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1ª FASE OAB DIREITO TRIBUTÁRIO PROF. ME. FRANCISCO MEDINA Assuntos mais cobrados no exame de ordem em Direito Tributário 1ª fase Ordem das matérias a serem abordadas (1ª parte): 1. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 2. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 3. LANÇAMENTO 4. CRÉDITO TRIBUTÁRIO 5. SUSPENSÃO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 6. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 7. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Obrigação tributária Linha do tempo HI FG OT - Vínculo OT - Relação Jurídica - Parte - Dar - Fazer - Não Fazer - Tolerar Espécies de Obrigação Tributária OBRIGAÇÃO PRINCIPAL OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Art. 113, §1, art. 114, CTN Art. 113 §2 e 3, art. 115 CTN Objeto: pagamento de tributo ou multa (patrimonial) Objeto: prestações positivas ou negativas de interesse da arrecadação ou fiscalização, despido de patrimonialidade. Obrigação de DAR Obrigação de FAZER, EX.: EMITIR NF (FAZER); NÃO FAZER (RECEBER MERC. SEM NF) E TOLERAR (SER FISCALIZADO) Sempre definido em LEI TRIBUTÁRIA art. 97, CTN Definido em LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA (lei em sentido amplo, como uma portaria. ART. 96, CTN 2019 Banca: FUNDATEC Órgão: OAB Prova: AUDITOR TRIBUTARIO Em relação às definições legais sobre a obrigação tributária – principal ou acessória –, analise as assertivas abaixo e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas. ( )A obrigação acessória decorre da legislação tributária. ( )A obrigação acessória extingue-se juntamente com o crédito tributário a ela relacionado. ( )A obrigação acessória tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. ( )A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: A) F – V – F – V. B) F – V – V – F. C) V – F – F – V. D) V – F – V – F. E) V – V – F – V. Resposta Letra: C Sujeitos da Obrigação Tributária 1. SUJEIÇÃO ATIVA: Conceito: CTN Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA X CAPACIDADE TRIBUTÁRIA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA INSTITUIR Função: INDELEGÁVEL Ex.: Entes tributantes. CAPACIDADE TRIBUTÁRIA FISCALIZAR e COBRAR Função: DELEGÁVEL Ex.: Autarquia e Fundação. Sujeitos da Obrigação Tributária 2. SUJEIÇÃO PASSIVA: Conceito: são os entes devedores, quer do tributo, quer da multa (penalidade pecuniária). (art. 121, CTN) Qualquer pessoa colocada por lei na qualidade de devedora da prestação tributária, será sujeito passivo, pouco importando o nome que seja atribuído ou a sua situação de contribuinte ou responsável. Ou seja, a pessoa natural ou jurídica obrigada a seu cumprimento. Sujeitos da Obrigação Tributária CTN - Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. (DAR OU PAGAR) O sujeito passivo da obrigação principal pode ser: • I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; Quem efetivamente realiza o fato gerador. (SUJEITO PASSIVO DIRETO) Sujeitos da Obrigação Tributária • II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. (SUJEITO PASSIVO INDIRETO) 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: Exame de Ordem Unificado - XVIII - Primeira Fase A União instituiu determinado tributo federal e conferiu a uma autarquia as tarefas de fiscalizá-lo e arrecadá-lo. Tendo em vista a situação narrada, assinale a opção correta. a) A capacidade tributária ativa (realizar atos de fiscalização e arrecadação) é delegável. b) Trata-se de caso de delegação da competência tributária da União. c) Não é possível que a União revogue, a qualquer tempo e por ato unilateral, a atribuição que conferiu a tal autarquia. d) Em eventual discussão judicial proposta por um contribuinte do tributo, a autarquia não terá prazo em dobro para recorrer. Resposta Letra: A Aplicada em: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: Exame de Ordem Unificado - XXIV - Primeira Fase João e Maria celebraram entre si contrato de locação, sendo João o locador e proprietário do imóvel. No contrato, eles estipularam que a responsabilidade pelo pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) do imóvel será de Maria, locatária. Com base nessas informações, assinale a afirmativa correta. a) O contrato será ineficaz entre as partes, pois transferiu a obrigação de pagar o imposto para pessoa não prevista em lei. b) O contrato firmado entre particulares não poderá se opor ao fisco municipal, no que tange à alteração do sujeito passivo do tributo. c) O contrato é válido e eficaz, e, por consequência dele, a responsabilidade pelo pagamento do tributo se tornará solidária, podendo o fisco municipal cobrá-lo de João e/ou de Maria. d) No caso de o fisco municipal cobrar o tributo de João, ele não poderá ajuizar ação regressiva em face de Maria. Resposta Letra: B Art. 123, CTN: Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Sujeito Passivo da Obrigação Tributária SUJEITO PASSIVO: • CONTRIBUINTE • RESPONSÁVEL •Por substituição •Por transferência: •Dos sucessores (art.129 a 133, CTN) •De terceiros (art. 134 e 135, CTN) •Por Infração (art. 136 a 138, CTN) Responsabilidade Tributária RESPONSABILIDADE PELO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 3° pessoa vinculada ao FG Responsabilidade dos Sucessores Art. 129 a 133, CTN. CONCEITO: • “Haverá responsabilidade tributária por sucessão quando uma pessoa se torna obrigada por débito tributário não satisfeito, diante de uma relação jurídica que passa de predecessor ao adquirente de direito” (Ribeiro Moraes, 1995, p. 510) Subroga Impostos Adquirente Taxas Contribuição de melhoria Hasta pública O arrematante é responsável? Responsabilidade por sucessão imobiliária O CTN, no art. 130, determina que o adquirente de um bem imóvel se torna responsável pelos tributos incidentes sobre o mesmo, salvo se na época da aquisição for obtida uma certidão negativa na repartição fiscal competente. ATENÇÃO! • O adquirente só será responsável pelos impostos, taxas, pela prestação de serviços e contribuições de melhoria, excluindo da responsabilidade as taxas cobradas pelo exercício do poder de polícia. Fonte: CLAUDIO BORBA, 2015. Responsabilidade por sucesão empresarial Art. 132 CTN • Pessoa jurídica de direito privado Resultar Fusão Transformação Responsável Incorporação pelos tributos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado Aplicada em: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: Exame de Ordem Unificado - XXV - Primeira Fase A pessoa jurídica XXX é devedora de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), além de multa de ofício e de juros moratórios (taxa Selic), relativamente ao exercício de 2014. O referido crédito tributário foi devidamente constituído por meio de lançamento de ofício, e sua exigibilidade se encontra suspensa por força de recurso administrativo. No ano de 2015, a pessoa jurídica XXX foi incorporada pela pessoa jurídica ZZZ. Sobre a responsabilidade tributária da pessoa jurídica ZZZ, no tocante ao crédito tributário constituído contra XXX, assinale a afirmativa correta. a) A incorporadora ZZZ é responsável apenas pelo pagamento da CSLL e dos juros moratórios (taxa Selic). b) A incorporadora ZZZ é integralmente responsável tanto pelo pagamento da CSLL quanto pelo pagamento da multa e dos juros moratórios. c) A incorporadora ZZZ é responsável apenas pelo tributo, uma vez que, em razão da suspensão da exigibilidade, não é responsável pelo pagamento das multas e dos demais acréscimos legais. d) A incorporadoraZZZ é responsável apenas pela CSLL e pela multa, não sendo responsável pelo pagamento dos juros moratórios. Resposta Letra: B Art. 132 CTN e Súmula 554 STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão. (Súmula 554, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2015, DJ 15/12/2015) O novo enunciado dispõe que, em casos de sucessão empresarial (cisão, fusão, incorporação, transformação ou alienação), todo o passivo tributário, incluindo-se aí as multas punitivas e moratórias, fica sob a responsabilidade da empresa sucessora. Responsabilidade no trespasse (Art. 133 CTN) Alienação do estabelecimento comercial ou fundo de comércio Quem adquire um estabelecimento comercial assume o passivo tributário da empresa Integral: se o alienante cessar a exploração do comercio, indústria ou atividade empresarial. Subsidiária: se o alienante prosseguir na exploração ou indicar dentro de 06 meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou outro ramo de comércio, indústria ou profissão. Prova: Exame de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase XYZ é um estabelecimento empresarial que foi alienado e cujo adquirente continuou a explorar a mesma atividade. Considerando que também o alienante de XYZ continuou a exercer atividade empresarial no mesmo ramo de negócio, assinale a afirmativa correta: a) O adquirente é integralmente responsável pelos tributos devidos até a data da alienação do estabelecimento, sem responsabilidade do alienante. b) O adquirente e o alienante são responsáveis, cada qual, por 50% dos tributos devidos até a data da alienação do estabelecimento. c) A responsabilidade pelos tributos devidos até a data da alienação é integralmente do alienante, sem responsabilidade do adquirente. d) Como o alienante continuou a explorar atividade empresarial, a responsabilidade do adquirente pelos tributos devidos até a data da alienação é subsidiária com o alienante. Resposta Letra: D Art. 133, CTN. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. Responsabilidade de terceiros Art. 134 CTN (Solidária) - Omissão • Pais Tributos devido pelos filhos menores • Tutores e curadores • Administradores de bens de terceiros • Inventariante pelo espólio • Síndico e comissário massa falida ou pelo concordatário • Tabeliães, escrivães e demais serventuários • Sócios liquidação de sociedade de pessoas Atos praticados por excesso de poder ou infração de lei (desconsideração da personalidade jurídica) Comportamento dos sócios Má-fé Responsabilidade por infração Art. 136 a 138 CTN - Independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. A responsabilidade por infração é uma responsabilidade pessoal e não se enquadra dentro da sujeição passiva indireta, por ser uma responsabilidade por multas aplicáveis em um liame jurídico-tributário. A regra é que seja aplicada a multa ao agente que praticou a infração. EX: Um diretor de uma empresa que pratica um ato ilícito contrário ao fisco e a pessoa jurídica para a qual trabalha, o diretor poderá ser responsabilizado pelos tributos devidos (como terceiro – art. 135 CTN) e pessoalmente pelas multas correspondentes a pratica do fato (Art. 137, III CTN). João da Silva, servidor da Administração Tributária do Município Y, recebeu propina de José Pereira, adquirente de um imóvel, para, em conluio com este, emitir uma certidão que atestava falsamente a quitação de débito do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) incidente sobre a transferência de propriedade. A certidão seria apresentada ao tabelião para lavrar-se a escritura pública de compra e venda imobiliária e para posterior registro. Considerando-se que, nesse Município, o contribuinte de ITBI é o adquirente de imóvel, assinale a afirmativa correta. A) O servidor João da Silva poderá ser responsabilizado funcional e criminalmente por esse ato, mas a dívida tributária somente poderá ser cobrada de José Pereira, o único que é parte na relação jurídico- tributária com o Município credor. B) O servidor João da Silva poderá ser responsabilizado pessoalmente pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos. C) O tabelião poderá ser o único responsabilizado pela dívida tributária e juros de mora acrescidos, por ter lavrado a escritura pública sem averiguar, junto ao Fisco Municipal, a veracidade das informações da certidão apresentada. D) Caso seja aplicada multa tributária punitiva contra José Pereira, este poderá exigir do Fisco que 50% do valor da multa seja cobrado do servidor João da Silva. Resposta Letra: B Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente: I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; Denúncia espontânea “O instituto da denúncia espontânea, confissão espontânea ou autodenúncia, prevista no art. 138, permite que o devedor compareça à repartição fiscal, opportuno tempore, a fim de noticiar a ocorrência da infração e pagar os tributos em atraso, se existirem, em um voluntário saneamento da falta.” SABBAG, p. 875 Pagamento tributo devido Responsabilidade excluída Juros de mora Denúncia espontânea Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionada com a infração. Súmula n. 360 do STJ: “O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.” Súmula n. 208 do antigo TRF: “ A simples confissão da dívida, acompanhada do seu pedido de parcelamento, não configura denúncia espontânea.” Lançamento do Crédito Tributário Conceito: É o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, identificar o seu sujeito passivo, determinar a matéria tributável e calcular ou por outra forma definir o montante do crédito tributário, aplicando, se for o caso, a penalidade cabível. Lançamento do Crédito Tributário Quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira Sendo o fato gerador praticado em moeda estrangeira aplica-se a conversão do câmbio da data do fato gerador e não da data do lançamento. Modalidades do lançamento: LANÇAMENTO DIRETO, DE OFÍCIO OU EX OFFICIO – ART. 149, I CTN LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO OU MISTO – ART. 147, CTN LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO OU AUTOLANÇAMENTO - ART. 150, CTN LANÇAMENTO DIRETO, DE OFÍCIO OU EX OFFICIO (Art. 149, I CTN) O Fisco realiza o lançamento sem a participação do contribuinte, uma vez que dispõe de todos os elementos para realizá-lo. Ex.: IPTU e IPVA. LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO OU MISTO (ART. 147 CTN) O contribuinte declara o fato gerador que realizou, o Fisco analisa, calcula o montante e posteriormente lança o tributo. Nessa modalidadehaverá uma participação mista. Ex.: ITBI e ITCD LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO OU AUTOLANÇAMENTO - ART. 150, CTN Lançamento do Crédito Tributário Revisão do lançamento: Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: I - impugnação do sujeito passivo; II - recurso de ofício; III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. BANCA: VUNESP ÓRGÃO: TJ-SP PROVA: VUNESP – TJ-SP - JUIZ O lançamento tributário: a) pode ser feito de ofício, por declaração ou homologação. b) uma vez concluído, pode ser alterado por impugnação, recurso de ofício, iniciativa da autoridade administrativa, nos casos previstos em lei. c) será convertido em moeda nacional no dia da ocorrência do fato gerador, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira. d) todas as afirmativas acima são corretas. Resposta Letra: D Crédito Tributário Conceito: é o vínculo jurídico, de natureza obrigatória, por força da qual o estado pode exigir do sujeito passivo o pagamento do tributo. O crédito tributário representa o momento de exigibilidade da relação jurídico-tributária. Seu nascimento ocorre com o lançamento tributário (art. 142 do CTN), o que nos permite defini-lo como uma obrigação tributária “lançada” ou, com maior rigor terminolo ́gico, obrigação tributária em estado ativo. Crédito Tributário Com o lançamento do CRÉDITO TRIBUTÁRIO se estabelece: (art. 142, CTN) • A ocorrência do FG • O tributo devido; • Calcular o montante; • Identificar o sujeito passivo; • Sendo o caso, determinar a penalidade cabível. Obs: Com a notificação o lançamento se presume definitivo, não podendo mais ser alterado. Logo, pode-se dizer que o crédito tributário é devidamente constituído quando notificado. Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase José está sendo executado por dívida tributária municipal não paga. Na Certidão de Dívida Ativa (CDA) que instrui a execução fiscal, constam o nome do devedor e seu domicílio; a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora; a origem e natureza do crédito, com menção do decreto municipal em que está fundado; e a data em que foi inscrito. José oferece embargos à execução, atacando a CDA, que reputa incorreta. Diante desse cenário, José: a) tem razão, pois cabe à Fazenda Pública o ônus da prova de que a CDA cumpre todos os requisitos obrigatoriamente exigidos por lei. b) tem razão, pois a CDA deve mencionar dispositivo de lei em que o crédito tributário está fundado. c) não tem razão, pois esta CDA goza de presunção iuris et de iure (absoluta) de certeza e liquidez. d)não tem razão, pois esta CDA contém todos os requisitos obrigatoriamente exigidos por lei. Resposta Letra: B Suspensão do Crédito Tributário (Art. 151 CTN) MO-DE-RE-CO-CO-PA MODALIDADES: I. MOratória (Contribuinte não está em mora) II. DEpósito do montante integral III.REclamações e recursos administrativos IV. COncessão de liminar em mandado de segurança ou em cautelar V. COncessão de tutela antecipada em outras ações VI. PArcelamento 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: Exame de Ordem Unificado - XXI - Primeira Fase A Pessoa Jurídica ABC verificou que possuía débitos de Imposto sobre a Renda (“IRPJ”) e decidiu aderir ao parcelamento por necessitar de certidão de regularidade fiscal para participar de licitação. Após regular adesão ao parcelamento e diante da inexistência de quaisquer outros débitos, a contribuinte apresentou requerimento para emissão da certidão. Com base nessas informações, o Fisco deverá: a) deferir o pedido, já que o parcelamento é causa de extinção do crédito tributário. b) indeferir o pedido, pois a certidão somente poderá ser emitida após o pagamento integral do tributo em atraso. c) deferir o pedido, já que o parcelamento é causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. d) deferir o pedido, já que o parcelamento é causa de exclusão do crédito tributário. Resposta Letra: C Art. 151, VI, CTN Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: VI – o parcelamento. Art. 205 e 206, CTN Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido. Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na repartição. Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa. 2014 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: Exame de Ordem Unificado - XV - Tipo 1 - Branca O Fisco do estado “X” lavrou auto de infração contra a pessoa jurídica “Y” para cobrar ICMS sobre a remessa de mercadorias entre a matriz e a filial dessa empresa, ambas localizadas no referido estado. A empresa “Y” impetrou, então, mandado de segurança objetivando ver reconhecido seu direito líquido e certo ao não recolhimento do ICMS naquela operação. Pleiteou também medida liminar. Assinale a opção que pode, validamente, ser objeto do pedido de liminar formulado pela pessoa jurídica Y. a) Extinção do crédito tributário. b) Exclusão de crédito tributário. c) Constituição do crédito tributário. d) Suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Resposta Letra: D Art. 150, CTN Uma sociedade empresária em recuperação judicial requereu, perante a Secretaria Estadual de Fazenda do Estado X, o parcelamento de suas dívidas tributárias estaduais. O Estado X dispunha de uma lei geral de parcelamento tributário, mas não de uma lei específica para parcelamento de débitos tributários de devedor em recuperação judicial. Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta. A) O parcelamento não pode ser concedido caso inexista lei específica estadual que disponha sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. B) O prazo de parcelamento a ser concedido ao devedor em recuperação judicial quanto a tais débitos para com o Estado X não pode ser inferior ao concedido por lei federal específica de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. C) O parcelamento do crédito tributário exclui a incidência de juros, em regra, no caso de devedor em recuperação judicial. D) O parcelamento do crédito tributário exclui a incidência de multas, em regra, no caso de devedor em recuperação judicial. Resposta Letra: B Exclusão do Crédito Tributário Art. 175. Excluem o crédito tributário: I - a isenção; II - a anistia. Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente. Extinção do Crédito Tributário Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão; V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; . Remissão (Art. 172 do CTN) DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO (arts. 173 e 174 do CTN) Extinção do Crédito Tributário Art. 156. Extinguem o crédito tributário: VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação em pagamentoem bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. . 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: Exame de Ordem Unificado - XXII - Primeira Fase A Agência Nacional do Petróleo – ANP, no exercício do poder de polícia, promoveu diligência, no dia 05/01/2010, junto à sociedade Petrolineous S/A, que culminou na autuação desta por fatos ocorridos naquela mesma data. Encerrado o processo administrativo, foi aplicada multa nos limites estabelecidos na lei de regência. O respectivo crédito não tributário resultou definitivamente constituído em 19/01/2011, e, em 15/10/2015, foi ajuizada a pertinente execução fiscal. Com base na situação hipotética descrita, acerca da prescrição no Direito Administrativo, assinale a afirmativa correta. a) Operou-se a prescrição para a execução do crédito, considerando o lapso de cinco anos transcorrido entre a data da autuação e a do ajuizamento da ação. b) Não se operou a prescrição para a execução do crédito, que pode ser cobrado pela administração federal a qualquer tempo. c) Operou-se a prescrição para a execução do crédito, considerando o lapso de três anos decorrido entre a data de sua constituição definitiva e a do ajuizamento da ação. d) Não se operou a prescrição para a execução do crédito, considerando o lapso de cinco anos entre a data de sua constituição definitiva e a do ajuizamento da ação. Resposta Letra: D Lei nº 9.873/99 - Estabelece prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva pela Administração Pública Federal, direta e indireta, e dá outras providências. Art. 1o-A. Constituído definitivamente o crédito não tributário, após o término regular do processo administrativo, prescreve em 5 (cinco) anos a ação de execução da administração pública federal relativa a crédito decorrente da aplicação de multa por infração à legislação em vigor. Em relação ao crédito tributário: CTN, Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: Exame de Ordem Unificado - XVI - Primeira Fase Determinado contribuinte verificou a existência de débitos vencidos de Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e da taxa de coleta de lixo com o Município M. Os dois tributos são relativos ao ano-calendário de 2012 e se referem ao imóvel onde reside. O contribuinte pagou ao Município M montante insuficiente para a quitação de ambos os tributos. Diante de tais débitos, a autoridade administrativa municipal que recebeu o pagamento: a) determinará, primeiramente, a imputação do pagamento à taxa e, posteriormente, ao imposto. b) determinará o pagamento na ordem decrescente dos prazos prescricionais. c) determinará o pagamento na ordem crescente dos montantes. d) determinará, primeiramente, a imputação do pagamento ao imposto e, posteriormente à taxa. Resposta Letra: A Art. 163. CTN - Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas: I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária; II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; IV - na ordem decrescente dos montantes. Art. 174. CTN - A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. BOA SORTE! Instagram: prof_fcomedina