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ExigAnciasNutricionaisdeTilAípias-Pontes-2022

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Natal, 
Fevereiro/ 2022 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS 
DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA 
ENGENHARIA DE AQUICULTURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCIANO HISTER PONTES FILHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AS EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE TILÁPIAS NAS FASES DE 
DESENVOLVIMENTO 
Natal 
Fevereiro/ 2022 
 
LUCIANO HISTER PONTES FILHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AS EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE TILÁPIAS NAS FASES DE 
DESENVOLVIMENTO 
 
 
 
 
 
 
Monografia Apresentada à 
Coordenação do Curso de 
Engenharia de Aquicultura da 
Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte, como 
Requisito Parcial à Obtenção 
do Título de Bacharel em 
Engenharia de Aquicultura. 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Profº. Drº Wallace Silva do Nascimento 
 
 
 
Natal 
Fevereiro/ 2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE BIOCIÊNCIAS 
DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA 
ENGENHARIA DE AQUICULTURA 
 
 
 
 
Esta monografia, apresentada pelo aluno Luciano Hister Pontes Filho ao Curso de 
Bacharelado em Engenharia de Aquicultura do Centro de Biociências, da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, foi julgada adequada e aprovada, pelos 
Membros da Banca Examinadora, na sua redação final, para a conclusão do Curso e 
à obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Aquicultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof. Dr. WALLACE SILVA DO NASCIMENTO 
 ORIENTADOR 
 
 
Prof. Dr. DEUSIMAR FREIRE BRASIL 
 MEMBRO DA BANCA 
 
 
Prof. Esp.JOSÉ HOLMES DO RÊGO BARROS 
MEMBRO DA BANCA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal/RN 
 
2022
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço aos meus pais Josineide Bezerra Hister Pontes e Luciano Hister Pontes 
(in memorian) com todo meu amor e gratidão, por todo alicerce que me deram ao longo 
da minha vida, desejo ter sido merecedor do esforço e dedicação dado por vocês durante 
minha trajetória acadêmica e humana. 
À Andressa Jully Bento de Medeiros, por todo companheirismo, compreensão e 
colaboração, muito obrigado por ter estado ao meu lado nessa fase importante da 
minha vida. 
Ao meu orientador Prof. Dr. Wallace Silva Do Nascimento pelo suporte e amparo 
ao longo do curso e por ter me conduzido a realização deste trabalho, de forma 
admirável e exemplar. 
Ao meu co-orientador Prof. Dr. Deusimar Freire Brasil por ter me auxiliado muito 
nos estágios e pesquisas, além de ter sido um grande incentivador para área da 
aquicultura e ensinado o verdadeiro significado do cooperativismo. 
Da mesma forma, agradeço ao Prof. M.Sc Emerson Eduardo Silva de Moura, por 
servir como referência e ter contribuído para eu seguir na área da aquicultura, desde 
quando foi meu professor no curso técnico em aquicultura, EAJ/UFRN, em 2014, e 
novamente neste curso de bacharelado em engenharia de aquicultura. 
Ao Prof. Esp. José Holmes Do Rêgo Barros por ter se disponibilizado a contribuir 
ao presente estudo e ao qual manifesto meu agradecimento. 
Não posso deixar de agradecer ao Prof. M.Sc Alexandre Magno Cavalcanti da 
Rocha (in memorian) por seus ensinamentos e por alegrar o Departamento de 
Oceanografia e Limnologia, onde sempre será lembrado pelas histórias, alegrias e 
risada contagiante. 
Aos meus colegas acadêmicos que de alguma forma me auxiliaram ao longo do 
curso.
 
 
SUMÁRIO 
 
PÁGINA 
RELAÇÃO DE TABELAS.....................................................................................6 
RELAÇÃO DE FIGURAS.....................................................................................7 
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................10 
1.1. AQUICULTURA.....................................................................................10 
1.2. PISCICULTURA.....................................................................................11 
2. OBJETIVOS..................................................................................................11 
2.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................11 
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO.........................................................................12 
3. METODOLOGIA.............................................................................................13 
4. REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................13 
4.1. ALIMENTAÇÃO DA TILÁPIA....................................................................14 
4.1.1 EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DA TILÁPIA..................................14 
4.1.2 FASES DE DESENVOLVIMENTO NUTRICIONAL DA TILÁPIA..18 
5. CONCLUSÃO ............................. ...................................................................22 
6. REFERÊNCIAS ............................................................................................ 23 
7 
RELAÇÃO DE TABELAS 
PÁGINA 
 
 
Tabela 1 – Necessidade do percentual de proteína bruta para o cultivo......................15 
Tabela 2 - Estimativa das exigências de proteína e aminoácidos para Tilápias...........16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
RELAÇÃO DE FIGURAS 
 
PÁGINA 
 
Figura1 – Biometria dos alevinos de Tilápia do Nilo................................19 
Figura 2 - Fase Juvenil..............................................................................20 
Figura 3 - Fase Final..................................................................................21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
RESUMO 
 
 
O objetivo deste trabalho foi analisar as exigências nutricionais da Tilápia do Nilo 
(Oreochromis niloticus). As tilápias necessitam de diversos nutrientes para adequado 
crescimento, reprodução e saúde, tais como: aminoácidos essenciais para a formação 
e regeneração de grande parte dos tecidos e proteínas especificas dos peixes; energia 
para manutenção do metabolismo básico e adequado crescimento; ácidos graxos 
essenciais que são componentes das membranas celulares e fonte de energia; minerais 
os quais são importantes para a formação de ossos e dentes; vitaminas, de forma geral, 
que atuam como componentes ou ativadores enzimáticos em diferentes processos 
metabólicos. As exigências desses nutrientes são dependentes de diversos fatores 
como: fase de desenvolvimento do peixe, espécie, temperatura da água, entre outros. 
Todavia, uma nutrição equilibrada pode ajudar o peixe a demonstrar todo seu potencial 
genético no desempenho produtivo e melhor resistência a doenças. Assim, a 
metodologia utilizada para a realização deste trabalho é baseada numa revisão de 
literatura. 
 
Palavras-chave: nutrição, exigências, Tilápia do Nilo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
Abstrac 
 
 The objective of this work was analyzed as requirements of Nile Tilapia 
(Oreochromis niloticus). Tilapia form different nutrients for growth, reproduction and 
health: essential amino acids for formation such as proteins in most tissues and fish; 
energy for maintenance of basic metabolism and growth; cellular fats that are essential 
membrane components and energy source; which are important for the formation of 
bones and teeth; form, which act as enzymatic components in different changes of 
general processes. The requirements of these nutrients are dependent on several factors 
such as: fish development stage, species, water temperature, among others. However, 
a balanced nutrition can help to demonstrate its full genetic potential in productive 
performance and better resistance to diseases. Thus, a methodology used to carry out 
this work is based on a literature review. 
 
Keywords: nutrition, requirements, Nile Tilapia.11 
1. INTRODUÇÃO 
 
 As exigências nutricionais dos peixes são estabelecidas, em sua maioria, sob 
condições laboratoriais, o que pode ser responsável por parte das diferenças intra e 
interespecíficas, às vezes conflitantes, apresentadas na literatura. Entretanto, sabe-se 
que as reais exigências nutricionais estão diretamente relacionadas aos seguintes 
fatores: espécie, fase de desenvolvimento, sexo e estádio de maturação sexual, sistema 
e regime de produção, temperatura da água, frequência de arraçoamento e qualidade 
da dieta (PEZZATO et al., 2004). 
 A tilápia-do-Nilo apresenta o hábito alimentar planctófago e se alimenta de 
detritos do fundo, mas aceita bem ração comercial (YANCEY & MENEZES, 1983). Sabe-
se que a ração como insumo pode vir a inviabilizar a implantação da tilapicultura em 
algumas comunidades, no entanto, a tilápia pode se servir de vários organismos, 
mudando seu hábito, caso não tenha alimento suficiente no meio. Um desafio 
significativo na aquicultura é manter os peixes em condições de ótima saúde, o que, no 
sentido mais amplo, significa estar livre de qualquer tipo de doença. 
 Uma condição saudável é mais propícia para um rápido crescimento e alta 
sobrevivência dos peixes até o tamanho comercial. A tilápia-do-Nilo, Oreochromis 
niloticus, é uma espécie economicamente importante em diversos países, 
principalmente aqueles de clima tropical e subtropical, e a produção global da espécie 
vem crescendo a cada ano no Brasil em vários sistemas de produção, principalmente 
em viveiros e tanques-rede. 
1.1 Aquicultura 
Estuda e desenvolve técnicas de reprodução e cultivo de organismos 
aquáticos, como peixes, moluscos, algas e crustáceos. Um dos principais objetivos 
da aquicultura é o cultivo de organizamos aquáticos e procura garantir produtos para 
o consumo. A aquicultura é uma atividade econômica que apresenta um elevado 
potencial para o suprimento da demanda por proteína animal no Brasil e no mundo, 
pois comparada com a produção de outras atividades, apresenta uma taxa de 
produção maior considerando-se o mesmo espaço utilizado (KUBITZA, 2015). 
Além disso, a atividade aquícola, realizada de maneira técnica e responsável, 
pode ser considerada também uma atividade ecologicamente sustentável, uma vez 
https://www.ecycle.com.br/algas-marinhas/
12 
que a qualidade dos recursos naturais, como água e solo, são fatores limitantes para 
o sucesso da produção (VALENTI, 2002). A aquicultura é dividida de acordo com o 
organismo cultivado e, no Brasil, os ramos da aquicultura que mais se destacam são 
a piscicultura e a carcinicultura.Tornou-se também cada vez mais evidente que, sob a 
condições da aquicultura, a nutrição adequada desempenha um papel crítico na 
manutenção do crescimento normal e da saúde dos organismos aquáticos. 
1.1.1 Piscicultura 
É considerada um ramo da aquicultura e é ligado diretamente à criação de 
peixes, tendo uma especificação mais restrita da técnica de criar e multiplicar os peixes, 
através da cultura do cultivo de peixes. Em 2020, o Brasil foi o décimo terceiro maior 
produtor mundial de peixes. Quando se trata de peixes produzidos em água doce, o 
País sobe para a oitava colocação no ranking, especialmente por conta da produção 
na região Amazônica. A piscicultura brasileira responde, por exemplo, pela quarta maior 
produção global de tilápia, espécie que representa 60% dos peixes produzidos 
nacionalmente. 
A piscicultura tem origem na China e começou a ser praticada há mais de 6 mil 
anos, no Brasil, surgindo no século XVIII, devido os holandeses implementarem viveiros 
de peixe no Nordeste. As pesquisas científicas ictiologicas ganharam notoriedade a 
partir dos anos 1930. Somente em 1970 foram realizados maiores investimentos para 
utilizar espécies autóctones na piscicultura, destacando-se o tambaqui, o pacu e os 
piaus. 
Segundo a Associação Brasileira da Piscicultura, o Brasil atingiu em 2020, a 
marca de 802.930 toneladas, com receita de cerca de R$ 8 bilhões. Em relação a 
empregos, a piscicultura gera cerca de 1 milhão de empregos diretos e indiretos, 
mostrando assim, que a Psicultura tem constribuído social e economicamente, 
ademais, o Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia, espécie que representa 
cerca de 60% da produção brasileira. Os demais peixes, dentre eles, os nativos, 
liderados pelo tambaqui, participam com 35% e outras espécies com 5%. 
 
 
 
13 
2. Objetivos 
2.1 Objetivo Geral 
Apresentar as exigências nutricionais da Tilápia do Nilo, suas fases de 
desenvolvimento e como estão os estudos atuais nessas perspectivas. 
 
2.2 Objetivos Específicos 
2.2.1 Apresentar as exigências nutricionais da Tilápia do Nilo; 
2.2.2 Identificar suas fases de desenvolvimento com base nos 
estudos atuais; 
2.2.3 Fortalecer estudos sobre as exigências nutricionais
14 
 
3. Metodologia 
 
A presente pesquisa objetiva metodologicamente contribuir para a evolução do 
conhecimento humano,voltado a nutricão e fases desse processo na criação das 
Tilápias do Nilo, sua realização foi objeto de investigação planejada, desenvolvida e 
redigida conforme normas metodológicas consagradas pela ciência. Têm como 
finalidade apresentar respostas para questões mediante o estudo das exigências 
nutricionais na criação das Tilápias do Nilo. Teve como proposta o desenvolvimento de 
uma Pesquisa Bibliográfica, pois foi construída a partir de material escrito e gravado já 
publicados, constituído principalmente de revistas, artigos, material de áudio e vídeo, 
relatórios e anais de simpósios, congressos, e artigos de periódicos, que estão 
disponibilizados na Internet. 
 
4. Revisão de Literatura 
4.1. Alimentação da Tilápia 
 
A Tillápia é considerada a espécie de melhor desenvolvimento nos dias atuais. 
Seu rápido crescimento se dá devido a sua precocidade e graças ao melhoramento 
genético, que vem cada vez mais aumentando o rendimento de carcaça. Ainda, 
apresenta um custo baixo de produção e uma rentabilidade elevada, ideal para o abate 
em frigorífico, uma vez que apresenta qualidade inigualável de sabor e seu filé sem 
espinhos, que são características marcantes. É a espécie que mais cresce em termo de 
cultivo no Brasil e no mundo. 
Faz-se necessário estudos que direcionem à alimentação desta espécie, é de 
suma importância estudos que definam e divulguem resultados de aspectos 
relacionados às exigências nutricionais dessa espécie. 
No Brasil, os primeiros registros de estudos relacionados aos aspectos 
nutricionais dos peixes, datam do ano de 1981. Segundo CASTAGNOLLI (2005), os 
cultivos iniciais de peixes utilizavam como alimento as sobras de culturas agrícolas e a 
“ideia” de utilizar rações surge da possibilidade de adaptar as rações utilizadas na 
alimentação de aves e suínos. O cultivo de tilápia começou no Quênia, em 1924, e 
seguiu no Congo, em 1937. As primeiras informações sobre as tilápias como espécies 
15 
promissoras para aqüicultura ocidental surgiram no início da década de 1950, com 
citações sobre a tilapicultura como um dos melhores negócios para a piscicultura e uma 
nova fonte para obtenção de proteínas (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO 
ABASTECIMENTO, 2000) 
As exigências nutricionais dos peixes são estabelecidas, em sua maioria, sob 
condições laboratoriais, o que pode ser responsável por parte das diferenças intra e 
interespecíficas, às vezes conflitantes, apresentadas na literatura. Entretanto, sabe-se 
que as reais exigências nutricionais estão diretamente relacionadas aos seguintes 
fatores: espécie, fase de desenvolvimento, sexo e estádio de maturação sexual, sistema 
e regime de produção, temperatura da água, freqüência de arraçoamento e qualidade 
da dieta (PEZZATO et al., 2004). 
 A produção da Tilápia no Brasil vem alavancando por causa do Clima favorável, 
rusticidade da espécie aceitando diferentes sistemas de produção; alta demanda; além 
do bom resultado em cultivosintensivos, são fatores que contribuíram para o 
crescimento dessa produção no Brasil, todavia e atrelado a esse crescimento 
precisamos analisar como ocorre o processo alimentar e seus avanços. 
 
4.1.2. Exigências Nutricionais da Tilápia 
 
De acordo com Kubitza (1999), as tilápias necessitam de diversos nutrientes para 
adequado crescimento, reprodução e saúde, tais como: aminoácidos essenciais para a 
formação e regeneração de grande parte dos tecidos e proteínas especificas dos peixes; 
energia para manutenção do metabolismo básico e adequado crescimento; ácidos 
graxos essenciais que são componentes das membranas celulares e fonte de energia; 
minerais os quais são importantes para a formação de ossos e dentes; vitaminas, de 
forma geral, que atuam como componentes ou ativadores enzimáticos em diferentes 
processos metabólicos. 
As tilápias carecem de inúmeros nutrientes para crescerem adequadamente, 
serem eficiente na reprodução e, contudo, terem boa saúde para manter uma 
uniformidade no cultivo. Dentre os nutrientes necessários para tal, aminoácidos 
essenciais servem para a regeneração e formação de grande parte dos tecidos e 
proteínas especiais dos peixes; a energia é imprescindível para manutenção do 
metabolismo básico; os ácidos graxos essenciais são fonte de energia, além de serem 
componentes das membranas celulares; os minerais são primordiais para formação 
16 
óssea do peixe; por último, as vitaminas em caráter geral, agem como chaves 
enzimáticas para diversos sistemas metabólicos. 
Segundo Furuya (2000) as proteínas e os aminoácidos nas rações para a tilápia 
exigem elevado nível de proteína, o que aumenta a participação das fontes protéicas, 
responsáveis pela maior parte do custo total da ração (FURUYA et al., 2000). E 
parafraseando Fernandes, a exigência em proteína na dieta de peixes pode ser 
influenciada por diversos fatores, tais como: tamanho do peixe, função fisiológicas, 
hábito alimentar, qualidade da proteína (FERNADES et al., 2001). Nesse sentido, 
evidenciamos a necessidade de ofertar rações com uma concentração adequada de 
proteínas e aminoácidos combinado fontes de proteína e aminoácido que 
proporcionassem perfeito balanço de aminoácidos com porcentagem mínima de 
proteína. Para isso, é importante conhecer a exigência de cada espécie e a fase de vida 
a ser alimentada. 
As Tilápias do Nilo em comparação com outros animais exigem uma quantidade 
regressa de proteína dietética. As exigências atuais verificadas nas vivências e 
percepções dos manejos, apresentam uma variação de 45 à 30% de proteína bruta (PB), 
apresentadas na Tabela 1, em função da fase de desenvolvimento, do ambiente e da 
espécie, enquanto rações de frangos e suínos, por exemplo, contêm de 18 a 23% ou de 
14 a 16% PB, respectivamente. Peixes são capazes de utilizar a proteína como fonte de 
energia, uma vez que a excreção dos produtos da digestão e metabolização dos 
aminoácidos (amônio ou amônia) é feita passivamente nas brânquias, com reduzido 
custo energético (CYRINO et al., 2002). 
Tabela 1. 
Necessidade do percentual de proteína bruta para o cultivo 
 
 Fonte: Adaptado de Brasil 
 
17 
De acordo com Cyrino et al., (2002), as exigências em aminoácidos essenciais das 
Tilápias do Nilo; arginina, histidina, isoleucina, leucina, metionina, fenilanina, treonina, 
triptofano e valina, são similares a dos demais animais, com base na porcentagem de 
proteína bruta. A deficiência desses aminoácidos essenciais na dieta provoca redução 
na eficiência da utilização de proteína, retarda o crescimento, diminuem o ganho de peso 
e a eficiência alimentar e pode reduzir a resistência a doenças pelo comprometimento 
dos mecanismos de resposta imunológica. 
Segundo as Tabelas Brasileiras para Nutrição de Tilápias, os valores de 
exigências de proteína bruta, proteína digestível e principais aminoácidos, estão 
descritos na Tabela 2, contruída pela Nutri.time. 
Tabela 2. 
Estimativa das exigências de proteína e aminoácidos para Tilápias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Nutri.time 
Outra exigência a ser considerada essencial no processo nutricional das Tilápias 
Nilo é a energia, mesmo não sendo um nutriente, todavia resulta da oxidação dos 
nutrientes durante o metabolismo, podendo ser liberada na forma de calor ou 
armazenada para uso posterior nos processos metabólicos do organismo deste animal. 
A necessidade de energia dos peixes é menor do que em outros animais 
homeotérmicos, porque os peixes precisam manter a temperatura corporal, não 
necessitam de muita energia para locomoção e requerem menos energia para excretar 
o nitrogênio. Cerda de 90% do nitrogênio são eliminados na forma de amônia, enquanto 
que nos animais homeotérmicos a excreção e feita sob a forma de ácido úrico e ureia 
(FERNANDES et al., 2001). 
As Tilápias aproveitam muito bem os carboidratos e as gorduras como fonte de 
energia. Isto permite poupar a proteína das rações para uso predominante no 
18 
crescimento. Conhecer a energia digestível dos alimentos é fundamental na formulação 
de rações suplementares e completas. O balanço entre a energia digestível e a proteína 
nas rações é fundamental para maximizar a eficiência alimentar e o crescimento dos 
peixes afirma (KUBITZA, 2011). 
Segundo Kubitza (1999), tilápias apresentam apenas exigência em ácidos graxos 
da família linoleico – 18:2), sendo 1% o suficiente para alevinos de Tilápia do Nilo. 
Segundo NRC (1993) a exigência é de 0,5%. 
As tilápias absorvem minerais e vitaminas, absorvem minerais, como o cálcio, 
diretamente da água, quando criadas naturalmente em viveiros, elas precisam de 
alimentos naturais, para assim absorverem a inserção de fitoplâncton e zooplâncton. 
Porém, com a intensificação do cultivo, principalmente em “raceway” e tanques-rede, há 
necessidade de enriquecimento vitamínico e mineral nas rações. As vitaminas e os 
minerais desempenham papel importante na formação dos tecidos ósseos e 
sanguíneos, no crescimento muscular e em diversos processos metabólicos e 
fisiológicos essenciais para o adequado crescimento, saúde e reprodução dos animais 
(KUBITZA, 2011). 
Todavia, as exigências da maioria dos minerais são satisfeitas através dos 
minerais presentes nos alimentos naturais e rações balanceadas. Os alimentos de 
origem animal como farinha de carne e ossos, são boas fontes de minerais, já as rações 
formuladas com farelo vegetal é necessário adicionar minerais como cálcio e fósforo. 
A exigência de vitaminas das tilápias pode ser suprida nos alimentos naturais e 
rações balanceadas. Em sistema de cultivo é necessário que as exigências sejam 
supridas devido o acesso de alimento natural ser limitado. Este tipo de ração além de 
apresentar maior digestibilidade e aproveitamento pelos peixes, facilita a observação do 
consumo, permitindo minimizar as perdas de ração e ajuste na taxa de alimentação. 
Faz se necessário evidenciar que existe hoje algumas estratégias de alimentação 
na cria, recria e engorda de tilápias, em viveiros de terra com plâncton e ou em rações 
comerciais para peixes que estão disponíveis em grande variedade de apresentações 
(em pó, peletizada, extrusada), formulações, níveis de proteína bruta (PB) e tamanho do 
grânulo. Os tipos de ração devem utilizados de acordo com o sistema e a fase de criação 
dos peixes. 
Na criação em viveiros, a quantidade de ração que deve ser oferecida, 
diariamente, é ajustada de acordo com um percentual sobre o peso vivo (%PV) dos 
peixes, que varia de 6 a 1%. A frequência alimentar (número de refeições por dia) varia 
19 
de 3 a 1 refeições diárias. A temperatura da água exerce forte influência sobre o 
metabolismo dos peixes, afetando diretamente o seu apetite e o consumo de alimentos. 
 
 4.1.3. Fases de desenvolvimento Nutricional da Tilápia do Nilo 
 
 As fases de desenvolvimento Nutricionalda Tilápia do Nilo, dar-se-á pelas 
seguintes aqui apresentadas: Inicial 45PB – (Berçário), Juvenil 36PB – 2mm (Recria), 
Tilápia Crescimento 32PB – 4mm e 7mm (Crescimento/Engorda) e a Tilápia Terminação 
30PB – 8mm (Terminação). 
Na Fase Inicial, refere-se à produção dos alevinos, que são os filhotes dos peixes, 
os quais, quando atingem o tamanho e o peso ideal, nessa etapa é realizada em 
criatórios especializados que são responsáveis, exclusivamente, pela produção dos 
alevinos de forma eficiente. Utilizam-se matrizes selecionadas e de alto potencial 
genético e reprodutivo. Os alevinos devem ser comercializados quando atingirem o peso 
ideal e depois de passarem por um treinamento alimentar que os deixará aptos a se 
alimentarem com ração farelada ou balanceada. Isso facilitará o início da recria e a 
condução da engorda, proporcionando a obtenção de um elevado potencial de 
desenvolvimento dos peixes. 
A alevinagem é uma etapa crítica, principalmente no que diz respeito à 
alimentação. Nesse momento da vida, por conta do tamanho reduzido, poucas são as 
opções de organismos e rações que os peixes conseguem comer. 
Também chamada de berçário geralmente são estocados alevinos pós-reversão 
entre 0,3 e 1,0g. A alimentação deve ser feita com ração farelada com 40%PB. Quando 
os peixes atingem cerca de 5g de peso médio (10 a 20 dias mais ou menos, dependendo 
do tamanho inicial e da temperatura da água), deve ser feita uma classificação para 
descarte dos peixes do fundo do lote. Os peixes com peso entre 3 e 8g (média de 5g) 
vão para a Fase 1b do berçário. 
Assim, a alevinagem seria a reprodução natural ou artificial (incubação 
laboratorial) para dar origem as larvas, pós larvas e alevinos. Todavia, quando se realiza 
a masculinização das pós larvas geneticamente fêmeas. Orienta-se que os alevinos 
devem ser alimentados de quatro a cinco vezes ao dia no primeiro mês. Como eles têm 
dificuldade de atravessar todo o viveiro para buscar ração, espalhe-a da melhor forma 
possível, em todas as laterais e no centro da unidade de cultivo, para garantir o 
fornecimento adequado. 
20 
 
Figura 1 – Biometria dos alevinos de Tilápia do Nilo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Mfrual 
Na primeira semana da Fase 1b ainda deve ser fornecida a ração em pó 40%PB, 
porém deve ser iniciado a oferta de peletes de 2mm de 35-36%PB. Como os peixes 
maiores e vorazes geralmente são os que se alimentam primeiro, procure fornecer 
primeiro os peletes de 2mm na quantidade que os peixes forem capazes de consumir 
(visualizar a sobra de ração nos anéis de alimentação). Em seguida, deve ser ofertada 
a ração farelada, para que os menores peixes do lote ainda possam se alimentar 
adequadamente e também crescer. 
Após esta primeira semana, a alimentação deve seguir exclusivamente com 
peletes de 2mm. No final desta fase (peixes próximos a 30g) é possível iniciar o 
fornecimento de peletes de 3-4mm com 32%PB. Durante as fases de berçário, o 
produtor deve procurar alimentar os peixes próximo da saciedade em cada refeição, no 
entanto, sem que haja muito desperdício (sobras) de ração. Nessa fase, chamada de 
Berçário os alevinos masculinizados são transformados em juvenis, pronto para 
avançarem para a fase de engorda. 
Na Fase 2 - recria os peixes passam a ser alimentados com ração contendo 32% 
de proteína e peletes de 3-4mm, em quantidades entre 5 e 3% do peso vivo/dia, dividida 
em 3 ou 2 refeições. A quantidade de ração fornecida deve ser reajustada de acordo 
com a resposta alimentar. Quando se deseja que os reprodutores ganhem peso, a taxa 
21 
de alimentação diária deve ficar entre 0,8 e 1% da biomassa total estocada (machos e 
fêmeas). Uma única refeição diária deve ser oferecida, para que todos os peixes tenham 
oportunidade de se alimentar. 
Chame-se de Engorda a etapa de crescimento vigoroso a partir dos juvenis 
preparados para se desenvolverem e depositarem o máximo de filé. Portanto, essa 
etapa é caracterizada pela necessidade de maiores quantidades de alimento. Ou seja, 
há uma maior necessidade de se adequar o trato por meio do fornecimento diário de 
alimentos e um monitoramento regular da produção. 
 
Figura 2 – Tilápia do Nilo na Fase Juvenil 
 
 Fonte: Peixe com salada 
 
Na Fase 3 – Despesca: Etapa da colheita final do trabalho de cultivo, é a 
terminação dos peixes, onde os mesmos são alimentados com peletes de 3-4mm 
contendo 32% de proteína, em quantidade entre 3 e 2% do peso vivo ao dia. Não é 
necessário mais do que duas refeições ao dia. O tamanho dos peletes deve ser 
aumentado de acordo com o tamanho dos peixes. Quando os peixes atingem cerca de 
300 a 400g, podem ser usados peletes de 5-6m, mantendo assim até um peso de 600g. 
Para tilápias acima de 800g podem ser fornecidos peletes de 8mm. Orienta-se a regra 
dos 15 minutos para ajuste da oferta de ração. Quando os peixes atingem cerca de 300 
a 400g muitos produtores optam pelo uso de ração com 28% de proteína, acreditando 
que com isso haverá uma redução no custo de produção. Geralmente a diferença de 
preço entre uma ração com 28%PB e outra com 32%PB não é muito grande (cerca de 
22 
10%) e não compensa a redução no ganho de peso, o aumento na conversão alimentar 
e o maior tempo necessário para terminação da tilápia. Além disso, rações com baixa 
proteína geralmente promovem maior deposição de gordura visceral. 
 
Figura 3 – Fase Final da Tilápia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: SENAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
5. Conclusão 
 
Dessa forma, vale ressaltar a necessidade da continuidade de estudos e 
pesquisas mais avançados voltado a nutrição e exigências da espécie Tilápia do Nilo. 
Ela, mesmo sendo uma espécie onívora, pode se alimentar de peixes marinhos 
triturados in natura, conclui-se. Embora possa ser encontrada uma quantidade de 
estudos relacionados com nutrição e alimentação dos peixes, muitos estudos ainda são 
necessários para determinar as exigências nutricionais para peixes Tilápia do Nilo 
criados em sistemas, principalmente intensivos. 
Assim, as etapas de criação dos peixes são bem definidas e cada uma delas 
apresenta suas características que devem ser respeitadas, de forma a se conseguir um 
desenvolvimento saudável e um crescimento otimizado, o tempo de produção precisa 
ser considerado, além de se tomar um cuidado especial com a dieta, para que todos os 
nutrientes necessários façam parte da dieta dos mesmos. Os trabalhos realizados sobre 
Nutrição e exigências nutricionais na criação de Tilápias do Nilo necessitam difundir 
ainda mais pesquisas de mais tempo para que possam gerar resultados mais confiáveis 
e viáveis para uso comercial. Indubitavelmente, no cultivo de Tilápia, todo dia é dia de 
aprendizado e revisão de conceitos e procedimentos. 
 
24 
6. Referências 
 
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