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DATA DE MORTE/ CRONOTANATOGNOSE Alexandre Macanze_Master student & Amelia Chongo_Pathology DATA DA MORTE A data preside todas as actuações Médico Legais, pois em todos os actos Periciais é sempre uma questão a resolver, visto ser importante fundamentar a data da fecundação, o tempo de uma gestação, parto, tempo de sobrevida de um recém nascido, idade de um indivíduo vivo, cronologia das lesões, etc; até aos problemas cronológicos que surgem após a morte. ❖Caracteristicas individuais ❖Meio ambiente ❖Tipo de morte METODOLOGIA DA CRONO-TANATO-DIAGNÓSTICO • Para se efectuar este género de estudo, é importante que classifiquemos os sinais segundo a sua cronologia de aparecimento, dividindo assim em tres grandes grupos: • Data de morte em cadáveres recentes - aqueles em que ainda não apareceram os fenómenos putrefactivos. • Data de morte em cadáveres antigos - aqueles em que o processo putrefactivo. • Data de morte em restos cadavericos - fase de esqueletização. • Quanto maior o tempo entre o óbito e o exame, maior sera a dificuldade na determinação precisa do lapso transcorrido, em horas ou dias desde o decesso. DIAGNÓSTICO DA DATA DE MORTE EM CADÁVERES RECENTES • Pode-se fazer o diagnóstico baseando-se essencialmente em quatro tipos de sinais: • Sinais paramédicos: • Na altura do levantamento cadavérico o perito pode demonstrar a sua capacidade de bom observador e génio, ao basear-se numa serie de elementos que irá recolher para melhor determinar a data da morte que qualquer técnica laboratorial - por exemplo observando o estado em que se encontra o solo onde repousa o cadáver, se está seco e o corpo húmido levará a concluir que o cadáver estava aí quando choveu, etc. Sinais de vida residual: • Estes são conhecidos desde a antiguidade, mas a sua contribuição para a data da morte é limitada, citaremos alguns exemplos: (1)- a mobilidade dos espermatozoides persiste até 34-36 horas póst-mortem. (2)- a pupila reage á luz até 4 horas após a morte, é capaz de reagir a administração da pilocarpina e atropina 2 a 4 horas após a morte. (3)- a musculatura reage a excitação eléctrica ou mecânica até 6 horas após a morte. Sinais devido à cessação das funções vitais: As função fisiológicas interrompidas devido morte podem ser medidas. São consideradas do ponto de vista Académico como a melhor forma de estabelecer a data da morte, porque não sofrem alterações, contudo a sua valorização é discutível actualmente. • - Estado de enchimento da bexiga baseia-se no facto de que a filtração renal é uniforme e é hábito das pessoas antes de se deitarem urinarem. Se encontrarmos no cadáver a bexiga cheia de manhã, poderemos deduzir de que a morte decorreu 6 horas antes de se deitar; ou, se estiver vazia, a morte terá ocorrido pouco depois de se deitar. • - Comprimento dos pêlos da barba o crescimento dos pêlos da barba cessa logo que se instala a morte. O seu crescimento médio é de 0,5 mm/dia segundo Balthazard; se sobermos quando foi a última vez que o indivíduo se barbeou, poderemos deduzir a hora em que morreu. • - Fase da digestão e evolução do trânsito o dado útil que poderemos obter é que na autópsia poderemos reconstruir o menu e associarmos a data (hora) da morte com a presença ou ausência de comida distinguivel no estômago. Sinais de morte molecular: • São os sinais que se observam no cadáver após a morte, são os sinais negativos ou abióticos. • Estes sinais são em princípio a chave da cronotanatodiagnóstico, visto que são fenómenos inertes influenciados basicamente por circunstâncias ambientais. DESIDRATAÇÃO OU EVAPORAÇÃO 1. Turvamento da cornea: se o cadaver permaneceu com os olhos abertos este fenomeno ocorre entre 2 a 4 horas apos a morte. • Se o cadaver ficou com olhos fechados o turvamento da cornea é tardia, estabelecendo se 24 horas depois da morte. 2. Tensão intraocular deformação da pupila; apos 2 a 3 horas não é possível medir a tensão intraocular. 3. Transparência das coroides: aparecimento da mancha negra entre 10 a 12 horas. LIVIDEZ CADAVÉRICA: PODE SER GENERALIZADO OU LOCALIZADO NO CADAVER • 0-1 hora - pequenas manchas na face posterior do pescoço. • 1- 5 horas - lividez abundante na áreas de declive; palidez total se mudar a posição do cadáver na face oposta. • 5- 8 horas - desaparecimento da lividez a pressão. • 8 - 14 horas- palidez a pressão não desaparece totalmente; não há desaparecimento da lividez ao se mudar a posição do cadáver. • + de 14 horas - não há palidez a pressão (fixação da mancha hipostática). ESFRIAMENTO CADAVÉRICO • O esfriamento dos pés, mãos e face é perceptível 2 horas após a morte ao tacto; • E nas partes cobertas do corpo é perceptível ao tacto depois de 4 a 5 horas. • Por meio do termómetro pode-se estudar a curva do esfriamento, mediante a formula de Glaister e Rentoul: Tempo póst morte = 36, 9 - temperatura rectal./0,8.Actualmente existem fórmulas mais complexas das quais se destacam a de Marshall e Hoare. RIGIDEZ CADAVÉRICA • As etapas da rigidez cadavérica que fornecem elementos para estimar a data da morte são: fase de inicio, generalização, restauração e lise. Com base no esquema de Niderkorn a rigidez cadavérica: • Começa entre 2 a 4 horas após a morte. • Está completa entre 6 a 8 horas após a morte. • Atinge sua máxima expressão 13 horas após a morte. • Começa desaparecer à partir das 36 horas após a morte. A rigidez cadavérica é um fenómeno bioquímico influenciado por factores endógenos e exógenos segundo a Lei de Nysten. DATA DE MORTE EM CADÁVERES ANTIGOS A determinação da data da morte é um problema médico legal e não anatómico, pois é importante recorrer a todo um conjunto de elementos de avaliação que são importantes durante o acto pericial, como sendo elementos estranhos a evolução do cadáver que dar-nos-ão dados de valor inestimável para a cronotantodiagnóstico. Devemo-nos basear em elementos ou dados paramédicos recolhidos no momento em que se procede o levantamento cadavérico, sobretudo na informação policial ou judicial e quesitos colocados por estas autoridades. • O processo putrefactivo evolui em quatros períodos sucessivos: • Cromático, • Enfisematoso, • Coliquativo e o de • Esqueletização. A evolução deste processo destruidor do cadáver representa uma forma criteriosa para avaliarmos o tempo que transcorreu após a morte, visto que a duração de cada um dos períodos é relativamente fixo e vai aumentando em ordem crescente. ✓ O 1º período cromático é avaliado em dias, um a dois dias. ✓ O 2º período gasoso é avaliado em par de dias, dois a quatro dias. ✓ O 3º período coliquativo é avaliado em meses. ✓ O 4º período de esqueletização é em anos. Nos casos em que são exumados os cadáveres a determinação da data de morte é baseada no estado em que se encontram os órgãos com intervalos de mais ou menos 2 a 3 meses, além de outros dados paramédicos e da informação policial e familiares. Entomologia Forense para os cadáveres expostos ao ar livre, além dos sinais cadavéricos - período de putrefação é importante a recolha dos insectos, larvas e fungos para o diagnóstico entomológico e determinação do grupo ou quadrilha, informação dada pela policia e dos familiares em relação a data do desparecimento da vítima. • Existem oito grupos ou quadrilhas de insectos: • 1º grupo: formado por dípteros. Este grupo ataca cadáveres frescos. • 2º grupo: actuam quando o cheiro cadavérico se exala para o ar livre. • 3º grupo: intervêm 3 a 6 meses após a morte, atraídos pelos gases da putrefação. • 4º grupo: é atraída pela fermentação caseica ou albuminoide. • 5º grupo: é atraída pela fermentação ou degradação amoniacal. • 6º grupo: absorve restos de líquidos deixados pelos grupos anteriores, dissecam até a mumificação dos órgãos. • 7º grupo: aparecem só quando restam tecidos mumificados. • 8º grupo: consomem os restos dos tecidos deixados por outras espécies Calendário da morte• Menos de 2 horas – Corpo flácido, quente e sem livores. • 2 a 4 horas – Rigidez da nuca e mandíbula, esboço de livores. • 4 a 6 horas – Rigidez dos membros superiores, da nuca e da mandíbula. • Mais de 8 e menos de 16 horas – Rigidez generalizada, manchas de hipóstase. • Mais de 16 e menos de 24 horas – Rigidez generalizada, esboço de mancha verde abdominal, e reforço da fragmentação venosa. • De 24 a 48 horas – Presença de mancha verde abdominal, início de flacidez. • De 48 a 72 horas – Extensão da mancha verde abdominal. • De 2 a 3 anos – Desaparecimento das partes moles do corpo e presença de insectos. • Mais de 3 anos – Esqueletização completa. OBRIGADO!!! Data de morte/ Cronotanatognose DATA DA MORTE Metodologia da Crono-Tanato-Diagnóstico Diagnóstico da data de morte em cadáveres recentes Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Desidratação ou evaporação Lividez cadavérica: pode ser generalizado ou localizado no cadaver Esfriamento cadavérico Rigidez cadavérica Data de morte em cadáveres antigos Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Obrigado!!!