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CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO QUADRO RESUMO – REVISÃO PARA AVALIAÇÃO OFICIAL DO PRIMEIRO BIMESTRE Alexandre Alves O quadro abaixo contém os principais conceitos e tópicos trabalhados entre das aulas 01 e 04. Utilize-o como ferramenta de estudo e revisão para a Avaliação Oficial do Primeiro Bimestre. Através do resumo de cada tópico, será possível responder todas as questões abordadas na prova. Além disso, caso deseje se aprofundar, consulte o resumo de cada aula. Conceito / Tópico Descrição / Comentário Aula 01 – Conceito de Empreendedorismo Apesar de parecer algo simples, conceituar “Empreendedorismo” não é uma tarefa fácil, uma vez que existem diversos autores, abordagens distintas, perspectivas e definições. Grosso modo podemos dizer que, empreendedorismo é uma ação dinâmica de indivíduos ou grupos de indivíduos motivados, que enxergam uma oportunidade no mercado, transformando os recursos disponíveis em produtos e/ou serviços capazes de entregar um valor superior para os clientes. (ALMEIDA e ALEIXO. 2020) Nessa abordagem, os empreendedores que podem ser desde uma única pessoa, um grupo ou outra empresa, conseguem visualizar uma oportunidade no mercado. Essa oportunidade, por sua vez, pode ser desde lançar um produto ou serviço novo como melhorar de alguma forma um existente. O importante, nesse caso, é a entrega de um “valor” que seja superior ao existente para seus clientes. Aula 01 – Destruição Criativa (Schumpeter) Joseph Schumpeter conceituou Destruição Criativa como sendo um processo normal no capitalismo, quando empreendedores criam produtos/processos/serviços que causam uma alteração nos hábitos de consumo da população, “destruindo” um produto velho em detrimento de um novo. Tal processo pode ser muito danoso para algumas empresas/segmentos. Um exemplo claro foi o surgimento da internet e plataformas de streaming que colocaram fim as videolocadoras. Outro caso é a lâmpada e a eletricidade que reduziram muito a procura por velas, candelabros e lamparinas. Os empreendedores costumam destruir atributos e processos ultrapassados de forma a originar novos produtos e/ou serviços de qualidade. Esse processo é definido como destruição criativa ou inovação disruptiva. (DORNELAS, 2019) Esse conceito fica muito evidente quando pegamos alguns cases de sucesso. Por exemplo, hoje é muito mais comum assistir filmes e séries em plataformas de streaming como Netflix e Amazon Prime Video do que alugar fitas ou DVDs em locadoras. Aula 01 – Perfil Empreendedor Segundo Idalberto Chiavenato em seu livro “Empreendedorismo: Dando Asas ao Espírito Empreendedor” identifica três características básicas primordiais do que ele chama de espírito empreendedor: Necessidade de realização, Disposição para assumir riscos e Autoconfiança. (CHIAVENATO. 2007 p. 8, 9 e 10) A necessidade de realização é a primeira característica identificada por Chiavenato. Para ele, as pessoas possuem diferentes necessidades de realização, algumas são mais baixas, outras, no entanto, são bastante altas. Geralmente os empreendedores são pessoas com alta necessidade de realização, por isso, fazem questão de estar a frente de negócios e empreendimentos, tomando CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO QUADRO RESUMO – REVISÃO PARA AVALIAÇÃO OFICIAL DO PRIMEIRO BIMESTRE Alexandre Alves as decisões e guiando seu grupo. São indivíduos interessados em fazer a diferença e se destacar. Comumente são pessoas ambiciosas. Essa característica pode aparecer, inclusive, em executivos de sucesso que alcançam altos cargos em organizações de terceiro. Existem casos de empreendedores que não possuem um negócio. Nas aulas mais adiante, trataremos melhor desses casos. A segunda característica é a disposição para assumir riscos. A propensão a assumir riscos para os empreendedores é sempre limitada. Explicando melhor, os empreendedores estão dispostos a assumir riscos para levar suas ideias adiante, contudo, esse risco só é aceito até o ponto em que podem exercer um certo grau de controle. É diferente de apostas em jogos de azar por exemplo, uma vez que o resultado independe do jogador, já que está associado apenas na sorte. Os riscos envolvidos para os empreendedores podem ser financeiros (associado ao capital aplicado inicialmente), familiares (relacionado ao envolvimento da família no negócio), psicológico (ligado ao fato da possibilidade de fracassar), além de outros riscos associado a saída de empregos e carreiras estáveis para poder empreender etc. Por fim, a terceira e última característica identificada é a autoconfiança. Como se sabe, empreender é assumir riscos e isso acarreta a disposição em enfrentar uma série de problemas. Para enfrentá-los é necessário apresentar um elevado grau de autoconfiança. Portanto, empreendedores são pessoas autoconfiantes que, geralmente, acreditam que a solução dos problemas e a obtenção de sucesso está associado apenas ao seu esforço e tempo dispendidos na solução dos desafios que aparecem. Não confundam a autoconfiança com a sensação de onipotência. Empreendedores não são pessoas que sabem de tudo e capazes de resolver quaisquer problemas. Muitas vezes é necessário envolver terceiros mais bem preparados para melhor superação das demandas. Aula 01 – Panorama do Empreendedorismo Quando se fala em empreendedorismo é de grande relevância analisar as práticas empreendedoras estadunidense. Isso porque, é nos Estados Unidos da América (EUA) que se desenvolvem o maior número de iniciativas empreendedoras. Uma boa resposta para isso pode estar no fato de as bases conceituais e metodológicas do empreendedorismo serem ensinadas, aplicadas e desenvolvidas no currículo escolar norte americano, desde a infância. Dado esse fato, estima-se que pelo menos metade dos estadunidenses irão trabalhar em seus próprios negócios em algum momento de suas vidas. (ALMEIDA e ALEIXO. 2020) Além disso, são dados importantes: as pequenas empresas norte americanas representam 99,7% de todos os empreendimentos no país e correspondem a 97% das exportadoras; existem cerca de 27,8 milhões de pequenas empresas no país com menos de 500 funcionárias; 55 milhões de pessoas trabalham em pequenos negócios; as empresas pequenas contratam 43% de todos os trabalhadores de alta tecnologia. (LONGENECKER et al., 2018, p.3) No Brasil, alguns fatores foram fundamentais para a expansão da atividade empreendedora a partir dos anos 1990. A primeira delas foi o Plano Real que trouxe uma estabilidade para a moeda e economia brasileira. Outro fator importante foi a abertura do comércio exterior para uma maior gama de países, evento ocorrido de forma mais intensa a partir do Governo Lula (2003-2011). Esse fator contribui para o empreendedorismo na medida que possibilita novas relações comerciais e mais CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO QUADRO RESUMO – REVISÃO PARA AVALIAÇÃO OFICIAL DO PRIMEIRO BIMESTRE Alexandre Alves estabilidade econômica, já que os parceiros comerciais são mais diversificados. Até então, o parceiro bastante preponderante era os Estados Unidos da América. Um fator de extrema importância que foi fundamental para que a atividade empreendedora no Brasil ganhasse propulsão foi a criação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. O Sebrae é um dos órgãos mais conhecidos do empresariado brasileiro, sua função é atuar com suporte e consultoria promovendo a profissionalização dos empreendedores nacionais, além de agir diretamente quando solicitado para auxiliar na resolução de problemas. Aula 01 – Importância do Empreendedorismo A criação de negócios novos traz uma série de benefícios sociais, inicialmente podemos mencionar a criação de novos postos de trabalho, aumento da atividade econômica, o consequente aumento da arrecadação de tributos para o governoe o fomento ao mercado consumidor. Além disso, é através da atividade empreendedora e da já estudada Destruição Criativa que surgem as inovações tecnológicas que em muito ajudam a vida das pessoas. Portanto, uma outra vertente de benefícios está relacionada à qualidade de vida dos consumidores, uma vez que passam a ter acesso a bens e serviço de maior qualidade. Recentemente, organismos internacionais passaram a enxergar no empreendedorismo uma possibilidade de superação da pobreza e desigualdade social em países pobres e/ou em desenvolvimento. Isso porque, como vimos, a atividade empreendedora é crucial para a propulsão da economia de um país. Aula 02 – Empreendedorismo como Processo O empreendedorismo passou a ser visto recentemente não mais como um evento único e pontual em uma linha do tempo, mas sim como um processo caracterizado por uma série de fases que, não necessariamente, ocorrem em uma sequência linear. Na verdade, as fases do chamado Processo Empreendedor ocorrem de forma não-sequenciada e de forma concomitante. Isto quer dizer que as fases do processo podem ocorrer de forma aleatória, não seguindo uma sequência. Claro que essa ordem aleatória segue uma mínima racionalidade. A constituição de um negócio não ocorre antes do reconhecimento de uma oportunidade ou ideia do empreendedor. De forma concomitante quer dizer que uma fase pode ocorrer ao mesmo tempo em que outra fase ocorre. Segundo Baron e Shane (2007, p. 16) as fases do processo empreendedor são: 01 Geração de uma ideia para uma nova empresa e/ou reconhecimento de uma oportunidade. 02 Reunião dos recursos necessários para desenvolver a oportunidade. 03 Lançamento do novo empreendimento. 04 administrando o novo empreendimento. 05 Colhendo as recompensas. Contudo, é possível incluir dois itens no modelo de Baron e Shane, ambos entre as fases 01 e 02 do Processo. Esses itens são: A Decisão de prosseguir e a Elaboração do Plano de Negócios. Aula 02 – Intraempreendedorismo ou Empreendedorismo Corporativo “Empreendedorismo corporativo é o processo pelo qual um indivíduo ou um grupo de indivíduos, associados a uma organização existente, criam uma nova organização ou instigam a renovação ou inovação dentro da organização existente”. (DORNELAS, 2008), como se vê, o empreendedorismo praticado dentro das organizações já estabelecidas recebe o nome de CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO QUADRO RESUMO – REVISÃO PARA AVALIAÇÃO OFICIAL DO PRIMEIRO BIMESTRE Alexandre Alves empreendedorismo corporativo, a inovação pode ser desenvolvida e os conceitos de empreendedorismo são aplicados internamente.” (CARELI et al, 2013, p. 3) As características mais comuns do intraempreendedor ou empreendedor corporativo são: Visão sistêmica, isto quer dizer que o colaborador consegue enxergar a empresa como um todo e não apenas o seu setor ou função. Espírito inovador e ousadia. Criatividade. Foco, comunicação eficaz. Bom relacionamento interpessoal. Espírito de liderança e, por fim, flexibilidade. O Gmail, serviço de mensagens eletrônicas do gigante Google, o botão “curtir” da rede social Facebook que permite aos usuários reagir às publicações foram casos de produtos/serviços originados em processo internos de incentivos ao empreendedorismo corporativo. Aula 02 – Empreendedorismo Social “O empreendedor social busca hoje implantar nas comunidades medidas sustentáveis para que seja possível conciliar os avanços tecnológicos e outros progressos com um meio ambiente saudável e boas condições de vida para todos. A proposta é simples: utilizar técnicas de gestão, inovação, criatividade, sustentabilidade e outras com o propósito de maximizar o capital de uma comunidade, bairro, cidade ou país. É uma área de grande importância para o meio ambiente e para a sociedade que defende a ideia de um mundo mais sustentável. O empreendedorismo social já é uma realidade no Brasil e no mundo e os diferentes modelos de negócios desenvolvidos por empreendedores estão quebrando muitos paradigmas, contribuindo para transformar realidades.” (SEBRAE, 2017) De acordo com Melo Neto e Froes (2002), nem todos os indivíduos com perfil empreendedor, possuem perfil para atuar como empreendedores sociais. Os candidatos a gerir esse tipo de negócios precisam conhecer muito bem o problema que desejam combater e a público-alvo que vão atender. Nesse sentido, é muito interessante que esse empreendedor tenha como características a boa capacidade em ouvir e conversar. Isso é fundamental na compreensão do seu “cliente”. Outra habilidade fundamental é a empatia, o gestor precisa se imaginar/colocar no lugar do outro para compreender aquela realidade e buscar formas de solucionar aquele problema. Um exemplo de Empreendimento Social é o Instituto Chapada, segundo o Sebrae (2017) o Instituto é uma “Iniciativa que tem como mentora e principal líder a pedagoga Cybele Oliveira, é uma organização focada em ajudar a melhorar a qualidade da educação pública.” A instituição apoia a formação continuada de professores e gestores escolares, além do apoio a crianças e formação de redes de colaboração visando melhorar a educação pública. Aula 02 – Empreendedorismo Virtual Recentemente observamos um importante avanço tecnológico que é a internet, além disso, em pouco tempo, o número de usuários da web cresceu significativamente. Hoje em dia, a grande maioria da população tem acesso à internet, pelo menos via celular. A presença da rede mundial causou um forte impactos nas relações humanas, no conhecimento e educação, na própria sociedade e claro, no mercado de uma forma geral e no empreendedorismo. Dornelas (2018) vê a internet como um imenso CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO QUADRO RESUMO – REVISÃO PARA AVALIAÇÃO OFICIAL DO PRIMEIRO BIMESTRE Alexandre Alves celeiro de oportunidades e é nesse cenário bastante promissor que surge o empreendedorismo virtual entendido como ações empreendedores que desenvolvem suas atividades de forma integral ou parcial utilizando alguma plataforma virtual na internet. Os chamados empreendedores virtuais são pessoas que possuem características um pouco diferentes dos empreendedores tradicionais, isso porque alguns itens como ponto comercial e localização passa a ter importância secundária, uma vez que a internet aproxima as pessoas de uma forma nunca vista. Nesse sentido, confiabilidade, veracidade das informações, dados satisfatórios sobre o produto/serviço são itens mais procurados pelos consumidores virtuais. Os empreendedores digitais devem saber identificar oportunidades no meio virtual, conhecer muito bem seu público-alvo e estar sempre buscando a inovação. Isso porque, as mudanças na internet ocorrem de forma muito mais rápida do que era antigamente. Aula 02 – Empreendedorismo Verde O panorama ambiental da atualidade revela que o modelo passado e o modelo atual de exploração e produção são praticamente incompatíveis com a correta conservação do meio ambiente. Além disso, a conservação da natureza é fundamental para a própria preservação da humanidade, uma vez que dependemos dela para continuar a existir. Nesse contexto, se faz necessário pensar em formas de alternativas de utilização de recursos. É nesse cenário que surge o chamado eco empreendedorismo, entendido como o empreendimento que busca uma oportunidade no mercado para explorá-la e a partir disso gerar lucro, mas que também tenha responsabilidade ambiental, com benefícios para o meio ambiente e para a sociedade. É um segmento de mercado que busca atuar em produtos ou serviços que de alguma forma auxiliem na solução dos problemas ambientais. “O ecoempreendedorismo pode promover o surgimento de uma cultura empreendedora e criar um ambiente favorável à implementação de um programa de ecoempresas” (ALBUQUERQUE, 2009, pág. 275) Aula 02 – Startups e FintechsStartups são negócios repetíveis e escaláveis. Repetíveis pois o mesmo produto/serviço será vendido para todo a base de cliente, dessa forma não pode haver consultoria ou personalização conforme o cliente individual. Escaláveis no sentido que, conforme o número de consumidores aumenta, os recursos não são consumidos na mesma proporção. Por exemplo, o WhatsApp possui 10 milhões de usuários hoje (dado fictício para ser usado como exemplo), se amanhã o número de usuários subir para 20 milhões, a empresa não precisa dobrar a sua cadeia produtiva para atender essa demanda. Além disso, o aplicativo é basicamente o mesmo e não pode ser personalizado conforme o desejo do usuário. Portanto, é um negócio repetível e escalável. (SEBRAE, 2019) Fintech é uma palavra originada da conjugação de dois outros vocábulos da língua inglesa, “financial” e “technology”. Contudo, o conceito vai muito além de tecnologia financeira. São empresas que atuam no ramo financeiro, geralmente startups, que através do meio digital conseguem oferecer serviços que usualmente não eram ofertados de maneira virtual CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO QUADRO RESUMO – REVISÃO PARA AVALIAÇÃO OFICIAL DO PRIMEIRO BIMESTRE Alexandre Alves Aula 03 – O Conceito de Ideia Antes, no entanto, é importante conceituar o tema central dessa aula “ideia”. Segundo o dicionário Michaelis, ideia é “Objeto imediato do pensamento, conceito ou noção que temos sobre algo, que pode ser concreto ou abstrato” ou “Criação ou descoberta de algo concreto ou abstrato”. Por sua vez, o dicionário Caldas Aulete conceitua ideia como “Representação de algo pelo pensamento. Conhecimento, noção. Imaginação, invenção”. Para fins dessa disciplina, podemos entender ideia, segundo a definição apresentada no dicionário Michaelis. Portanto, ideia é Objeto imediato do pensamento, conceito ou noção que temos sobre algo, que pode ser concreto ou abstrato. (MICHAELIS, 2022) Segundo Drucker (2017, p.58) as ideias nascem imaturas, inicialmente sem forma. Por isso, é necessário trabalhar e aprofundar a ideia para saber se ela se mostrará consistente e poderá ser convertida em uma proposta realmente inovadora. Por fim, é preciso destacar que nem todas as ideias ou reconhecimentos de oportunidade no empreendedorismo é algo gigantesco que desembocará no surgimento de um novo Nubank ou de uma nova Netflix. Por vezes, a ideia ou reconhecimento de oportunidade é verificar que um determinado bairro de uma grande cidade é carente de serviços de padaria ou que em uma determinada cidade do interior falta um serviço de farmácia. Aula 03 – Processo de Geração de Ideias O processo de geração de ideias é algo bem relativo e varia muito de pessoa para pessoa e de situação para situação, no entanto, algumas observações são válidas em praticamente todos os casos. Com base nessa afirmação, não trataremos aqui de um processo infalível que leva ao surgimento de uma ideia perfeita, pelo contrário, trataremos do processo como algo amplo e pessoal. Primeiramente, ideias não surgem do nada de forma transcendental como muitos pensam. Isso fica evidente, uma vez que é praticamente impossível que alguém tenha uma ideia essencialmente inovadora em uma área na qual não possua conhecimento. Dessa forma, o conhecimento é algo muito importante no surgimento de novas ideias promissoras. Conhecer bem um processo ou um produto é algo muito importante para que ele possa melhorado e um novo produto ou serviço lançado no mercado. O conhecimento é fundamental para geração de ideias, contudo existem diversas fontes nas quais empreendedores podem buscar inspirações para novas ideias ou reconhecimento de oportunidades no mercado. São elas: outras pessoas ou outros empreendedores, casos de empresas de sucesso, casos de negócios fracassados, publicações especializadas na área na qual se deseja atuar, empresas do setor, pesquisa e desenvolvimento, consultores especializados, feiras e congressos, órgãos de apoio ao empreendedorismo etc. Através dessas fontes, os empreendedores podem se basear em algo para potencializar a geração de ideias ou o reconhecimento de oportunidades. Aula 03 – Fatores Potencializadores de Geração de Ideias 1. DIVERSIDADE. Esse fator é extremamente importante, uma vez que diversidade de pessoas, com diferentes formas de pensar, filosofias de vida, religião, hábitos e costumes tem uma visão mais ampla da sociedade e do mercado, podendo identificar mais CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO QUADRO RESUMO – REVISÃO PARA AVALIAÇÃO OFICIAL DO PRIMEIRO BIMESTRE Alexandre Alves facilmente oportunidades ou ideias promissoras. Esse fator é tão relevante que diversas universidades pelo mundo fazem questão de ter alunos de todos os continentes, uma vez que esse fator também potencializam a pesquisa e desenvolvimento. 2. INFORMAÇÃO. Também entendido como conhecimento. É um fator fundamental para surgimento de ideias. Uma vez que o indivíduo precisa conhecer bem um produto, serviço ou processo para pensar em uma nova forma de produzir ou um produto inovador que substitua o anterior. 3. PESSOAS. Fator fundamental, uma vez que os seres humanos possuem como característica intrínseca a criatividade, elemento essencial para o surgimento de ideias. 4. TIMING. Além de ser boa, a ideia precisa ocorrer ou surgir no momento correto. Esse fator é essencial para que a ideia consiga ser aproveitada como oportunidade empreendedora. Aula 03 – Processo Convergente e Divergente O Processo de geração de ideias conta com duas fases, uma divergente e outra convergente. Lembrando que a ideia não é algo imutável ao longo do processo. Sobre esse respeito, Robert Mallet destaca: “O desenvolvimento de ideias, consta de duas sub-fases. A primeira consiste em gerar ideais de forma “selvagem”, sem limitações ou restrições e sobretudo sem julgamentos. Quantas mais ideias forem apresentadas, mais vasta será a possibilidade de escolha. Além disso, qualquer ideia, por muito absurda que seja, pode dar origem a outra ideia que pode ser útil. Esta fase é conhecida como pensamento divergente. Na segunda subfase, designada por pensamento convergente, tenta-se colocar ordem nas ideias geradas anteriormente. Para o efeito, é necessário estabelecer e definir os critérios para a seleção de ideias e criar grupos de trabalho para a discussão das mesmas (vantagens/- desvantagens, problemas/soluções, etc.). O objetivo destes grupos, para além da análise e avaliação das propostas existentes, é dar um valor acrescentado ao processo criativo por meio do agrupamento de ideias, criando soluções mais definitivas. O final do processo criativo inclui a aceitação de uma das soluções debatidas e desenvolvidas nos grupos de trabalho a partir de alguma das ideias propostas ou de um conjunto de várias ideias. O processo é feito assim por etapas e com a participação de diversas pessoas e tem como resultado final, uma ideia concreta, que foi debatida, aceite e considerada, face às restantes, com maior potencial. (MALLET) Aula 03 – Brainstorming e Brainwriting Existem diversos métodos de geração de ideia, alguns são extremamente simples, enquanto outros possuem uma metodologia bem mais apurada e complexa, contudo, todos têm sua validade e podem ser utilizados por empreendedores e/ou candidatos a empreendedores de forma satisfatória. O mais famoso é, sem sombra de dúvida, o chamado brainstorming, também conhecido como tempestade de ideias, essa ferramenta permite a liberação de travas criativas, permitindo ver além da caixa. Esse método consiste basicamente em falar diversas ideias que vem a mente sem qualquer bloqueio ou restrição. Dessa forma, as CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO QUADRO RESUMO – REVISÃO PARA AVALIAÇÃO OFICIAL DO PRIMEIRO BIMESTRE Alexandre Alves ideias podemser liberadas sem qualquer requisito, ampliando o número de informações fornecidas pelos participantes e evitando que boas propostas deixem de ser liberadas por medo ou insegurança. Após o primeiro bloco de ideias, pode ser feito uma seleção das melhores que serão trabalhadas a seguir. Semelhante ao brainstorming, porém com suas peculiaridades, temos o brainwriting. Essa ferramenta consiste em uma metodologia de geração de ideias de forma livre e sem julgamento, contudo de forma escrita. As ideias no papel são repassadas ao longo de um ciclo por todos os participantes que vão lançando novas propostas, melhorando as apresentadas anteriormente ou mesmo apresentando uma nova alternativa para uma ideia já escrita. Existem outras ferramentas bem simples como a caixa de sugestão, onde clientes podem, de forma anônima, sugerir, reclamar ou comentar algo. Na mesma linha de ferramentas existe a análise de feedback, metodologia que consiste basicamente em uma análise quali-quantitativa das avaliações que os clientes fazem de produtos e ou serviços. Por outro lado, existem ferramentas bem mais complexas como o design thinking, metodologia utilizada para construção de ideias por meio de modelagem. Aula 03 – Conceito de Criatividade Para fins dessa disciplina podemos considerar a seguinte definição “A criatividade é a capacidade de produzir ideias, descobertas, reestruturações, invenções, objetos artísticos novos e originais que sejam aceitos por especialistas como projetos valiosos no domínio da Ciência, da Tecnologia e/ou da Arte, etc.” (FIATES, 2014. p.20) Assim como falamos que as características e habilidades dos empreendedores podem ser desenvolvidas, a criatividade também pode, existe, pois, uma série de metodologias que são aplicadas nesse sentido. A criatividade é uma característica fundamental, tanto para empreendedores, como para inventores. Aula 04 – Conceito de Mercado A literatura sobre o assunto normalmente classifica o Mercado como um conceito que define o local, real ou abstrato, onde ocorrem as trocas comerciais. Contudo, é necessário aprofundar um pouco mais esse conceito. Partindo da ideia de que o Mercado é o local onde as trocas ocorrem, podemos afirmar que essas são feitas pelos agentes econômicos. Agentes Econômicos, por sua vez, são todos os indivíduos, famílias, empresas ou órgãos públicos do Estado que realizam trocas comerciais de compra e venda de produtos e/ou serviços. Os agentes são movidos por necessidade, entendida como a força que direciona os mesmos nas tomadas de decisão. Grosso modo, as necessidades podem ser primárias, quando relacionadas a demandas mais imediatas e essenciais para a existência, como alimentação, vestuário e higiene. As necessidades podem ser secundárias, quando relacionadas ao desejo e/ou impulso. Por fim, as necessidades podem ser coletivas, quando estão relacionadas aos serviços públicos. São essas necessidades que movimentam os agentes econômicos nas operações de compra e venda de qualquer produto ou serviço. (SILVA e MARTINELLI, 2012) Podemos ainda, ampliar o nosso conceito de Mercado. Sendo assim, Mercado é o espaço físico ou virtual onde os agentes econômicos (famílias, empresas e governos – nacionais ou estrangeiras) interagem constantemente na realização de trocas comerciais (compra e venda de produtos e/ou serviços), estabelecimento de parcerias vantajosas para ambas as partes, CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO QUADRO RESUMO – REVISÃO PARA AVALIAÇÃO OFICIAL DO PRIMEIRO BIMESTRE Alexandre Alves transações financeiras e criação de relacionamentos duradouros e mutuamente satisfatório. Contudo, é necessário ressaltar que para a Ciência Econômica, esse conceito é bem mais profundo e complexo, contudo, a título introdutório para estudo do Empreendedorismo, podemos utilizar essa definição mais simplificada. Aula 04 – Estruturas de Mercado Levando em consideração o número de agentes econômicos, o comportamento, os recursos disponíveis, a possibilidade de ingresso de novas empresas e a situação da concorrência temos algumas estruturas de mercado. A Concorrência Perfeita é quando existe um amplo número de vendedores e compradores, sendo que nenhum deles consegue ter influência sobre o preço. Concorrência Imperfeita, não existe atomização e nem homogeneidade e a procura não influi no preço. Consumidores estão presos a marca do produto a sua publicidade. Oligopólio, quando poucas empresas controlam um mercado, juntas têm capacidade de influenciar no preço. Monopólio, quando uma única empresa domina todo o mercado. Não existe concorrente e sua influência sobre o preço é muito grande. Existem outras estruturas menos conhecidas, mas dado o caráter introdutório da disciplina, não serão citadas aqui. Aula 04 – Nichos de Mercado É muito difícil para qualquer empresa atuar em um mercado muito amplo, diversificado e não-homogêneo, por isso, a tendência é que os empreendimentos busquem atuar de forma segmentada. Atendendo a determinado público-alvo e oferecendo uma gama limitada de produtos na qual possa obter vantagem competitiva frente aos demais. Nesse sentido, dizemos que as empresas atuam em nichos de mercado. Para exemplificar melhor podemos usar o exemplo da montadora de carros, Porsche. A marca não possui nenhum veículo com preço baixo, isso porque seu nicho de mercado são as classes mais altas. Seus carros carregam consigo, além da qualidade, um status de quem dirige, pois difere socialmente aquele que o possui. Dessa forma, não é interessante para a marca lançar um carro popular, mesmo que tenha alta demanda, ela perderia o seu nicho principal que é o público elitizado. Aula 04 – Mercado Organizacional A priori, as pessoas tendem a pensar que as empresas se limitam a vender seus produtos e/ou serviços para os consumidores. Contudo, as organizações precisam consumir para se manterem vivas e produzindo. Mesmo no ramo de serviços, é preciso uma série de bens para que os mesmos possam ser executados, o que gera uma demanda por parte da empresa. Compra Organizacional é o conceito que define a tomada de decisão das organizações relativas à compra de matéria-prima ou serviços, identificam e avaliam os fornecedores disponíveis e decidem a melhor opção de compra. (KOTLER e KELLER, 2012) Sabendo que as empresas precisam consumir, podemos definir Mercado Organizacional: “O mercado organizacional é formado por todas as organizações que produzem bens e serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços, sejam eles vendidos, alugados ou fornecidos a terceiros. Os principais setores que compõem o mercado CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO QUADRO RESUMO – REVISÃO PARA AVALIAÇÃO OFICIAL DO PRIMEIRO BIMESTRE Alexandre Alves organizacional são agricultura, exploração florestal e pesca; mineração; manufatura; construção; transporte; comunicação; serviços públicos; setor bancário, financeiro e segurador; distribuição e serviços.” (KOTLER E KELLER, 2012. p. 198) Aula 04 – Mercado Consumidor Enquanto o Mercado Organizacional está relacionado com a venda de produtos de empresas para empresas, o Mercado Consumidor tem foco voltado para as vendas para consumidores finais, indivíduos ou famílias que adquirem produtos e/ou serviços para satisfazer suas próprias necessidades ou de outros semelhantes. Portanto, o principal agente do mercado consumidor são as próprias pessoas, economicamente ativas, que consomem. Uma característica desse mercado é que a exigência, de um modo geral, é bem menor que no Mercado Organizacional. Isso ocorre porque os consumidores aqui não são técnicos ou especialistas naquilo que consomem, o que reduz o nível de exigência. Todavia, observamos cada vez um aumento desse fator como preponderante nas trocas comerciais. Ou seja, estamos observando o consumidor pessoa física cada vez mais exigente. Aula 04 – Pesquisade Mercado Como mencionado, conhecer bem o mercado pode ser um fator fundamental que determinará o sucesso ou fracasso de um empreendimento. Para isso, existe a Pesquisa de Mercado, conceito que, grosso modo, trata da coleta de informações junto a consumidores, fornecedores e concorrentes para obtenção de dados relevantes que auxilie o empreendedor a guiar e tomar decisões relativas ao seu negócio. Uma definição mais técnica, segundo a Associação Nacional de Empresas de Pesquisa de Mercado – ANEP: “(A Pesquisa de Mercado é) A coleta sistemática e o registro, classificação, análise e apresentação objetiva de dados sobre hábitos, comportamentos, atitudes, valores, necessidades, opiniões e motivações de indivíduos e organizações dentro do contexto de suas atividades econômicas, sociais, políticas e cotidianas” (SEBRAE, 2015) As informações obtidas através de uma Pesquisa de Mercado servem para guiar o empreendedor na tomada de decisão, uma vez que esses dados permitem ter uma noção mais ampla do mercado e saber se a hipótese levantada anteriormente realmente possui validade, podendo receber os devidos investimentos. Essa prática permite reduzir os riscos do capital aplicado, facilitar a tomada de decisões e identificar o caminho mais correto que o empreendedor deve seguir para que o negócio dê os resultados esperados. Aula 04 – Segmentação de Mercado A segmentação de mercado diz respeito ao ato de dividir o mercado (amplo, diversificado e não-homogêneo) em grupos menores de clientes com características semelhantes, hábitos de consumo e comportamento semelhante. Essa divisão auxilia o empreendedor a compreender melhor o seu público, seus hábitos, comportamentos e desejos. Dessa forma, fica mais fácil atender essa parcela e a fidelização dos clientes se torna mais fácil. Contribui, assim, para que a empresa possa atuar de forma mais certeira e reduz os gastos e esforços com campanha de marketing. CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO QUADRO RESUMO – REVISÃO PARA AVALIAÇÃO OFICIAL DO PRIMEIRO BIMESTRE Alexandre Alves Segundo Kotler e Keller (2012), podemos segmentar o mercado em quatro grandes tipos: geográfica, demográfica, psicográfica e comportamental. Tipo de segmentação Descrição Geográfica Divisão do mercado segundo critérios geográficos, como países, estados, cidades, bairros etc. Demográfica Divisão do mercado segundo critérios como idade, gênero, religião, renda, classe social etc. Psicográfica Divisão do mercado segundo critérios psicológicos como personalidade, filosofia e estilo de vida. Comportamental Divisão do mercado segundo o comportamento dos consumidores. Critérios como atitudes e reações frente a utilização de um produto são os mais utilizados. Aula 04 – Vantagem Competitiva A análise dos dados de uma pesquisa de mercado permite ao empreendedor se posicionar de uma maneira mais competitiva no mercado. Avaliando os pontos forte e fracos dos concorrentes, é possível descobrir uma possibilidade de vantagem competitiva e atuar de forma estratégica no mercado. Por vantagem competitiva podemos entender o conjunto de características que coloca uma empresa frente as demais. Na prática é o motivo que leva uma marca a ser escolhida no detrimento das demais. O principal teórico desse conceito é Michael Porter, professor da Escola de Negócios de Harvard que em 1985 publicou o livro Vantagem Competitiva. Segundo ele, são três formas gerais de se atingir esse ponto: Através do preço do produto e/ou serviço; Através da diferenciação para o consumidor; e Através do foco de atuação do empreendimento.