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Aula 4 - Camada Rede

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UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 1
SUMÁRIO
2UNIARAXÁ - CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Objetivos: 
• Apresentar aos alunos os principais conceitos sobre a camada de Rede e 
suas principais funções. 
• Capacitar o aluno, ao final desta aula, a relacionar e aplicar os conceitos 
discutidos nela nas atividades do seu cotidiano. 
AULA 4
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CONTEXTUALIZANDO A APRENDIZAGEM
Na última aula, vimos os principais conceitos sobre as Camadas Físicas e de Enlace.
Na comunicação entre rede de computadores são necessários alguns requisitos para que haja 
conectividade entre seus componentes, assim como selecionar qual será o caminho que os 
dados devem percorrer entre o transmissor e o receptor. Desse modo, nesta Aula iremos abordar 
os principais conceitos sobre a camada de Rede, assim como seus serviços e características.
AULA 4 - CAMADA DE REDE
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Para contextualizar e ajudá-lo(a) a obter uma visão panorâmica dos conteúdos que você 
estudará na Aula 4, bem como entender a inter-relação entre ele, é importante que se atente 
para o Mapa Mental, apresentado a seguir: 
MAPA MENTAL PANORÂMICO
COMUTAÇÃO DE 
PACOTES STORE-AND-
FORWARD
FUNÇÕES
ROTEAMENTO DE 
ESTADO DE ENLACE - 
LS (LINK-STATE)
ALGORITMO DE 
DIJKSTRA
CONHECENDO 
VIZINHOS
MENOR CUSTO DE 
LINHA
MODELO DE SERVIÇO 
DE REDE
IMPLEMENTAÇÃO 
DO SERVIÇO SEM 
CONEXÕES
IMPLEMENTAÇÃO DO 
SERVIÇO ORIENTADO 
A CONEXÕES
COMPARAÇÃO 
ENTRE SUB-REDES DE 
CIRCUITOS VIRTUAIS E 
DE DATAGRAMAS
CAMADA DE REDE
CAMADA DE REDE
ROTEAMENTO
INTRODUÇÃO
QUESTÕES DE PROJETO 
DA CAMADA DE REDE
FUNÇÕES E SERVIÇOS 
DA CAMADA DE REDE
ALGORITMO DE 
ROTEAMENTO
ROTEAMENTO DE 
VETOR DE DISTÂNCIA 
(DISTANCE VECTOR 
- DV)
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RIP (PROTOCOLO DE 
INFORMAÇÃO DE 
ROTEAMENTO)
OSPF (OPEN SHORTEST 
PATH FIRST)
EIGRP (ENHACED 
INTERNAL GATEWAY 
ROUTING PROTOCOL)
PROTOCOLO IP 
(INTERNET PROTOCOL)
COMPARAÇÃO DOS 
ALGORITMOS LS (LINK 
STATE) E DV (DISTANCE 
VECTOR)
ROTEAMENTO 
DE SISTEMAS 
AUTÔNOMOS
CLASSES
SUB-REDES
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1. CAMADA DE REDE
 1.1 INTRODUÇÃO
Embora a camada enlace de dados coordene a entrega 
do quadro de dados, a camada de rede é responsável pela 
entrega desde a sua origem até seu destino. A transferência 
de pacotes da origem ao seu destino está diretamente 
ligada aos serviços prestados pela camada de rede.
Chegar ao destino pode exigir vários hops, ou seja, dar vários 
saltos por vários pontos da rede ao longo do percurso. Essa 
função difere claramente da função da camada de enlace cujo objetivo é bem mais simples, 
mover quadros de uma extremidade de um meio físico a outra. Consequentemente, a camada 
de rede é a camada mais baixa que trabalha com a transmissão fim a fim (TANENBAUM; 
WETREHALL, 2011).
Os protocolos de rede, também conhecido como protocolos IP, surgiram para suprir 
a necessidade de conectar dispositivos de fabricantes distintos. Além de permitir a 
comunicação entre computadores, dispositivos conectados na internet, os protocolos 
de rede fazem com que a rede mundial de computadores, a Internet, pareça um 
sistema de comunicação unificado para o usuário. O que na verdade é um conjunto de 
sub-redes e sistemas conectados entre si, através de diversos backbones, constituídos 
de linhas de grande largura de banda e roteadores potentes.
Essa integração só é possível graças aos protocolos de rede. Por meio deles podemos 
ter acesso a diversos serviços oferecido através da Internet. Os protocolos de rede 
tornaram nossas vidas mais prática, possibilitando uma nova forma de comunicação, 
trazendo mobilidade e praticidade ao nosso cotidiano. Já pensou em fazer um curso 
a distância, assistir um filme novo sem sair de casa ou compartilhar dados, relatórios 
ou até mesmo efetuar uma transação financeira muito importante? Tudo isso e muito 
mais é possível, além de inúmeras outras possibilidades, porque os protocolos de rede 
existem.
CONECTANDO
Em redes de computadores, 
uma parte do caminho 
entre a origem e o destino. 
Os hops são os "saltos" dados 
por um sinal, entre um nó da 
origem até seu destino.
HOPS
GLOSSÁRIO
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Implementada nos sistemas finais e nos roteadores, a camada de rede integra toda a 
arquitetura da rede e para alcançar seus objetivos ela deve conhecer a topologia da sub-
rede de comunicação, ou seja, o conjunto de todos os roteadores, para que com isso consiga 
determinar e escolher os caminhos mais apropriadas.
Além de transportar os segmentos da estação da origem ao destino, a camada de rede 
encapsula segmentos dentro de um datagrama no lado da origem; e no lado do destinatário 
se encarrega de entregar os segmentos para a camada de transporte. Além do mais, a 
camada de rede também deve evitar a escolhas de rotas para não sobrecarregar algumas 
linhas de comunicação e roteadores enquanto outras ficam ociosas. Afinal, quando a origem 
e o destino, ou seja, emissor e receptor não estão na mesma rede, novos problemas surgem e 
cabe a camada de rede resolvê-los (TANENBAUM, 2003).
Resumidamente, o papel da camada de rede é o redirecionamento dos pacotes. Essa função 
é similar a ação de digitar os números do telefone com o qual queremos conversar. Primeiro 
vem o DDD, no qual se refere a rota e em seguida o código regional que trata do destino do 
qual queremos conversar. A partir desse momento, será definido o direcionamento da conversa 
entre os diversos caminhos possíveis pelos troncos de telefonia (MENDES, 2015). Sabemos que 
problema podem surgir durante a transmissão, a seguir veremos como a camada de rede que 
lida com todas essas questões.
 1.2 QUESTÕES DE PROJETO DA CAMADA DE REDE 
De acordo com Tanenbaum (2003), existem conceitos, informações e questões referentes à 
camada de rede que os projetistas devem se preocupar. Dentre eles estão os serviços oferecidos 
na camada de transporte e o projeto interno da sub-rede.
FIQUE ATENTO!!
Um roteador é elemento ativo da rede. Atua na camada de rede no modelo 
de referência do modelo OSI; é um elemento intermediário em uma rede de 
computadores e por meio dele é possível fazer o roteamento de pacotes entre 
redes separadas. O roteamento desses pacotes é realizado de acordo com 
um conjunto de regras que formam a tabela de roteamento. 
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 1.1.2 COMUTAÇÃO DE PACOTES STORE-AND-FORWARD
Para compreendermos melhor e aprofundarmos nos conceitos de camadas de rede, observe 
a Figura 1, que apresenta um contexto de como os protocolos e serviços da camada de 
rede operam. Esse sistema é composto por diversos componentes, como equipamentos de 
concessionárias de comunicações, sendo roteadores conectados por linhas de transmissão. 
Na elucidação exibida através da Figura 1, a camada de rede é representada pela parte 
sombreada envolta na forma de uma elipse, já os equipamentos dos clientes, são os que estão 
fora da elipse na Figura (TANENBAUM; WETREHALL, 2011).
Figura 1: O ambiente dos protocolos da camada de rede 
Fonte: TANENBAUM; WETHERALL (2011).
Na representação acima, o host H1 está diretamente conectado a um dos roteadores da 
concessionária de comunicações, denominado A, por uma linha dedicada. Já H2 está em uma 
LAN com um roteador F pertencente ao cliente. Esse roteador também tem uma linha dedicada 
para o equipamento da concessionária de comunicações. O F que está fora da elipse, não 
pertence à concessionária de comunicações; porém, em termos de construção, software e 
protocolos, é bem provável que ele não sejadiferente dos roteadores da concessionária de 
comunicações, sendo que na maioria dos casos, o mesmo configura o papel de roteador 
de saída do cliente, ou seja, a porta de entrada para a concessionária de comunicação 
(TANENBAUM, 2003; KUROSE; ROSS 2013).
Quando um host deseja enviar um pacote, o mesmo transmite até ao roteador mais próximo, 
seja em sua própria LAN ou sobre um enlace ponto a ponto pertencente a concessionária 
de comunicações. Com isso, esse pacote é armazenado ali até que seja completamente 
recebido para que seja feita uma verificação total do pacote recebido. Em sequência, o 
mesmo é encaminhado para o próximo roteador ao longo do percurso até que o destino 
seja alcançado. Todo esse processo configura a comutação de pacotes store-and-forward 
(KUROSE, 2006).
O surgimento da rede store-and-forward foi possível devido a evolução dos computadores e 
da tecnologia digital. Podemos afirmar, nesse contexto, que o surgimento dessas tecnologias 
contribuíram para inúmeras possibilidades, inclusive em telecomunicações, o que possibilitou 
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a construção de redes de comunicação de forma muito diferente. Esse novo tipo de 
rede de comunicação é chamado de store-and-forward ou rede de armazenamento e 
encaminhamento.
 1.3 FUNÇÕES E SERVIÇOS DA CAMADA DE REDE
A camada de rede presta serviços à camada de transporte, isso ocorre entre a interface, 
entre a camada de rede e a camada de transporte. No entanto, um ponto muito importante 
deve ser levando em conta, a identificação dos tipos de serviços que a camada de rede 
pode oferecer a camada de transporte. Os serviços prestados pela camada de rede foram 
projetados a fim de suprir os seguintes objetivos:
• Os serviços devem ser independentes da tecnologia de roteadores. 
• A camada de transporte deve ser isolada do número, do tipo e da topologia dos roteadores 
presentes. 
• Os endereços de rede que se tornaram disponíveis para a camada de transporte devem 
usar um plano de numeração uniforme, mesmo nas LANs e WANs.
Em função desses objetivos, os projetistas da camada de rede possuem a liberdade para 
escrever especificações detalhadas dos serviços a serem oferecidos à camada de transporte, 
para que sejam alcançados tais objetivos (TORRES, 2001; TANENBAUM; WETHERALL, 2011).
 1.3.1 FUNÇÕES
De acordo com Kurose e Ross (2013), o papel da camada de rede aparentemente é simples. 
Mas para desempenhá-lo é importante compreender duas funções importantes na camada 
de rede: comutação e roteamento. A comutação refere-se em conduzir o pacote da entrada 
de um roteador para a saída apropriada, já no roteamento, a camada de rede determina a 
rota que os pacotes devem seguir da fonte até o destino. Para determinar o caminho ou rota 
a ser seguida pelos pacotes são utilizados Algoritmos de roteamento.
Os algoritmos são responsáveis por escolher as rotas e as estruturas de dados que eles utilizam e 
constituem um dos elementos mais importantes do projeto da camada de rede. Um algoritmo 
de roteamento é a parte do software da camada de rede responsável pela decisão sobre a 
linha de saída a ser utilizada na transmissão do pacote de entrada. Se a sub-rede fazer uso de 
datagramas, a decisão deverá ser tomada mais uma vez para cada pacote de dados que é 
recebido, pois a rota mais indicada pode ter sido alterada desde o último pacote (TANENBAUM; 
WETHERALL, 2011). De modo geral, o roteamento é o processo de planejar a viagem da origem 
ao destino e a comutação é processo de passar por um único intercâmbio.
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 1.3.2 MODELO DE SERVIÇO DE REDE
Qual é o modelo de serviços para o “canal” que transporta 
pacotes da origem ao destino? Para responder a esse 
questionamento algumas questões devem ser levadas em 
consideração, como:
• Largura de banda garantida?
• Preservação de temporização entre pacotes (sem jitter)?
• Entrega sem perdas?
• Entrega ordenada?
• Realimentar informação sobre congestionamento ao remetente?
• Se o mesmo será baseado ou não em conexão.
Para o facilitar o entendimento, no próximo tópico veremos detalhadamente alguns fatores 
que nos ajudarão a ter uma melhor compreensão sobre o modelo de serviços da camada de 
rede (TANENBAUM, 2003; KUROSE, 2006).
 1.3.3 IMPLEMENTAÇÃO DO SERVIÇO SEM CONEXÕES 
Basicamente a camada de rede pode oferecer dois tipos de serviços: o serviço sem conexões, 
onde os pacotes são transmitidos de forma individual e roteados de forma independente um 
do outro; ou através do serviço orientado a conexão, onde previamente deve ser estabelecido 
um caminho desde o roteador de origem até o roteador de destino (TANENBAUM, 2003; KUROSE, 
2006). 
No serviço sem conexão, os pacotes são chamados de datagramas, em uma analogia aos 
telegramas e a sub-rede será denominada de sub-rede de datagramas. Entretanto, se o 
serviço for orientado a conexão, o mesmo recebe o nome de circuito virtual, em analogia aos 
circuitos físicos estabelecidos pelo sistema de telefonia e a sub-rede passa a se chamar de 
circuito virtual.
Observe a Figura 2, vejamos um exemplo de roteamento em uma sub-rede de datagramas. 
Considere que o processo P1, da Figura 2, deseja encaminhar uma longa mensagem para P2. 
Ele entrega a mensagem à camada de transporte, com instruções para que ela seja entregue 
a P2 do host H2. Em geral o código da camada de transporte funciona em H1 dentro do sistema 
operacional. Esse código acrescenta um cabeçalho de transporte ao início da mensagem e 
entrega o resultado à camada de rede, que talvez seja simplesmente outro procedimento no 
sistema operacional (TANENBAUM, 2003; KUROSE, 2006). 
Variação estatística do 
atraso na entrega de dados 
em uma rede.
LITTER
GLOSSÁRIO
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Figura 2: Roteamento em uma sub-rede de datagramas 
Fonte: TANENBAUM (2003).
Dando sequência, imagine-se que a mensagem que o P1 deseja enviar para o host H2, seja 
quatro vezes maior que o tamanho máximo de um pacote e, portanto, a camada de rede 
tem que dividir essa longa mensagem em quatro pacotes (1, 2, 3 e 4), para que possam 
ser encaminhados ao roteador A, por meio de algum protocolo. A partir desse ponto, a 
concessionária de comunicações passa a tomar conta do processo. Todo roteador possui 
uma tabela interna, chamada de tabela de roteamento, que informa para onde devem ser 
enviados os pacotes e quais serão os destinos possíveis (TANENBAUM, 2003; KUROSE, 2006).
Cada entrada da tabela é um par composto por um destino e por uma linha que conduz 
até esse destino. Somente podem ser utilizadas linhas conectadas diretamente nessa entrada. 
Exemplificando, na Figura 2, A possui apenas duas linhas de saída, para D e C, sendo assim todo 
pacote recebido deve ser enviado a um desses roteadores mesmo que o destino final seja 
outro roteador (TANENBAUM, 2003; KUROSE, 2006).
A tabela de roteamento inicial de A é ilustrada na Figura 2. Assim, conforme os pacotes chegam 
ao roteador A, os pacotes 1, 2 e 3 ficam armazenados por um determinado tempo para que 
possam ser conferidos e verificados. Em sequência, cada um deles são encaminhados para 
o roteador C, de acordo com a tabela de roteamento, “Initially”, de A (TANENBAUM, 2003; 
KUROSE, 2006). 
Dessa forma, o pacote 1 foi então encaminhado para o roteador E e, em seguida, para o 
roteador F. Quando chegar em F, o mesmo é encapsulado em um quadro da camada de 
enlace de dados e transmitido para o H2 pela LAN. O mesmo acontece com os pacotes 2 e 3 
(TANENBAUM, 2003; KUROSE, 2006).
Contudo, o pacote 4 não passou pelo mesmo processo. Quando chegou ao roteador A, o 
mesmo foi encaminhado para o roteador B, embora seu destino também fosse o roteador 
F. O roteador A decidiu enviar o pacote 4 por uma outra rota, pois talvez ele tenha tomado 
conhecimento de algum problema na rota até então utilizada pelospacotes 1, 2 e 3. Portanto, 
pode-se observar que a tabela de roteamento de A passa por uma atualização, “later”, 
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conforme mostra a Figura 2. 
O algoritmo que gerencia as tabelas e realiza as atualizações é chamado de algoritmo de 
roteamento. Após a atualização da tabela, o pacote 4 é encaminhado conforme a nova 
tabela de roteamento de A (TANENBAUM, 2003; KUROSE, 2006). 
 1.3.4 IMPLEMENTAÇÃO DO SERVIÇO ORIENTADO A CONEXÕES 
Quando se trata do serviço orientado a conexões, existe a necessidade de uma sub-rede de 
circuitos virtuais. O conceito base para os circuitos virtuais é evitar a necessidade de escolha 
de uma nova rota para cada pacote enviado. Diante disso, quando uma conexão for 
estabelecida, escolhe-se uma rota desde a máquina de origem até a máquina de destino 
como parte da configuração da conexão, sendo essa rota armazenada em cada uma das 
tabelas de roteamento dos roteadores (TANENBAUM, 2003; KUROSE, 2006).
A rota definida é utilizada por todo o tráfego e quando a mesma é finalizada, o circuito virtual 
também é encerrado. Com o serviço orientado a conexões, cada pacote transporta um 
identificador, informando a que circuito virtual ele pertence, conforme demonstra a Figura 3. 
Nessa imagem o host H1 estabelece a conexão 1 com o host H2. Essa conexão é memorizada 
como a primeira entrada de cada uma das tabelas de roteamento (TANENBAUM, 2003; KUROSE, 
2006).
Figura 3: Roteamento em uma sub-rede de circuitos virtuais 
Fonte: TANENBAUM (2003).
De acordo com a Figura 3, a primeira linha da tabela do roteador A informa que se um pacote 
possui o identificador de conexão 1 e vier do host H1, o mesmo será enviado ao roteador C. Da 
mesma forma, a primeira linha de entrada do roteador C faz o roteamento do pacote para o 
roteador E com o mesmo identificador de conexão 1. Dessa forma, o processo de comunicação 
acontece até que todos os pacotes sejam entregues ao seu destino (TANENBAUM, 2003; 
KUROSE, 2006).
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 1.3.5 COMPARAÇÃO ENTRE SUB-REDES DE CIRCUITOS VIRTUAIS E DE DATAGRAMAS
A Tabela 1 mostra um comparativo entre os dois tipos de serviços, os orientados a conexões e 
não orientado, assim com os circuitos virtuais e redes de datagramas. 
Tabela 1: Comparação entre sub-redes de circuitos virtuais e de datagramas
Questão Rede Datagramas Rede Circuitos Virtuais
Configuração de circuitos. Desnecessária. Obrigatória.
Endereçamento. 
Cada pacote contém os 
endereços de origem e de 
destino completos.
Cada pacote contém um 
número de circuito virtual 
curto.
Informações sobre o 
estado. 
Os roteadores não 
armazenam informações 
sobre o estado das 
conexões.
Cada circuito virtual requer 
espaço em tabelas de 
roteadores por conexão.
Roteamento.
Cada pacote é roteado 
independentemente. 
A rota é escolhida 
quando o circuito virtual 
é estabelecido; todos os 
pacotes seguem essa rota.
Efeito de falhas no 
roteador.
Nenhum, com exceção 
dos pacotes perdidos 
durante a falha.
Todos os circuitos virtuais 
que tiverem passado pelo 
roteador que apresentou o 
defeito serão encerrados.
Qualidade de serviço. Difícil.
Fácil, se for possível alocar 
recursos suficientes com 
antecedência para cada 
circuito virtual.
Controle de 
congestionamento.
Difícil.
Fácil, se for possível alocar 
recursos suficientes com 
antecedência para cada 
circuito virtual.
Fonte: Adaptado de TANENBAUM (2003), Kurose (2006) e Torres (2006).
Um fato importante é que o tipo de serviço utilizado pela a rede mundial de computadores, a 
Internet, é baseado em sub-redes de datagramas, ou seja, não é orientado a conexões.
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2. ROTEAMENTO
 2.1 ALGORITMOS DE ROTEAMENTO
Quando falamos em optar por um bom caminho para determinado destino, pode ser 
considerado o caminho que possui o menor custo. No entanto, vários fatores podem influenciar 
nessa decisão. Os algoritmos de roteamento levam esses fatores em questão para rotear os 
pacotes de sua origem até o seu destino.
A principal função da camada de rede é definir rotas, ou seja, rotear pacotes dos hosts de 
origem para os hosts de destino. Portanto, os algoritmos de roteamento são responsáveis pela 
parte lógica, software, da camada de rede. Além do mais, os algoritmos de roteamento são 
responsáveis pela decisão sobre qual linha de saída deve ser utilizada na transmissão de um 
pacote de entrada.
De acordo com Tanenbaum e Wetherall (2011), se a sub-rede utilizar datagramas internamente, 
essa decisão deverá ser tomada mais uma vez para cada pacote de dados recebido, pois a 
melhor rota pode ter sido alterada desde a última vez. Se a sub-rede trabalhar com circuitos 
virtuais, as decisões de roteamento são tomadas somente após a criação de um novo circuito 
virtual.
2.1.1 ROTEAMENTO DE ESTADO DE ENLACE - LS (LINK-STATE)
O algoritmo de estado de enlace é capaz de conhecer toda a topologia da rede, bem como 
todos os custos dos enlaces que a mesma possui. Isso se torna possível devido a transmissão 
de pacotes por cada um dos nós para todos os outros, assim sendo o custo de cada link fica 
conhecido por todos os demais links (KUROSE, 2006). O resultado da transmissão broadcasting 
dos nós é que todos os nós têm uma visão idêntica e completa da rede (KUROSE; ROSS, 2009).
A base do roteamento por estado de enlace é simples e pode ser estabelecida por cinco 
passos. Conforme Tanenbaum e Wetherall (2011), cada um dos roteadores do enlace, deve 
fazer o seguinte: 
• Descobrir seus vizinhos e aprender seus endereços de rede.
• Medir o roteador ou custo até cada um de seus vizinhos.
• Criar um pacote que informe tudo o que ele acabou de aprender.
• Enviar esse pacote a todos os outros roteadores.
• Calcular o caminho mais curto até cada um dos outros roteadores.
• O algoritmo de roteamento de estado de enlace também é conhecido como algoritmo 
de Dijkstra. 
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 2.1.1.1 ALGORITMO DE DIJKSTRA
O algoritmo Dijkstra pode ser executado no local, com 
a finalidade de criar o caminho mais curto até todos os 
destinos possíveis. Os resultados obtidos pela execução desse 
algoritmo podem ser instalados nas tabelas de roteamento e 
a operação normal pode ser retomada, ou seja, a transmissão 
de pacotes continua normalmente.
Em uma sub-rede com N roteadores, cada qual com K 
vizinhos, a memória necessária para armazenar os dados de entrada é proporcional a KN. Se 
a rede for de grande porte, isso torna-se um problema, pois a relação KN ficará muito grande. 
Além disso, o tempo de cálculo também pode ser de grande importância. Contudo, em muitas 
ações práticas, o roteamento por estado de enlace possui um funcionamento satisfatório 
(TANEMBAUM, 2003).
É um algoritmo simples e com um bom desempenho, a restrição é que ele não garante a 
solução exata na ocorrência de custos com valores negativos. Escolhido um vértice como raiz 
da busca, o algoritmo calcula o custo mínimo desse vértice para todos os demais vértices do 
grafo.
Ainda de acordo com Comer (2016), o algoritmo de Dijkstra é popular porque pode ser usado 
com várias definições de caminhos "mais curto". Em particular, o algoritmo não necessita de 
valores nas arestas do grafo para representar a distância geográfica. Em vez disso, permite 
que cada aresta receba um valor negativo chamado peso e define a distância entre dois nós 
como a soma dos pesos ao longo de um percurso entre os nós.
O holandês Edsger Wybe Dijkstra foi um cientista da computação, ficou conhecido por 
suas contribuições nas áreas de desenvolvimento de Algoritmos e Programas, onde 
recebeu vários prêmios por suas contribuições em sistemas operacionais e processamento 
distribuído, entre eles o Prêmio Turing de 1972. Para saber mais sobre Edsger Wybe Dijkstra,clique aqui. 
saiba mais!
Estrutura que equivale a um 
conjunto de objetos em que 
alguns pares deles são, de 
algum modo, relacionados.
GRAFO
GLOSSÁRIO
Para saber mais sobre o Algoritmo de Dijkstra, recomendo a leitura da seção 4.5 do livro 
de Kurose e Ross (2015).
saiba mais!
http://www.dsc.ufcg.edu.br/~pet/jornal/fevereiro2012/materias/historia_da_computacao.html
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 2.1.1.2 CONHECENDO VIZINHOS
Toda vez que um roteador é iniciado, depois da verificação inicial do equipamento, sua próxima 
ação é conhecer e aprender quem são seus vizinhos. Esse processo se inicia com o envio de 
um pacote HELLO especial em cada linha na qual ele está interligado. Assim sendo, o roteador 
na outra extremidade da linha envia um pacote de volta como resposta se identificando 
(TANEMBAUM, 2003).
 2.1.1.3 MENOR CUSTO DE LINHA
Para que todo o processo de escolha da melhor rota funcione, é necessário que cada roteador 
conheça o custo para alcançar cada um dos seus vizinhos. Para isso, um pacote especial 
ECHO é transmitido para todos os seus vizinhos, sendo que desse modo pode-se medir o tempo 
de ida e volta, e dividi-los por dois. Assim, cada roteador pode fazer uma estimativa razoável 
de custo até seu vizinho (TANEMBAUM, 2003).
Um questionamento importante é se a carga deve ser levada em consideração na medição 
do retardo. Existem argumentos a favor de se considerar a carga ou não para o cálculo do 
retardo. A utilização da carga, quando um roteador tiver que escolher entre duas linhas com 
a mesma largura de banda, será a rota sobre a linha não carregada, ou seja, aquela com o 
caminho mais curto. Com isso, será alcançado um desempenho superior (TANEMBAUM, 2003).
Porém, há um argumento que vai contra a inclusão da carga no cálculo do retardo. A Figura 
4 traz o diagrama de duas redes, separadas por duas partes, Leste e Oeste, interconectados 
por duas linhas, CF e EI.
Figura 4 - Diagrama duas sub-redes
Fonte Adaptado de TANENBAUM (2003).
Primeiramente supunha que a parte mais considerável do tráfego entre leste e oeste está 
usando as linhas CF. Assim, esse caminho sofrerá com retardos longos e estará carregado o link 
excessivamente. Incluindo o retardo no enfileiramento no cálculo da rota, tornará o caminho 
EI mais indicado. 
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Após a atualização das tabelas de rotas, a maior parte do tráfego Leste-Oeste será transmitida 
através de EI, sobrecarregando essa linha. Com isso, na próxima interação, CF parecerá 
mais curto. Isso pode ocasionar em uma oscilação nas tabelas de roteamento e, assim, 
potencializando problemas.
Porém, a não utilização da carga como parâmetro pode fazer com que esse problema não 
ocorra. Há outras soluções para evitar tal problema, como distribuir a carga por várias linhas de 
saída, usando alguma fração de carga conhecida que está sendo utilizada na transmissão de 
cada linha (TANEMBAUM, 2003). 
 2.2 ROTEAMENTO DE VETOR DE DISTÂNCIA (DISTANCE VECTOR - DV)
Em contrapartida o algoritmo LS (Link State), utiliza informação global, já o algoritmo de 
roteamento DV (Distance Vector), não trabalha com informação global. O mesmo possui 
outras características, como trabalhar de forma distribuída, ou seja, cada nó recebe alguma 
informação de um ou mais vizinhos diretamente ligado a ele. É um algoritmo iterativo, pois 
todo o processo continua até que mais nenhuma informação seja trocada entre vizinhos. 
Além do mais, é também um algoritmo assíncrono, pois não requer que todos os roteadores 
pertencentes ao enlace, sub-rede, rodem simultaneamente o algoritmo (KUROSE; ROSS, 2009).
Os algoritmos de roteamento que trabalham com vetor de distância, funcionam de uma 
maneira que cada roteador, nó, mantenha uma tabela, um vetor que seja capaz de fornecer 
a melhor distância conhecida até seu destino, de forma a indicar qual a linha a ser utilizada 
para a transmissão.
Assim, tais tabelas passam por atualizações através da troca de informações com seus vizinhos. 
Uma curiosidade, é que esse algoritmo é também conhecido como algoritmo de Bellman-Ford 
em homenagem aos seus pesquisadores, Richard Bellman, que desenvolveu o algoritmo, mais 
tarde Ford e Fulkenson o transformou em algoritmo distribuído, por isso Bellman-Ford.
Cada uma das tabelas de cada roteador possui uma entrada que é composta duas partes. 
Uma das partes é a linha de saída a ser usada e uma estimativa do tempo, ou da distância até 
seu ponto final. Duas unidades métricas podem ser usadas: o número de hops ou o tempo em 
[ms] (TANEMBAUM, 2003).
Para saber mais sobre o roteamento com vetor de distância, recomendo a leitura da 
seção 5.2.5 do livro de Kurose e Ross (2015) e 5.2.4 de Tanenbaum (2003).
saiba mais!
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 2.3 COMPARAÇÃO DOS ALGORITMOS LS (LINK STATE) E DV (DISTANCE VECTOR)
A seguir faremos um breve comparativo entre os dois algoritmos de roteamento, como 
demonstra a Tabela 2.
Tabela 2 – Algoritmos de Roteamento
Algoritmo Vetor de 
Distância (VD)
Algoritmo Estado de 
Enlace (LS)
Cálculo de roteamento.
Cada nó fala somente com 
os vizinhos conectados a 
ele diretamente.
Informa as estimativas 
de menor custo entre ele 
mesmo e todos os outros 
nós da rede, os nós que 
ele sabe que existem.
Cada nó fala com todos 
os nós, via broadcast.
Informa somente os custos 
dos enlaces diretamente 
ligados a ele.
Complexidade.
A trocas ocorrem somente 
entre vizinhos.
O tempo de convergência 
varia.
Com n nós e links, O (NE) 
mensagens enviadas.
Tempo de convergência.
Tempo de convergência 
varia.
Pode haver loops de 
roteamento.
Problema da contagem 
ao infinito.
Algoritmo O(N2) exige 
mensagens O(NE).
Pode ter oscilações.
Robustez: o que acontece 
se um roteador funciona 
mal?
O nó DV pode informar 
custo de caminho 
incorreto.
A tabela de cada nó é 
usada por outros.
A propagação de erros 
pela rede.
Os nós podem informar 
custos de link incorretos.
Cada nó calcula sua 
própria tabela de 
roteamento.
Fonte Adaptada de TANENBAUM (2003); KUROSE (2013); Ross (2013). 
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 2.4 ROTEAMENTO SISTEMAS AUTÔNOMOS
Segundo Comer (2015), a Internet é dividida em sistemas 
autônomos que são, cada um, pertencentes a uma 
única autoridade administrativa e operados por ela. Um 
sistema autônomo é livre para escolher uma arquitetura de 
roteamento interna de protocolos.
Dessa forma, na camada de rede, a Internet pode ser vista 
como um conjunto de sub-redes ou sistemas autônomos 
conectados entre si. Não existe uma estrutura real, mas 
diversos backbones principais, constituídos a partir de linhas 
de grande largura de banda e roteadores rápidos. Conectados aos backbones estão as 
redes regionais (nível médio), e conectadas a essas redes regionais estão as LANs de muitas 
universidades, empresas e provedores de serviços da Internet (TANENBAUM, 2003). A Figura 5 
mostra um esquema dessa organização.
Figura 5: Esquema de organização Semi-hierárquica
Fonte: TANENBAUM (2003).
Os algoritmos Estado de Enlace e Vetor de Distância, que são tipos de protocolos de roteamento, 
podem ser considerados basicamente como uma rede sendo uma coleção de roteadores 
interconectados onde todos trabalham com o mesmo algoritmo. Porém, na prática o cenário 
em produção é bem diferente. As empresas, as concessionárias de telecomunicação, desejam 
controlar seus roteadores como bem entendem.
Diante disso, a ideia é a criação de sistemas denominados autônomos, dividindo a questão 
do roteamento em várias instâncias menores, ou seja, cada concessionária possui seu próprio 
sistema autônomo, SA. Os roteadores que fazem parte do mesmo SA, trabalham com o mesmo 
algoritmo. Esses algoritmos utilizados dentro de cada sistema autônomo são chamados de 
protocolos de roteamentosintra-sistema autônomos (RODRIGUES, 2008). 
Para obter contato externo, cada sistema autônomo necessita de pelo menos um roteador 
que esteja encarregado de realizar o roteamento de pacotes para fora, ou seja, conectar um 
Cálculo de complexidade - 
O se refere à complexidade, 
sendo que nesse caso, N é 
número de nós elevado a E, 
que equivale aos links.
O
GLOSSÁRIO
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sistema autônomo a outro. Esses equipamentos são conhecidos como roteadores de borda, 
pois executam um algoritmo de roteamento externo, denominado protocolo de roteamento 
intersistemas autônomos. A Figura 6 ilustra vários sistemas autônomos conectados entre si. Nessa 
imagem os roteadores de borda estão representados em vermelho.
Figura 6: Sistemas Autônomos
Fonte Disponível em: Pag. 25 - Ascesso em 25 fev. 2019
Na sequência, vamos conhecer os principais protocolos mais utilizados no roteamento interno 
que são: RIP (Protocolo de Informação de Roteamento), OSPF (Open Shortest Path First) e EIGRP 
(Enhaced Internal Gateway Routing Protocol).
 2.4.1 RIP (PROTOCOLO DE INFORMAÇÃO DE ROTEAMENTO)
O RIP foi um dos primeiros protocolos de roteamento intra-AS. Sua origem vem da arquitetura 
XNS (Xerox Networks Systems). O RIP é um protocolo de vetor de distância e se baseia na 
transmissão física de rede para fazer trocas de roteamento rapidamente, o mesmo não foi 
originalmente desenhado para ser usado em grandes redes de longa distância (COMER, 2015).
 2.4.2 OSPF (OPEN SHORTEST PATH FIRST)
O protocolo OSPF foi concebido para satisfazer a demanda de um protocolo de roteamento 
para grandes organizações. O OSPF é um protocolo de roteamento intradomínio baseado no 
roteamento com estado dos enlaces (FOROUZAN, 2010).
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 2.4.3 EIGRP (ENHANCED INTERNAL GATEWAY ROUTING PROTOCOL)
O EIGRP (Enhanced Interior Gateway Routing Protocol) é um protocolo avançado, utiliza a 
tecnologia de roteamento do vetor de distância, desenvolvido, primeiramente, como um 
protocolo proprietário da Cisco. O conceito é que cada roteador não precisa de conhecer 
todos os relacionamentos do roteador/link para toda a rede. Cada roteador anuncia destinos 
com uma distância correspondente. Cada roteador que ouve as informações ajusta a distância 
e a propaga para os roteadores vizinhos (CISCO, 2016).
3. PROTOCOLO IP (INTERNET PROTOCOL)
O elemento que faz com que a Internet pareça um único sistema de comunicação integrada 
é o protocolo da camada de rede, IP (Internet Protocol). Contrariamente a maioria dos 
protocolos da camada de rede, principalmente os mais antigos, o protocolo IP foi projetado 
desde o início tendo como objetivo principal a interligação das redes. O protocolo IP oferece 
às camadas superiores do modelo OSI serviços como, por exemplo, interconexão, roteamento, 
endereçamento, fragmentação e encapsulamento.
O protocolo IP é um dos protocolos base da arquitetura Internet juntamente com os protocolos 
TCP (Transmission Control Protocol) e UDP(User Datagram Protocol), os quais veremos com mais 
detalhes nas próximas aulas. Vários serviços como, por exemplo, navegação web, envio de 
e-mails, transferência de arquivos, entre outros, utilizam o protocolo IP como suporte para a 
execução e implementação dos mesmos.
Segundo Forouzan (2010), o protocolo IP fornece serviços não confiáveis de entrega de 
datagrama sem o uso de conexões virtuais. Ele foi projetado dessa forma para utilizar 
os recursos da rede de modo mais eficiente. Além disso, existem três funções principais 
desempenhadas pelo protocolo IP: a fragmentação, o roteamento e o endereçamento lógico. 
A fragmentação se trata da divisão de uma determinada mensagem em porções menores. 
Cada parte do resultado dessa divisão recebe o nome de datagrama, que será transmitido 
como um frame pela camada de enlace. O roteamento, como já vimos nesta Aula, é a escolha 
do melhor caminho para que um datagrama consiga percorrer da sua origem até chegar ao 
Para conhecer o funcionamento do protocolos intra-AS, recomendo a leitura das 
seguintes seções: 14.3.2 de Comer (2016) e 26.12 de Comer (2015); 9.2.7 de Mendes 
(2015); 4.6.1 Kurose e Ross (2013). 
Também sugiro a leitura do artigo Introdução ao EIGRP, clicando aqui. 
saiba mais!
https://www.cisco.com/c/pt_br/support/docs/ip/enhanced-interior-gateway-routing-protocol-eigrp/13669-1.pdf
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seu destino.
O endereçamento lógico, por sua vez, é responsável por fornecer a cada datagrama um 
endereço que determina sua origem e um outro endereço que determina seu destino. Existem 
duas versões do protocolo IP: a primeira delas é a versão IPv4 definida pela a RFC 791 e a outra, 
a versão IPv6 definida pelas RFC 2373 e RFC 2460.
O endereço IPv4 contém 32 bits no campo de endereçamento, dividido em quarto grupo de 
8 bits, que recebem o nome de octetos, ou seja, quatro números que vão de 0 a 255. Portanto, 
a versão IPv4 contém quatro bilhões de endereços, aproximadamente. Já a versão IPv6, por 
possuir 128 bits no campo de endereço, isso possibilita a inclusão na Internet de trilhões de 
dispositivos na Internet. O número 200.131.40.132 é um exemplo endereço de IPv4 válido.
Existem duas formas de representar IPv4, através da notação binária e a notação decimal 
pontuada. Na notação binária o endereço IPv4 é exibido como 32 bits, onde cada octeto 
é geralmente conhecido como um byte, na qual são separados por espaço. A seguir, temos 
um exemplo de notação binária 10010101 00011100 00001001 00010100. Já a notação decimal 
pontuada, o endereço IPv4 são escritos na forma decimal, onde os bytes são separados por 
ponto. O número 200.131.40.132 é um exemplo de notação decimal.
Um endereço IPv4 define de forma única e universal a conexão de um dispositivo à Internet, ou 
seja, cada endereço define somente uma conexão com a Internet. Dois dispositivos na Internet 
jamais podem ter o mesmo endereço ao mesmo tempo (FOROUZAN, 2010). 
 3.1 CLASSES 
Quando foi criado, o protocolo IPv4, foi classificado em 5 classes, sendo elas: A, B, C, D e E.
Após essa classificação, cada classe recebeu uma máscara que também é composta por 
um número de 32 bits, obedecendo a tecnologia CIDR (Classless InterDomain Routing). Essa 
tecnologia determina que parte do endereço IP é correspondente a identificação da rede, 
Os RFC’s (Request for Comments), são documentos técnicos desenvolvidos e mantidos 
pelo IETF (Internet Engineering Task Force). A IETF é uma grande comunidade internacional 
aberta, constituída de vários profissionais da área da computação, preocupados com 
a evolução da arquitetura da Internet e com o bom funcionamento da mesma. Além 
disso, o órgão é o responsável por especificar os padrões que serão implementados e 
utilizados por sistemas de comunicação. Para saber mais sobre o RFC’s e acessar um 
repositório de documento sobre diversas RFCs, clique aqui. 
saiba mais!
https://tools.ietf.org/rfc/index
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denominado de NETID e na qual parte é responsável pela identificação de um host dentro 
daquela rede, chamado de HOSTID.
Diferentemente do endereço IP que é formado por valores entre 0 e 255, a máscara é 
normalmente formada por apenas dois valores: 0 e 255 como, por exemplo, em 255.255.0.0 ou 
255.0.0.0, onde o valor 255 indica a parte do endereço IP referente à rede, NETID, já o valor 0 
indica a parte do endereço IP referente ao host, HOSTID.
Assim, as classes determinam quantos bits de um endereço IP são usados para identificar a 
rede e quantos são usados para codificar a máquina. As classes são indicadas por: Classe 
A, Classe B, Classe C, Classe D e Classe E. A Figura 7 mostra a representação das classes de 
endereços IPv4 na notação binária e decimal.
Figura 7: Classes de endereçosIPv4
Fonte: FOROUZAN (2010).
Por várias décadas, os endereços IP foram divididos e classificadas em cinco categorias 
conforme listadas na Figura 8. Esse conceito foi denominado de endereçamento com classes. 
Embora não seja mais usada, ainda são comuns referências a essa alocação na literatura 
(TANENBAUM, 2003; FOROUZAN, 2010).
Figura 8: Formatos de endereços IP
Fonte: TANENBAUM (2003).
Na versão IPv4, dentro de cada uma das classes, alguns endereços são reservados. Na classe A 
toda a rede 127.0.0.0 com máscara 255.0.0.0 é reservada para utilização em endereços locais 
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na mesma máquina. Já os endereços das redes 10.0.0.0 com máscara 255.0.0.0, 172.16.0.0 com 
máscara 255.255.0.0 e 192.168.0.0 com máscara 255.255.255.0 são reservados para a utilização 
em redes privadas. Assim, qualquer endereço pertencente a uma dessas faixas não podem ser 
utilizados na Internet. 
É importante dizer que ao contrário do MAC que é endereçamento físico, o endereço IP é 
configurado via software, além do mais pode ser alterado pelo usuário ou administrador da 
rede. 
 3.2 SUB-REDES
Segundo Tanenbaum e Wetherall (2011), todos os hosts de uma rede devem ter o mesmo 
número de rede. Essa propriedade do endereçamento IP poderá causar problemas à medida 
que as redes crescem. A solução desse problema é a subdivisão da rede em rede menores, 
ou seja, dividir uma rede em diversas partes para uso interno, por outro lado, externamente 
continue funcionando como uma única rede. Na literatura sobre Internet, essa divisão ou as 
partes das redes são denominadas de sub-redes.
A subdivisão de uma rede de grande porte em redes menores, além de resultar na redução do 
tráfego, torna a administração da rede mais simples e melhora a performance de rede.
Para conhecer mais sobre o endereçamento IPv4 e as classes de endereços IPv4, 
recomendo a leitura da seção 5.6.2 de TANENBAUM (2003) e 8.1.1 de MENDES (2015).
saiba mais!
Após essa aula, você é capaz de definir os principais conceitos sobre a 
camada de rede e suas principais funções? Consegue relacionar e aplicar 
os conceitos nas práticas do cotidiano? Caso você consiga responder a 
essas questões, parabéns! Você atingiu os objetivos específicos da Aula 
4! Caso tenha dificuldades para responder algumas delas, aproveite para 
reler o conteúdo da aula, acessar o UNIARAXÁ Virtual e interagir com seus 
colegas, tutor (a) e professor (a). Você não está sozinho nessa caminhada! 
Conte conosco!
aUTOaVALIAÇÃO
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RECAPITULANDO
Nesta Aula conhecemos os principais conceitos sobre a camada rede, assim como os serviços 
e funções. Além do mais, conhecemos os protocolos de roteamento como, por exemplo, o IP 
que desempenha um papel importantíssimo na rede mundial de computadores, a Internet.
VIDEOAULA
Após a leitura e o estudo do seu livro-texto, chegou o momento de 
complementar seu conhecimento. Vá até seu Ambiente Virtual 
de Aprendizagem e acesse a Videoaula referente à Aula.
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CRÉDITOS
Figura 01 - O ambiente dos protocolos da camada de rede
Fonte TANENBAUM; WETHERALL (2011)
Figura 02 - Roteamento em uma sub-rede de datagramas
Fonte TANENBAUM (2003)
Figura 03 - Roteamento em uma sub-rede de circuitos virtuais
Fonte TANENBAUM (2003)
Figura 04 - Diagrama duas sub-redes
Fonte Adaptado de TANENBAUM (2003)
Figura 05 - Esquema de organização Semi-hierárquica
Fonte TANENBAUM (2003)
Figura 06 - Sistemas Autônomos
Fonte Disponível em: <https://bit.ly/2Emg0qa>Acesso em 03 de dez. 2018.
Figura 07 - Classes de endereços IPv4
Fonte FOROUZAN (2010)
Figura 08 - Formatos de endereços IP
Fonte TANENBAUM (2003)
LISTA DE FIGURAS
https://bit.ly/2Emg0qa
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REFERÊNCIAS
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BALTAZAN, P. Tecnologia Orientada para Gestão. Porto Alegre: AMGH Editora LTDA, 
2016.
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MORIMOTO, C. E. Padrões Ethernet, parte 1: 10 e 100 megabits. Disponível em: http://
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