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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES PRÓ-REITORIA DE ENSINO, PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CAMPUS DE SÃO LUIZ GONZAGA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO LARA DE OLIVEIRA LOPES LUCIANA DE MELO CARVALHO EMPREENDEDORISMO FEMININO – DESAFIOS E PERSPECTIVAS SÃO LUIZ GONZAGA – RS 2021 LARA DE OLIVEIRA LOPES LUCIANA DE MELO CARVALHO EMPREENDEDORISMO FEMININO – DESAFIOS E PERSPECTIVAS Relatório Final de Estágio de Conclusão de Curso III, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração, Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus de São Luiz Gonzaga. Orientador: Prof. Me. Révis Catiano Feijó Moura SÃO LUIZ GONZAGA – RS 2021 2 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Gênero ...................................................................................................... 19 Gráfico 2: Idade ......................................................................................................... 20 Gráfico 3: Município de residência ............................................................................ 20 Gráfico 4: Grau de instrução ..................................................................................... 21 Gráfico 5: Oportunidade para empreender para homens e mulheres ....................... 21 Gráfico 6: Motivações que levam as mulheres a empreender................................... 22 Gráfico 7: Importância do empreendedorismo feminino ............................................ 22 Gráfico 8: Características comportamentais necessárias para empreender ............. 23 Gráfico 9: Fatores limitantes para a abertura e manutenção de um negócio ............ 24 Gráfico 10: Segmentos que as mulheres mais empreendem .................................... 24 Gráfico 11: Percentual de empreendedoras brasileiras ............................................ 25 Gráfico 12: Percepção sobre o ambiente empreendedor feminino ........................... 26 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................4 1.1 Questão da Pesquisa .......................................................................................... 4 1.2 Objetivos .............................................................................................................. 5 1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 5 1.2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 5 1.3 Justificativa .......................................................................................................... 5 1.4 Delimitação do Trabalho ................................................................................... 6 1.4.1 Tema....................................................................................................................6 1.4.2 Delimitação do Tema .......................................................................................... 6 1.5 Estrutura do Trabalho ........................................................................................ 6 2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................8 2.1 Empreendedorismo ............................................................................................. 8 2.2 Empreendedor ..................................................................................................... 9 2.3 Empreendedorismo Feminino .......................................................................... 11 2.3.1 Empreendedorismo Feminino – MEI ................................................................ 14 3 METODOLOGIA DA PESQUISA............................................................................16 3.1 Método de Pesquisa .......................................................................................... 16 4 DESCRIÇÃOS DO ESTUDO..................................................................................19 4.1 Apresentação, Análise e Discussão dos Dados ........................................... 19 5 CONCLUSÃO....................................................................................................... 27 REFERÊNCIAS..........................................................................................................29 APENDICE.................................................................................................................33 4 1 INTRODUÇÃO A conquista da mulher por seu espaço nesta sociedade regida pelo patriarcado foi árdua, e por algumas vezes, as folhas que escreveram esta história, tiveram até mesmo manchas de sangue. No dia 26 de fevereiro de 1909, as mulheres saíram às ruas de Nova York para reivindicar voz ativa na sociedade. No dia 25 de março de 1911, 125 mulheres morreram queimadas no interior de uma fábrica, e em 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU), oficializou o Dia Internacional da Mulher. (NADAL, 2018). No ano de 1932, a mulher ganha no Brasil, o direito ao voto, e estes são apenas alguns do inúmero marcos na sociedade, que proporcionaram a mulher, a visão de que ela pode ir tão longe quanto imaginava ser capaz. (KARAWEJCZYK, 2019). Portanto, diante do contexto histórico feminino, percebe-se o longo caminhar da mulher no alcance dos direitos sociais e consequentemente nos ambientes de trabalho. É de conhecimento público que as empresas pagam menos às mulheres para executar as mesmas tarefas que os homens, há casos em que elas não possuem oportunidade de exercer cargos e funções mais elevadas, além do fato de que algumas tarefas são vedadas à execução por mulheres. Observa-se, ainda que em alguns mercados, as mulheres nem são contratadas (FERREIRA, 2017). Então, mais do que atingir o objetivo acadêmico de conclusão do Curso de Administração, este trabalho oportunizou compreender o avanço das mulheres no cenário empreendedor e procurou responder ao seguinte problema de pesquisa: qual a percepção dos consumidores em relação ao empreendedorismo feminino no Brasil? Com a finalidade de elucidar tal questionamento, apresenta-se uma contextualização básica do tema em estudo que serviram como base para a interpretação e análise dos dados coletados. 1.1 Questão da Pesquisa Empreender vai muito além da questão de gênero, pois entende-se que a competência para realizar qualquer empreendimento independe de sexo. 5 No Brasil o empreendedorismo feminino ocorre em linhas crescentes, visto que o Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2018), principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, apontou que o Brasil ficou em sétimo lugar no ranking de proporção de mulheres à frente de empreendimentos iniciais. Na mesma linha, o Relatório Especial de Empreendedorismo Feminino no Brasil, divulgado pelo Sebrae (2019), informa que 48% dos Microempreendedores Individuais (MEIs) são mulheres. (ZUFFO, 2020). Diante da importância do empreendedorismo feminino para os movimentos sociais e para a economia, esta pesquisa tem pretende responder a seguinte problemática: qual a percepção dos consumidores em relação ao empreendedorismo feminino no Brasil? 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Identificar a percepção dos consumidores quanto ao empreendedorismo feminino brasileiro. 1.2.2 Objetivos Específicos a) Identificar a participação e a importância feminina no empreendedorismo brasileiro; b) Diagnosticar a percepção dosconsumidores quanto ao empreendedorismo feminino no Brasil 1.3 Justificativa O Brasil tem sido apontado como um país de grande potencial empreendedor (MOREIRA et al., 2010), sendo contabilizadas mais de 24 milhões de brasileiras no ramo tocando seu próprio negócio e gerando novos em empregos (GEM, 2012). O crescimento feminino nessa área, em grande parte, ocorre ao avanço da mulher no 6 mercado de trabalho e também em resposta à discriminação sofrida em ambientes corporativos (MACHADO, 2012; GEBRAN e NASSIF, 2010). No entanto, embora esses números demonstrem a importância da participação feminina no universo empreendedor, ainda se evidencia desigualdades e dificuldades entre os gêneros feminino e o masculino, conforme revela a pesquisa realizada pela GEM, com base em dados coletados em 2018. A pesquisa informa que as mulheres necessitam estudar cerca de 16% a mais em relação aos homens, ou seja, enquanto eles dedicam cerca de 8,5 anos aos estudos, as mulheres precisam dedicar 9,9 anos para concluir sua formação. Em contrapartida seus rendimentos são menores cerca de 22% a menos (PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS CONTÍNUA - PNAD, 2018). Assim, esse trabalho pretende verificar a percepção do empreendedorismo feminino brasileiro, sob a ótica dos consumidores. Ciente da importância do papel feminino no ambiente corporativo, das particularidades representada pelos múltiplos papéis femininos e dos inúmeros desafios enfrentados na trajetória empreendedora, esse trabalho se justifica. 1.4 Delimitação do Trabalho 1.4.1 Tema Empreendedorismo 1.4.2 Delimitação do Tema Empreendedorismo feminino brasileiro sob a ótica dos consumidores. 1.5 Estrutura do Trabalho O presente trabalho está organizado em capítulos sendo que no primeiro capítulo encontra-se a introdução, a questão problema, os objetivos, a justificativa, além do tema e da sua delimitação. No capítulo dois é realizado o referencial teórico a respeito do empreendedorismo, destacando o empreendedorismo feminino. 7 Posteriormente, no capítulo três aborda-se a metodologia utilizada para a pesquisa e na sequência apresenta-se a análise e a discussão de dados, demonstrando os gráficos referentes à pesquisa. Por fim, são expostas as conclusões do estudo. 8 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Empreendedorismo O empreendedorismo é um fenômeno individual, que remete à criação de empresas, através da percepção de oportunidades, seja pela necessidade de sobrevivência ou por um fenômeno social que auxilia o indivíduo ou a comunidade a desenvolver-se para encontrar a solução dos problemas e a construção de um futuro promissor, isto é, de gerar Capital e se desenvolver profissionalmente. (ZARPELLON, 2010). Schein (1985, p. 30), descreve o empreendedorismo como a inclinação a fazer “algo novo, envolvendo a motivação para superar obstáculos, propensão por aceitar riscos e desejo de elevação pessoal em qualquer objetivo a ser alcançado”. Covin e Miles (1999), enxergam no empreendedorismo a chance de explorar oportunidades, de renovar e de rejuvenescer firmas, mesmo as já estabelecidas, através de inovações e da percepção empreendedora de inovações. O papel do empreendedorismo em um país, não está amarrado apenas ao desenvolvimento da economia, e na contribuição com o aumento de produção e renda per capita; o papel do empreendedorismo vai muito além, pois envolve iniciar, constituir e incentivar as mudanças no mercado interno e na sociedade (HISRICH e PETERS, 2004). Para Leite e Oliveira (2007) há dois tipos de empreendedorismo: o empreendedorismo por necessidade onde criam-se negócios buscando a sobrevivência e o empreendedorismo por oportunidade, onde identifica-se uma oportunidade de negócio lucrativa e investe-se nessa ideia. Na visão Shumpeteriana, o empreendedorismo é um processo de ‘‘destruição criativa’’, através da qual inova-se o mercado, fazendo com que novos produtos adentrem ao gosto dos consumidores, substituindo os já existentes, destruindo assim este paradigma. (SCHUMPETER, 1988). Assim, o empreendedorismo e a inovação estão interligados, uma vez que ambiente de inovação desperta a criatividade e o empreendedorismo. Segundo Schumpeter, um empreendedor é uma pessoa que deseja e é capaz de converter uma nova ideia ou invenção em uma 9 inovação bem-sucedida, e por intermédio de novos produtos ou serviços substitui aos que eram utilizados anteriormente. (CHIAVENATO, 2012). No entanto, o empreendedorismo também é analisado sob aspectos comportamentais, ou seja, o empreendedor é aquela pessoa ousada, que abre um negócio para colocar em prática uma ideia ou realizar um projeto pessoal, mesmo conhecendo os riscos e sabendo das responsabilidades inerentes a atividade. (CHIAVENATO, 2004). Em ambas as vertentes, economista ou comportamental, o empreendedorismo possibilita o desenvolvimento local e a geração de renda. 2.2 Empreendedor Hashimoto (2014) define o ato de empreender como “ter autonomia para usar as melhores competências para criar algo diferente e com valor, com comprometimento, pela dedicação de tempo e esforços necessários, assumindo os riscos financeiros, físicos e sociais”. O mesmo autor, ainda destaca que uma atividade empreendedora precisa ter por trás uma pessoa ou um grupo, um perfil empreendedor, definindo que o empreendedor usa as melhores competências, ou seja, ele não possui necessariamente todas as competências pessoais para construir um negócio bem-sucedido. (HASHIMOTO, 2014) O empreendedor pode ser visto como um pensador, um estrategista, um articulador, com qualificação para unir a pessoa com capacidade intelectual e técnica, dotada das habilidades necessárias, aos recursos existentes no mercado e na sociedade, e desta forma agregar valor, obtendo o resultado desejado (VALE, 2007). Segundo Gerber (2004), a pauta da discussão é o conhecido mito americano do Empreendedor, que trata sobre o comportamento, os hábitos e a forma como agem. Para o autor, a personalidade empreendedora visualiza e transforma a menor da situação cotidiana em uma oportunidade excepcional, ou seja, a vida do empreendedor está em focar no futuro, enxergar as possibilidades e ações que podem ser realizadas e modificadas, resultando em melhorias e multiplicando os lucros. (GERBER, 2004). A personalidade empreendedora se espalha e pode ser vista em diversas áreas, como na ciência, na arte e nos negócios, onde o empreendedor é um 10 indivíduo inovador, um articuloso estrategista, criador de métodos ainda não existentes e explorador de novos mercados (GERBER, 2004). Empreender vai além de centralizar ações em suas próprias mãos. É necessário que seja construída uma equipe de trabalho capaz de assumir responsabilidades quando o empreendedor não se encontrar presente. A tomada de decisão rápida pode significar a diferença entre o lucro e o prejuízo. Zuini (2012), ressalta que uma pequena empresa costuma ter a tomada de decisão muito centralizada no fundador ou em outro sócio, no entanto, o perfil controlador não é saudável para o crescimento do negócio. Para o autor, é evidente que o empreendedor deve saber tudo que se passa na sua empresa, mas é impossível controlar e centralizar todas as decisões que devem ser tomadas. (ZUINI, 2012). O empreendedor possui necessidade de controlar tudo ao seu redor, o futuro, as pessoas, os eventos, os processos, e rumar aos seus sonhos de maneira determinada, ele também tem a tendência de querer velocidade, agilidade e eficácia das pessoas que trabalham com ele ou para ele. Estes comportamentos têm como consequência resultados absurdamente maiores do que as demais pessoas que cercam este indivíduo. (ZUINI, 2012). Stevenson e Gumpert (1985) descrevemempreendedores como indivíduos orientados para agir, seres enérgicos, e autoconfiantes, com autocontrole, espírito de liderança e grande necessidade de autorrealização. Segundo Dolabela (2010, p.25), “o empreendedor é alguém que sonha e busca transformar seu sonho em realidade”. O mesmo autor afirma que o empreendedor é alguém que identifica oportunidade e transforma em fonte de capital, trabalhando com os riscos bem calculados (DORNELAS, 2008). Cooley (1990) corrobora ao propor um modelo que identifica as competências do empreendedor, por meio de dez características, a saber: (1) estabelecimento de metas; (2) planejamento e monitoramento sistemático; (3) persistência; (4) comprometimento; (5) busca de informações; (6) busca de oportunidades e iniciativa; (7) exigência de qualidade e eficiência; (8) busca de riscos calculados; (9) persuasão e rede de contatos; (10) independência e autoconfiança. Algumas características comuns aos administradores são: ter iniciativa para criar novos negócios e serem apaixonados pelas suas atividades, administrar os recursos disponíveis com criatividade e prudência, evoluindo a região onde vivem e https://exame.com/noticias-sobre/empreendedores 11 aceitar que os riscos existem, trabalhando com a consciência deles estarem ali, e a chance de fracasso. (PILLEGGI, 2016) Para Chiavenato (2004), o empreendedor fareja as oportunidades, é ágil, se adapta aos diferentes mercados, é a pessoa que dá início ao negócio para torná-lo uma ideia real, ele projeta as organizações, assumindo riscos e inovando continuamente. “Pode-se dizer que os empreendedores se dividem igualmente em dois times: aqueles para os quais o sucesso é definido pela sociedade e aqueles que têm uma noção interna de sucesso” (DOLABELA, 2010, p. 44). Diante do exposto, percebe-se que o empreendedor reúne características peculiares que lhes garante maiores chances de serem bem-sucedidos. No entanto, não se pode afirmar que uma pessoa dotada de tais características irá necessariamente alcançar o sucesso como empreendedor. 2.3 Empreendedorismo Feminino O empreendedorismo feminino está sendo explorado cientificamente há algum tempo, porém os trabalhos publicados nesse assunto, não são muito numerosos. Segundo IIZUKA, MORAES e SANTOS (2015), foram publicados nos eventos da ANPAD, um total de apenas 10 artigos de 2001 a 2012 com o tema Empreendedorismo Feminino, Empreendedorismo por Gênero, tratando os subtemas: Conflito trabalho-família, Qualidade de Vida, Estilo gerencial, Homossexualidade, Produção científica, o que significa, menos de um artigo científico publicado por ano. Cabral (1999), afirma que entre os fatores mais significativos para a introdução das mulheres do Brasil no mercado de trabalho estão o crescimento da economia, a urbanização ou êxodo rural e o aumento das indústrias, abrindo assim mais oportunidades para as mulheres. Gomes (2006) esclarece que, embora as mulheres ainda encontrem dificuldades para chegar aos níveis superiores de gestão corporativa, elas encontraram uma maneira de contornar as dificuldades e abrir suas próprias empresas. As mulheres empreendedoras são destemidas, autoconfiantes, apaixonadas e identificadas com seus empreendimentos, além de motivadas a buscar desenvolvimento e crescimento. (JONATHAN, 2005). Dickson (2010), traduz alguns 12 elementos característicos do fenômeno das mulheres empreendedoras, por exemplo, as mulheres inicialmente aprenderam a gerir o dinheiro como gerem os seus orçamentos familiares, em que a única maneira de aumentar o dinheiro disponível ou fazer crescer a poupança é ser mais frugal. Assim, muitas cresceram em seus negócios sem empréstimos. No Brasil, o empreendedorismo feminino foi o décimo mais atuante no mundo em 2008. Segundo o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (2009), esse crescimento foi consequência do aumento da participação do comércio e serviços no PIB brasileiro, setor em que as mulheres representavam na época a dois terços dos novos negócios. (IBQP, 2009). Pinheiro (2021) coloca que o empreendedorismo feminino está em alta e que sete milhões de mulheres são empreendedoras atualmente e que se registra uma tendência de crescimento nesse setor. A autora destaca algumas mulheres que servem de inspiração para as empreendedoras que estão iniciando seus negócios, como a empresária Luiza Helena Trajano, que revolucionou a empresa da família e transformou o Magazine Luiza em uma das maiores varejistas do país; a chef Helena Rizzo, que já foi eleita a melhor do mundo e possui um dos restaurantes mais concorrido de São Paulo; Barbe-Nicole Clicquot Ponsardin, que no século XIX conseguiu vencer a resistência e tocar a empresa deixada por seu marido e Gabrielle Chanel (Coco) que além de lançar uma marca famosa no mundo todo, tornou-se uma das figuras mais importantes do século XX. Ferreira (2017), afirma que a taxa de mulheres empreendedoras é de 36,4% versus 42,4% entre os homens, demonstrando que o número não é pequeno e que as mulheres estão empreendendo fortemente nos últimos anos. A autora também ressalta que entre 2003 e 2013, a atuação feminina nesse campo passou de 24,8 para 28,7%, superando assim, a taxa de crescimento do empreendedorismo entre os homens. Em um comparativo entre homens e mulheres, percebe-se que elas atuam nos mais variados segmentos. Em lojas, escritórios, galpões, etc., as mulheres são 47%, contra 34% dos homens; no domicílio são 25%, enquanto os homens são apenas 6%. Em locais designados pelo cliente, elas são apenas 11%, enquanto os homens são a maioria, no total de 26%. Em fazenda, sítio, granja, chácara, etc., elas também são minoria, apenas 6%, enquanto os homens totalizam 16% da 13 preferência. Mulheres que atuam em área ou via pública são 5% e os homens 7%. Como condutoras de veículos automotores, as mulheres são a minoria, perfazendo um total de 1%, enquanto os homens totalizam 8%. Em estabelecimento de outra empresa, homens e mulheres encontram-se empatados, com 0,3% e, atuando em outro local, também há um empate entre eles em 0,3%. (PNADC, 2018). Em relação a idade Ferreira (2017), informa que as mulheres empreendedoras são mais jovens que os homens, sendo que 40% delas possuem até 34 anos, enquanto 50% dos homens estão na faixa de 35 a 54 anos. As mulheres também são mais escolarizadas, sendo que apenas 29% das mulheres tem o fundamental incompleto, enquanto entre os homens esse percentual é de 32%. No entanto, as mulheres ainda enfrentam a barreira de ter menos acesso a crédito e um salário menor em relação aos homens. (FERREIRA, 2017). A pesquisa apresentada pelo GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR (GEM, 2014) apontou o fator “educação e capacitação” como uma das maiores limitações para se empreender no país. Mesmo as mulheres possuindo mais escolaridade do que os homens, as condições de trabalho e salário tendem a ser inferiores e, as oportunidades de inserção no mercado de trabalho em posições mais qualificadas são escassas e restritas a alguns setores do mercado (LAGES, 2005). Sabe-se que há dois tipos de empreendedores, aqueles que empreendem por necessidade e aqueles que empreendem por oportunidade. Mulheres empreendem mais por necessidade do que os homens. Em 2002, o percentual de mulheres empreendedoras por necessidade era em torno de 62%, enquanto que os homens eram 55%. (GEM, 2018). Segundo PNADC (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Continua. 2018), as mulheres respondem por 34% como proprietárias de negócio, esta proporção mantém-se quando a análise é estadual no Rio Grande do Sul. No entanto, as taxas de juros em empréstimos para empreendedoras são muito superiores às cobrados aos homens. (SEBRAE/BACEN, 2017). Diante do exposto, percebe-se que o empreendedorismo feminino embora extremamente relevante no contexto econômico e social,apresenta algumas desigualdades quando comparadas ao empreendedorismo masculino. 14 2.3.1 Empreendedorismo Feminino – MEI Microempreendedor individual (MEI) é o profissional autônomo que registra seu próprio negócio, de maneira a formalizar a atividade que é praticada sem registro em carteira nem contribuições para o INSS. (CONTEZINI, 2017). O MEI surgiu em 2008 com o objetivo de facilitar a abertura de negócios para os pequenos empreendedores, com redução na carga de imposto e contagem de tempo de carteira assinada, entre outros incentivos do governo. (SEBRAE, 2017). De acordo com as pesquisas realizadas pelo Sebrae (2017) nos dados da Receita Federal, identificou-se que o percentual de mulheres que se regularizaram como MEI, é de 47,6% enquanto os homens totalizaram 52,4%. Conforme os dados publicados na pesquisa, entre 2010 e 2016, homens utilizaram mais o MEI, do que as mulheres. Em se tratando das atividades, verifica-se que atualmente as mulheres que são MEI estão envolvidas predominantemente em negócios relacionados à beleza, moda e alimentação, sendo que no ramo de tratamento de beleza, as mulheres são 96% das microempresas individuais existentes (SEBRAE, 2017). Além disso, as mulheres ocupam, no ramo de indústria, dentro do MEI, 90% dos CNPJ abertos, na atividade de confecção sob medida, de peças do vestuário, sendo que na maioria os investimentos femininos são relacionados a confecções. (SEBRAE, 2017). Outro fator que destaca a pesquisa realizada pelo Sebrae (2017), refere-se ao funcionamento das Microempresas. Verifica-se que as empresas estão predominantemente estabelecidas nos domicílios das empreendedoras (55%). (SEBRAE, 2017). O motivo mais forte das mulheres para dedicarem-se ao empreendedorismo, surpreendentemente, não tem sido apenas a busca pela independência, pois o que predomina como motivação para abrirem seu próprio negócio, é o complemento de renda, já que 40,1% dos MEIs aberto por mulheres estão atendendo a necessidade de aumentar a renda, enquanto que apenas 33,6% aderiram ao programa para adquirir independência feminina. (SEBRAE, 2017). Acredita-se que empreender é um processo que exige persistência pois o investimento realizado não tem retorno imediato. Para as mulheres, o processo torna-se um desafio ainda maior, porque além de empreender é necessário vencer 15 as barreiras do preconceito que se volta aos empreendedores não apenas no município, no Estado do RS, mas em todo o Brasil. Atualmente, nas agências de fomento de emprego, observa-se ainda que a maior procura é por pessoas do sexo masculino, inclusive as próprias empreendedoras solicitam esse perfil ao disponibilizar vagas de trabalho. Percebe-se que mesmo vencendo barreiras as mulheres ainda tem algum receio ao contratar mão de obra para serviços destinados ao público misto. Já quando o serviço é destino apenas ao público feminino ocorre o contrário, pois apenas as vagas são voltadas apenas a pessoas do sexo feminino. (FGTAS/SINE, 2020)1 Por fim, o cenário de pesquisas retrata as desigualdades do mundo empreendedor feminino e as inúmeras barreiras que vem sendo vencidas na busca do sonho do próprio negócio. 1 Pesquisa realizada no 3ª quadrimestre de 2020, na Agência FGTAS/SINE, em São Luiz Gonzaga – RS. 16 3 METODOLOGIA DA PESQUISA A origem etimológica da palavra metodologia, nasce no termo grego Méthodos, composto pelas palavras “Meta” e “hódos”, que em tradução livre, podem ser compreendidas como o caminho para fazer ciência (BAILLY, 1950). A presente pesquisa teve como propósito de identificar a percepção dos consumidores quanto ao empreendedorismo feminino brasileiro, visto a importância que o mesmo representa tanto para os movimentos sociais quanto para a economia. O GEM (2018), principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, apontou que o Brasil ficou em sétimo lugar no ranking de proporção de mulheres à frente de empreendimentos iniciais. Na mesma linha, o relatório especial de empreendedorismo feminino no Brasil, divulgado pelo Sebrae (2019), informou que 48% dos MEIs (Microempreendedores Individuais) são mulheres. (ZUFFO, 2020). No entanto, antes de se realizar a pesquisa, foi necessário um planejamento visando estruturar o trabalho e verificando a viabilidade de execução. Assim, a partir da questão problema, elencou-se os objetivos e a metodologia. Devido à Pandemia2, não foi possível a realização da pesquisa no formato presencial, optando-se portanto pelo envio do link por redes sociais. 3.1 Método de Pesquisa A pesquisa realizada seguiu os princípios de uma pesquisa básica, pois buscou identificar a percepção dos consumidores em relação ao empreendedorismo feminino no Brasil, sem a pretensão de aplicar o conhecimento para modificação do cenário, ocupando as pesquisadoras apenas na função de descrever os resultados encontrados de forma clara e precisa. Para Schwartzman (1979), a pesquisa básica, é aquela em que o pesquisador realiza a coleta de dados e o tratamento dos mesmos para responder objetivos particulares do estudo, sem necessariamente aplicar o conhecimento adquirido de algum modo, em algum lugar, de forma prática, 2 Em dezembro de 2019 houve a transmissão de um novo coronavírus (SARS-CoV-2), o qual foi identificado em Wuhan, na China e causou a COVID-19, sendo em seguida disseminada e transmitida pessoa a pessoa, (Fonte: Ministério da Saúde). 17 servindo, para alimentar a literatura acadêmica com informações importantes do ambiente em questão, nada impede que no futuro, tais informações sejam empregadas para modificar ou melhorar o cenário. Quanto aos objetivos, a pesquisa enquadra-se como descritiva. Gil (2010), define a pesquisa descritiva, como sendo aquela em que se questiona as características do ambiente a ser estudado, e as descreve de forma clara, refletindo com fidelidade as informações, de acordo com os dados encontrados. Neste sentido, mediante a execução deste trabalho, foi realizado um levantamento de dados junto aos consumidores, buscando identificar a percepção dos mesmos sobre o empreendedorismo feminino. Após o levantamento, os dados foram transformados em gráficos e analisados, de forma a descrever a opinião dos pesquisados sobre o tema. Em relação aos procedimentos, este estudo apresenta-se como uma pesquisa bibliográfica e de levantamento. Para Gil (2010), a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado, como livros, teses e dissertações. O mesmo autor esclarece que praticamente toda pesquisa científica requer em algum momento a realização da pesquisa bibliográfica. Assim, o presente trabalho caracteriza-se como pesquisa bibliográfica na execução da sua fundamentação teórica-metodológica, já que nesta etapa foram consultadas literaturas já publicadas. A pesquisa também se classifica como levantamento na execução do questionário, onde os participantes relataram suas opiniões quanto ao empreendedorismo feminino no Brasil. Gil (2010), descreve a pesquisa de levantamento como sendo aquela em que os dados são coletados diretamente com os participantes (amostra), validando os dados coletados, por não haver possibilidade de distorção da realidade, ou interpretação incorreta por parte do pesquisador. Os questionários foram compostos por doze perguntas fechadas, construídas a partir da literatura que embasa o trabalho. O instrumento foi elaborado na ferramenta Google Formulários que gera automaticamente o link. O link da pesquisa foi encaminhado pelas redes sociais WhatsApp e facebook. A amostra constitui-se de 110 participantes, composta por todos os indivíduos que se disponibilizarem a responder o questionário digital, enviado por link nasredes sociais facebook e whatsapp. Segundo Pádua (2016, p. 71), “amostra é a 18 representação menor de um todo maior; a fim de que o pesquisador possa analisar um dado universo; a amostra representa o todo”. De posse dos resultados da pesquisa, os dados foram analisados sob o viés quantitativo, ou seja, de acordo com os gráficos gerados pela ferramenta Google formulário. Os resultados estão expostos no decorrer do trabalho, respondendo aos objetivos propostos pela pesquisa e gerando as devidas conclusões. 19 4 DESCRIÇÃOS DO ESTUDO 4.1 Apresentação, Análise e Discussão dos Dados A presente pesquisa contou com 110 pessoas que responderam aos questionamentos, onde foi possível observar o perfil sociodemográfico e a opinião dos participantes quanto ao empreendedorismo feminino. Verificou-se que a maioria dos participantes da pesquisa (84%) são pessoas do sexo feminino, enquanto 15% são do sexo masculino. Gráfico 1: Gênero Fonte: Do autor. Em relação a idade, destaca-se que os respondentes se encontram, na maioria, na faixa etária entre 35 e 44 anos (39%), seguido por aqueles que possuem entre 25 a 34 anos (22%). O gráfico 2 demonstra o resultado da pesquisa quanto a idade dos participantes. masculino 15% prefiro não responder 1% feminino 84% 20 Gráfico 2: Idade Fonte: Do autor. Os indivíduos que responderam aos questionamentos não se encontram apenas no município de São Luiz Gonzaga, pois a pesquisa por rede social oportuniza ampliar o horizonte geográfico. No entanto, observou-se uma predominância de residentes locais de 92%, conforme está representado no gráfico 3. Gráfico 3: Município de residência Fonte: Do autor. De 18 a 24 anos 10% De 25 a 34 anos 22% De 35 a 44 anos 39% De 45 a 54 anos 17% De 55 a 64 anos 10% Mais de 65 anos 2% São luiz Gonzaga 92% Farroupilha 1% Bento Gonçalves 1% Novo Hamburgo 1% Tres coroas 1% uruguaiana 1% Panambi 1% Portão 1% Santo Cristo 1% 21 Considerando a escolaridade dos pesquisados foi possível perceber que 41% dos participantes possuem ensino superior completo ou maior e 22% estão cursando o ensino superior. Acredita-se que pessoas com escolaridade superior conseguem expressar de forma mais clara sua opinião sobre determinado tema, consolidando as informações obtidas pelo questionário. Gráfico 4: Grau de instrução Fonte: Do autor. A partir da questão 5, as perguntas eram referentes ao empreendedorismo feminino, onde primeiramente questionou-se sobre a igualdade ou não de oportunidades para empreender para homens e mulheres. Foi possível observar que 58% dos participantes acreditam que as oportunidades são iguais e 40% não acreditam nessa igualdade. Apesar do resultado da pesquisa, a literatura e demais pesquisas sobre o tema retratadas na fundamentação teórica desse trabalho discorrem sobre as diferenças de oportunidades entre homens e mulheres. O gráfico 5 expõe o resultado do questionamento. Gráfico 5: Oportunidade para empreender para homens e mulheres Fonte: Do autor. Ens. Fund. Incompleto 11% Ens. Fund. Completo 11% Ens. Médio Incompleto 15% Superior em andamento 22% Ens. Sup. Completo ou maior 41% Sim 58% Não 40% Não sei responder 2% 22 Na sequência abordou-se sobre quais as motivações que levam as mulheres ao empreendedorismo. Verificou-se que 41% dos respondentes entendem que as mulheres empreendem com o objetivo de fazer a diferença no mundo, enquanto 32% afirmam que as mulheres empreendem porque os empregos são escassos e precisam trabalhar, ou seja, para gerar renda. Gráfico 6: Motivações que levam as mulheres a empreender Fonte: Do autor. Na questão seguinte questionou-se sobre a importância do empreendedorismo feminino. A grande maioria dos pesquisados (85%) considera que o empreendedorismo feminino brasileiro é muito importante e 14% dos entrevistados acreditam ser importante, o que alerta para a relevância da discussão em torno do tema nos diferentes setores produtivos e educacionais. Gráfico 7: Importância do empreendedorismo feminino Fonte: Do autor. Para ganhar a vida porque os empregos são escassos 32% Para fazer a diferença no mundo 41% Para construir uma grande riqueza ou renda muito alta 7% Para continuar uma tradição familiar 1% Outra 19% Muito imortante 85% Importante 14% Pouco importante 0% Indiferente 1% 23 Empreender é um desafio para qualquer pessoa, no entanto algumas características comportamentais contribuem para o sucesso do empreendimento. De acordo com os pesquisados, 27% consideram a iniciativa como característica fundamental e 24% elencaram a persistência. No entanto para 18% dos entrevistados é fundamental não ter medo de correr riscos e para 14% consideram a capacidade de realizar planejamentos essencial para o empreendedor. Outras características como comunicação, comprometimento, liderança e criatividade também foram citadas. O gráfico 8 demonstra o resultado da questão. Gráfico 8: Características comportamentais necessárias para empreender Fonte: Do autor. Vencer desafios faz parte do dia a dia das mulheres empreendedoras. Entre os desafios limitantes para a abertura e manutenção de um negócio, a pesquisa identificou primeiramente a falta de recursos financeiros, já que foi citado por 38% dos entrevistados, o preconceito em relação ao gênero foi relatado por 18% dos participantes, enquanto 13% acreditam que o clima econômico, contexto político, institucional e social, 10% destacam que o excesso de burocracia é responsável pelas dificuldades que limitam os investimentos femininos; 20% entendem que o obstáculo encontrado é a dificuldade para conciliar a carreira e a família e, apenas 1% encontra dificuldades em delegar tarefas para seus comandados. Iniciativa 27% Capacidade para fazer planejamentos 14% Persistência 24% Comunicação 4% Não ter medo de correr riscos 18% Comprometiment o 7% Liderança 5% Criatividade 1% 24 Gráfico 9: Fatores limitantes para a abertura e manutenção de um negócio Fonte: Do autor. Na atualidade as mulheres estão envolvidas nos mais variados segmentos de negócios, exercendo diferentes funções. O resultado da pesquisa demonstrou que para 77% dos entrevistados os empreendimentos femininos são voltados para a moda e a beleza. Os demais itens como tecnologia, saúde, alimentação, educação, consultoria e outros empreendimentos, foram citados com percentuais bem inferiores conforme demonstra o gráfico abaixo. Gráfico 10: Segmentos que as mulheres mais empreendem Fonte: Do autor. falta de recursos financeios 38% preconceito em relação ao gênero 18% dificuldade para conciliar carreira e familia 20% dificuldade em delegar tarefas 1% excesso de burocracia 10% clima econômico 13% Tecnologia 7% Agronegócio 1% Moda e beleza 77% Alimentação 4% Educação 2% Saúde 5% Consultoria 2% Outro 2% 25 Conforme o posicionamento dos pesquisados, 39% acreditam que as mulheres empreendedoras no Brasil são em torno de 35%; já para 29% dos participantes as empreendedoras são em torno de 50%. No entanto para 20% dos entrevistados em torno de 60% são empreendimentos femininos e para 12%, essas empreendedoras são em torno de 20%. Na realidade o percentual empreendedor é 48% (ZUFFO, 2020). O gráfico 11 exemplifica o resultado do questionamento. Gráfico 11: Percentual de empreendedoras brasileiras Fonte: Do autor. Quando questionados sobre a percepção em relação ao ambiente empreendedor feminino, verificou-se que a maioria, 27% dos entrevistados acreditam que no Brasil, as mulheres se deparam com histórias de sucesso na mídia e/ou na internet e resolvem realizar seus investimentos. Já para 26% dosentrevistados a opção por investimentos femininos acontece para que elas possam começar um novo negócio como opção da carreira que elas desejam seguir. 22% acreditam que existe no município onde vivem, existem escolas e/ou universidades que ensinam/estimulam o empreendedorismo, formando profissionais de sucesso e também o balcão do Sebrae que orienta os novos empresários. Para 9% dos entrevistados, as mulheres que tem sucesso conseguem conquistar um alto nível de status e respeito no meio em que vivem e na sociedade em geral. O percentual de 6% entende que nos próximos seis meses existirão boas oportunidades para as mulheres iniciarem um novo negócio nas proximidades onde vivem. Na visão de 5% Em torno de 50% 29% Em torno de 60% 20% Em torno de 35% 39% Em torno de 20% 12% 26 dos entrevistados, no Brasil é fácil para as mulheres iniciarem um novo empreendimento e para outros 5%, os empreendimentos feminino ocorrem porque no município onde vivem, existem estímulos dos governos federal, estadual e municipal que estimulam as mulheres a tornarem-se empreendedoras. Gráfico 12: Percepção sobre o ambiente empreendedor feminino Nos próximos 6 meses existirão boas oportunidades para as mulheres inciarem um novo negócio próximo onde vivem 6% No Brasil, é fácil para as mulhres iniciarem um negócio 5% No Brasil, a maioria das mulheres considera que começar uum novo negócio é uma opção de carreira desejável 26% No Brasil, as mulheres que tem sucesso ao iniciar um novo negócio tem um alto nível de status e respeito 9% No Brasil, veem frequentemente histórias de sucesso na mídia e/ou internet 27% No Município existem estímulos dos governos Federal, Estadual e Municipal, para novas empreendedoras 5% No Município onde vivem, existem escola e/ou universidade que ensinam/estimulam o empreendedorismo 22% 27 5 CONCLUSÃO As mulheres estão cada vez mais ocupando espaços antes denominados masculinos, sendo presença crescente nos mais diferentes setores da economia. Essa representatividade advém de uma série de fatores sociais e econômicos e impacta no modo de vida das comunidades. É importante destacar que empreender vai além de investir em negócio próprio, mas envolve o empoderamento e um estilo de enfrentamento aos desafios da vida corporativa. Nesse sentido é importante que se perceba o empreendedorismo como movimento que cria valor para a sociedade, não apenas de forma financeira, mas como incentivador de mudanças na vida das pessoas que fazem parte do meio ambiente em que o empreendimento está inserido. A pesquisa de análise quantitativa objetivou identificar a percepção dos consumidores quanto ao empreendedorismo feminino brasileiro, além de fornecer informações sócio demográficas deste público. Constatou-se que os respondentes foram predominantemente do gênero feminino, sendo que a maioria possui idade entre 35 anos a 44 anos, são moradores do município de São Luiz Gonzaga e possuem ensino superior completo ou maior. Quanto a percepção em relação ao empreendedorismo feminino brasileiro, verificou-se que a amostra acredita que as mulheres possuem as mesmas oportunidades que os homens e que a motivação principal para o empreendedorismo feminino está em fazer a fazer diferença no mundo, demonstrando um olhar bastante filosófico em relação a ação empreendedora. Além disso ficou claro que os respondentes acham muito importante as ações empreendedoras femininas, onde a iniciativa é a característica comportamental mais relevante e a falta de recursos financeiros se destaca como fator limitante para a abertura e manutenção do negócio. Moda e beleza estão entre os segmentos que se destacam nos empreendimentos femininos e em relação ao ambiente empreendedor os participantes observam que no Brasil frequentemente há histórias na mídia e/ou na internet sobre novos negócios bem-sucedidos gerenciados por mulheres. Assim, embora existam limitações quanto a amostra, as informações coletadas demonstram a importância do empreendedorismo feminino no contexto 28 brasileiro. Por fim, ciente que a ação empreendedora propõe um conjunto de desafios diários e exige comportamentos singulares é necessário desenvolver habilidades e conhecimentos que sustentem tais iniciativas empreendedoras. 29 REFERÊNCIAS BAILLY, Anatole. Dictionaire: Grec-Français. Rédiger avec le concour de E. Egger. Paris: Hachette, 1950. CABRAL, M. R. O mercado de trabalho na década de 90: um mundo em transformação, 1999. Disponível em: http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/sociologia/analise-historica-mulher-mundo- trabalho.htm. Acesso em: 11 jun. 2020. CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva. 2004. CHIAVENATO. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. 4. ed. Barueri, SP: Manole, 2012. CONTEZINI, Diego. 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O estudo faz parte de um trabalho de Conclusão do Curso de Administração da URI – São Luiz Gonzaga. 1- Qual o seu gênero? * ( )Feminino ( )Masculino ( ) Prefiro não responder 2- Qual a sua idade? * ( ) De 18 anos a 24 anos ( ) De 25 anos a 34 anos ( ) De 35 anos a 44 anos ( ) De 45 anos a 54 anos ( )De 55 anos a 64 anos ( ) Acima de 65 anos 3- Em qual município você reside? * 4- Qual o seu grau de instrução? * ( ) Ensino Fundamental incompleto ( ) Ensino Fundamental completo ( ) Ensino Médio incompleto ( ) Ensino Superior em andamento ( ) Ensino Superior Completo ou maior 5- Você considera que homens e mulheres possuem as mesmas oportunidades quando vão empreender? * ( )sim ( )não 35 ( ) Não sei responder 6- Para você, quais as motivações que levam as mulheres iniciar um novo negócio? * ( )Para ganhar a vida porque os empregos são escassos ( ) Para fazer diferença no mundo ( ) Para construir uma grande riqueza ou uma renda muito alta ( )Para continuar uma tradição familiar Outra 7- Você considera o empreendedorismo feminino brasileiro * ( )muito importante ( ) importante ( )pouco importante ( )indiferente 8- Dentre as características comportamentais propostas, qual você considera mais importante para uma empreendedora? * Iniciativa ( ) capacidade para fazer planejamentos ( )persistência ( )comunicação ( ) não ter medo de correr riscos ( )comprometimento( )liderança ( )criatividade 9- Entre os desafios encontrados pelas mulheres empreendedoras, quais você considera mais limitantes para a abertura e manutenção de negócios? *nesta questão você pode marcar até 2 alternativas se achar necessário * ( )falta de recursos financeiros para o desenvolvimento do seu negócio ( )preconceito em relação ao gênero ( )dificuldade para conciliar carreira e família 36 ( ) dificuldade em delegar tarefas ( ) excesso de burocracia ( ) Clima Econômico/Contexto Político, Institucional e Social 10- Na sua percepção, qual o segmento que as mulheres mais empreendem? * ( )Tecnologia ( )Agronegócio ( )Moda e beleza ( )Alimentação ( )Educação ( )Saúde ( )consultoria ( )outro 11- Na sua percepção, qual o percentual de mulheres empreendedoras no Brasil? * ( ) Em torno de 50% ( )Em torno de 60% ( )Em torno de 35% ( )Em torno de 20% 12- Em relação ao ambiente para empreender feminino, você acredita que *nesta questão você pode marcar até 3 alternativas se achar necessário * ( ) Nos próximos seis meses existirão boas oportunidades para as mulheres iniciarem um novo negócio nas proximidades onde vivem ( ) No Brasil, é fácil para as mulheres iniciarem um negócio ( )No Brasil, a maioria das mulheres considera que começar um novo negócio é uma opção de carreira desejável ( ) No Brasil, as mulheres que têm sucesso ao iniciar um novo negócio têm um alto nível de status e respeito ( ) No Brasil, veem frequentemente histórias na mídia e/ou na internet sobre novos negócios bem-sucedidos gerenciados por mulheres 37 ( ) No município onde vivem, existem estímulos do governo (federal, estadual e prefeitura) suficientes para estimular as mulheres a se tornarem empreendedoras ( ) No município onde vivem, existem escolas e/ou universidades que ensinam/estimulam o empreendedorismo