perdoar mais empenhado. 
 
Se basta a vos irar tanto pecado, 
A abrandar-vos sobeja um só gemido: 
Que a mesma culpa, que vos há ofendido, 
Vos tem para o perdão lisonjeado. 
 
Se uma ovelha perdida e já cobrada (2) 
Glória tal e prazer tão repentino 
Vos deu, como afirmais na sacra história, 
 
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, 
Cobrai-a; e não queirais, pastor divino, 
Perder na vossa ovelha a vossa glória. 
 
MATOS, Gregório de. Poemas selecionados de Gregório de Matos. São 
Paulo: companhia das letras, 2011. 
 
(1) me (hei) despido: me despojei, me privei 
(2) cobrada:recuperada 
 
De acordo com o texto, assinale a alternativa correta. 
 
A O poeta, ao dirigir o seu pedido de perdão a Jesus 
Cristo, tem a certeza de que será atendido, já que, em 
vida, portou-se como uma ovelha em busca da glória. 
B O texto apresenta uma visão fatalista do perdão divino: 
os atos praticados na Terra é que nos habilitam a ele, 
afastando-se qualquer possibilidade de argumentação 
na hora do nosso juízo final. 
C O perdão divino só é concedido se a medida do 
pecado e a do arrependimento forem proporcionais: 
quanto maior o pecado, maior deve ser o 
arrependimento. 
D Ao se comparar à ovelha desgarrada da sacra história, 
o poeta já antecipa o que ele espera de Nosso Senhor 
Jesus Cristo e não admite outra solução para o seu 
destino. 
E O pecador, ao se arrepender, deve apresentar um 
comportamento ainda mais irrepreensível que os 
demais homens, porque, senão, poderá perder 
definitivamente a glória divina. 
 
 
 
QUESTÃO 38 
 
Leias os textos abaixo. 
 
Texto I 
 
Um Amor Puro 
 
O que há dentro do meu coração 
Eu tenho guardado pra te dar 
E todas as horas que o tempo 
Tem pra me conceder 
São tuas até morrer 
E a tua história, eu não sei 
Mas me diga só o que for bom 
Um amor tão puro que ainda nem sabe 
A força que tem 
É teu e de mais ninguém 
Te adoro em tudo, tudo, tudo 
Quero mais que tudo, tudo, tudo 
Te amar sem limites 
Viver uma grande história 
Aqui ou noutro lugar 
Que pode ser feio ou bonito 
Se nós estivermos juntos 
Haverá um céu azul 
Um amor puro 
Não sabe a força que tem 
Meu amor, eu juro 
Ser teu e de mais ninguém 
Um amor puro. 
DJAVAN. Compositores: Djavan Caetano. Álbum: Djavan ao vivo. 
 
Texto II 
 
Amor é fogo que arde sem se ver, 
é ferida que dói, e não se sente; 
é um contentamento descontente, 
é dor que desatina sem doer. 
 
É um não querer mais que bem querer; 
é um andar solitário entre a gente; 
é nunca contentar-se de contente; 
é um cuidar que ganha em se perder. 
 
É querer estar preso por vontade; 
é servir a quem vence, o vencedor; 
é ter com quem nos mata, lealdade. 
 
Mas como causar pode seu favor 
nos corações humanos amizade, 
se tão contrário a si é o mesmo Amor? 
 
CAMÕES, Luís Vaz de. Sonetos selecionados de Camões. 
Ateliê editorial. São Paulo, 2018. 
 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
 - 
M
AY
RA
 L
UÍ
ZA
 D
E 
PA
UL
A 
RO
DR
IG
UE
S 
- 0
28
98
06
61
50
Simulado2021 
 LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 23 
 
 
 
Após a leitura dos textos, de autores distantes 
temporalmente, mas tematicamente aproximados. A partir 
dessa noção, é possível identificar nos escritos 
 
A Um tema universal e um processo de escrita idêntico. 
B Temas expostos de modo distinto e uma escrita 
idêntica. 
C Um tema universal e escritas adaptadas a seus 
tempos. 
D Temas expostos de modo distintos e uma escrita 
universal. 
E Um tema universal e uma escrita com linguagens e 
metáforas idênticas. 
 
QUESTÃO 39 
 
— Mas que Humanitas é esse? 
— Humanitas é o princípio. Há nas coisas todas certa 
substância recôndita e idêntica, um princípio único, 
universal, eterno, comum, indivisível e indestrutível, — ou, 
para usar a linguagem do grande Camões: 
Uma verdade que nas coisas anda, 
Que mora no visíbil e invisíbil. 
Pois essa sustância ou verdade, esse princípio indestrutível 
é que é Humanitas. 
Assim lhe chamo, porque resume o universo, e o universo é 
o homem. Vais entendendo? 
— Pouco; mas, ainda assim, como é que a morte de sua 
avó... 
— Não há morte. O encontro de ditas expansões, ou a 
expansão de duas formas, pode determinar a supressão de 
uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, 
porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência 
da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e 
comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. 
Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As 
batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que 
assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra 
vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas 
tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam 
a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, 
nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma 
das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a 
alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas 
públicas e todos demais efeitos das ações bélicas. Se a 
guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a 
dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e 
ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo 
racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que 
virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao 
vencedor, as batatas. 
(ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Quincas Borba. 
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997. p. 648-649.) 
As imagens abaixo fazem parte do game “Filosofighters”. 
Inspirado em jogos de lutas, ele propõe uma batalha verbal 
entre importantes filósofos. Nele os argumentos dos 
pensadores valem como golpes, conforme se verifica na 
ilustração abaixo. 
: 
 
(Adaptado: http://super.abril.com.br/blogs/newsgames/tag/filosofighters/) 
Relacione as teorias dos pensadores citados ao excerto de 
Machado de Assis. Por defender posição similar, infere-se 
que, no jogo, o “filósofo” Quincas Borba NÃO poderia ser 
adversário de 
A Aristóteles, pois ao definir a paz como “destruição” e a 
guerra como “conservação”, Quincas Borba recupera 
a ideia de que “o homem é livre só dentro de regras”. 
B Jean Paul-Sartre, pois, assim como o filósofo 
existencialista, o mentor do Humanitismo mostra que 
Simulado2021 
LC/CH – 1º dia І Caderno 1 – VERDE – Página 24 
 
 
a necessidade de alimentação determina a obediência 
ou a violação às regras. 
C Hobbes, pois a tese do Humanitismo reafirma a 
ideologia do autor de “Leviatã”, entendendo que o 
estado natural é o conflito. 
D Rousseau, pois defende os mesmos princípios do 
filósofo iluminista, mostrando que, embora pareça ser 
uma solução, a guerra traz grandes prejuízos à 
humanidade. 
E nenhum dos pensadores citados, pois Quincas Borba, 
ao contrário deles, prevê um destino promissor para a 
humanidade. 
 
 
QUESTÃO 40 
 
Olá! Negro 
Os netos de teus mulatos e de teus cafuzos 
e a quarta e a quinta gerações de teu sangue sofredor 
tentarão apagar a tua cor! 
E as gerações dessas gerações quando apagarem 
a tua tatuagem execranda, 
não apagarão de suas almas, a tua alma, negro! 
Pai-João, Mãe-negra, Fulô, Zumbi, 
negro-fujão, negro cativo, negro rebelde 
negro cabinda, negro congo, negro íoruba, 
negro que foste para o algodão de USA 
para os canaviais do Brasil, 
para o tronco, para o colar de ferro, para a canga 
de todos os senhores do mundo; 
eu melhor compreenda agora os teus blues 
nesta hora triste da raça branca, negro! 
Olá, Negro! Olá. Negro! 
A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro! 
LIMA. J, Obras completas Rio de Janeiro Aguilar, 1958 (fragmento). 
 
O conflito de gerações e de grupos étnicos reproduz, na 
visão do eu lírico, um contexto social assinalado por 
 
A modernização dos modos de produção e consequente 
enriquecimento dos brancos. 
B preservação da memória ancestral e resistência negra 
à apatia cultural dos brancos. 
C superação dos costumes antigos por meio da 
incorporação de valores dos colonizados. 
D nivelamento social de descendentes de escravos e de 
senhores pela condição de pobreza. 
E modernização e superação dos preconceitos no 
século XX, já que, na modernidade, há um modo de 
viver igualitário. 
 
 
QUESTÃO 41 
 
Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por 
ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe 
importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em 
que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos 
heróis

Mais conteúdos dessa disciplina