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resumo livro _dentro do nevoeiro_

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ARQUITETURA E URBANISMO
ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA
NOME: VICTORIA DE SOUZA RA: D909029
JUNDIAÍ
2023
Relatório crítico do livro “dentro do nevoeiro”, capítulo “eclipse da matéria:
arquiteturas veladas”.
O livro “Dentro do Nevoeiro” escrito pelo arquiteto e urbanista Guilherme Wisnik, propõe
reflexões sobre a cidade de São Paulo e suas diversas camadas históricas, culturais e sociais.
No capítulo "Eclipse da Matéria", o autor aborda a relação entre a arquitetura modernista e a
cidade, apontando para os efeitos da ênfase na racionalidade e na abstração formal na
uniformização e desumanização da cidade. O interessante do livro é que ele apresenta uma
perspectiva diferente da cidade, que não é muito explorada pela literatura. A partir da
análise de prédios, ruas e praças, Wisnik consegue traçar um panorama histórico e social da
cidade, mostrando como a arquitetura e o urbanismo refletem as transformações que
ocorreram em São Paulo ao longo do tempo.
O autor apresenta exemplos de prédios modernistas em São Paulo, como o Edifício Copan e
o Conjunto Nacional, que se tornaram ícones da arquitetura brasileira, mas que, segundo
Wisnik, também contribuem para a homogeneização da cidade. O autor destaca a falta de
relação desses prédios com a vida cotidiana da cidade, a falta de interação com a rua e a
ausência de espaços públicos de convivência. A análise crítica de Wisnik é pertinente,
especialmente considerando a cidade de São Paulo, que é marcada pela presença de grandes
edifícios e pela falta de espaços públicos de qualidade. A ênfase na abstração formal e na
funcionalidade da arquitetura modernista muitas vezes acaba por criar edifícios que são
estéticamente interessantes, mas que não se relacionam bem com o espaço urbano e com as
pessoas que vivem na cidade.
Ao relacionar o texto ao Instituto Moreira Salles, uma instituição cultural localizada em São
Paulo, é possível notar a relevância da reflexão proposta por Wisnik para a instituição. O
IMS é uma instituição que busca valorizar e preservar a cultura brasileira, por meio da
promoção de exposições, eventos e atividades culturais. A instituição possui uma sede em
São Paulo, projetada por Andrade Morettin Arquitetos Associados, que dialoga com a
cidade e com sua história. A arquitetura do IMS São Paulo se diferencia da abordada por
Wisnik no capítulo "Eclipse da Matéria", uma vez que ela busca uma relação mais próxima
com a cidade e seus habitantes. O edifício foi concebido a partir de uma reflexão sobre a
história e a cultura brasileiras, utilizando materiais locais e técnicas construtivas
tradicionais. Além disso, o edifício foi projetado para estabelecer uma relação com o espaço
urbano, com uma praça que se conecta com a rua e um jardim interno que permite a entrada
de luz natural e ventilação.
Em relação ao texto de Wisnik, é possível notar que sua reflexão sobre a relação entre
arquitetura e cidade é fundamental para compreender os desafios enfrentados por
instituições culturais como o IMS São Paulo. A arquitetura modernista, apontada por Wisnik
como homogeneizadora e desumanizadora, muitas vezes desconsidera a história e a cultura
locais, o que pode gerar uma sensação de deslocamento e desidentificação por parte do
público. Em resumo, o capítulo "Eclipse da matéria" do livro "Dentro do nevoeiro" é um
ensaio crítico que discute a transformação da paisagem urbana de São Paulo e a perda de
qualidade da arquitetura contemporânea. O autor aponta para uma tendência de
desmaterialização da arquitetura, que privilegia a imagem em detrimento da função, e
destaca o Instituto Moreira Salles como um exemplo de como é possível conciliar tradição e
modernidade na arquitetura e criar espaços de qualidade para a cultura e a arte em uma
cidade que ainda tem muito a melhorar nesse aspecto.

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