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Nervos cranianos 1 Nervos cranianos Existem 12 pares de nervos cranianos, determinados por números romanos. I. Nervo Olfatório Nervo sensitivo/Aferente. Origem: Bulbo olfatório (Telencéfalo). Função: Olfação. Como testar? 1. Antes de avaliar, certificar-se de que as vias nasais estão desobstruídas. 2. Cada narina deve ser examinada separadamente, com o paciente de olhos fechados enquanto a outra narina é ocluída. Nervos cranianos 2 3. O teste deve ser realizado com no mínimo duas substâncias, como: álcool. sabão, creme dental, café, canela, etc. 4. Pede-se ao paciente para que aspire o odor pelo nariz e indique se está sentindo algum cheiro. Se sim, o paciente deve identificar a substância. 5. O procedimento é repetido na outra narina e os dois lados comparados. II. Nervo Óptico Nervo sensitivo/Aferente. Origem: Corpo geniculado lateral (Tálamo). Função: Visão. Como testar acuidade visual? 1. Cada olho deve ser analisado separadamente, enquanto o outro está ocluído. 2. Em caso de ambiente com a Escala de Snellen, posicionar o paciente a uma distância de 6m. Na ausência, pode-se utilizar qualquer utensílio com escrita. Como testar campo visual (campimetria)? 1. O examinador deve estar a uma distância de um braço de comprimento do paciente (cerca de 60 cm). 2. O paciente deve permanecer com um olho ocluído durante o exame. 3. A visão do avaliador é o parâmetro. O paciente deve permanecer olhando para um ponto fixo (ponta do nariz do examinador, p. ex.). 4. O examinador deve mover o dedo/mostrar números nos 4 quadrantes para certificar o campo visual, questionando o paciente se está vendo ou não. Como realizar a fundoscopia? É um exame de observação do fundo de olho, a fim de avaliar retina e demais estruturas internas. O procedimento é realizado com o oftalmoscópio, que projeta raios Nervos cranianos 3 de luz no interior do olho, tornando visível toda a estrutura interna. Como checar os reflexos pupilares? Reflexo direto: Incidir a luz sobre um olho e notar reflexo pupilar. Reflexo consensual: Incidir a luz sobre um olho e notar reflexo pupilar no olho contrário. Se normal, este irá ter reflexo da mesma forma, mesmo não tendo luz diretamente sobre ele. III. Nervo Oculomotor Nervo motor/Eferente. Origem: Mesencéfalo. Função: Movimento do bulbo do olho e elevação das pálpebras superiores, assim como constrição pupilar e acomodação. IV. Nervo Troclear Nervo motor/Eferente. Origem: Mesencéfalo. Função: Movimento do bulbo do olho. V. Nervo Trigêmio Nervo misto. Origem: Ponte. Função: (S) Sensibilidade geral de grande parte da cabeça, assim como (M) abertura e fechamento da boca e tensão da membrana timpânica. Como testar a função motora? Nervos cranianos 4 1. Pede-se ao paciente que realize movimentos de mastigação, a fim de avaliar os músculos envolvidos no processo. Como testar a função sensitiva? 1. Deve-se comparar a sensibilidade de cada divisão do N. trigêmio. VI. Nervo Abducente Nervo motor/Eferente Origem: Ponte. Função: Movimento do bulbo do olho. Como testar o N. oculomotor, troclear e abducente? 1. Com o paciente sentado, o examinador deve posicionar-se à frente dele. 2. Solicita-se que o paciente mantenha a cabeça fixa e siga um alvo, habitualmente o dedo do examinador, apenas com o olhar. Nervos cranianos 5 3. O alvo deve traçar lentamente uma grande letra “H” no ar para que o paciente acompanhe o desenho. VII. Nervo Facial Nervo misto. Origem: Ponte. Função: (S) Gustação dos 2/3 anteriores da língua e (M) mímica facial. Como testar? Cada músculo facial é avaliado separadamente: 1. Frontal: Franzir a testa. 2. Orbicular das pálpebras: Apertar os olhos, de modo que fiquem bem fechados. 3. Orbicular dos lábios: Fechar os lábios e assoviar. 4. Bucinador: Retrair os cantos da boca. 5. Platisma: Contrais os cantos da boca e a musculatura cervical superficial. VIII. Nervo Vestibulococlear Nervo sensitivo/Aferente. Origem: Ponte. Função: Sensibilidade vestibular (posição e movimento da cabeça) e audição. Teste de Rinne 1. Deve-se colocar o diapasão ativada sobre o processo mastoide. 2. Em seguida, colocar ao lado da orelha sem tocá-la. Teste de Weber Nervos cranianos 6 1. Examinador em pé na frente do paciente e posiciona o diapasão em vibração na linha mediana do crânio. 2. Normalmente, o som é ouvido de modo igual nas duas orelhas, não sendo lateralizado. 3. Quando há assimetria, o paciente escutar melhor em um dos ouvidos, indicando perda auditiva. IX. Nervo Glossofaríngeo Nervo misto. Origem: Bulbo. Função: (S) Gustação e sensibilidade do 1/3 posterior da língua e (M) deglutição. Como testar? Testa-se a função motora solicitando ao paciente que diga “A” com a boca aberta e o examinador observa o movimento do palato. X. Nervo Vago Nervo misto Origem: Bulbo. Função: Inervação das vísceras causando (S) sensibilidade da faringe, laringe, esôfago, orelha externa, vísceras torácicas e abdominais, além de (M) fala e deglutição. Como testar? Reflexo do vômito. Nervos cranianos 7 XI. Nervo Acessório Nervo motor/Eferente Origem: Bulbo. Parte se origina na medula espinhal. Função: Inervação dos Mm. esternocledomastóideo e trapézio, fazendo movimento da cabeça e ombro. Como testar? Teste da função dos músculos que o N. inerva. 1. Examinador a frente do paciente com as mãos sobre os ombros. 2. Pede-se ao paciente para que faça força contra a força do examinador. 3. Após, o examinador pressiona um lado do rosto do paciente. 4. Pede-se ao paciente para que faça força contra a força do examinador. XII. Nervo Hipoglosso Nervo motor/Eferente Origem: Bulbo. Função: Movimento da língua. Como testar? 1. Solicita-se que o paciente exteriorize a língua e execute movimentos em diversas direções. 2. Pode ser testada a força enquanto o paciente empurra a língua contra o interior da bochecha e o examinador oferece uma resistência ao lado de fora da bochecha. Nervos cranianos 8