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Origens e Conceitos da Ética

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ÉTICA 
ORIGENS 
 Com os filósofos gregos, especificamente a par�r das reflexões dos sofistas e de Sócrates, 
são lançadas as interrogações fundamentais acerca da moral, inaugurando-se o que 
denominamos de é�ca ou filosofia moral. 
• Filosofia moral; 
 
• Reflete sobre as noções, os princípios e os fins que fundamentam a vida moral; 
• O que são o bem e o mal, a liberdade. 
ÉTICA 
(do grego ethos , “costume”) 
• A é�ca não é atributo exclusivo dos indivíduos nas suas relações sociais; 
• A é�ca não é predicado que se deva cobrar apenas dos poderes públicos. 
POR QUÊ? 
 Porque a é�ca permeia todas as relações sociais, polí�cas, econômicas e culturais, e 
abarca todas as ins�tuições, do estado aos governos, as organizações públicas e privadas 
com caráter comercial. 
 
Segundo V alls (1986, p.7), a ética pode ser entendida: 
 
[...] como um estudo ou uma reflexão, científica ou filosófica, e eventualmente até teológica, 
sobre os costumes ou sobre as ações humanas. Mas também chamamos de ética a própria 
vida, quando conforme os costumes considerados corretos. A ética pode ser o estudo das 
ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento. 
• A ética seria apenas um comportamento adequado aos costumes e valores de 
determinada época, determinada região e determinado contexto. 
• A ética é a parte da filosofia que estuda a moralidade dos humanos, ou a ciência dos atos 
que analisa a moral. 
• O que se considera ético entre os índios, por exemplo, devido aos seus costumes e a 
sua realidade, muitas vezes pode não ser considerado ético na sociedade capitalista 
contemporânea. 
 
Ao falar de ética, Vásquez (2002) define dois planos : 
 
• Normativo : constituído pelas normas ou regras de ação e pelos imperativos, que 
enunciam algo que deve ser; é o plano “ideal”; 
• Factual : que é o plano dos fatos morais, constituído por certos atos humanos que se 
realizam efetivamente; é o plano “real”, “prático” ou “efetivo”. 
Conceitos Básicos 
Você certamente já ouviu falar do conceito de ética e dos chamados Códigos de ética 
profissional. Já dever ter aprendido algo ou pelo menos ouvido falar sobre o que é ética e de 
onde veio esse conceito. Já pensou se você mesmo, ou alguém que você conhece, em 
determinadas situações da vida diária pessoal, social ou profissional, se comporta, ou não, de 
forma ética? E se deparou, talvez mais de uma vez, pensando que existem líderes políticos, 
religiosos e empresariais que não agem de forma ética e moral ao governar, ao pregar suas 
verdades e ao exercer as suas atividades no mercado? 
Nesta primeira rota de aprendizagem da disciplina Ética trataremos sobre as “origens e a 
evolução” histórica do conceito de ética. 
ÉTICA E MORAL 
CONCEITOS ÉTICOS 
• Os fundamentos da ética, desde a antiguidade, têm participado da construção do nosso 
sistema de valores, destacando-se filósofos como Aristóteles, Kant e Hegel, entre outros, 
em períodos distintos da história. 
 
• Segundo Moreira (1999), há pelo menos cinco teorias a respeito da formação dos 
conceitos éticos. 
TEORIA FUNDAMENTALISTA 
• Propõe que os conceitos éticos sejam obtidos de uma fonte externa ao ser humano, a 
qual pode ser um livro (como a Bíblia), um conjunto de regras ou até mesmo outro 
ser humano. 
TEORIA UTILITARISTA 
● Sustentada nas ideias de Jeremy Bentham e John Stuart Mill, para os quais o conceito 
ético deve ser elaborado “no critério do maior bem para a sociedade como um todo”. 
TEORIA KANTIANA 
● Defendida por Emanuel Kant, propõe que o conceito ético seja extraído do fato de 
que cada um deve se comportar de acordo com princípios universais. 
TEORIA CONTRATUALISTA 
• Baseada nas ideias de John Locke e Jean Jacques Rousseau, parte do pressuposto de que 
o ser humano assumiu com seus semelhantes a obrigação de se comportar de acordo com 
as regras morais, para poder conviver em sociedade. 
• Os conceitos éticos seriam extraídos, portanto, das regras morais que conduzissem à 
perpetuação da sociedade, da paz e da harmonia do grupo social. 
TEORIA RELATIVISTA 
● Segundo a teoria, cada pessoa deveria decidir sobre o que é ou não ético, com base 
nas suas próprias convicções e na sua própria concepção sobre o bem e o mal. Sendo 
assim, o que é ético para um, pode não ser para outro. 
MORAL E ÉTICA 
● Os conceitos de moral e ética têm muitos pontos em 
comum, embora tenham recebido sentidos diferentes ao longo da história. 
● Diversos autores diferenciam ética e moral de vários modos, mas, na verdade, uma 
completa a outra 
MORAL E ÉTICA 
• Moral vem do latim mos ou mores , que significa “costume” ou “costumes”, no sentido 
de conjunto de normas adquiridas por hábito. 
• A moral pode ser definida como um sistema de normas, princípios e valores, que 
regulamentam as relações entre os indivíduos ou entre esses e a comunidade, de 
forma livre e consciente. 
MORAL E ÉTICA 
Diversos autores diferenciam ética e moral de vários modos: 
• Ética é princípio, e moral são aspectos de condutas específicas; 
• Ética é permanente, e moral é temporal; 
• Ética é universal, e moral é cultural; 
• Ética é regra, e moral é conduta da regra; 
• Ética é teoria, e moral é prática. 
MORALIDADE 
● A moralidade é o conjunto de práticas morais objetivas, concretas e reais, 
manifestadas pelos indivíduos na sociedade. 
● A moralidade pode ser descrita como a moral em ação. 
● A moral poderia ser descrita como o modelo que deveria ser seguido (ideal), e a 
moralidade é o que efetivamente acontece (real). 
● Quando estudamos os planos normativo e factual que compõem a ética, podemos 
identificar suas relações com moral e moralidade. 
● A moral , dentro do plano normativo, designaria o conjunto dos princípios, normas 
ou ideias morais de uma época ou sociedade determinadas, e a moralidade , dentro 
do plano factual, estaria relacionada às relações humanas concretas que contêm um 
significado moral em relação à moral vigente (VAZQUEZ, 2002). 
Ética e Moral 
Os conceitos de moral e de ética têm muitos pontos em comum, emboratenham recebido 
sentidos diferentes ao longo da história. Diversos autores diferenciam ética e moral de vários 
modos, mas na verdade uma completa a outra. 
Segundo Sánchez Vázquez (2002), moral vem do latim mos ou mores , que significa 
“costume” ou “costumes”, no sentido de conjunto de normas adquiridas por hábito. Segundo 
o mesmo autor, a moral pode ser definida como um sistema de normas, princípios e valores, 
que regulamentam as relações entre os indivíduos ou entre esses e a comunidade, de forma 
livre e consciente. 
Diversos autores diferenciam ética e moral de vários modos. Vejamos, então, um breve 
resumo dessas visões: 
● Ética é princípio, moral são aspectos de condutas específicas; 
● Ética é permanente, moral é temporal; 
● Ética é universal, moral é cultural; 
● Ética é regra, moral é conduta da regra; 
● Ética é teoria, moral é prática. 
Já a moralidade é o conjunto de práticas morais objetivas, concretas e reais, manifestadas 
pelos indivíduos na sociedade. Portanto, a moralidade pode ser descrita como a moral em 
ação. 
Quando descrevemos no item anterior os planos normativo e factual que compõem a ética, 
podemos identificar suas relações com moral e moralidade. A moral , dentro do plano 
normativo, designaria o conjunto dos princípios, normas, ou ideias morais de uma época ou 
sociedade determinada, e a moralidade , dentro do plano factual, estaria relacionada às 
relações humanas concretas que contêm um significado moral em relação à moral vigente 
(VAZQUEZ, 2002). 
Sintetizando, a moral poderia ser descrita como o modelo que deveria ser seguido (ideal) e a 
moralidade é o que efetivamente acontece (real). 
 
ÉTICA EMPRESARIAL 
Para entender melhor como se chegou ao que temos hoje na sociedade em termos de ética 
empresarial, vamos conhecer como evoluiu o conceito de ética nas empresas e nos negócios. 
DÉCADA DE 60 
• Uma das primeiras preocupações éticas no âmbito empresarial de que se tem 
conhecimento formou-se pelos debates que ocorreram especialmente nos países de 
origem germânica, na década de 60. 
 
• Pretendia-se elevar o trabalhador à condição de participante dos conselhos de 
administração das organizações. 
DÉCADA DE 70 
● Os Estados Unidos deram início ao ensino da ética em faculdades de administração 
e negócios , com a contribuição de alguns filósofos. 
● Foi possível somar a filosofia conceitual de ética com a vivência empresarial, 
aplicando os conceitos de ética à realidade dos negócios, fazendo surgir uma nova 
dimensão: a ética empresarial . 
● Foram realizados os primeiros estudos de ética nos negócios, com o desenvolvimento 
da primeira pesquisa sobre o tema junto a empresários, pelo Prof. Raymond 
Baumhart, nos Estados Unidos. 
● Nessa época, o enfoque dado à ética nos negócios se restringia à conduta ética 
pessoal e profissional. 
DÉCADA DE 80/90 
● Nesse período foram notados, ainda, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, 
esforços isolados, principalmente de professores universitários, que se dedicaram ao 
ensino da ética nos negócios em faculdades de administração e em programas de 
MBA – Master of Business Administration . 
● 
● É dessa época a primeira revista científica específica na área de administração, que 
foi denominada " Journal of Business Ethics " (Revista de Ética Empresarial). 
● Foram formadas redes acadêmicas no início da década de 90, como a Society for 
Business Ethics nos EUA, e a EBEN – European Business Ethics Network na 
Europa, as quais deram origem a outras revistas especializadas, a Business Ethics 
Quarterly , em 1991, e a Business Ethics: a European Review , em 1992. 
● 
● Foram possíveis grandes avanços no estudo da ética com as reuniões anuais dessas 
associações, de forma conceitual, bem como prática, com a sua aplicação nas 
empresas. 
● Alguns temas específicos se transformaram em foco de preocupação internacional: 
corrupção, liderança e as responsabilidades corporativas. 
● 
● Ressaltou-se, a partir daí, a existência de três modos inter- relacionados de 
abordagem da ética no âmbito das empresas. 
Ética nos Negócios 
Para entender melhor como se chegou ao que temos hoje na sociedade em termos 
de ética empresarial, vamos conhecer como evoluiu o conceito de ética nas 
empresas e nos negócios. As informações a seguir são oriundas de Arruda, 
Whitaker e Ramos (2007). 
 
Década de 60 ― Uma das primeiras preocupações éticas no âmbito empresarial de 
que se tem conhecimento formou-se pelos debates que ocorreram especialmente 
nos países de origem alemã, na década de 60. Com eles, pretendia-se elevar o 
trabalhador à condição de participante dos conselhos de administração das 
organizações. 
 
Década de 60/70 ― Os Estados Unidos deram início ao ensino da Ética em 
Faculdades de Administração e Negócios , com a contribuição de alguns filósofos. 
Foi possível somar a filosofia conceitual de ética com a vivência empresarial, 
aplicando os conceitos de ética à realidade dos negócios, fazendo surgir uma nova 
dimensão: a ética empresarial. 
 
Década de 70 ― Foram realizados os primeiros estudos de ética nos negócios, com 
o desenvolvimento da primeira pesquisa sobre o tema junto a empresários, pelo 
Prof. Raymond Baumhart, nos Estados Unidos. Nessa época, o enfoque dado à 
ética nos negócios se restringia à conduta ética pessoal e profissional. Também 
nesse período, ocorreu a expansão das multinacionais oriundas principalmente dos 
Estados Unidos e da Europa e a abertura de subsidiárias em todos os continentes. 
Com a entrada de novos países nas operações, ocorreram choques culturais e 
conflitos com outras formas de fazer negócios, ocorrendo divergências nos padrões 
de ética com suas matrizes, o que incentivou a criação de códigos de ética 
corporativos. 
 
Década de 80 ― Nesse período, foram notados, ainda, tanto nos Estados Unidos 
quanto na Europa, esforços isolados, principalmente de professores universitários, 
que se dedicaram ao ensino da ética nos negócios em faculdades de Administração 
e em programas de MBA ― Master of Business Administration . É dessa época a 
primeira revista científica específica na área de administração,que foi denominada 
" Journal of Business Ethics " (Revista de Ética Empresarial). 
 
Década de 80/90 ― Foram formadas redes acadêmicas no início da década de 90, 
como a Society for Business Ethics nos EUA, e a EBEN ― European Business 
Ethics Network, na Europa, as quais deram origem a outras revistas especializadas, 
a Business Ethics Quarterly , em 1991, e a Business Ethics: a European Review , em 
1992. Foram possíveis grandes avanços no estudo da ética com as reuniões anuais 
dessas associações, de forma conceitual, bem como prática, com a sua aplicação 
nas empresas. Também houve a publicação de duas enciclopédias, uma nos 
Estados Unidos e outra na Alemanha: Encyclopedic Dictionary of Business Ethics e 
Lexikoin der Wirtschaftsethik . Dessa forma, ampliou-se o escopo da ética 
empresarial, universalizando o conceito. Para se conseguir um fórum adequado 
para essa discussão, foi fundada a ISBEE ― International Society for Business, 
Economics, and Ethics . A primeira pesquisa em âmbito global foi realizada pelo 
Prof. Georges Enderle, então na Universidade de St. Gallen, na Suíça, sendo 
apresentada no 1º Congresso Mundial da ISBEE, no Japão, em 1996. Diversas 
outras publicações foram feitas a partir dessa rica contribuição de todos os 
continentes, regiões ou países, que puderam esclarecer, informar e trazer 
profundidade científica. Alguns temas específicos se transformaram em foco de 
preocupação internacional: corrupção, liderança e as responsabilidades 
corporativas. Ressaltou-se, a partir daí, a existência de três modos 
inter-relacionados de abordagem da ética no âmbito das empresas. 
 
Fim do Milênio ― Houve a criação e organização, pelas forças e movimentos 
sociais, das Organizações Não Governamentais (ONGs), com importante papel na 
mudança e no desenvolvimento econômico, social e cultural de muitos países. 
Dessa forma, a abordagem aristotélica dos negócios vem sendo recuperada. A 
definição de boa empresa não se restringe apenas àquela que gera lucro, mas a 
que consegue oferecer um bom ambiente de trabalho, que seja moralmente 
gratificante. 
 
América Latina ― O Brasil sediou o I Congresso Latino Americano de Ética, 
Negócios e Economia, em julho de 1998, em uma época em que se constataram 
diversos esforços isolados de pesquisadores e professores universitários, ao lado 
de subsidiárias de empresas multinacionais em toda a América Latina. Tornaram-se 
conhecidas as iniciativas no campo da ética nos negócios, bem como as 
semelhanças e diferenças entre os vários países, especialmente da América do Sul. 
Diversos fatores levaram à fundação de uma rede, a ALENE ― Associação 
Latino-americana de Ética, Negócios e Economia, como a troca de experiências 
acadêmicas e empresariais durante o congresso, a identificação criada entre os 
vários representantes de países latinos presentes, a possibilidade de se dar 
continuidade aos contatos para continuidade das pesquisas e sedimentação dos 
conhecimentos específicos da região em matéria de ética empresarial e econômica. 
 
Brasil ― A primeira Faculdade de Administração do Brasil, a ESAN ― Escola 
Superior de Administração de Negócios, fundada em 1941 em São Paulo, inseriu o 
ensino da ética em seus cursos de graduação desde seu início. O Ministério da 
Educação e Cultura (MEC), em 1992, sugeriu formalmente que todos os cursos de 
administração, seja graduação ou pós-graduação, incluíssem a disciplina de ética 
nos currículos. Dessa forma, o Conselho Regional de Administração (CRA) e a 
Fundação FIDES reuniram em São Paulo mais de cem representantes de 
faculdades de administração, que se comprometeram a seguir essa sugestão. 
Em 1992, dois fatos foram relevantes ocorreram: a Fundação FIDES desenvolveu 
uma sólida pesquisa sobre a ética nas empresas brasileiras e a Fundação Getúlio 
Vargas, em São Paulo, criou o Centro de Estudos de Ética nos Negócios (CENE). A 
partir de 1997, o CENE passou a se chamar Centro de Estudos de Ética nas 
Organizações, para abarcar organizações do governo e não governamentais. 
Atualmente, há várias faculdades de administração de empresas e economia que 
incluíram o ensino da ética em seus currículos. 
Para sintetizar essas informações e facilitar os seus estudos, veja o quadro, que 
resume as principais ideias presentes nessa evolução: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Período/Local Fatos Finalidade/Consequência 
DÉCADA DE 60 Debates ocorridos 
especialmente nos países 
de origem alemã. 
Elevar o trabalhador à condição de participante 
dos conselhos de administração das 
organizações. 
DÉCADA DE 60/70 EUA-Ensino da ética nas 
faculdades de 
administração e negócios. 
Contribuição dos filósofos. 
Nova dimensão na realidade dos negócios: 
ética empresarial. 
DÉCADA DE 70 Primeira pesquisa junto a 
empresários. Expansão das 
multinacionais oriundas 
dos EUA e Europa. 
Conflito entre os padrões éticos de diversas 
culturas incentiva a criação de códigos de ética 
corporativos. 
DÉCADA DE 80 Esforços isolados de 
professores universitários 
nos EUA e Europa ― 
faculdades de 
administração e programas 
de MBA. 
Surge a primeira revista científica: " Journal of 
Business Ethics ". 
DÉCADA DE 80/90 Formam-se redes 
acadêmicas de estudo 
(ISBEE e EBEN) nos EUA 
e Europa, universalizando o 
conceito de ética . 
Especialistas sistematizaram os enfoques 
perseguidos nos estudos de ética nos negócios 
nos cinco continentes. 
FIM DO MILÊNIO Criaram-se as ONGs 
(Organizações Não 
Governamentais) que 
desempenharam importante 
papel no desenvolvimento 
econômico, social e 
cultural de muitos países. 
A boa empresa não é apenas aquela que 
apresenta lucro, mas a que também oferece um 
ambiente moralmente gratificante. 
A EMPRESA E A ÉTICA 
● Da mesma forma que a ética precisa estar presente nas atividades e relações de cada 
um de nós na sociedade, as empresas precisam trabalhar com ética em todas as 
relações com os seus públicos. 
● Neste momento, estudaremos como as empresas devem agir com condutas práticas 
que estejam de acordo com os valores moralmente aceitos. 
● Ao se analisar a ética nos negócios, é importante salientar a mudança do conceito devalorização do s hareholder (são os acionistas) para a valorização dos stakeholders 
(abrange todas as pessoas e públicos envolvidos com a empresa), principalmente 
frisado nos conceitos de governança corporativa. 
● A governança corporativa (GC) é uma forma de gestão que busca atender aos 
interesses de todos, interna e externamente à organização. 
STAKEHOLDERS 
● Já no modelo dos stakeholders , de origem nipo-germânica, há ampliação de 
interesses, com uma visão de geração mais abrangente de valor. 
● 
● Os indicadores de desempenho não se restringem apenas aos financeiros, 
sendo incluídos, também, a sustentabilidade e a função social. Para a 
divulgação do desempenho, são elaborados balanços social e ambiental, 
demonstrando os resultados da organização com transparência para todos os 
acionistas majoritários/minoritários e seu público em geral. 
 
 
 
 
 
● 
● Pode ser definida como “um conjunto de princípios e padrões morais 
que orientam o comportamento no mundo dos negócios”; 
● Engloba valores e princípios que nortearão as suas ações e poderão 
levar a organização à aceitação plena perante a opinião pública ou a 
seu fracasso e fechamento. 
● As empresas consideradas éticas são geralmente aquelas cuja 
conduta é socialmente valorizada e cujas políticas estão sintonizadas 
com a moral vigente, subordinando as suas atividades e estratégias a 
uma reflexão ética prévia e agindo posteriormente de forma 
socialmente responsável. 
Razões para a empresa ser ética 
● Diversas instituições e organizações não governamentais tem se voltado para a 
definição de regras de conduta para que as empresas ajustem seus modelos de gestão 
e, em contrapartida, possam receber certificações que as consagrem como empresas 
diferenciadas em termos de responsabilidade social, qualidade, ética, compromisso 
ambiental e governança corporativa. 
Razões para a empresa ser ética: 
Internacionalmente, a International Organization for Standardization (ISO) é responsável 
pelo desenvolvimento de diversas normas relacionadas a esses aspectos. 
No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) se responsabiliza por essas 
normas da ISO. 
Para a Governança Corporativa há o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). 
Razões para a empresa ser ética: 
● Na área de responsabilidade social,há o Instituto Ethos de Responsabilidade Social e 
o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), que confere o Selo 
do Betinho à empresas que publicam seu balanço social. 
● 
● Em termos de qualidade,além da ISO/ABNT,há no Brasil a Fundação Nacional da 
Qualidade (FNQ),que confere o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ). 
● A empresa que tem sua atuação pautada na ética tem maiores chances de prosperar e 
atingir a sustentabilidade, além de manter seus clientes, ser valorizada pela 
sociedade, atrair e manter bons funcionários e gerar lucros para seus 
proprietários/acionistas. 
● Na área de responsabilidade social,há o Instituto Ethos de Responsabilidade Social e 
o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), que confere o Selo 
do Betinho à sem presas que publicarem seu balanço social. 
● 
● Em termos de qualidade,além da ISO/ABNT,há no Brasil a Fundação Nacional da 
Qualidade (FNQ),que confere o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ). 
● A empresa que tem sua atuação pautada na ética tem maiores chances de prosperar e 
atingir a sustentabilidade, além de manter seus clientes, ser valorizada pela 
sociedade, atrair e manter bons funcionários e gerar lucros para seus 
proprietários/acionistas. 
A empresa e a Ética 
O papel da empresa capitalista dentro da sociedade moderna e contemporânea tornou-se 
muito forte a partir do momento em que ela, além de gerar produtos e serviços, também gera 
empregos e interfere diretamente na qualidade de vida dos cidadãos e nas relações políticas e 
econômicas entre o estado e a sociedade como um todo. 
Dentro de uma perspectiva ética, os gestores das empresas precisam tomar suas decisões com 
critérios que vão além dos estritamente estabelecidos por parâmetros econômicos e 
comerciais, ou seja, precisam decidir e agir dentro das obrigações morais, éticas e sociais. 
A ética empresarial engloba valores e princípios que nortearão as suas ações e poderão levar 
a organização à aceitação plena perante a opinião pública ou a seu fracasso e fechamento. A 
percepção da ética empresarial pelos diversos stakeholders é cada vez mais acentuada, 
auxiliada pela democratização e globalização da informação, bem como do progressivo 
desenvolvimento moral dos indivíduos que a cercam. 
Mas, afinal, estamos falando de ética empresarial e ainda não comentamos como ela se 
inter-relaciona com a responsabilidade social. Vamos ver algumas definições para distinguir 
as características de cada uma. 
A ética empresarial pode ser definida como “um conjunto de princípios e padrões morais 
que orientam o comportamento no mundo dos negócios”, enquanto a responsabilidade 
social é concebida como “a obrigação que a empresa assume para maximizar os efeitos 
positivos e minimizar os negativos que ela produz sobre a sociedade” (FERREL et al ., 2001, 
p. 19). Em outras palavras, Ferrel et al. (2001) consideram a responsabilidade social como 
um contrato social, com os stakeholders da empresa, e a ética empresarial estaria relacionada 
aos princípios morais e às regras que orientam os gestores das organizações em suas decisões 
e ações. 
As empresas consideradas éticas são geralmente aquelas cuja conduta é socialmente 
valorizada e cujas políticas estão sintonizadas com a moral vigente, subordinando as suas 
atividades e estratégias a uma reflexão ética prévia e agindo posteriormente de forma 
socialmente responsável (ALMEIDA, 2007). 
Mas é preciso não esquecer que a ética empresarial está relacionada a diversas variáveis que 
ainda estudaremos nos próximos tópicos. Para poder alcançá-la com sucesso, essas variáveis 
precisam ser cuidadosamente trabalhadas e conhecidas. Lembrando o ditado antigo de que 
“uma laranja estragada pode comprometer todo o saco”, uma pessoa sem ética, inserida em 
um departamento da empresa ou na cúpula estratégica, pode “contaminar” a culturada 
empresa, levando-a agir com procedimentos não éticos. 
Algumas atitudes antiéticas que, um dia, começaram como um “quebra-galho” de situações 
difíceis de resolver podem se tornar rotina, fazendo com que elas sejam assumidas como 
procedimentos padrão. Um dos exemplos mais comuns dessa prática é o pagamento de 
propina para agentes públicos ou privados com a finalidade de facilitar certos percursos ou 
resolver problemas e obstáculos para a empresa. Ele pode se tornar um vício da organização, 
por aparentemente resolver rapidamente o problema e “economizar” tempo, trabalho, etc. 
Essa falsa economia pode levar a transtornos muito grandes, que certamente comprometerão 
toda a empresa, ou boa parte dela. 
 
ÉTICA E DIFERENÇAS CULTURAIS 
O contexto sociocultural no qual o indivíduo se insere interfere e define o comportamento 
social, os valores morais, a conduta individual e a reação perante o desconhecido nas 
manifestações humanas. Portanto, o conceito de cultura está associado a este contexto 
sociocultural (ALMEIDA, 2007). 
 
Da mesma forma, o ambiente moral em que se vive é resultado das ações individuais. 
Se há diferentes culturas, há também diferentes modelos de comportamento, com valores 
éticos distintos. 
 Essas diferenças culturais, expressas em diferentes valores e comportamentos, vão interferir 
no modelo de ação das empresas, de forma interna – em relação a empregados, proprietários, 
acionistas – e de forma externa – fornecedores, clientes, governo, comunidade, etc. 
 As diferenças culturais podem trazer transtornos aos envolvidos e precisam ser conhecidas 
antes de se travar relações mais estreitas. 
 
 
Ética e Diferenças Culturais 
O contexto sociocultural no qual o indivíduo se insere interfere e define o comportamento 
social, os valores morais, a conduta individual e a reação perante o desconhecido nas 
manifestações humanas. Sendo assim, o conceito de cultura está associado a esse contexto 
sociocultural (ALMEIDA, 2007). Da mesma forma, o ambiente moral em que se vive é 
resultado das ações individuais (ARRUDA; WHITAKER; RAMOS, 2007). 
Para você entender melhor essas relações, vamos começar pelo conceito de “cultura”. Vamos 
usar o conceito citado por Arruda, Whitaker e Ramos (2007): “cultura é um sistema integrado 
de padrões comportamentais aprendidos, compartilhados e transmitidos de geração em 
geração, que distinguem as características de determinada sociedade”. 
Na cultura, estão incluídos os conhecimentos, as crenças, as artes, os valores morais, as leis e 
os costumes de uma sociedade, local ou instituição. Dessa forma, diferentes conjuntos de 
pessoas apresentam, a princípio, diferentes culturas. Se há diferentes culturas, há também 
diferentes modelos de comportamento, com valores éticos distintos. 
Segundo Saldanha (2007), em cada contexto, composto por cultura, sociedade ou época, a 
ética é formada por um conjunto de estruturas e ideais de comportamento, relacionados a um 
ideal de ser humano. O autor coloca que a ética, no sentido histórico: “é um plano de relações 
entre aqueles ideais de comportamento e a avaliação efetiva dos comportamentos ocorridos” 
(SALDANHA, 2007, p. 9). 
Essas diferenças culturais, expressas em diferentes valores e comportamentos, vão interferir 
no modelo de ação das empresas, de forma interna ― em relação a empregados, 
proprietários, acionistas ―, e de forma externa ― fornecedores, clientes, governo, 
comunidade, etc. As diferenças culturais podem trazer transtornos aos envolvidos e precisam 
ser conhecidas antes de se travar relações mais estreitas. 
Em relação a negócios internacionais, os sentidos devem ser redobrados. Tanto a cultura 
empresarial como a cultura da sociedade na qual se insere a empresa precisa ser bem 
conhecida para não se ter surpresas. Conhecer os modos de se vestir, alimentar, 
cumprimentar, comportar, falar, entre outros, pode afetar definitivamente uma negociação. 
Nós brasileiros somos geralmente muito informais nas relações sociais, e isso pode ser 
entendido como desleixo em um país rígido como a Alemanha. Beijos e abraços podem ser 
altamente condenáveis em culturas mais impessoais. Outros povos estão acostumados com 
propina em qualquer tipo de relação comercial. Conhecer bem esses valores pode facilitar o 
conhecimento da cultura e clima de organizações, bem como minimizar o sofrimento durante 
uma negociação. 
Mas como é o processo para se entender como foi formada a cultura da empresa que levará 
ao clima organizacional ético (ou não!) da mesma? Vamos falar de mais alguns conceitos, 
como o de desenvolvimento moral e o de clima organizacional e, depois, somar tudo para 
fechar o pensamento. 
O desenvolvimento moral do indivíduo pode se realizar por diversos estágios, com uma 
evolução na sua forma de pensar. O primeiro estágio se refere a formas de aceitação por meio 
de coerção ou recompensas. O segundo se volta à importância dada à opinião do grupo social 
quanto ao comportamento do indivíduo em relação às normas estabelecidas: o grupo me vê 
como um indivíduo que segue as normas? No terceiro estágio, o indivíduo desenvolve 
padrões morais pessoais regulados por uma consciência crítica do mundo e independentes das 
normas estabelecidas, demonstrando a sua maturidade moral (ALMEIDA, 2007). 
Outro conceito que também deve ser considerado é o do clima organizacional. Almeida 
(2007) define o clima organizacional como a atmosfera psicológica, social e humana, que 
define a forma como as pessoas se relacionam entre si dentro da organização. Logo, sendo o 
clima organizacional definido pelos aspectos culturais da organização, o seu modelo ético 
será caracterizado pelos valores culturais aceitos, somados ao desenvolvimento moral de seus 
indivíduos com interferências dos fatores demográficos envolvidos, e do estilo de gestão 
utilizado, e vai retratar o desempenho social da organização. 
 
 
CÓDIGOS DE ÉTICA 
● A empresa precisa estar quites com a legislação, mas apenas isso não a promove 
ao status de ser ética. 
 
● Começamos a identificar que não há somente um tipo de norma, também o seu 
cumprimento tem um caráter distinto: as leis precisamser obrigatoriamente 
cumpridas, mas as normas de conduta têm um cumprimento facultativo: o indivíduo 
é que escolhe se quer ou não cumpri-las! 
Normal moral 
Tem caráter imperativo, ou seja, impõe um dever. 
Geralmente difunde costumes e é transmitida de forma oral, passando de geração a 
geração dentro do processo histórico. 
A família acaba sendo o centro primário de sua difusão, seguido pelos ambientes de 
trabalho. 
O seu conteúdo valoriza aquilo que deve ser, de acordo com princípios e valores aceitos 
pela sociedade, não prevendo qualquer tipo de sanção preestabelecida (VAZQUEZ, 2002). 
NORMA LEGAL 
Tem caráter coercitivo, ou seja, impõe uma penalidade para o não cumprimento. 
É produzida no universo das relações políticas, pelas instâncias governamentais, dentro do 
campo do Direito, sendo escrita e registrada ao longo da história. 
É composta por pressupostos sistêmicos e objetivos claros no campo da ordem social e do 
direito do indivíduo. 
Mostra claramente o que é aceito ou não juridicamente pela sociedade politicamente 
organizada, pela definição do que é crime e de como devem ser os contratos sociais. 
 
ANOMIA 
É o estado social em que não há definição prévia de normas, com desprezo pela norma 
moral. 
Inexistência de leis ou regras fixas. 
Pode estar relacionada a uma transição de costumes, o que acaba levando à falta de 
referências ética se ao individualismo. 
Esse modelo demonstra, também, que a sociedade se encontra em profunda descrença nas 
instituições sócio-políticas. 
Com essas definições podemos esclarecer melhor onde os códigos de ética podem ser 
classificados. 
Por eles possuírem caráter imperativo e não coercitivo, serem elaborados pela iniciativa 
privada e não pelo Estado e não estabelecerem sansões punitivas, embora possam prever 
restrições a quem não os pratica, os códigos de ética estão posicionados no conjunto das 
chamadas normas morais. 
Formalizar, por escrito, os padrões morais e valores considerados éticos por todos da 
organização. 
Definir “como” a empresa vai agir, e o que se espera dela perante a sociedade. 
O código de ética de uma organização deve ser desenvolvido com o apoio coletivo e deve 
conter as diretrizes e normas que a levam a uma conduta ética. 
Além do mais, deve ser divulgado, conhecido e respeitado por todos, não importando 
quem ou que posição hierárquica tenha na estrutura da empresa. 
MAS O QUE ABORDA? 
Os códigos de ética geralmente abordam os seguintes tópicos: 
CONFLITOS DE INTERESSE 
 
- Conduta ilegal; 
- Segurança dos ativos da empresa; 
- Honestidade nas comunicações dos negócios da empresa; 
- Denúncias; 
- Suborno. 
ENTRETENIMENTO E VIAGEM 
 
- Propriedade de informação; 
- Contratos governamentais; 
- Responsabilidades de cada 
stakeholder; 
- Assédio profissional e sexual; 
- Uso de drogas e álcool. 
CÓDIGO DE ÉTICA - EFETIVIDADE 
Deve ser coerente com a missão, os objetivos, a estratégia e as políticas 
da empresa; 
Deve conter regras éticas claras e bem fundadas; 
Deve ser aceito por todos, respeitando-se a liberdade, sem doutrinações; 
CÓDIGO DE ÉTICA - EFETIVIDADE 
• Deve ter um conteúdo equilibrado, suficientemente abrangente, sem ser demasiado 
detalhista, porém contemplando as exceções; 
 
• Deve mostrar mecanismos de resolução de conflitos; 
 
• Sua aplicação deve ser simples e barata. 
OBJETIVOS AO IMPLANTAR UM CÓDIGO DE ÉTICA 
Comprometer a alta direção para o cumprimento das obrigações éticas da empresa, para um 
maior profissionalismo em sua atuação; 
Motivar os colaboradores da organização para um comportamento que possa trazer mais 
benefícios a eles e a toda a organização; 
Definir os deveres de forma concreta e precisa de critérios para julgar um comportamento 
ético; 
OBJETIVOS AO IMPLANTAR UM CÓDIGO DE ÉTICA 
Contribuir para a criação de uma cultura da empresa, integrando os trabalhadores na mesma; 
 
Criar uma imagem externa e valorizar a empresa perante a sociedade; 
 
Evitar conflitos e proporcionar procedimentos para que sejam solucionados. 
PRINCIPAIS EFEITOS ESPERADOS 
Melhoria da imagem da empresa perante a sociedade; 
 
Melhoria da imagem da empresa perante seus próprios 
funcionários; 
Aumento do nível de comprometimento dos funcionários; 
Elevação do nível ético dos funcionários; 
Prevenção de comportamentos antiéticos. 
Códigos de Ética 
Como já vimos anteriormente, a ética empresarial só poderá existir se estiverem definidos e 
aceitos os padrões morais e valores considerados éticos por todos da organização. Achar que 
fazer palestras ou falar pelos corredores que é importante a empresa definir e divulgar esses 
padrões nunca será suficiente para formar ou manter uma sólida consciência de sua 
importância para a organização e seus stakeholders . 
O que a empresa precisa fazer é formalizar, por escrito, essa intenção! Para isso são criados 
os códigos de ética. Neles é possível definir “como” a empresa vai agir, e o que se espera dela 
perante a sociedade. O código de ética de uma organização deve ser desenvolvido com o 
apoio coletivo e deve conter as diretrizes e normas que a levam a uma conduta ética. Além do 
mais, deve ser divulgado, conhecido e respeitado por todos, não importando quem ou que 
posição hierárquica tenha na estrutura da empresa. 
Os códigos de ética geralmente abordam os seguintes tópicos: conflitos de interesse, conduta 
ilegal, segurança dos ativos da empresa, honestidade nas comunicações dos negócios da 
empresa, denúncias, suborno, entretenimento e viagem, propriedade de informação, contratos 
governamentais, responsabilidades de cada stakeholder , assédio profissional, assédio sexual, 
uso de drogas e álcool (ARRUDA; WHITAKER; RAMOS, 2007). 
Para que o código de ética seja realmente efetivo, deve seguir algumas regras, como as 
citadas por Costa Filho (2002): 
● Deve ser coerente com a missão, os objetivos, a estratégia e as políticas da 
empresa; 
● Deve conter regras éticas claras e bem fundadas; 
● Deve ser aceito por todos, respeitando-se a liberdade, sem doutrinações; 
● Deve ter um conteúdo equilibrado, suficientemente abrangente, sem ser 
demasiado detalhista, porém contemplando as exceções; 
● Deve mostrar mecanismosde resolução de conflitos; 
● Sua aplicação deve ser simples e barata. 
Costa Filho (2002) apresenta alguns objetivos que a empresa geralmente persegue ao 
implantar um código de ética: 
● Comprometer a alta direção para o cumprimento das obrigações éticas da 
empresa, para um maior profissionalismo em sua atuação; 
● Motivar os colaboradores da organização para um comportamento que possa 
trazer mais benefícios a eles e a toda a organização; 
● Definir os deveres de forma concreta e precisar critérios para julgar um 
comportamento ético; 
● Contribuir para a criação de uma cultura da empresa, integrando os trabalhadores 
na mesma; 
● Criar uma imagem externa e valorizar a empresa perante a sociedade; 
● Evitar conflitos e proporcionar procedimentos para que sejam solucionados. 
É claro que a empresa espera retornos positivos com a implantação de um código de ética. Os 
principais efeitos esperados são o espelho do alcance dos objetivos traçados e estão 
relacionados a seguir (COSTA FILHO, 2002): 
● Melhoria da imagem da empresa perante a sociedade; 
● Melhoria da imagem da empresa perante seus próprios funcionários; 
● Aumento do nível de comprometimento dos funcionários; 
● Elevação do nível ético dos funcionários; 
● Prevenção de comportamentos antiéticos. 
Mas, afinal, existe algum roteiro prático para elaborar um código de ética? Sim, o Instituto 
Ethos (2000) sugere os seguintes elementos: 
A) RELAÇÕES COM ACIONISTAS : estabelecer critérios para que haja oportunidades 
iguais a todos os acionistas, restando os acionistas minoritários; 
 
B) RELAÇÕES COM FUNCIONÁRIOS : valorizar a diversidade – gênero, raça, religião, 
cor, idade etc., durante processos de recrutamento e seleção; desenvolver relações 
hierárquicas sem arbitrariedade; manter a privacidade tanto da empresa em relação ao 
funcionário, quanto do funcionário em relação à empresa; incentivar o processo de avaliação 
e promoção por meio de plano de carreira explícito, respaldado por avaliações de 
desempenho realizadas periodicamente, com fatores mensuráveis, para uma boa política de 
valorização profissional; procurar atitudes que possam reduzir os custos antes de buscar 
eliminar postos de trabalho por demissões; 
 
C) RELAÇÕES COM OS CLIENTES : promover o objetivo da empresa, que é a 
maximização do lucro, sem ferir o objetivo do cliente, que é a obtenção do melhor produto ou 
serviço pelo menor preço; 
 
D) RELAÇÕES COM FORNECEDORES : cumprir as obrigações contratuais, em especial 
aquelas relacionadas a pagamentos, demonstrando o comportamento ético da empresa. 
 
E) RELAÇÕES COM CONCORRENTES : estimular a relação ética com o concorrente, o 
que pressupõe que a competência e a qualidade dos produtos e serviços sejam vetores 
soberanos para influenciar o mercado; 
 
F) RELAÇÕES COM A ESFERA PÚBLICA : não oferecer propinas ou estabelecer atos de 
corrupção com órgãos arrecadadores e de fiscalização, bem como a agentes públicos e 
políticos; cada transação financeira deve ser cuidadosamente avaliada, e as oportunidades 
escusas devem ser rejeitadas; agir com transparência na definição dos critérios de doações 
para candidatos em campanhas políticas; 
 
G) RELACIONAMENTO COM O MEIO AMBIENTE : estabelecer como prática a utilização 
sustentável dos recursos naturais, sejam eles renováveis ou não; 
 
H) RELACIONAMENTO COM A COMUNIDADE – AÇÕES FILANTRÓPICAS : 
conhecer as necessidades da comunidade dos locais e regiões onde está instalada a empresa, 
objetivando selecionar e desenvolver programas de abrangência social. 
Os códigos de ética empresarial, além de formalizarem os compromissos éticos da empresa, 
também constituem uma importante ferramenta de comunicação desses valores e práticas 
para seus stakeholders . 
Mas é só isso? Não! Só criar o código de ética é um primeiro passo. Agora a empresa deverá 
passar pelo processo de implantação que já comentamos. E para formalizar ainda mais o 
comprometimento da empresa com o estabelecimento efetivo de um sistema voltado para as 
atitudes éticas, é preciso criar um Comitê de Ética . 
Ao adotar um código de ética, a empresa deve formar um comitê de ética, que deve ter um 
número ímpar de integrantes, de diversos departamentos da empresa, e consideradas pessoas 
íntegras pelos demais. A sua direção deve se presidida pelo vice-presidente, ou o próprio 
presidente da empresa, para fortalecer a importância da ética dentro da organização 
(ARRUDA; WHITAKER; RAMOS, 2007). 
O monitoramento do clima ético da empresa também faz parte dos procedimentos necessários 
para a sua efetivação e manutenção. Para isso podem ser definidos indicadores que possam 
medir esse comprometimento. A consolidação da medição pode ser realizada por meio de 
auditorias, tanto internas quanto externas, promovendo ao máximo a imparcialidade na 
indicação de pontos fortes ou fracos. 
Arruda e Navran (2001) comentam diversos modelos de medição do clima ético nas empresas 
e focam como principais indicadores os elementos a seguir: 
● Indicador 1: Sistemas formais 
● Indicador 2: Mensuração 
● Indicador 3: Liderança 
● Indicador 4: Negociação 
● Indicador 5: Expectativas 
● Indicador 6: Consciência 
● Indicador 7: Chaves para o sucesso 
● Indicador 8: Serviço ao cliente 
● Indicador 9: Comunicação 
● Indicador 10: Influência dos pares 
● Indicador 11: Consciência ética 
Os indicadores de gestão ambiental e de responsabilidade social referenciados por Tachizawa 
(2002), também podem somar itens importantes para consolidar as medidas do sistema de 
avaliação de desempenho ético. Esses indicadores trazem aspectos relacionados a questões 
demográficas, culturais, sociais, econômicas, de saúde e saneamento. 
 
Responsabilidade Social 
Ser socialmente responsável significa que as pessoas e as organizações devem 
comportar-se eticamente e com sensibilidade em relação a questões sociais. 
O esforço para agir com responsabilidade social ajuda indivíduos, organizações e governos 
a ter impacto positivo no desenvolvimento, nas empresas e na sociedade. 
O ideal é que seja um movimento de toda a sociedade em prol do bem comum. 
Seja a responsabilidade social voltada a projetos ambientais, educacionais ou de outra 
natureza, o fatoé que o conceito de responsabilidade social é abrangente, justamente pela 
diversidade de comportamentos e ações voltados a assegurar o bem-estar dos indivíduos 
ou dos grupos sociais. 
• Ainda não existe um conceito plenamente aceito sobre responsabilidade social. 
 
Confunde-se, muitas vezes, responsabilidade social com “ações sociais”, reduzindo o seu 
escopo com atividades de cunho filantrópico. 
As ações de filantropia, motivadas por razões humanitárias, são isoladas e reativas, 
enquanto o conceito de responsabilidade social possui uma amplitude muito maior, por 
fazer parte do próprio planejamento estratégico da empresa. 
FILANTROPIA E 
RESPONSABILIDADE SOCIAL 
A filantropia configura-se como doação eventual, não estabelecendo vínculos efetivos e 
permanentes da empresa ou do indivíduo com a comunidade. 
Um projeto efetuado sob o conceito de responsabilidade social deve construir laços 
permanentes com a comunidade, constituindo polos de interação social. 
RESPONSABILIDADE SOCIAL 
Embora não exista uma definição unanimemente aceita para o termo responsabilidade 
social, a expressão se refere, de forma ampla, a decisões de tomadas com base em 
valores éticos que incorporam as dimensões legais, o respeito pelas pessoas, 
comunidades e meio ambiente (MACHADO FILHO, 2006). 
A expressão responsabilidade social vinculou-se gradativamente ao mundo corporativo e, 
atualmente, traduz-se em uma forma ética de conduzir os negócios. 
Responsabilidade social é a forma de gestão que se define pela relação ética e 
transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo 
estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável 
da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, 
respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. 
O CAPITALISMO NO SÉCULO XX 
O conceito de responsabilidade social desenvolve-se ao longo do século, estimulado pelas 
crises socioeconômicas que afetaram profundamente o capitalismo. 
As crises socioeconômicas capitalistas, bem como a emergência dos problemas 
ambientais, promoveram a reflexão sobre a necessidade de as ações econômicas serem 
praticadas com responsabilidade social. 
A grande depressão da década de 1930 e os efeitos do pós- guerra são exemplos de 
fenômenos históricos que revelaram a vulnerabilidade do capitalismo e a necessidade de 
mudanças nas práticas socioeconômicas. 
A Guerra Fria, com o risco oferecido pelo socialismo real, favoreceu as preocupações com 
responsabilidade social, isto é, a incorporação do conceito na reorientações das estratégias 
socioeconômicas. 
CAPITALISMO ATUAL 
A globalização econômica, com a plena supremacia do mercado e o liberalismo 
econômico, implicou a redução da intervenção dos estados nacionais na economia e dos 
sistemas estatais de proteção social: transformações que acentuam a necessidade de 
posturas éticas empresariais, orientadas pelo conceito de responsabilidade social. 
Necessidade de maior articulação entre as empresas e a sociedade civil. 
Resumidamente, pode-se afirmar que o surgimento da responsabilidade social é 
decorrente das crises capitalistas, de pressões da sociedade civil e das próprias 
estratégias de marketing empresarial. 
Você já deve ter realizado alguma boa ação ou gestos de caridade em toda a sua vida. Já deve 
ter praticado filantropia, ajudado alguém necessitado de recursos financeiros ou até mesmo 
recursos para a própria sobrevivência. Já deve ter atuado como voluntário em algum projeto 
social ou ambiental. É comum, portanto que a maioria das pessoas confunda o termo 
Responsabilidade Social e Ambiental com boas ações como as descritas acima. Na verdade 
este é um engano comum. 
Primeiramente é preciso compreender que o termo Responsabilidade Social vinculou-se 
gradativamente ao mundo corporativo e atualmente traduz-se em uma forma ética de 
conduzir os negócios. Seja a responsabilidade social voltada à projetos ambientais, 
educacionais ou de outra natureza, o fato é que o conceito de responsabilidade social é 
abrangente, justamente pela diversidade de comportamentos e ações que uma organização 
pode assumir voltados a assegurar o bem-estar dos indivíduos ou dos grupos sociais 
relacionados direta ou indiretamente com suas atividades. 
No período da Revolução Industrial, por exemplo, não havia um estímulo à prática de ações 
sociais por parte das empresas. Isso porque, predominava no século XVIII, o chamado Estado 
Liberal (ou Sistema Liberal), onde o Estado não se opunha na relação de trabalho, tendo o 
empregador total liberdade para estipular as condições de trabalho. 
Pelo liberalismo, a interferência do Estado na economia seria um obstáculo à concorrência, 
elemento essencial ao desenvolvimento econômico e cujos benefícios seriam repartidos por 
toda a sociedade. O Estado seria o responsável pelas ações sociais, pela promoção da 
concorrência e pela proteção da propriedade. Já as empresas deveriam buscar a maximização 
do lucro, a geração de empregos e o pagamento de impostos. Atuando dessa forma, as 
companhias exerciam sua função social (TENÓRIO, 2006). 
A abordagem da atuação social empresarial surgiu no início do século XX, com o 
filantropismo. Em seguida, com o esgotamento do modelo industrial e o desenvolvimento da 
sociedade pós – industrial, o conceito evoluiu, passando a incorporar os anseios sociais no 
plano de negócios das corporações. Assim, além do filantropismo, desenvolveram-se 
conceitos como voluntariado empresarial, cidadania corporativa, responsabilidade social 
corporativa e, por último, desenvolvimento sustentável (TENÓRIO, 2006). 
As denominações dadas às intervenções sociais empresariais são muitas: responsabilidade 
social, cidadania empresarial, filantropia empresarial e assim por diante. Assumir a 
denominação Responsabilidade Social Empresarial é adotar um rigor não necessariamente 
conceitual, mas ético, na medida em que a palavra responsabilidade pressupõe critério e 
acompanhamento rigoroso destas ações sociais. Em definição dada pelo dicionário Aurélio 
responsabilidade é: Situação de um agente consciente com relação aos atos que ele pratica 
voluntariamente. 
Aindanão existe um conceito plenamente aceito sobre responsabilidade social. Confunde-se 
muitas vezes, responsabilidade social com “ações sociais”, reduzindo o seu escopo com 
atividades de cunho filantrópico. Esse reducionismo é inadequado, distorcendo a essência do 
que se espera de uma conduta socialmente responsável das empresas. De acordo com o 
Business for Social Responsability (BSR), principal entidade mundial na área de 
responsabilidade social, embora não exista uma definição unanimemente aceita para o termo 
responsabilidade social corporativa, a expressão se refere, de forma ampla, a decisões de 
negócios tomadas com base em valores éticos que incorporam as dimensões legais, o respeito 
pelas pessoas, comunidades e meio ambiente (MACHADO FILHO, 2006). 
 Por definição do Instituto Ethos, Responsabilidade Social Empresarial é a forma de gestão 
que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os 
quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o 
desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para 
as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades 
sociais 
O despertar da responsabilidade social das empresas não apresenta um histórico 
cronologicamente definido justamente por fazer parte de uma evolução da postura das 
organizações em face da questão social, provocada por uma série de acontecimentos 
sócio-políticos determinantes e também pela própria trajetória histórica do capitalismo 
mundial. 
A partir do século XX diversos fatores de ordem política, econômica e social levaram ao 
reconhecimento e legitimação de algumas necessidades e demandas sociais decorrentes de 
diversas mudanças ocorridas no mundo do trabalho como, por exemplo, a revolução 
tecnológica, informacional e produtiva. 
O próprio desenvolvimento da organização dos trabalhadores nas primeiras décadas do 
século XX contribuiu para reavaliar a perspectiva de atuação do empresariado frente às 
questões sociais. A pressão da classe trabalhadora concretizada em inúmeras greves aliada a 
fatores de ordem econômico e político levaram diversos capitalistas a atuar no sentido de 
modelar o sistema formal de proteção social. 
Estas mudanças provocaram alterações no modelo do desenvolvimento econômico 
ocasionando altos índices de desemprego. Exatamente por tantas transformações ocorridas no 
século XX, a década de 90 foi preconizada com ações organizadas e estrategicamente 
voltadas para o tema responsabilidade social empresarial. 
Por serem importantes agentes de promoção do desenvolvimento econômico e do avanço 
tecnológico, a qualidade de vida da humanidade passou a depender cada vez mais de ações 
cooperativas de empresas que foram incorporando de maneira progressiva o conceito de 
responsabilidade social empresarial, tornando-o um comportamento muitas vezes 
formalizado em projetos de atuação na sociedade civil. 
A ética e a cidadania passaram a permear discussões sobre o que é ser politicamente correto 
no mundo empresarial com maior frequência. Nesta pauta de discussão as relações do homem 
com o meio ambiente e suas responsabilidades com o futuro da humanidade face as 
desigualdades sociais ganharam força. 
As primeiras manifestações sobre o tema Responsabilidade Social descritas estão em um 
manifesto subscrito por 120 industriais ingleses no início do século XX. Tal documento 
definia que a responsabilidade dos que dirigem a indústria é manter um equilíbrio justo entre 
os vários interesses dos públicos, dos consumidores, dos funcionários, dos acionistas. 
Outro momento histórico importante para a disseminação do conceito de responsabilidade 
social empresarial foi a década de 1960. Os movimentos jovens e estudantis desta época 
questionavam com veemência o capitalismo excludente. Neste período o tema se manifestou 
na pauta de grandes empresas de diversos países da Europa e dos Estados Unidos. 
Já na década de 1970, período marcado, dentre outros fatos, pela aguda crise econômica 
mundial, os países de economia avançada na Europa e na América do Norte orientaram-se na 
direção de políticas destinadas a minimizar as conseqüências sociais decorrentes do colapso 
das atividades econômicas. Foi criado então, um conjunto de medidas que respondia ao 
descontentamento social crescente, assegurando razoáveis condições básicas de subsistência 
aos grupos marginalizados, ou que se encontravam precariamente inseridos nas relações 
produtivas. Este movimento ficou conhecido como Welfare State [1] , ou Estado do Bem Estar. 
O Estado assumia a responsabilidade social total e plena sobre a sociedade (MARASSEA, 
PIMENTEL, 2004). 
Com o desenvolvimento de novos setores industriais, principalmente o de tecnologia de 
ponta, os anos 80 produziram uma nova reviravolta no jogo político – econômico europeu e 
norte – americano. O cerne dessa alteração esteve na decadência das políticas orientadas para 
o Welfare State e na ascensão das políticas chamadas “neoliberais” (MARASSEA, 
PIMENTEL, 2004). 
A noção de responsabilidade social atrelada ao mundo empresarial como forma de gestão, 
pode ser considerada recente visto que, o que havia antes desta incorporação do conceito ao 
mundo dos negócios era a prática da filantropia que se diferencia em vários aspectos das 
práticas de Responsabilidade Social Empresarial (RSE). 
O ato de filantropia ou assistencialismo, por mais meritório que seja, é voluntário, 
circunstancial e se esgota em si mesmo. Pode criar, ainda, expectativas para o futuro que não 
venham, necessariamente, a se realizar, dado o caráter episódico e gratuito de muitos anos 
filantrópicos. A filantropia não pode nem deve eximir a empresa de suas responsabilidades. 
Por mais louvável que seja uma empresa construir uma creche ou um posto de saúde na sua 
comunidade, a sua generosidade em nada adiantará se, ao mesmo tempo, estiver poluindo o 
único rio local ou utilizando matéria – prima produzida em fábricas irregulares, que 
empregam trabalho infantil em condições insalubre ou perigosas (AZAMBUJA, Apud 
TENÓRIO, 2006). 
A relação estabelecida entre um projeto e os cidadãos usuários não pode ser vista de formaassistencialista. Em um projeto social também se faz necessário, como em qualquer outro 
projeto, a potencialização de talentos e o desenvolvimento da autonomia de seus atores. As 
empresas, atualmente, são consideradas grandes polos de interação social, tanto com os 
fornecedores como também com a comunidade e seus próprios funcionários. Exatamente por 
isso o processo de elaboração de projetos sociais bem como os investimentos sociais de 
origem privada destinados a estes projetos, deve ser encarado com muita lógica, 
desmistificando a ideia de que este campo de atuação requer apenas ações voluntariosas. 
No Brasil, acompanhando a tendência das economias subdesenvolvidas, a preocupação com a 
responsabilidade social demorou a sensibilizar empresários e executivos responsáveis pelas 
decisões estratégicas dos negócios. Esta postura se deve ao processo de industrialização do 
https://dombosco.instructure.com/courses/6745/pages/aula-7#_ftn1
país acompanhado por um sistema de produção econômica fortemente dependente do Estado 
(MARASSEA, PIMENTEL, 2004). 
Na verdade, somente a partir dos anos 90, as empresas no Brasil, aumentaram os 
investimentos em projetos sociais, passando a defender padrões mais éticos na relação com 
seus públicos de interesse (fornecedores, funcionários, clientes, governo e acionistas) e 
práticas ambientais sustentáveis. 
O cenário complexo e contraditório da chamada globalização econômica no qual as empresas 
detêm grande poder de manipulação das forças de mercado, mas são também extremamente 
vulneráveis às mudanças de comportamento social, tornou-se propícia ao ressurgimento da 
proposta de exercício da Responsabilidade Social por parte das empresas privadas. 
Principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde o quadro de desajustes e 
desequilíbrios socioeconômicos pode até por em cheque a própria existência das relações 
capitalistas de produção, com o enfraquecimento de um grande mercado consumidor 
(MARASSEA, PIMENTEL, 2004). 
Foi também na década de 90 que as empresas no Brasil aumentaram os investimentos em 
projetos sociais, passaram a defender padrões mais éticos de relação com seus públicos de 
interesse (fornecedores, funcionários, clientes, governo e acionistas) e práticas ambientais 
sustentáveis. Sob o rótulo de "responsabilidade social", foi incluído um conjunto de normas e 
práticas qu e se tornou condição para garantir lucratividade e sustentabilidade aos negócios. 
Para os brasileiros esta questão ganhou evidência maior após o período de 
redemocratização e abertura econômica do país na década de 1990. A responsabilidade 
social das empresas, cuja projeção nos EUA e na Europa aconteceu em meados da década 
de 60, passou a ser pauta na agenda dos empresários brasileiros, com mais visibilidade, na 
década de 90, incentivado pelo período de redemocratização e abertura econômica do 
País, pelos direitos conquistados com a Constituição Federal de 1988, pela aprovação do 
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e do Código de Proteção e Defesa do 
Consumidor em 1990, pela aprovação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) em 
1992 que contribuíram para uma maior conscientização e organização da sociedade civil 
sobre seus direitos, também favorecendo a fundação de ONGs e o fortalecimento do 
Terceiro Setor (ALESSIO, 2008). 
Por aqui, a ação das empresas neste âmbito de função social não lucrativo tornou-se 
significativa entre as décadas de 1980 e 1990. Foram detectadas a partir das duas últimas 
décadas do século XX ações mais organizadas sistematicamente e estrategicamente 
voltadas para o tema responsabilidade social empresarial. É possível dizer, portanto que 
este período marca a inserção do tema Responsabilidade Social Empresarial (RSE) na 
agenda de interesses da população brasileira. 
Por outro lado, o caminho não está totalmente consolidado para que as empresas se 
beneficiem imediatamente da divulgação de suas ações de responsabilidade social. Ainda é 
necessário enfrentar a desconfiança do consumidor em relação à atuação empresarial 
neste âmbito. Este é o principal desafio para as empresas que incorporam os princípios da 
RSE em suas práticas. 
 
 Responsabilidade Social Empresarial 
• Responsabilidade social corporativa (RSC); 
• Responsabilidade social de empresas. 
• A noção de responsabilidade social empresarial decorre da compreensão de que a 
ação empresarial deve, necessariamente, buscar trazer benefícios para a 
sociedade, propiciar a realização profissional dos empregados, promover 
benefícios para os parceiros e para o meio ambiente e trazer retorno para os 
investidores. 
• Empresas afinadas com as atuais mudanças organizacionais realizam ações de 
responsabilidade social empresarial para atender aos stakeholders. 
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• Essas empresas devem desenvolver a capacidade de ouvir os diferentes interesses 
das partes envolvidas para incorporá-los no planejamento de suas atividades, 
promovendo, assim, a melhoria da qualidade de vida da comunidade como um 
todo. 
• Em algumas sociedades, a responsabilidade social empresarial tornou-se um 
comportamento econômico adquirido: exigências da sociedade civil em relação à 
dimensão ética das ações empresariais.A responsabilidade social 
empresarial não deve ser entendida como uma prática assistencialista. 
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• Consiste em projetos elaborados para a potencialização de talentos e o 
desenvolvimento da autonomia dos cidadãos. 
• As empresas, atualmente, são consideradas grandes polos de interação social, 
tanto com os fornecedores como também com a comunidade e com seus próprios 
funcionários. 
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• Então... a responsabilidade social é uma necessidade imposta pela sociedade 
globalizada, extremamente competitiva, com consumidores mais bem-informados e 
que possuem amplo poder de escolha. 
• A responsabilidade social inclui a aspiração econômica e financeira da empresa, ou 
seja, a maximização do lucro, atendendo aos interesses dos acionistas da 
empresa, sob o aspecto jurídico-legal. 
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• Um aspecto importante da responsabilidade social são as relações com os 
empregados, pois é possível ver nessa atuação uma forma de atrair e reter 
funcionários com qualificação para a empresa, promovendo positivamente sua 
imagem no mercado. 
• As

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