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Fonseca O-Patrimonio-Em-Processo

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PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Luiz Inácio Lula da Silva 
MINISTRO DA CULTURA 
Gilberto Gil Moreira 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO/UFRJ 
Reitor Aloisio Teixeira 
. Vice-Reitora Sylvia Vargas 
Coo!denador do Forum de Ciência e Cultura Carlos Antonio Kali! Ta nnus 
E OI TORA UFRJ 
Diretor Carlos Nelson Coutinho 
Editora Executiva Cecilia Moreira 
Coordenadora de Edição de Texto Lisa Stuart 
Coordenadora de Produção J anise Duarte 
Conselho Editorial Carlos Nelson Coutinho (presidente), 
Charles Pessanha, Diana Ma ui de Carvalho, 
José Luís Fiori, José Paulo Netto, 
Leandro Konder, Virgínia Fontes 
INSTITUTO 00 PATRIMÔNIO HISTÔRICO E ART ISTICO NAClONAUIPHAN 
Presidente Antonio Augusto Arantes Neto 
Chefe de Gabinete . Marcelo Brito 
Procuradora-Chefe Sista Souza dos Santos 
Coordenadora-Geral de Pesquisa, 
Documentação e Referência Lia Moita 
Coordenadora-Geral de Promoção 
do Património Cultural Grace Elizabeth 
Diretora de Patrimônio Imaterial Mareia Sant'Anna 
Diretora de Património Material Sonia Rabello de Castro 
Diretor de Museus e Centros Culturais José do Nascimento Junior 
Diretor de Planejamento e Administração Sergio Abrahão 
Gerência de Editoração Ana Carmen Amorim Jara Casco 
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E OI TORA UFRJ 
Diretor Carlos Nelson Coutinho 
Editora Executiva Cecilia Moreira 
Coordenadora de Edição de Texto Lisa Stuart 
Coordenadora de Produção J anise Duarte 
Conselho Editorial Carlos Nelson Coutinho (presidente), 
Charles Pessanha, Diana Ma ui de Carvalho, 
José Luís Fiori, José Paulo Netto, 
Leandro Konder, Virgínia Fontes 
INSTITUTO 00 PATRIMÔNIO HISTÔRICO E ART ISTICO NAClONAUIPHAN 
Presidente Antonio Augusto Arantes Neto 
Chefe de Gabinete . Marcelo Brito 
Procuradora-Chefe Sista Souza dos Santos 
Coordenadora-Geral de Pesquisa, 
Documentação e Referência Lia Moita 
Coordenadora-Geral de Promoção 
do Património Cultural Grace Elizabeth 
Diretora de Patrimônio Imaterial Mareia Sant'Anna 
Diretora de Património Material Sonia Rabello de Castro 
Diretor de Museus e Centros Culturais José do Nascimento Junior 
Diretor de Planejamento e Administração Sergio Abrahão 
Gerência de Editoração Ana Carmen Amorim Jara Casco 
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20 05 
Copyrighl © 1997 by Maria Ceci!i1 Londres Fonseca 
Ficha Cataiogràfica elaborada peia Divisão de 
Processamento Técnico - SIBIIUFRJ 
F676p Fonseca, Maria Cecília Londres 
O ?atrímór,io em proce:;so: trajetória da política federal de 
preservação no Brasil I Maria Cecília Londres Fonseca. 2. ed. rev. 
arnpl. Rio de Janeiro: Editora UFRJ; Mine . lphan. 2005. 
296 p.; 16 x 23 cm. 
1. Patrimônio cultural - Brasil. 2. Pa!rirnónio Cultural • História. 1. 
Unive;sidade Federal do Rio de Janeiro. li Instituto do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional (Brasil). Ili. Titulo 
ISBN 85-7108-149-2 (Editora UFRJ) 
ISBN 85·7334-006·1 (lphan) 
1• edição - 1997 
Edição de Texto 
Núbia Mel hem dos Santos (lpha n} e 
CDD 363.690981 
Estante 344.09400981 / F676p / 2.ed. 
Obra 77385 C. Sociais 
Registro 
117011 
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~osé Antônio Nonalo (lph.an) (1' ediç.v1 • _ 
AI varo Mendes (\phan) (2' edição} D ATA t1 ~ f _C§__} _ Z,ÇCB 
Revisão 
Álvaro Mendes (1 phan) e 
Sylvio Clemente da Motta (2 ' edição) 
Capa 
UNI DESIGN 
Projeto Gráfico 
Janise Duarte 
Editoração Eie!rõnii;a 
Marisa Araujo 
Universidade Fe~eral do Rio de Janeiro 
Forum de Ciência e Cultura 
Editora UFRJ 
Av. Pasteur. 250/sala 107 
Praia Vermelha • Rio de Ja~eiro 
CEP: 22290-902 
Tel /Fax: [21) 2542-7646 e 2295-0346 
(21) 2295-1595 r. 124 a 127 
htlp:liwww.edilora.ufrj.br 
Apoio ,tr F.; nd.iç ãe_ ~n.lvers(d.rla 
UI Josíi 80111he Lo 
LIVRARIA 2'..A-tn.~,-.E, 
RS 23 4?.> 
Instituto do Palrimónio Histórico 
e Artístico Nacional - lphan 
SBN Quadra 2, Bloco F 
Edificio Central Brasília 
CEP 70040·904 Brasília · DF 
Te:.: (61) 414-6176, 414-6186, 
414-6199 
Fax: (21) 414-6126, 414-5198 
http: //www.iphan.gov. br 
web ma ste r@iph an. g ov.br 
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Para João Luís e José Pedro 
Em memória de Stel/a Londres 
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Copyrighl © 1997 by Maria Ceci!i1 Londres Fonseca 
Ficha Cataiogràfica elaborada peia Divisão de 
Processamento Técnico - SIBIIUFRJ 
F676p Fonseca, Maria Cecília Londres 
O ?atrímór,io em proce:;so: trajetória da política federal de 
preservação no Brasil I Maria Cecília Londres Fonseca. 2. ed. rev. 
arnpl. Rio de Janeiro: Editora UFRJ; Mine . lphan. 2005. 
296 p.; 16 x 23 cm. 
1. Patrimônio cultural - Brasil. 2. Pa!rirnónio Cultural • História. 1. 
Unive;sidade Federal do Rio de Janeiro. li Instituto do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional (Brasil). Ili. Titulo 
ISBN 85-7108-149-2 (Editora UFRJ) 
ISBN 85·7334-006·1 (lphan) 
1• edição - 1997 
Edição de Texto 
Núbia Mel hem dos Santos (lpha n} e 
CDD 363.690981 
Estante 344.09400981 / F676p / 2.ed. 
Obra 77385 C. Sociais 
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Revisão 
Álvaro Mendes (1 phan) e 
Sylvio Clemente da Motta (2 ' edição) 
Capa 
UNI DESIGN 
Projeto Gráfico 
Janise Duarte 
Editoração Eie!rõnii;a 
Marisa Araujo 
Universidade Fe~eral do Rio de Janeiro 
Forum de Ciência e Cultura 
Editora UFRJ 
Av. Pasteur. 250/sala 107 
Praia Vermelha • Rio de Ja~eiro 
CEP: 22290-902 
Tel /Fax: [21) 2542-7646 e 2295-0346 
(21) 2295-1595 r. 124 a 127 
htlp:liwww.edilora.ufrj.br 
Apoio ,tr F.; nd.iç ãe_ ~n.lvers(d.rla 
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LIVRARIA 2'..A-tn.~,-.E, 
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Instituto do Palrimónio Histórico 
e Artístico Nacional - lphan 
SBN Quadra 2, Bloco F 
Edificio Central Brasília 
CEP 70040·904 Brasília · DF 
Te:.: (61) 414-6176, 414-6186, 
414-6199 
Fax: (21) 414-6126, 414-5198 
http: //www.iphan.gov. br 
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Em geral. as pessoas se referem ao período de elaboração de tese como um 
tempo de isolamento, de renúncias, de trabalho árduo e tenso. Não foi essa, no 
entanto, a impressão que me ficou do período em que preparei meu trabalho para 
a obtenção do título de doutora em Sociologia pela UnB. Além do profundo envol-
vimento com o tema, pude sempre contar com a va liosa colaboração de colegas, 
parentes e amigos . 
Em Angélica Madeira encontrei a orientadora de todos os momentos e a dispo-
nibilidade para acompanhar, mesmo quando distante, todos os passos do meu 
traba lho. 
A Clara de Andrade Alvim devo, entre muitas outras coisas, a sugAstão de 
estudar os processos de tombamento. Foi com ela que descobri os ricos pontos 
de contato entre o mundo das palavras e o mundo dos objetos. De dona Graciema, 
esposa de Rodrigo Melo Franco de Andrade, obtive informações que jamais encon-
:· traria em qualquer documento, 
Dos professores do Departamento de Sociologia da UnB sempre recebi estí -
'mulo e apoio. Devo a Vilma Figueiredo a sugestão para procurar na sociologia 
o caminho para elaborar as questões suscitadas por minha experiência profissio-
nal na área da cultura. Maria Stella G. Porto me orientou com sensibilidade no difí cil 
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entanto, a impressão que me ficou do período em que preparei meu trabalho para 
a obtenção do título de doutora em Sociologia pela UnB. Além do profundo envol-
vimento com o tema, pude sempre contar com a va liosa colaboração de colegas, 
parentes e amigos . 
Em Angélica Madeira encontrei a orientadora de todos os momentos e a dispo-
nibilidade para acompanhar, mesmo quando distante, todos os passos do meu 
traba lho. 
A Clara de Andrade Alvim devo, entre muitas outras coisas, a sugAstão de 
estudar os processos de tombamento. Foi com ela que descobri os ricos pontos 
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esposa de Rodrigo Melo Franco de Andrade, obtive informações que jamais encon-
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Dos professores do Departamento de Sociologia da UnB sempre recebi estí -
'mulo e apoio. Devo a Vilma Figueiredo a sugestão para procurar na sociologia 
o caminho para elaborar as questões suscitadas por minha experiência profissio-
nal na área da cultura. Maria Stella G. Porto me orientou com sensibilidade no difí cil 
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momento de elaboraçào do projeto. De Christianne e Brasilmar F. Nunes recebi 
sugestões muito oportunas. que corrigiram rumos e apontaram trilhas ainda não 
exploradas. Mariza Veloso, minha parceira no estudo do patrimônio, trouxe con tri-
buições valiosas em função do conhecimento que acumulou sobre o assunto. 
Contei sempre com a colaboração de meus colegas da entào Fundação Nacio-
nal pró-Memória. Xavier Maureau é sempre um interlocutor estimulante, em busca 
de novas formas de abordar a questào do patrimônio. Antônio Herculano Lopes e 
Antônio Luís Dias de Andrade também me ajudaram, de diferentes maneiras. Maria 
Alice de Castro me deu acesso à sua pesquisa sobre os Livros do Tombo. Dora 
e Pedro Alcântara me repassaram sua riquíssima experiência na área da pedra 
e cal. dr. Lúcio Costa, dona Judith Martins e dona Ugia Martins Costa, heróis de 
um Patrimônio que não conheci. me possibílitaram conhecer e entender melhor o 
entusiasmo e mesmo a devoção despertados pelo Sphan naqueles que tiveram a opor-
tunidade de dele participar. José Silva Quintas, Luís Felipe P. Serpa, Ana Gita de 
Oliveira, Helena Mussi, Ann-Maj Meirelles, companheiros da referência. me forne-
ceram informações que, de outro modo, não poderia obter. 
Aos funcionários do Arquivo Central do lphan agradeço a atenção com que 
sempre atenderam a minhas solicitações. 
Ao então Instituto Brasileiro do PatrimônioCultural devo a dispensa de meus 
encargos funcionais durante o período de elaboração da tese. Da Capes e do CNPq 
recebi apoio financeiro em diferentes momentos de meu curso de doutorado. 
Ge!son participou desde o início, e suas sugestões foram fundamentais para 
que eu pudesse me distanciar de um ponto de vista predominantemente funcional 
e alcançasse um nível de análise política. 
A Vladimir Murtinho, Paulo Sérgio Pinheiro, Celso Lafer. Joaquim Falcão, João 
Geraldo Piquet Carneiro, Marisa Peirano e Lu is Antônio de Castro Santos agra-
deço as contribuições e sugestões feitas. De Célia 8. Nogueira e Eduardo Slerca 
recebi uma assessoria jurídica de inestimável valor para a linha de investigação 
que desenvolvi. 
E não poderia esquecer daqueles que, embora ausentes, deixaram sua marca 
na minha vida pessoal e profissional, e também neste trabalho. A Aloisio Magalhães, 
com quem tive o privilégio e o prazer de conviver desde os primeiros tempos do 
CNRC, e a Fausto Alvim Júnior, personalidade instigante e criativa, devo, entre mui-
tas outras coisas, o exemplo da busca constante e entusiasmada do novo, mesmo 
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rnft\ÁRIO 
Lista de siglas 
Prefácio à segunda edição 
Introdução 
Parte 1 - A noção de patrimônio: características e história 
Capítulo 1 - O patrimônio: uma questão de va lor 
1.1 A noção de património como categoria jurídica 
1.2 O patrimônio como forma de comunicação social 
1.3 O patrimônio como objeto de uma política pública 
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17 
21 
33 
35 
37 
41 
45 
Capítulo 2 - A construção do patrimônio: perspecti va histórica 51 
2.1 Os primórdios da preservação de monumentos e autonomização 
das noções de história e de arte 54 
2.2 A leg itimação do patrimônio pelo valor de nacionalidade 
2.3 A teoria dos va lores de Alo'is Riegl 
2.4 A ampliação da noção de patrimônio e a legitimação via direitos 
culturais 
Parte 2 - O patrimônio no Brasil 
Capitu lo 3 - A fase heróica 
3.1 O contexto cultural 
3.2 O movimento modernista e o património 
3.2. 1 O sentido de ruptura no modernismo brasi,eiro 
3.2.2 Os modernistas e Minas Gerais 
57 
65 
70 
79 
81 
82 
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88 
92 
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momento de elaboraçào do projeto. De Christianne e Brasilmar F. Nunes recebi 
sugestões muito oportunas. que corrigiram rumos e apontaram trilhas ainda não 
exploradas. Mariza Veloso, minha parceira no estudo do patrimônio, trouxe con tri-
buições valiosas em função do conhecimento que acumulou sobre o assunto. 
Contei sempre com a colaboração de meus colegas da entào Fundação Nacio-
nal pró-Memória. Xavier Maureau é sempre um interlocutor estimulante, em busca 
de novas formas de abordar a questào do patrimônio. Antônio Herculano Lopes e 
Antônio Luís Dias de Andrade também me ajudaram, de diferentes maneiras. Maria 
Alice de Castro me deu acesso à sua pesquisa sobre os Livros do Tombo. Dora 
e Pedro Alcântara me repassaram sua riquíssima experiência na área da pedra 
e cal. dr. Lúcio Costa, dona Judith Martins e dona Ugia Martins Costa, heróis de 
um Patrimônio que não conheci. me possibílitaram conhecer e entender melhor o 
entusiasmo e mesmo a devoção despertados pelo Sphan naqueles que tiveram a opor-
tunidade de dele participar. José Silva Quintas, Luís Felipe P. Serpa, Ana Gita de 
Oliveira, Helena Mussi, Ann-Maj Meirelles, companheiros da referência. me forne-
ceram informações que, de outro modo, não poderia obter. 
Aos funcionários do Arquivo Central do lphan agradeço a atenção com que 
sempre atenderam a minhas solicitações. 
Ao então Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural devo a dispensa de meus 
encargos funcionais durante o período de elaboração da tese. Da Capes e do CNPq 
recebi apoio financeiro em diferentes momentos de meu curso de doutorado. 
Ge!son participou desde o início, e suas sugestões foram fundamentais para 
que eu pudesse me distanciar de um ponto de vista predominantemente funcional 
e alcançasse um nível de análise política. 
A Vladimir Murtinho, Paulo Sérgio Pinheiro, Celso Lafer. Joaquim Falcão, João 
Geraldo Piquet Carneiro, Marisa Peirano e Lu is Antônio de Castro Santos agra-
deço as contribuições e sugestões feitas. De Célia 8. Nogueira e Eduardo Slerca 
recebi uma assessoria jurídica de inestimável valor para a linha de investigação 
que desenvolvi. 
E não poderia esquecer daqueles que, embora ausentes, deixaram sua marca 
na minha vida pessoal e profissional, e também neste trabalho. A Aloisio Magalhães, 
com quem tive o privilégio e o prazer de conviver desde os primeiros tempos do 
CNRC, e a Fausto Alvim Júnior, personalidade instigante e criativa, devo, entre mui-
tas outras coisas, o exemplo da busca constante e entusiasmada do novo, mesmo 
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Lista de siglas 
Prefácio à segunda edição 
Introdução 
Parte 1 - A noção de patrimônio: características e história 
Capítulo 1 - O patrimônio: uma questão de va lor 
1.1 A noção de património como categoria jurídica 
1.2 O patrimônio como forma de comunicação social 
1.3 O patrimônio como objeto de uma política pública 
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17 
21 
33 
35 
37 
41 
45 
Capítulo 2 - A construção do patrimônio: perspecti va histórica 51 
2.1 Os primórdios da preservação de monumentos e autonomização 
das noções de história e de arte 54 
2.2 A leg itimação do patrimônio pelo valor de nacionalidade 
2.3 A teoria dos va lores de Alo'is Riegl 
2.4 A ampliação da noção de patrimônio e a legitimação via direitos 
culturais 
Parte 2 - O patrimônio no Brasil 
Capitu lo 3 - A fase heróica 
3.1 O contexto cultural 
3.2 O movimento modernista e o património 
3.2. 1 O sentido de ruptura no modernismo brasi,eiro 
3.2.2 Os modernistas e Minas Gerais 
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3.3 A criação do Sphan 
3.3.1 As iniciativas precursoras 
3.3.2 A institucionalização da proteção do patrimônio 
3.3.3 O anteprojeto de Mário de Andrade e o decreto-lei 112 25 
3.4 O programa de trabalho do Sphan 
3.4.1 As prioridades e os limites 
3.4.2 A construção de um saber verdadeiro 
3.4.3 Um retrato em pedra e cal 
3.5 Os colaboradores e os adversários 
3.5.1 O papel da equipe e do Conselho Consultivo 
3.5.2 As vozes discordantes 
\ 
3.6 Uma autonomia fraca 
Capitulo 4 • A fase moderna 
4.1 O contexto cultural 
4.2 O Sphan pós-Estado Novo 
4.3 As alternativas do ( e ao) lphan 
4.3.1 Os caminhos da descentralização e a busca de novos 
sentidos para a preservação 
4.4 O Centro Nacional de Referência Cultural 
4.5 A unificação da política federal de preservação: 
a fusão lphan/PCH/CNRC 
4.6 Uma proposta de democratização da política cultural: 
a criação da Secretaria da Cultura do ME C 
4.7 O alcance e os limites da política federal de preservação 
nos anos 70-80: um balanço 
Capítulo 5 - A prâtica de tombamento: 1970-1990 
5.1 A sistemática dos processos de tombarnen:o 
5.1.1 A origem dos pedidos 
5.1.2 Juslificativas, pareceres e impugnações 
5.2 Os principais problemas 
94 5.2.1 As concepções de valor histórico e de valor artístico 188 
94 5.2.2 As concepções de valor excepcional e de valor nacional 195 
96 ~ 5.2.3 Os conceitos de centro hi stórico e de entorno 198 
98 5.2.4 Sobre a legitimidade do processo de atribuição 
106 
de valor nos tombamentos 200 
106 
5.3 A atuação do Conselho Consultivo 205 
110 
5.4 Observações finai~ 20~ 
1: 
112 Conclusão 213 
116 
Referências bibliográficas · 225 
116 
118 
Anexos 
120 Anexo I Cronologia da política de preservação no Brasil 239 
131 Anexo ll Decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937245 
131 
Anexo li! Parecer de Carlos Drummond de Andrade 253 
139 
Anexo IV O compromisso cultural da Nova Republica 255 
Anexo V Processos de tombamento abertos de 1.1.1970 
141 a 14.3.1990 259 t 
141 
Anexo VI Processos de tombamento abertos de 1990 a 2004 279 
143 
Anexo VII Decreto nº 3. 551, de 4 de agosto de 2000 289 
Anexo VIII Processos de registro abertos de 2000 a 2004 293 
154 Anexo IX Bens culturais e naturais do Brasil inscritos na 
lista do patrimônio cultural mundial da Unesco 295 
158 
160 
179 
180 
183 
186 
188 
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3.3 A criação do Sphan 
3.3.1 As iniciativas precursoras 
3.3.2 A institucionalização da proteção do patrimônio 
3.3.3 O anteprojeto de Mário de Andrade e o decreto-lei 112 25 
3.4 O programa de trabalho do Sphan 
3.4.1 As prioridades e os limites 
3.4.2 A construção de um saber verdadeiro 
3.4.3 Um retrato em pedra e cal 
3.5 Os colaboradores e os adversários 
3.5.1 O papel da equipe e do Conselho Consultivo 
3.5.2 As vozes discordantes 
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3.6 Uma autonomia fraca 
Capitulo 4 • A fase moderna 
4.1 O contexto cultural 
4.2 O Sphan pós-Estado Novo 
4.3 As alternativas do ( e ao) lphan 
4.3.1 Os caminhos da descentralização e a busca de novos 
sentidos para a preservação 
4.4 O Centro Nacional de Referência Cultural 
4.5 A unificação da política federal de preservação: 
a fusão lphan/PCH/CNRC 
4.6 Uma proposta de democratização da política cultural: 
a criação da Secretaria da Cultura do ME C 
4.7 O alcance e os limites da política federal de preservação 
nos anos 70-80: um balanço 
Capítulo 5 - A prâtica de tombamento: 1970-1990 
5.1 A sistemática dos processos de tombarnen:o 
5.1.1 A origem dos pedidos 
5.1.2 Juslificativas, pareceres e impugnações 
5.2 Os principais problemas 
94 5.2.1 As concepções de valor histórico e de valor artístico 188 
94 5.2.2 As concepções de valor excepcional e de valor nacional 195 
96 ~ 5.2.3 Os conceitos de centro hi stórico e de entorno 198 
98 5.2.4 Sobre a legitimidade do processo de atribuição 
106 
de valor nos tombamentos 200 
106 
5.3 A atuação do Conselho Consultivo 205 
110 
5.4 Observações finai~ 20~ 
1: 
112 Conclusão 213 
116 
Referências bibliográficas · 225 
116 
118 
Anexos 
120 Anexo I Cronologia da política de preservação no Brasil 239 
131 Anexo ll Decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937 245 
131 
Anexo li! Parecer de Carlos Drummond de Andrade 253 
139 
Anexo IV O compromisso cultural da Nova Republica 255 
Anexo V Processos de tombamento abertos de 1.1.1970 
141 a 14.3.1990 259 t 
141 
Anexo VI Processos de tombamento abertos de 1990 a 2004 279 
143 
Anexo VII Decreto nº 3. 551, de 4 de agosto de 2000 289 
Anexo VIII Processos de registro abertos de 2000 a 2004 293 
154 Anexo IX Bens culturais e naturais do Brasil inscritos na 
lista do patrimônio cultural mundial da Unesco 295 
158 
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186 
188 
llSTh DE SIGLhS 
ABA Associação Brasileira de Antropologia 
ABC Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano 
A B I Associação Brasileira de Imprensa 
A B L Academia Brasileira de Letras 
AIS Ação Integralista Brasileira 
ALN Aliança Libertadora Nacional 
C C Conselho Consultivo do S pha n 
Cebrap Centro Brasileiro de Aná lise e Planejamento 
C N R C Centro Nacional de Referência Cultural 
Condephaat Conselho do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Tecnológico 
Corephaae Comission Régionale du Patrimoine Historíque, Artistique, 
Archéologique et Ethnographique 
CP C Centro Popular de Cultura 
DAC Departamento de Assuntos Culturais 
D as p Departamento Administrativo do Serviço Público 
D C Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo 
D e R Divisão de Conservação e Restauração 
OET Divisão de Estudos e Tombamento 
DtP Departamento de Imprensa e Propaganda 
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ALN Aliança Libertadora Nacional 
C C Conselho Consultivo do S pha n 
Cebrap Centro Brasileiro de Aná lise e Planejamento 
C N R C Centro Nacional de Referência Cultural 
Condephaat Conselho do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Tecnológico 
Corephaae Comission Régionale du Patrimoine Historíque, Artistique, 
Archéologique et Ethnographique 
CP C Centro Popular de Cultura 
DAC Departamento de Assuntos Culturais 
D as p Departamento Administrativo do Serviço Público 
D C Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo 
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INF 
lphan 
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LAA 
Laep 
LBA 
Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
Diretoria Regia nal 
Diretoria de Tombamento e Conservação 
Empresa Brasileira de Turismo 
Escola Superior de Administração Fazendária 
Fundação Nacional pró-Memória 
Fundação Nacional do [ndio 
Fundação Nacional de Arte 
Instituto dos Arquitetos do Brasil 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente 
Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural 
lntemational Couhcil of Monuments and Sites 
Instituto de Estudos Econômicos, Sociais e Políticos de São Paulo 
Instituto Histór'1co e Geográfico Brasileiro 
Instituto Nacional do Folclore 
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
Instituto Superior de Estudos Brasileiros 
Livro de Artes Aplicadas 
Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico 
Livro de Belas Artes 
L H Livro Histórico 
M D B Movimento Democrático Brasileiro 
ME C Ministério da Educação e Cultura 
MES Ministério da Educação e Saúde 
MinC Ministério da Cultura 
OAB 
ONU 
PC 
PCH 
PD 
PMDB 
Ordem c:is Advogados do Brasil 
Organize.ção das Nações Unidas 
Partido C8munista 
Prograrr:a de Reconstrução das Cidades Históricas 
Partidc Democrático 
Partido do Movirnen1o Democrático Brasileiro 
PN DA 
PP 
PSD 
PSDB 
PT 
PTB 
Sear 
Seac 
Senalba 
Seplan 
Span 
Sphan 
Sphan 
Sphan 
Suden e 
UDN 
UNE 
Une se o 
Programa Nacional de Desenvolvimento do Artesanato 
Partido Progressista 
Partido Social Democrata 
Partido da Social Democracia Brasileira 
Partido dvs Trabalhadores 
Partido Trabalhista Brasileiro 
Secretaria de Assuntos Culturais do MEC 
::.ubsecretaria de Assuntos Culturais do MEC 
Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas. de 
Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional, de Brasil ia 
Secretaria de Planejamento da Presidência da República 
Serviço do Património A, ,í stico Nacional 
Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
Subsecretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste 
União Democrática Nacional 
União Nacional dos Estudantes 
United Nations Educalional, Scientific and Cultural Organization 
(Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) 
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Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
Diretoria Regia nal 
Diretoria de Tombamento e Conservação 
Empresa Brasileira de Turismo 
Escola Superior de Administração Fazendária 
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Instituto dos Arquitetos do Brasil 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente 
Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural 
lntemational Couhcil of Monuments and Sites 
Instituto de Estudos Econômicos, Sociais e Políticos de São Paulo 
Instituto Histór'1co e Geográfico Brasileiro 
Instituto Nacional do Folclore 
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
Instituto Superior de Estudos Brasileiros 
Livro de Artes Aplicadas 
Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico 
Livro de Belas Artes 
L H Livro Histórico 
M D B Movimento Democrático Brasileiro 
ME C Ministério da Educação e Cultura 
MES Ministério da Educação e Saúde 
MinC Ministério da Cultura 
OAB 
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Ordem c:is Advogados do Brasil 
Organize.ção das Nações Unidas 
Partido C8munista 
Prograrr:a de Reconstrução das Cidades Históricas 
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Partido do Movirnen1o Democrático Brasileiro 
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Suden e 
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Une se o 
Programa Nacional de Desenvolvimento do Artesanato 
Partido Progressista 
Partido Social Democrata 
Partido da Social Democracia Brasileira 
Partido dvs Trabalhadores 
Partido Trabalhista Brasileiro 
Secretaria de Assuntos Culturais do MEC 
::.ubsecretaria de Assuntos Culturais do MEC 
Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas. de 
Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional, de Brasil ia 
Secretaria de Planejamento da Presidência da República 
Serviço do Património A, ,í stico Nacional 
Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
Subsecretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste 
União Democrática Nacional 
União Nacional dos Estudantes 
United Nations Educalional, Scientific and Cultural Organization 
(Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) 
PREf ÁC IO À SfGUNDÂ EDIC ÃO 
/1\ ARI A [ Hí ll t LONDRES ÍONl!CA 
A reedição de um livro o transforma, de algum modo, em uma nova obra. A 
receptividade que obteve, a distância na avaliação de seu conteúdo, as reações 
dos leitores são elementos que contribuem para aprimorar a primeira versi.io, ade-
quando-a às necessidades do momento atual. 
As intervenções feitas nesta segunda edição têm como objetivo contribuir para 
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1 / 
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que este livro cumpra sua priricipa l fina lidade: servir de subsidio tanto para os 1 ) 
que estudam a temática do patrimônio cullural brasileiro, nas universidades e em 
outros centros de ensino e pesquisa, quanto para os que, no setor público e tam-
bém nas várias instâncias da sociedade civil, trabalham na formulação e imple-
mentação de políticas de patrimônio. 
Nesse sentido, além de uma revisão criteriosa do texto, foram acrescentados 
anexos para facilitar o acesso a dados e documentos referidos nos vários capitu-
las. E, embora a pesquisa mantenha, como não poderia deixar de ser, o seu cará-
ter datado - uma vez que foi concluída em 1994 -, é importante assinalar ~ue os 
rumos tomados pela questão do patrimônio, nas esferas nacional e internacional, 
constituíram, em grande parte, desdobramentos de tendências que já se esboça-
vam no período focado na pesquisa. Nos limites deste prefácio, procurarei resumir 
os fatos que me parecem mais significativos. 
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PREf ÁC IO À SfGUNDÂ EDIC ÃO 
/1\ ARI A [ Hí ll t LONDRES ÍONl!CA 
A reedição de um livro o transforma, de algum modo, em uma nova obra. A 
receptividade que obteve, a distância na avaliação de seu conteúdo, as reações 
dos leitores são elementos que contribuem para aprimorar a primeira versi.io, ade-
quando-a às necessidades do momento atual. 
As intervenções feitas nesta segunda edição têm como objetivo contribuir para 
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que estudam a temática do patrimônio cullural brasileiro, nas universidades e em 
outros centros de ensino e pesquisa, quanto para os que, no setor público e tam-
bém nas várias instâncias da sociedade civil, trabalham na formulação e imple-
mentação de políticas de patrimônio. 
Nesse sentido, além de uma revisão criteriosa do texto, foram acrescentados 
anexos para facilitar o acesso a dados e documentos referidos nos vários capitu-
las. E, embora a pesquisa mantenha, como não poderia deixar de ser, o seu cará-
ter datado - uma vez que foi concluída em 1994 -, é importante assinalar ~ue os 
rumos tomados pela questão do patrimônio, nas esferas nacional e internacional, 
constituíram, em grande parte, desdobramentos de tendências que já se esboça-
vam no período focado na pesquisa. Nos limites deste prefácio, procurarei resumir 
os fatos que me parecem mais significativos. 
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No cenário internacional, a Unesco tem desenvolvido uma série de iniciativas 
que visam à ampliação da noção de patrimônio cultural e, mais especificamente, ao 
reconhecimento, à valorização e à salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. Os 
programas Tesouros Humanos Vivos e Prodamação das Obras-Primas do Patrimô-
nio Oral e Imaterial da Humanidade, e a Convenção para a Salvaguarda do Patri-
mônio Cultural Imaterial, aprovada em 2003, resultam de uma avaliação crítica da 
aplicação da Convenção sobre a Salvaguarda do Patrimônio Mundial, Cultural e Na-
tural, de 1972, q~e, devido aos critérios adotados, tem privilegiado as expressões 
monumentais e as tradições de origem européia e cristã. Outra tendência recente 
é a valorização do patrimônio natural e a elaboração de figuras inovadoras, como a 
de "paisagem cultural". No diálogo dos países com a Unesco, o Brasil tem tido par-
ticipação ativa, apresentando candidaturas e contribuindo com suas experiências. 
As idéias, propostas e projetos desenvolvidos nos anos 70 e 80, em grande 
parte por inspiração de Aloisio Magalhães - e que são objeto de análise nos capí-
tulos 4 e 5 -, foram retomados no final dos anos 90, sobretudo a partir do seminá-
rio internacional realizado pelo lphan em Fortaleza, denominadó Patr.imõnio Imate-
rial: estratégias e formas de proteção. Na Carta de Fortaleza, recomendava-se o 
"aprofundamento da discussão sobre o conceito de patrimônio imaterial e o desen-
volvimento de estudos para a criação de instrumento legal instituindo o 'registro' 
como seu principal modo de preservação".1 
Depois de mais de dois anos de trabalho, em 4 de agosto de 2000 foi editado 
o decreto-lei n2 3.551, que "institui o Registro dos Bens Culturais de Natureza Ima-
terial e cria o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial". E, como ocorreu com o 
decreto-lei 112 25, de 30 de novembro de 1937, o instrumento legal elaborado pelo 
Brasil para a preservação de um campo tão significativo de seu patrimônio a.Jltural -
o dos bens culturais de caráter processual e dinâmico - caracterizou-se pela abran-
gência de seu alcance e por buscar adequar-se à especificidade do patrimônio 
em questão, sobretudo no que diz respeito às ações de salvaguarda. Mas, como 
também foi o caso com a legislação que regulamenta o tombamento, a legitimidade 
desse instrumento legal ainda está por ser conquistada, o que dependerá, fundamen-
talmente, das políticas desenvolvidas a partir de sua aplicação e, principalmente, 
de sua apropriação pela sociedade brasileira. 
A seu favor, o decreto-lei n2 3.551 tem a experiência de quase setenta anos 
de vigência do decreto-lei 112 25/1937, e, sobretudo, a consolidação, não apenas 
em nível federal, como em estados e municípios, de políticas de patrimônio cultu-
OI] O PA!RIMÔHI O E~ PRO( OSO 
), 
ral, no desejável sentido da descentralização. Como desafios, encontra a dificu l-
dade de se aproximar e de definirseu objeto - amplo e fluido por natureza - , de 
inclu ir na sua aplicação os sujeitos sem cuja participação esse objeto não poderá 
ser preservado - criadores, produtores, usuários e parceiros - , de definir critérios 
para a outorga do registro, de elaborar formas diversificadas e adequadas de sal-
vaguarda. De todo modo, o decreto-lei n2 3.551/2000 é, sem dúvida, um marco na 
trajetória das políticas de patrimônio, não apenas no Brasil, mas também no con-
texto internacional. 
Em outros dois campos - o da preservação de centros históricos e o dos do-
cumentos - ocorreram fatos significativos em termos de políticas de patrimônio 
em âmbito federa l. O Programa Monumenta, desenvolvido com recursos do Banco 
lnteramericano de Desenvolvimento (810), poderá beneficiar mais de vinte cidades 
brasileiras. Nesse mesmo sentido, a elaboração do Termo Geral de Referência 
do Plano de Preservação de Sítio Urbano Histórico veio contribuir para que a con-
servação e a gestão dessas áreas protegidas seja compartilhada com outras ins-
tâncias do poder público e com a sociedade. O Projeto Resgate veio viabil izar 
o amplo acesso a fontes documentais da história brasileira no periodo colonial sob 
a nuarda de instituições estrangeiras. Já a preservação de sítios e remanescentes 
arqueológicos, por exemplo, ainda carece de atenção à altura de suas necessida-
des. Mas trabalhos rotineiros e pouco visíveis em andamento no lphan, desenvol-
vidos em parceria com en tidades públicas e privadas, contribuem para pavimentar 
uma base sólida para o desenvolvimento de políticas de patrimônlo. São exemplos 
o cadastro dos sítios arqueológicos e o dos bens culturais procurados, assim co-
mo os diferentes inventários de bens culturais em curso.2 
A questão do patrimônio cultural tem se beneficiado, no Brasil e no contexto 
internacional, da difusão da ncçáo de diversidade cultural, que será objeto de 
cnnvenção a ser elaborada no âmbito da Unesco. Essa discussão chega à área 
da cultura mais de dez anos após a Convenção da Diversidade Biológica (CDB), 
e num momento em que jà se alcançou uma razoável pP.rcepção dos prejuizos -
materiais e simbólicos - que podem decorrer do desgaste dos recu rsos naturais 
e da extinção de espécies vegetais e animais. Entretanto, como jà havia obser-
vado. a acelerada perda de expressces culturais e artísticas. de linguas e tradi-
ções orais, de conhecimentos tradicionais, ainda não chega a provocar o mesmo 
impacto que a degradação ambienta l, e é até considerada uma conseqüê ncia 
inevitável do desenvolvimento Essas questões têm levantado novos e instigantes 
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No cenário internacional, a Unesco tem desenvolvido uma série de iniciativas 
que visam à ampliação da noção de patrimônio cultural e, mais especificamente, ao 
reconhecimento, à valorização e à salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. Os 
programas Tesouros Humanos Vivos e Prodamação das Obras-Primas do Patrimô-
nio Oral e Imaterial da Humanidade, e a Convenção para a Salvaguarda do Patri-
mônio Cultural Imaterial, aprovada em 2003, resultam de uma avaliação crítica da 
aplicação da Convenção sobre a Salvaguarda do Patrimônio Mundial, Cultural e Na-
tural, de 1972, q~e, devido aos critérios adotados, tem privilegiado as expressões 
monumentais e as tradições de origem européia e cristã. Outra tendência recente 
é a valorização do patrimônio natural e a elaboração de figuras inovadoras, como a 
de "paisagem cultural". No diálogo dos países com a Unesco, o Brasil tem tido par-
ticipação ativa, apresentando candidaturas e contribuindo com suas experiências. 
As idéias, propostas e projetos desenvolvidos nos anos 70 e 80, em grande 
parte por inspiração de Aloisio Magalhães - e que são objeto de análise nos capí-
tulos 4 e 5 -, foram retomados no final dos anos 90, sobretudo a partir do seminá-
rio internacional realizado pelo lphan em Fortaleza, denominadó Patr.imõnio Imate-
rial: estratégias e formas de proteção. Na Carta de Fortaleza, recomendava-se o 
"aprofundamento da discussão sobre o conceito de patrimônio imaterial e o desen-
volvimento de estudos para a criação de instrumento legal instituindo o 'registro' 
como seu principal modo de preservação".1 
Depois de mais de dois anos de trabalho, em 4 de agosto de 2000 foi editado 
o decreto-lei n2 3.551, que "institui o Registro dos Bens Culturais de Natureza Ima-
terial e cria o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial". E, como ocorreu com o 
decreto-lei 112 25, de 30 de novembro de 1937, o instrumento legal elaborado pelo 
Brasil para a preservação de um campo tão significativo de seu patrimônio a.Jltural -
o dos bens culturais de caráter processual e dinâmico - caracterizou-se pela abran-
gência de seu alcance e por buscar adequar-se à especificidade do patrimônio 
em questão, sobretudo no que diz respeito às ações de salvaguarda. Mas, como 
também foi o caso com a legislação que regulamenta o tombamento, a legitimidade 
desse instrumento legal ainda está por ser conquistada, o que dependerá, fundamen-
talmente, das políticas desenvolvidas a partir de sua aplicação e, principalmente, 
de sua apropriação pela sociedade brasileira. 
A seu favor, o decreto-lei n2 3.551 tem a experiência de quase setenta anos 
de vigência do decreto-lei 112 25/1937, e, sobretudo, a consolidação, não apenas 
em nível federal, como em estados e municípios, de políticas de patrimônio cultu-
OI] O PA!RIMÔHI O E~ PRO( OSO 
), 
ral, no desejável sentido da descentralização. Como desafios, encontra a dificu l-
dade de se aproximar e de definir seu objeto - amplo e fluido por natureza - , de 
inclu ir na sua aplicação os sujeitos sem cuja participação esse objeto não poderá 
ser preservado - criadores, produtores, usuários e parceiros - , de definir critérios 
para a outorga do registro, de elaborar formas diversificadas e adequadas de sal-
vaguarda. De todo modo, o decreto-lei n2 3.551/2000 é, sem dúvida, um marco na 
trajetória das políticas de patrimônio, não apenas no Brasil, mas também no con-
texto internacional. 
Em outros dois campos - o da preservação de centros históricos e o dos do-
cumentos - ocorreram fatos significativos em termos de políticas de patrimônio 
em âmbito federa l. O Programa Monumenta, desenvolvido com recursos do Banco 
lnteramericano de Desenvolvimento (810), poderá beneficiar mais de vinte cidades 
brasileiras. Nesse mesmo sentido, a elaboração do Termo Geral de Referência 
do Plano de Preservação de Sítio Urbano Histórico veio contribuir para que a con-
servação e a gestão dessas áreas protegidas seja compartilhada com outras ins-
tâncias do poder público e com a sociedade. O Projeto Resgate veio viabil izar 
o amplo acesso a fontes documentais da história brasileira no periodo colonial sob 
a nuarda de instituições estrangeiras. Já a preservação de sítios e remanescentes 
arqueológicos, por exemplo, ainda carece de atenção à altura de suas necessida-
des. Mas trabalhos rotineiros e pouco visíveis em andamento no lphan, desenvol-
vidos em parceria com en tidades públicas e privadas, contribuem para pavimentar 
uma base sólida para o desenvolvimento de políticas de patrimônlo. São exemplos 
o cadastro dos sítios arqueológicos e o dos bens culturais procurados, assim co-
mo os diferentes inventários de bens culturais em curso.2 
A questão do patrimônio cultural tem se beneficiado, no Brasil e no contexto 
internacional, da difusão da ncçáo de diversidade cultural, que será objeto de 
cnnvenção a ser elaborada no âmbito da Unesco. Essa discussão chega à área 
da cultura mais de dez anos após a Convenção da Diversidade Biológica (CDB), 
e num momento em que jà se alcançou uma razoável pP.rcepção dos prejuizos -
materiais e simbólicos - que podem decorrer do desgastedos recu rsos naturais 
e da extinção de espécies vegetais e animais. Entretanto, como jà havia obser-
vado. a acelerada perda de expressces culturais e artísticas. de linguas e tradi-
ções orais, de conhecimentos tradicionais, ainda não chega a provocar o mesmo 
impacto que a degradação ambienta l, e é até considerada uma conseqüê ncia 
inevitável do desenvolvimento Essas questões têm levantado novos e instigantes 
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problemas que - pela multiplicidade e variedade de atores envolvidos - eviden-
ciam a complexidade de que se reveste hoje a questão do patrimônio cultural. 
Aos agradecimentos expressos na primeira edição, quero acrescentar minha 
gratidão aos colegas do Ministério da Cultura e das entidades a ele vinculadas 
com quem tive a oportunidade de partilhar reflexões e projetos nesses últimos 
anos. Como assessora do ministro Francisco Weffort, e depois como coordenado-
ra do Secretário Octávio Elísio Alves de Brito, encontrei condições excepcionais 
para ampliar e enriquecer minha experiência com as questões da cultura e, parti-
cularmente, do patrimônio cultural. Por outro lado, é com pesar que constato a 
perda de vários companheiros de percurso: Antônio luís Dias de Andrade, Pedro 
Alcântara, Luís Felipe Perret Serpa, e essa pessoa visionária e generosa que foi 
o embaixador Vladimir Murtinho. 
Devo a possibilidade de._ compartilhar esta experiência com um público mais 
amplo a Glauco Campello e Antônio Augusto Arantes, que, como presidentes do 
lphan, viabilizaram as duas edições deste livro; à Editora UFRJ, que agora reitera 
o seu apoio; a Ana Carmen Jara Casco, por sua perseverança e paciência com 
meus prazos; e a Álvaro Mendes, por seu rigor e cuidado na revisão do texto. 
Novos e bons amigos vieram ampliar o círculo de parceiros dessa minha traje-
tória profissional e pessoal, e contribuíram, das mais diferentes formas, para o tra-
balho que desenvolvo. Destaco Mequita e Quentin, companheiros fraternos de to-
das as horas; Elisa Leonel, sempre presente desde o nosso reencontro; Márcio 
Carvalho, apoio constante em tantas travessias; e Rogério, cujo entusiasmo, com-
panheirismo e carinho trouxeram mais luz e cor à minha vida. 
A meus filhos, com quem compartilho afeto. experiências e valores, e a minha 
mãe, que, entre tantos legados, nos ensinou a envelhecer, dedico este livro. 
Brasília, agosto de 2004. 
Nom 
Patrimônio imaterial: o registro do patrimônio ílnaterial. Dossiê final das atividades da Co-
missão e do Grupo de Trabalho P3trir..6nio lma!enal. 2. ed. Brasília: Ministério da Cultura -
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 2003. 
LONDRES, Cecília. Os inventários nas políticas de patrimônio imaterial. Celebrações e sabe-
res da cultura popular. pesquisa, inventário, critica. perspectivas. Rio de Janeiro: Centro 
Nacional de Folclore e Cultura Popular/Funarte-lnstituto do Patrimônio Histórico e Artí stico 
Nacional , 2004. 
O]] O PA!i l /1\ÓHIO E/li PROCEIIO 
INTROD U(ÀO 
Se o zelador do Museu de Kolmar quiser mostrar ao visitante qual, 
entre os seus tesouros, mais preza, leva-o' para longe do altar de 
Grünewald, para uma sala cheia de tricolores, pompier e outros 
elmos e lembranças de natureza aparentemente insignificante; são 
de uma época que, para ele, é a idade heróica. 
Max Weber, Ensaios de sociologia. 
~--~?nstituição de patrimônios históricos e artísticos nacionais é uma prática 
característica dos Estados modernos que, através de determinados agentes, re-
:: ; " crutados entre os intelectuais, e com base em instrumentos jurídicos específicos. 
delimitam um conjunto de bens no espaço público. Pelo valor que lhes é atribuído, 
.enquanto manifestações culturais e enquanto simbo\os da nação, esses bens pas-
sam a ser merecedores de proteção, visando à sua transmissão para as gerações 
futuras. Nesse sentido, iJS políticas de preservação se propõem a atuar, basica-
m~nte, n9 nível simbólico, tendo como objetivo reforçar uma identidade coletiva, 
a educação e a formação de cidadãos. Esse é, pelo menos, o discurso que cos-
tuma justificar a constituição desses patrimônios e o desenvolvimento de políticas 
públicas de preservação. 
Aparentemente, essas políticas alcançam um alto grau de eficácia simbólica: 
é muito raro ocorrerem contestações quanto ao valor dos monumentos que são 
objeto de proteção. No Brasil, por exemplo, não ocorreria a ninguém atualmente 
duvidar da pertinência do tombamento das grandes obras do Barroco - igrejas, 
palácios, chafarizes, conjuntos urbanos etc. - realizado, principalmente, nas dé-
cadas de 1930 e 1940. Nesse sentido, o trabalho feito pelo Serviço do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional teria sido muito bem sucedido, pelo reconhecimento 
que alcançou no país e no exterior. 
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ciam a complexidade de que se reveste hoje a questão do patrimônio cultural. 
Aos agradecimentos expressos na primeira edição, quero acrescentar minha 
gratidão aos colegas do Ministério da Cultura e das entidades a ele vinculadas 
com quem tive a oportunidade de partilhar reflexões e projetos nesses últimos 
anos. Como assessora do ministro Francisco Weffort, e depois como coordenado-
ra do Secretário Octávio Elísio Alves de Brito, encontrei condições excepcionais 
para ampliar e enriquecer minha experiência com as questões da cultura e, parti-
cularmente, do patrimônio cultural. Por outro lado, é com pesar que constato a 
perda de vários companheiros de percurso: Antônio luís Dias de Andrade, Pedro 
Alcântara, Luís Felipe Perret Serpa, e essa pessoa visionária e generosa que foi 
o embaixador Vladimir Murtinho. 
Devo a possibilidade de._ compartilhar esta experiência com um público mais 
amplo a Glauco Campello e Antônio Augusto Arantes, que, como presidentes do 
lphan, viabilizaram as duas edições deste livro; à Editora UFRJ, que agora reitera 
o seu apoio; a Ana Carmen Jara Casco, por sua perseverança e paciência com 
meus prazos; e a Álvaro Mendes, por seu rigor e cuidado na revisão do texto. 
Novos e bons amigos vieram ampliar o círculo de parceiros dessa minha traje-
tória profissional e pessoal, e contribuíram, das mais diferentes formas, para o tra-
balho que desenvolvo. Destaco Mequita e Quentin, companheiros fraternos de to-
das as horas; Elisa Leonel, sempre presente desde o nosso reencontro; Márcio 
Carvalho, apoio constante em tantas travessias; e Rogério, cujo entusiasmo, com-
panheirismo e carinho trouxeram mais luz e cor à minha vida. 
A meus filhos, com quem compartilho afeto. experiências e valores, e a minha 
mãe, que, entre tantos legados, nos ensinou a envelhecer, dedico este livro. 
Brasília, agosto de 2004. 
Nom 
Patrimônio imaterial: o registro do patrimônio ílnaterial. Dossiê final das atividades da Co-
missão e do Grupo de Trabalho P3trir..6nio lma!enal. 2. ed. Brasília: Ministério da Cultura -
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 2003. 
LONDRES, Cecília. Os inventários nas políticas de patrimônio imaterial. Celebrações e sabe-
res da cultura popular. pesquisa, inventário, critica. perspectivas. Rio de Janeiro: Centro 
Nacional de Folclore e Cultura Popular/Funarte-lnstituto do Patrimônio Histórico e Artí stico 
Nacional , 2004. 
O]] O PA!i l /1\ÓHIO E/li PROCEIIO 
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Se o zelador do Museu de Kolmar quiser mostrar ao visitante qual, 
entre os seus tesouros, mais preza, leva-o' para longe do altar de 
Grünewald, para uma sala cheia de tricolores, pompier e outros 
elmos e lembranças de natureza aparentemente insignificante; são 
de uma época que, para ele, é a idade heróica. 
Max Weber, Ensaios de sociologia. 
~--~?nstituição de patrimônios históricos e artísticosnacionais é uma prática 
característica dos Estados modernos que, através de determinados agentes, re-
:: ; " crutados entre os intelectuais, e com base em instrumentos jurídicos específicos. 
delimitam um conjunto de bens no espaço público. Pelo valor que lhes é atribuído, 
.enquanto manifestações culturais e enquanto simbo\os da nação, esses bens pas-
sam a ser merecedores de proteção, visando à sua transmissão para as gerações 
futuras. Nesse sentido, iJS políticas de preservação se propõem a atuar, basica-
m~nte, n9 nível simbólico, tendo como objetivo reforçar uma identidade coletiva, 
a educação e a formação de cidadãos. Esse é, pelo menos, o discurso que cos-
tuma justificar a constituição desses patrimônios e o desenvolvimento de políticas 
públicas de preservação. 
Aparentemente, essas políticas alcançam um alto grau de eficácia simbólica: 
é muito raro ocorrerem contestações quanto ao valor dos monumentos que são 
objeto de proteção. No Brasil, por exemplo, não ocorreria a ninguém atualmente 
duvidar da pertinência do tombamento das grandes obras do Barroco - igrejas, 
palácios, chafarizes, conjuntos urbanos etc. - realizado, principalmente, nas dé-
cadas de 1930 e 1940. Nesse sentido, o trabalho feito pelo Serviço do Patrimônio 
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que alcançou no país e no exterior. 
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Na verdade, porém, esse "poder simbólico"1 dos patrimônios nacionais é rela· 
tiva e tem um alcance limitado. Pois se o objetivo dessa política estatal é amplo, 
na medida em que não se dirige a setores, grupos ou atividades pertlculares, mas 
diz respeito a toda a sociedade nacional, de fatu o campo de sua produção é bas-
tante restrito:_ tr.ata-se de urna política conduzida por Intelectuais, que requer um 
grau de especialização em determinadas éreas do saber (arte, história, arquitetura, 
arqueologia e, mais recentemente, etnologia e antropologia} e, por parte dos usuá-
rios, algum domínio desses códigos. A leglllmldade --~.? C()!}_Stjt_yí~~~urny~Jri-'\ 
mônio assenta, para seus mentores, nao apenas no seu valqr como símbolo da { ,1 
nacionalidade, mas também em valores culturais atribuídos a partir de critérios ) 
formulados por aquelas di~c!JJlinas. 
A produção de um universo simbólico é, nesse caso, o objeto mesmo da ação 
polltica, dai a importância do ~apel que exercem os intelectuais na construção dos 
patrimônios culturais. Nesse sentido, são dois os desafios com que se defrontam: 
o primeiro é o de, através da seleção de bens "móveis e imóveis" (conforme o 
preceito legal vigente na maioria dos países), construir uma representação da 
oação qu_e, levando em conta a pluralidade cultural, funcione como propiciadora 
de um se~tlmento comum de pertencimento, como reforço de uma identidade na-
cional; o segundo é o de fazer com que seja aceito como consensual, não-arbi-
trário, o que é resultado de uma seleção - de determinados bens - e de uma 
convenção - a atribuição, a esses bens, de determinados valores. Ou seja, de, 
ao mesmo tempo, buscar o consenso e incorporar a diversidade. · 
Os intelectuais que estão direta ou indiretamente envolvidos em uma política 
de preservação nacional fazem o papel de mediadores simbólicos, já que atuam 
no sentido de fazer ver como universais, em termos estéticos, e nacionais, em 
termos políticos, valores relativos. atribuídos a partir de uma perspectiva e de um 
lugar no espaço social. E são também os intelectuais que, ao apontarem, no exer-
cício de sua função crítica, o caráter arbitrário da representação vigente de patri-
mônio, atuam no sentido de sua transformação.' 
Os processos de seleção e proteção do patrimônio cultural nacional são regu-
lados por leis, procedimA11tos e rituais bastante específicos, e costumam ser con-
duzidos por agentes com um perfil intelectual definido (Bourdieu, 1980, p. 69).3 
No contexto brasileiro, é preciso levar em conta o papel político que, desde 
o período colonial, têm aqui exercido os homens de cultura: o de atuarem como 
porta-vozes das massas desprovidas de recursos para se organizarem política-
LflJ O PAlW!ÓHIO EM PROCf lSO 
·-• 
mente, função que é legitimada por seu compro1uisso com a construção da nação 
e com a luta pela cidadania. Dado o caráter inescapave linenle ambiguo da posição 
desses intelectuais, sobretudo nos períodos autoritários, vou lentar apreender co-
mo lidaram com os diferentes compromissos, os impasses e os limites com que 
se defrontaram. Pois, devido ao grau extremamente restrito, no Brasil, da partícipa-
çao da sociedade nas pollticas culturais em geral, e particularmente nas políticas 
de prescrvaçao, as decisões desses intelectuais foram fatores cruciais na orien-
tação dessas politicas. 
Em geral, as politicas de preservação são conduzidas por intelectuais de perfil 
tradicional (historiadores, artistas, arquitetos, escrilores etc.) que se propõem a 
atuar no Estado em nome do interesse público, na defesa da cultura, identificada 
com os valores das camadas cultas. Ao protegerem a cultura desses grupos, con-
vertida em valor universal, não teriam dificuldade em conciliar, sem maiores con-
flitos, sua identidade de intelectuais e de_ homens públicos. No caso do Brasil, 
essa foi a situação dos intelectuais modernistas que participaram do Serviço do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) desde 1937, e que instauraram uma 
política cultural cuja continuidade e prestígio se mantiveram durante mais de trinta 
anos. Entretanto, diferentemente do que ocorria então na Europa, esses intelec-
tuais eram figuras que, nos seus respectivos campos de atuação. tinham posições 
de vanguarda, o que conferiu a sua atuação na área do patrimônio uma autoridade 
difa renciada. 
Mas, a partir da década de 1970, sobretudo quando o regime militar entrou em 
cri se , essa política começou a ser criticada. e seu caráter nacional contestado. 
por se referir apenas às produções das elites. Nesse momento, coube a intelec-
tuais com um novo perfil (especialistas em ciências físico-matemâlicas e sociais, 
administradores, pessoas ligadas ao mundo industrial) defini r novos valores e no-
vos interesses. Durante as duas décadas que se seguiram, essa mudança evoluiu 
de uma modernização da noção de patrimônio - o gue significou vincular a temá· 
!ic.a da preservação à questão do desenvolvimento - à politização da prática de 
p~eservação, na medida em que os agentes institucionais se propuseram a atuar 
como mediadores dos grupos sociais marginalizados junto ao Estado. Esses inte-
lectuais viram na área da cultura, marginal no conjunto das políticas estatais, um 
espaço possível de resistência ao regime autoritário. Seu objetivo último era justa-
mente o de ampliar o alcance da política federal de patrimônio, no sentido de de· 
mocratizá-la e colocá-'a a serviço da construção da cidadan ia_ 
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tiva e tem um alcance limitado. Pois se o objetivo dessa política estatal é amplo, 
na medida em que não se dirige a setores, grupos ou atividades pertlculares, mas 
diz respeito a toda a sociedade nacional, de fatu o campo de sua produção é bas-
tante restrito:_ tr.ata-se de urna política conduzida por Intelectuais, que requer um 
grau de especialização em determinadas éreas do saber (arte, história, arquitetura, 
arqueologia e, mais recentemente, etnologia e antropologia} e, por parte dos usuá-
rios, algum domínio desses códigos. A leglllmldade --~.?C()!}_Stjt_yí~~~urny~Jri-'\ 
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nacionalidade, mas também em valores culturais atribuídos a partir de critérios ) 
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A produção de um universo simbólico é, nesse caso, o objeto mesmo da ação 
polltica, dai a importância do ~apel que exercem os intelectuais na construção dos 
patrimônios culturais. Nesse sentido, são dois os desafios com que se defrontam: 
o primeiro é o de, através da seleção de bens "móveis e imóveis" (conforme o 
preceito legal vigente na maioria dos países), construir uma representação da 
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de um se~tlmento comum de pertencimento, como reforço de uma identidade na-
cional; o segundo é o de fazer com que seja aceito como consensual, não-arbi-
trário, o que é resultado de uma seleção - de determinados bens - e de uma 
convenção - a atribuição, a esses bens, de determinados valores. Ou seja, de, 
ao mesmo tempo, buscar o consenso e incorporar a diversidade. · 
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no sentido de fazer ver como universais, em termos estéticos, e nacionais, em 
termos políticos, valores relativos. atribuídos a partir de uma perspectiva e de um 
lugar no espaço social. E são também os intelectuais que, ao apontarem, no exer-
cício de sua função crítica, o caráter arbitrário da representação vigente de patri-
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Os processos de seleção e proteção do patrimônio cultural nacional são regu-
lados por leis, procedimA11tos e rituais bastante específicos, e costumam ser con-
duzidos por agentes com um perfil intelectual definido (Bourdieu, 1980, p. 69).3 
No contexto brasileiro, é preciso levar em conta o papel político que, desde 
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e com a luta pela cidadania. Dado o caráter inescapave linenle ambiguo da posição 
desses intelectuais, sobretudo nos períodos autoritários, vou lentar apreender co-
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se defrontaram. Pois, devido ao grau extremamente restrito, no Brasil, da partícipa-
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de prescrvaçao, as decisões desses intelectuais foram fatores cruciais na orien-
tação dessas politicas. 
Em geral, as politicas de preservação são conduzidas por intelectuais de perfil 
tradicional (historiadores, artistas, arquitetos, escrilores etc.) que se propõem a 
atuar no Estado em nome do interesse público, na defesa da cultura, identificada 
com os valores das camadas cultas. Ao protegerem a cultura desses grupos, con-
vertida em valor universal, não teriam dificuldade em conciliar, sem maiores con-
flitos, sua identidade de intelectuais e de_ homens públicos. No caso do Brasil, 
essa foi a situação dos intelectuais modernistas que participaram do Serviço do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) desde 1937, e que instauraram uma 
política cultural cuja continuidade e prestígio se mantiveram durante mais de trinta 
anos. Entretanto, diferentemente do que ocorria então na Europa, esses intelec-
tuais eram figuras que, nos seus respectivos campos de atuação. tinham posições 
de vanguarda, o que conferiu a sua atuação na área do patrimônio uma autoridade 
difa renciada. 
Mas, a partir da década de 1970, sobretudo quando o regime militar entrou em 
cri se , essa política começou a ser criticada. e seu caráter nacional contestado. 
por se referir apenas às produções das elites. Nesse momento, coube a intelec-
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administradores, pessoas ligadas ao mundo industrial) defini r novos valores e no-
vos interesses. Durante as duas décadas que se seguiram, essa mudança evoluiu 
de uma modernização da noção de patrimônio - o gue significou vincular a temá· 
!ic.a da preservação à questão do desenvolvimento - à politização da prática de 
p~eservação, na medida em que os agentes institucionais se propuseram a atuar 
como mediadores dos grupos sociais marginalizados junto ao Estado. Esses inte-
lectuais viram na área da cultura, marginal no conjunto das políticas estatais, um 
espaço possível de resistência ao regime autoritário. Seu objetivo último era justa-
mente o de ampliar o alcance da política federal de patrimônio, no sentido de de· 
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O problema é que, como observa Bourdíeu, qualquer luta no interior de um 
campo "pressupõe um acordo entre os antagonistas sobre o que merece ser objeto 
de luta" (1980, p. 115), ou seja, no caso, sobre o que seria o objetivo especifico 
da preservação. Esse. como veremos, foi um dos impasse~ que,.caracterizou a 
política federal de patrimônio desenvolvida no Brasil nos an~70-80/ Nesse perío~ 
do, coexistiram duas linhas de atuação paralelas num mesmo campo, - a da pedra \ 'f 
e cal, continuidade do antigo Sphan, e a da referência, oriunda do Centro Nacional 
de Referência Cultural (CNRC), criado em 1975 - que não conseguiram convir em 
um mínimo de definições comuns. A hegemonia do grupo de referência, na verda-
de, se limitou ao plano discursivo; na prática, foi através dos tombamentos efetua· 
dos pela Sphan que continuou a ser construido o patrimônio histórico e artístico 
nacional. 
Oufro problema das políticas de preservação em geral é o fato de que as even-
tuais demandas da sociedade em relação â cultura são extremamente difusas. Se 
entre os produtores culturais - cineastas, atores, músicos, escritores etc. - essas 
demandas são mais definidas e, freqüentemente, veiculadas por meio de organiza-
ções corporativas (associações, sindicatos etc.), falar de uma demanda social em 
termos da constituição de um patrimônio cultural da nação é bastante problemático, 
sobretudo em uma sociedade como a brasileira, na qual, ao lado da pluralidade 
dos contextos culturais, existem profundas desigualdades econômico-sociais, e a 
autonon1ia de uma esfera cultural sequer faz sentido para alguns grupos da socie-
dade nacional. Nesses casos, fica mais complexo o papel político dos intelectuais 
que atuam, dentro do Estado, como organizadores de uma demanda cultural ainda 
não explicitada, no sentido de defender os interesses de grupos carentes de orga-
nização própria. Foi com base nessa realidade que se formularam, nos anos 70-
80, vários projetos do CNRC, posteriormente integrado à Fundação Nacional pró-
Memória.' 
- Em resumo, em ambos os momentos decisivos - o momento fundador, no final 
da década de 1930, e o momento renovad~r. na segc:nda metade da década de 
1970 \:; início da de 1980 - a posição dos intelectuais que conduziram a política 
federal de preservação foi marcada por algum grau de ambigüidade, se bem que 
com resu ltados diferentes. Durante o Estado Novo, os modernistas gozavam de 
franca hegemonia no meio intelectual e conseguiram resolver razoavelmente bem. 
naquele momento, a dicotomia entre o que consideravam seu papel de homens de 
cultura a serviço do interc:se público e sua inserção na administração de um 
DTI O ?A!W\ÓNIO !/Is PRO( flS O 
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governo autoritârio, mantendo junto ao MEC e ºº governo federal um invejâvel 
grau de autonomia. Jâ nos anos 70 e 80, na fase de abertura do regime militar. 
de crise da modernidade e diantede uma comunidade científica mais independente, 
estruturada e diversificada (cf. Pécaut, 1990, p. 257-308), os intelectuais que se 
propuseram a reorientar a políti ca federal de preservação - em um sentido que 
implicava, ao contrário do que havia ocorrido no Sphan, uma articu lação com 
outras áreas do governo e com os movimentos sociais, tendo em vista uma idéia 
de democracia participativa - viram, muitas vezes, seu trabalho e sua atuação jun-
to a um governo autoritário serem postos sob suspeita por outros intelectuais de 
renome. De um lado, porque se estariam deixando cooptar pela ditadura militar, 
já em crise de legitimidade; de outro, por se arvorarem em porta-vozes dos inte-
resses populares (cf. Mice!i, 1985, p. 127) no momento em que a sociedade civil 
se rees:ruturava, tanto por meio dos mecanismos de representação política ·quanto 
por meio de novas formas de organização não-governamentais. 
Essa trajetória que acabei de esboçar muito rapidamente, e que será apre-
sentada nos capítulos 3 e 4, indica, a meu ver, que o grande desafio, ainda hoje, 
de uma política federal de preservação no Brasil é desenvolver. numa sociedade 
como a brasileira, uma políflca de patrimônio que seja, efetivamente, uma política 
pública. Em que medida essa politica não tem funcionado antes como uma ativi-
dade implantada e conduzida pelo Estado, com a parti cipação de determinados 
intelectuais, como mais um recurso ideológico para obter consenso, para legitimar 
um projeto nacional do próprio Estado ou, simplesmente, para inserir o pais no 
concerto das nações civilizadas? 
No entanto, nas décadas de 1970 e 1980, a orientação da política cultu ral de-
senvolvida no nível federal foi no sentido de ampliar a noção de patrimônio e de 
. estimular a participação social, propondo uma relação de colaboração entre Esta-
do e sociedade. Não teriam esse período e essa nova orientação deixado marcas 
no sentido de propiciar uma democratização da política federal de patrimônio? Ou 
tratou-se apenas da afirmação de uma boa intenção de agentes institucionais, 
carente, no entanto, de condições sociais e poiíticas para ser implementada? Pro-
curar elementos para responder a essas indagações é um dos objetivos deste tra-
balho. 
O panorama atua!, relativamente às políticas culturais no Brasil, parece indicar 
que nada mudou nesse campo periférico das po\i ticas estatais: 2 questão cu ltural 
raramente aparece na agenda dos partidos políticos ou nos discursos de eventuais 
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CAMILA FIGUEIREDO
Highlight
O problema é que, como observa Bourdíeu, qualquer luta no interior de um 
campo "pressupõe um acordo entre os antagonistas sobre o que merece ser objeto 
de luta" (1980, p. 115), ou seja, no caso, sobre o que seria o objetivo especifico 
da preservação. Esse. como veremos, foi um dos impasse~ que,.caracterizou a 
política federal de patrimônio desenvolvida no Brasil nos an~70-80/ Nesse perío~ 
do, coexistiram duas linhas de atuação paralelas num mesmo campo, - a da pedra \ 'f 
e cal, continuidade do antigo Sphan, e a da referência, oriunda do Centro Nacional 
de Referência Cultural (CNRC), criado em 1975 - que não conseguiram convir em 
um mínimo de definições comuns. A hegemonia do grupo de referência, na verda-
de, se limitou ao plano discursivo; na prática, foi através dos tombamentos efetua· 
dos pela Sphan que continuou a ser construido o patrimônio histórico e artístico 
nacional. 
Oufro problema das políticas de preservação em geral é o fato de que as even-
tuais demandas da sociedade em relação â cultura são extremamente difusas. Se 
entre os produtores culturais - cineastas, atores, músicos, escritores etc. - essas 
demandas são mais definidas e, freqüentemente, veiculadas por meio de organiza-
ções corporativas (associações, sindicatos etc.), falar de uma demanda social em 
termos da constituição de um patrimônio cultural da nação é bastante problemático, 
sobretudo em uma sociedade como a brasileira, na qual, ao lado da pluralidade 
dos contextos culturais, existem profundas desigualdades econômico-sociais, e a 
autonon1ia de uma esfera cultural sequer faz sentido para alguns grupos da socie-
dade nacional. Nesses casos, fica mais complexo o papel político dos intelectuais 
que atuam, dentro do Estado, como organizadores de uma demanda cultural ainda 
não explicitada, no sentido de defender os interesses de grupos carentes de orga-
nização própria. Foi com base nessa realidade que se formularam, nos anos 70-
80, vários projetos do CNRC, posteriormente integrado à Fundação Nacional pró-
Memória.' 
- Em resumo, em ambos os momentos decisivos - o momento fundador, no final 
da década de 1930, e o momento renovad~r. na segc:nda metade da década de 
1970 \:; início da de 1980 - a posição dos intelectuais que conduziram a política 
federal de preservação foi marcada por algum grau de ambigüidade, se bem que 
com resu ltados diferentes. Durante o Estado Novo, os modernistas gozavam de 
franca hegemonia no meio intelectual e conseguiram resolver razoavelmente bem. 
naquele momento, a dicotomia entre o que consideravam seu papel de homens de 
cultura a serviço do interc:se público e sua inserção na administração de um 
DTI O ?A!W\ÓNIO !/Is PRO( flS O 
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governo autoritârio, mantendo junto ao MEC e ºº governo federal um invejâvel 
grau de autonomia. Jâ nos anos 70 e 80, na fase de abertura do regime militar. 
de crise da modernidade e diante de uma comunidade científica mais independente, 
estruturada e diversificada (cf. Pécaut, 1990, p. 257-308), os intelectuais que se 
propuseram a reorientar a políti ca federal de preservação - em um sentido que 
implicava, ao contrário do que havia ocorrido no Sphan, uma articu lação com 
outras áreas do governo e com os movimentos sociais, tendo em vista uma idéia 
de democracia participativa - viram, muitas vezes, seu trabalho e sua atuação jun-
to a um governo autoritário serem postos sob suspeita por outros intelectuais de 
renome. De um lado, porque se estariam deixando cooptar pela ditadura militar, 
já em crise de legitimidade; de outro, por se arvorarem em porta-vozes dos inte-
resses populares (cf. Mice!i, 1985, p. 127) no momento em que a sociedade civil 
se rees:ruturava, tanto por meio dos mecanismos de representação política ·quanto 
por meio de novas formas de organização não-governamentais. 
Essa trajetória que acabei de esboçar muito rapidamente, e que será apre-
sentada nos capítulos 3 e 4, indica, a meu ver, que o grande desafio, ainda hoje, 
de uma política federal de preservação no Brasil é desenvolver. numa sociedade 
como a brasileira, uma políflca de patrimônio que seja, efetivamente, uma política 
pública. Em que medida essa politica não tem funcionado antes como uma ativi-
dade implantada e conduzida pelo Estado, com a parti cipação de determinados 
intelectuais, como mais um recurso ideológico para obter consenso, para legitimar 
um projeto nacional do próprio Estado ou, simplesmente, para inserir o pais no 
concerto das nações civilizadas? 
No entanto, nas décadas de 1970 e 1980, a orientação da política cultu ral de-
senvolvida no nível federal foi no sentido de ampliar a noção de patrimônio e de 
. estimular a participação social, propondo uma relação de colaboração entre Esta-
do e sociedade. Não teriam esse período e essa nova orientação deixado marcas 
no sentido de propiciar uma democratização da política federal de patrimônio? Ou 
tratou-se apenas da afirmação de uma boa intenção de agentes institucionais, 
carente, no entanto, de condições sociais e poiíticas para ser implementada? Pro-
curar elementos para responder a essas indagações é um dos objetivos deste tra-
balho. 
O panorama atua!, relativamente às políticas culturais no Brasil, parece indicar 
que nada mudou nesse campo periférico das po\i ticas estatais: 2 questão cu ltural 
raramente aparece na agenda dos partidos

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