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Prof. Me. Mário Miranda Estudos Disciplinares Formação Específica – Tomo V Frequência cardíaca Avaliação cardiorrespiratória Questão 6 – Introdução Teórica FC – medida em batimentos por minuto (bpm) Frequência cardíaca máxima – FCM – aquisição pelo teste de esforço máximo = exaustão voluntária Teste ergoespirométrico: exercício em esteira ou bicicleta ergométrica com aumento progressivo de carga. Obtém o VO2máx $$$$$ Questão 6 – Frequência Cardíaca (FC) Fonte: KPE lab students testing 03 (16451572510).jpg| FCM A informação da FCM teórica pode ser predita por equações baseadas na idade, como as equações de: Karvonen (FCM = 220 – idade) – exibe muita variação estimativa no valor. Tanaka (FCM = 208 – [0,7 x idade]). Entretanto, essas equações apresentam erros na estimativa (aproximadamente 11-12 bpm) (Araújo e Duarte, 2015). VO2max varia de pessoa para pessoa – eficiência do processo biológico individual para captar, transportar e usar o oxigênio. Questão 6 – Avaliação do VO2máx x Relação com a FCM Estimativa do VO2máx a partir dos valores de FC mensurados durante uma série de trabalho submáximo numa bicicleta ergométrica. Questão 6 – Teste submáximo de esforço Fonte. adaptado de: POWERS, Scott K; HOLLEY, Edward T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 5. ed. Barueri: Manole, 2005, p. 576. Idade = 20 FCmáx estimada = 200 85% da FCmáx = 170bpm Tempo de trabalho (kpm/min) VO2 (l/min) 0,9 1,2 1,5 1,8 2,1 2,4 2,7 300 450 600 750 900 1050 1200 210 190 170 150 130 110 90 70 F re q u ê n c ia c a rd ía c a ( b p m ) Interromper o teste a 85% da FCmáx Extrapolar para 200 bpm A frequência cardíaca máxima (FCM) é o valor mais elevado da frequência cardíaca que um indivíduo pode atingir em um esforço máximo até o ponto de exaustão e constitui variável fisiológica relevante para quantificar o esforço máximo durante um teste ergométrico. A FCM é um importante marcador biológico para a prescrição e o monitoramento do exercício físico, com indicações que podem variar entre 60% e 85% da FCM para o desenvolvimento da resistência e da potência cardiorrespiratória, respectivamente. Questiona-se se o emprego de equações que predizem a FCM, como (220 – idade) de Karnoven ou (208 – [0,7 x idade]) de Tanaka, não induziria ao erro na prescrição da intensidade de treinamento cardiorrespiratório por superestimarem a FCM de indivíduos jovens (< 40 anos) e subestimarem a FCM de indivíduos idosos (> 60 anos). Questão 6’ – ‘Questão 17 – Enade 2013 Para testar essa hipótese, Camarda e cols. (2008) realizaram um estudo comparativo entre a FCM medida em teste ergoespirométrico e as equações propostas por Karvonen e Tanaka. Para tanto, foram avaliados 2047 indivíduos (1091 homens e 956 mulheres) com média ± desvio-padrão de idade igual a 37,1±11,4. Estimou-se o coeficiente de correlação de Pearson e o valor de p foi menor do que 0,05 em ambos os casos. Os resultados estão nos gráficos 1 e 2 a seguir CAMARDA, S. R. A. et al. Comparação da frequência cardíaca máxima medida com as fórmulas de predição propostas por Karvonen e Tanaka. Arquivos brasileiros de cardiologia. São Paulo, v. 91, n. 5, p. 311-314, 2008. Questão 6’ – ‘Questão 17 – Enade 2013 Questão 6’ – ‘Questão 17 – Enade 2013 Correlação R = 0,72 R² = 0,52 Em ambos os casos. FCM Medida X Karvonen FCM Medida X Tanaka F re q u ê n c ia c a rd ía c a ( b p m ) F re q u ê n c ia c a rd ía c a ( b p m )210 200 190 180 170 160 150 140 130 Frequência cardíaca (bpm) Gráfico 1 – Correlação de Pearson entre a frequência cardíaca máxima (FCM) medida e a equação de predição de Karvonen “220- idade” (n=0,72; r2=0,52; n=2047). Gráfico 2 – Correlação de Pearson entre a frequência cardíaca máxima (FCM) medida e a equação de predição de Tanaka “208- (0,7xidade)” (n=0,72; r2=0,52; n=2047). Frequência cardíaca (bpm) 210 200 190 180 170 160 150 140 130 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 Considerando o texto e os gráficos apresentados, pode-se notar que: A. As equações de Karvonen e de Tanaka apresentam moderada correlação com a FCM medida em teste de esforço máximo. Isso significa que é arriscado prescrever a intensidade do esforço físico de um exercício utilizando essas equações. B. As equações de Karvonen e de Tanaka apresentam forte correlação com a FCM medida em teste de esforço máximo. Isso significa que é seguro prescrever a intensidade do esforço físico de um exercício utilizando essas equações. C. As equações de Karvonen e de Tanaka apresentam forte correlação com a FCM medida em teste de esforço máximo. No entanto, a prescrição da intensidade de esforço depende de outros fatores como nível de aptidão física e volume da sessão de treinamento. Questão 6’ – Alternativas D. As equações de Karvonen e de Tanaka apresentam fraca correlação com a FCM medida em teste de esforço máximo, porém a prescrição da intensidade de esforço pode depender de outros fatores como nível de aptidão física e frequência das sessões de treinamento. E. As equações de Karvonen e de Tanaka apresentam fraca correlação com a FCM medida em teste de esforço máximo. Isso significa que é seguro prescrever a intensidade do esforço físico de um exercício utilizando essas equações. Questão 6’ – Alternativas A, C, D e E – Alternativas incorretas. Justificativa. As equações de Karvonen e Tanaka apresentam alta correlação (r = 0,72 para ambas as equações) com a FCM mensurada a partir do teste de esforço ergoespirométrico máximo com cargas crescentes no estudo de Camarda et al. (2008). Tanaka et al. (2001) verificaram que a equação baseada em seu estudo para predição da frequência cardíaca máxima [FCM = 208 – (0,7 x idade)] é dependente apenas da idade e independente do gênero (masculino x feminino) e do status de atividade física (sedentários x fisicamente ativos). B – Alternativa correta. Justificativa. É seguro prescrever a intensidade do exercício físico utilizando as equações de Karvonen e Tanaka, porque apresentam alta correlação com a FCM do teste de esforço máximo do estudo apresentada nos gráficos. Questão 6’ – Análise das alternativas Desenvolvimento motor na infância e na adolescência Estirão de crescimento Maturação reprodutiva Desempenho físico entre homens e mulheres Questão 7 – Introdução teórica Maturação: processo de transformações biológicas, morfológicas e fisiológicas no crescimento e no desenvolvimento. Desenvolvimento: processo de mudanças qualitativas. Desenvolvimento motor: características de alterações no comportamento motor relacionadas com a maturação, com o ambiente e com as tarefas a serem efetivadas. Modelo de desenvolvimento motor: Ampulheta de Gallahue. Questão 7 – Desenvolvimento motor Ações de competência motora Ações especializadas Ações fundamentais Ações rudimentares Movimentos fetais Questão 7 – Fases de desenvolvimento motor Adolescência e idade adulta: as capacidades físicas se diferenciam substancialmente Estirão do crescimento – meninas: início ~ 9 anos de idade 11 anos 16 anos – meninos: início ~ 11 anos de idade 13 anos 18 anos Puberdade: menarca nas meninas / 1ª ejaculação dos meninos Maturação reprodutiva das meninas: óvulos maduros / tamanho do útero e ovários / mamas Maturação reprodutiva dos meninos: testículos e do pênis / espermatozoides vivos na ejaculação Adolescência meninas > peso adiposo meninos > peso massa muscular A testosterona aumenta a diferença de força muscular Questão 7 – Desenvolvimento motor Questão 7’. Alterações quantitativas em inúmeras habilidades motoras têm sido objeto de estudo nas últimas décadas. Dessa forma,existe abundância de informações sobre as capacidades de desempenho de homens e de mulheres, da infância à idade adulta. O gráfico a seguir representa o desempenho na habilidade motora de salto horizontal, tendo como base de análise o salto em distância, comparando o desempenho de crianças e adolescentes dos sexos masculino e feminino, na faixa etária entre 5 e 17 anos de idade. Questão 7’ Questão 16 – Enade 2013 Questão 7’ Questão 16 – Enade 2013 Fonte: adaptado de: GALLAHUE, D.; OZMUN, J. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 2.ed. São Paulo: Phorte, 2003. Salto em distância masculino e feminino Feminino Masculino IDADE P O L E G A D A S Com base nos dados de desempenho apresentados no gráfico, avalie as afirmações a seguir: I. A dinâmica do desempenho de ambos os sexos apresenta similaridade até os 12 anos de idade. II. O desempenho na faixa etária de 16 a 17 anos de idade apresenta ascensão nas marcas masculinas e queda nas marcas femininas. III. O desempenho feminino apresenta uma nítida alteração, coincidente com a fase de puberdade. É correto o que se afirma em: A. I. B. II. C. I e III. D. II e III. E.I, II e III. Questão 7’ Questão 16 – Enade 2013 A dinâmica do desempenho de ambos os sexos apresenta similaridade até os 12 anos de idade. I – Afirmativa correta. Justificativa. As performances de homens e de mulheres são semelhantes até os 12 anos, quando a discrepância no salto horizontal começa a aparecer. O desempenho na faixa etária de 16 a 17 anos de idade apresenta ascensão nas marcas masculinas e queda nas marcas femininas. II – Afirmativa incorreta. Justificativa. Após os 12 anos, a performance feminina começa a se estabilizar e pode até diminuir, enquanto a performance masculina continua a melhorar até os 17 anos. Questão 7’ Análise das alternativas Questão 16 – Enade 2013 III – O desempenho feminino apresenta uma nítida alteração, coincidente com a fase de puberdade. III – Afirmativa correta. Justificativa. Enquanto os homens apresentam ganhos de força e consequente aumento de performance no salto horizontal durante a puberdade, as mulheres apresentam baixos níveis de hormônios andrógenos e menores ganhos de força, tendendo à estabilização. Resposta correta: Alternativa: C. Questão 7’ Análise das alternativas Questão 16 – Enade 2013 INTERVALO Envelhecimento Alterações fisiológicas durante o processo de envelhecimento Principais componentes motores afetados pelo envelhecimento Benefícios da atividade física durante o processo de envelhecimento Questão 8 – Introdução teórica É um processo natural que se relaciona com a idade cronológica e as alterações biológicas, morfológicas e fisiológicas. Inicia-se a partir dos 30 anos de idade. Idosos > 60 anos Longevidade: Relação entre fatores genéticos/hereditariedade e estilo de vida. Questão 8 – Envelhecimento Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/pessoas-antigo- idosos-homem-mulher-2582878/ Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/homem-s%C3%AAnior-anci%C3%A3o-p%C3%A9-via-parque-5670636/ Há essencialmente o processo de comprometimento da regeneração celular Perda de massa óssea Decréscimo de conteúdo muscular – sarcopenia Diminuição de mitocôndrias Detrimento de atividade glandular Arrefecimento de elasticidade vascular Destruição de neurônios (entre 10 a 50%) Questão 8 – Envelhecimento: Principais Perdas Redução da sustentabilidade óssea fraturas Perda de força, resistência e de flexibilidade quedas Prejuízo na velocidade de execução reação tardia Detrimento de noção espacial e sensorial movimentos equivocados Redução de sinapses e impulsos nervosos < agilidade Questão 8 – Consequências das perdas relativas ao envelhecimento I. Tempo de reação II. Propriocepção III. Padrão de caminhada IV. Postura e controle do equilíbrio Questão 8 – Componentes motores afetados pelo envelhecimento Tende a aumentar, as ações e as reações se tornam mais lentas Questão 8 – Tempo de reação em idosos Tempo Velocidade Atividades cardiorrespiratórias – melhoram a circulação sanguínea – Por exemplo: caminhadas, bicicleta e natação. Atividades de resistência de força e potência muscular: melhorar a comunicação dos impulsos neuromusculares – maior força menor tempo de reação. Questão 8 – Como melhorar o tempo de reação Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/homem- velho-idosos-bicicleta-5379956/ Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/sala-de- gin%C3%A1stica-aptid%C3%A3o-1181820/ Discernimento de consciência corporal e de posição. Astúcia dos mecanorreceptores para discriminar a posição do corpo e movimentos articulares. Questão 8 – Propriocepção Fonte: adaptado de: https://www2.ibb.unesp.br/Museu_Escola/2_qualidade_vida_h umana/Museu2_qualidade_corpo_sensorial_somestesia3.htm 1 Fusos musculares 2 Receptores mecânicos das cápsulas articulares Músculo Tendão do músculo 3 Órgão tendinoso de Golgia Articulação do cotovelo Exercitar o equilíbrio e aumentar a força. Aumentar as atividades neuromusculares – musculação e impacto muscular. Aplicar atividades coordenativas – atenção para a compreensão musculoesquelética e capacidade física de realização. Questão 8 – Como melhorar a propriocepção Fonte: An old dancing couple.jpg Fonte: Tai Chi outside St Martin in the Fields.jpg Idosos alteram o padrão de marcha. Isso ocorre pela perda de força, falta de equilíbrio e elevação do tempo de reação: Redução de velocidade e da fase de balanço. Encurtamento da passada. Arraste da pisada – pés mais planos ao solo. Maior afastamento entre pernas. Menor elevação do joelho. Questão 8 – Padrão de caminhada Fonte: https://www.promotorapresenca.com.br/noticias/566-caminhada-na- terceira-idade-e-otimo-exercicio-para-a-saude-do-idoso Questão 8 – Equilíbrio e postura Fonte: GALLAHUE, D.; OZMUN, J. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2001. Questão 8 – Recuperação de equilíbrio e postura Fonte: SHUMAY-COOK, A.; WOOLACOTT, M. H. Controle motor. 3. ed. São Paulo: Manole, 2010, p. 62. Atividades cardiorrespiratórias: ≥ 3 x /semana com ≥ 60% do VO2máx. Atividades de força e impacto muscular: ≥ 2 x /semana. Atividades coordenativas e de flexibilidade: ≥ 3 x /semana. Pode-se efetuar atividades que atinjam conjuntamente essas características: Exemplos: voleibol, andar de bicicleta, caminhadas, corridas e lutas (Tai chi chuan, Judô e Aikidô). Atividades físicas melhoram a saúde física, proporcionando autonomia funcional e independência motora, redução de doenças crônicas. Questão 8 – Em resumo: Atividades físicas para idosos Interatividade social – pertencimento. Redução da ansiedade – ocupa tempo vazio. Prevenção da depressão – provoca liberação de enzimas de bem-estar físico e mental. Melhoria da autoestima – sensação de independência e autodomínio. Favorece a manutenção das funções cognitivas – oxigenação cerebral favorece sinapses neurais e saúde cerebral. Diminuição de doenças crônicas: diabetes, cardiopatias, obesidade, redução da hipertensão arterial etc. Questão 8 – Atividades físicas e outros benefícios Principal causa de morte entre idosos, as quedas podem diminuir com exercícios físicos A quantidade de idosos internados com fraturas causadas por quedas cresce de forma alarmante. Um simples desequilíbrio pode causar sérios prejuízos à qualidade de vida daqueles que têm mais de 60 anos e, nos casos mais graves,o acidente pode até levá-los à morte. De acordo com pesquisas, aproximadamente 30% das pessoas com mais de 65 anos de idade caem ao menos uma vez por ano. A incidência de quedas aumenta com o avançar da idade, variando entre 34% no caso de idosos de 65 a 80 anos, 45% no caso de idosos entre 80 a 89 anos e 50% no caso daqueles que têm acima de 90 anos. O risco de quedas pode ser minimizado com a prática regular de exercícios físicos. Além de reduzir a incidência de quedas, o treinamento físico também diminui o medo de cair que leva os adultos com mais de 60 anos a restringirem suas atividades, se tornando cada vez mais dependentes de outras pessoas. Fonte: http://globoesporte.globo.com. Acesso em 20 jul. 2013 (com adaptações). Considerando a importância da prática de atividades físicas para a prevenção de quedas em idosos. Questão 8’ – ‘Questão discursiva 5 – Enade 2013. Considerando a importância da prática de atividades físicas para a prevenção de quedas em idosos, faça o que se pede nos itens a seguir. Destaque os componentes de aptidão física relacionados à saúde (AFRS) que podem ser melhorados com a prática de atividades físicas. Explique o papel dos componentes de AFRS na redução do risco de quedas e fraturas em idosos. Apresente outros benefícios que as atividades físicas podem trazer para a qualidade de vida dos idosos. Questão 8’ – ‘Questão discursiva 5 – Enade 2013. a) O estudante deve considerar as seguintes capacidades físicas relacionadas à saúde: 1. resistência cardiorrespiratória; 2. força muscular; 3. resistência muscular; 4. flexibilidade; 5. nível adequado de gordura corporal; 6. aptidão neuromotora. b) O estudante deve explicar o papel dos seis componentes na redução dos riscos de quedas em idosos. c) Além de contribuir para a redução de quedas, as atividades físicas proporcionam aumento do contato social, diminuição e controle dos riscos de doenças crônicas, melhora da saúde física e mental e da performance funcional, assegurando independência física por mais tempo. Questão 8¹ – Padrão de resposta esperado INTERVALO Práticas esportivas – gênero Questão 9 – Introdução teórica Há ênfases substanciais nas diferenças físicas e biológicas corporais entre homens e mulheres (HILTON e LUNDBERG, 2021). As diferenças de capacidades físicas se manifestam fortemente a partir da maturação biológica e, em especial, do sistema reprodutivo humano¹. Esportes são competições e a separação competitiva em adultos deve ser respeitada, pois mesmo intervenções endócrinas não modificam as estruturas corporais, em especial os tecidos musculares. Questão 9 – O corpo biológico Fontes: HILTON, Emma N.; LUNDBERG, Tommy R. Transgender Women in the Female Category of Sport: Perspectives on Testosterone Suppression and Performance Advantage. Sports Med. 2021; 51(2): 199–214. Published online 2020 Dec 8. doi: 10.1007/s40279-020-01389-3. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7846503/ O esporte foi bastante direcionado aos homens desde a sua sistematização na Grécia antiga e depois nos Jogos Olímpicos da era moderna. As principais causas dessa diretriz se fundamentam especialmente que o corpo da mulher deveria ser preservado para a procriação e as atividades de combate eram especialmente exercidas pelos homens. Questão 9 – Práticas esportivas e participação Fonte: NAMA Base for Funerary Kouros.jpg Fonte: British Museum Room 20a Syracuse Painter Old man with two women 19022019 6743.jpg Atualmente, a mulher conquistou o seu espaço no campo esportivo-competitivo. A mulher disputa praticamente todas as provas esportivas em âmbito mundial. Questão 9 – Práticas esportivas e participação Fontes: Boxing in Uruguay - Palacio Peñarol.jpg 2018 NCAA Division I Outdoor Track and Field Championships (40950180320).jpg E as atividades físicas são prerrogativas de um ou de outro corpo biológico? Isolamento das mulheres foi de natureza física ou sociocultural? A utilização do corpo segue prioritariamente parâmetros culturais, costumes, imposições religiosas e ambiente educativo. A inclusão social demanda compreensão das diferenças físicas, mas o entendimento de que a participação pode ser: 1. Compartilhada/participação 2. Contributiva e divisão de responsabilidades 3. Exercício da percepção de propriedades 4. Respeito às diferenças físicas e de autossatisfação 5. Aquisição de habilidades motoras independem de gênero Questão 9 – Prerrogativas corporais As modalidades e as práticas esportivas não podem ser exclusivas, pois cada gênero, masculino ou feminino, no aspecto biológico, pode competir entre si nas mesmas condições de igualdade. As atividades físicas, propostas no campo educacional, por sua vez, podem ampliar o conceito de inclusão e descobertas corporais que possam identificar a participação ativa, a autoestima e a valorização do corpo como ativo cultural e social. Questão 9 – Prerrogativas corporais Questão 9 – Exemplos de atividades compartilhadas Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Beef_sizzles,_dominates_MWR_tournament_130824-Z-WA628-079.jpg Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Dynamic_trio_(8567239181).jpg Queimada mista Estafetas mistas Questão 9 – Exemplos de atividades compartilhadas Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25728 Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Commonwealth_Table_Tennis_2019_Odisha_6.jpg Compartilhamento ponderado Questão 9 – Exemplos de atividades compartilhadas Fonte: Anniversaire d'enfants 08.jpg Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mixed_doubles_Wimbledon_2010.jpg Compartilhamento ponderado Outros exemplos de esportes e atividades com disputas em duplas ou equipes mistas: Badmington Judô – equipe mista Voleibol misto Críquete Questão 9 – Exemplos de atividades compartilhadas https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Boys_and_girls_playing_cricket_at_Fairy_Meadows.JPG Fontes: http://www.badminton.org.br/noticia/2373/atletas-de-17-paises-disputarao-o-mercosul-challenge-a-partir-desta- quarta-em-foz-do-iguacu/ Outros exemplos de esportes e atividades com disputas em duplas ou equipes mistas: Futebol de crianças – até 12 anos Jogo de taco Squash Canoagem Gateball Questão 9 – Exemplos de atividades compartilhadas Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:M%C3%A4dchen_beim_Fu%C3%9Fballspielen.JPG “Jason, eu bem que gostaria de deixá-lo jogar, mas futebol é jogo de meninas.” The New York Times Journal, Jan/2001. Questão 9’ – Questão discursiva 3 – Enade 2013. A charge apresenta elementos socioculturais que vão ao encontro dos estudos sociais e antropológicos e que contribuem para refletir a respeito das construções culturais da categoria gênero nas vivências corporais e para fundamentar intervenções pedagógicas inovadoras. Considerando as informações apresentadas, atenda aos comandos a seguir. a) Descreva os aspectos da ilustração que se aproximam da ideia de que práticas esportivas são construções socioculturais. b) Apresente possíveis inovações pedagógicas que o profissional de educação física deve incentivar, levando em consideração a ideia de que as práticas corporais como elemento educacional devem privilegiar o desenvolvimento amplo de seus praticantes. Questão 9’ – Questão discursiva 3 – Enade 2013. a) O estudante deverá ser capaz de identificar na figura que: Práticas esportivas não são naturais e destinadas a um gênero específico, ao contrário do que se afirma no senso comum. Práticas esportivas são construções históricas e culturais e, portanto, podem variar de acordo com os grupos sociais e com o contexto histórico. Há discriminação, rotulação, preconceito e exclusão em relação às práticas esportivas e diferença de gênero. Questão 9’ – Padrão de resposta Questão discursiva 3 – Enade 2013. b) Oestudante deve apresentar pelo menos duas intervenções possíveis de incentivo às práticas corporais (esportivas) mistas, tais como: práticas de danças com a presença de meninos e intervenções do gênero, disputas com participação masculina e feminina, práticas de esportes compartilhados, como voleibol misto, tacobol em duplas mistas, futebol por faixas separadas de atuação e regras em alternância, futebol elástico em duplas mistas etc. Fonte: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/padrao_resposta/2013/padrao_resposta_edu_fisica.pdf. Acesso em 25 abr. 2016. Questão 9’ – Padrão de resposta Questão discursiva 3 – Enade 2013. INTERVALO Corporeidade Corpo, gênero e sexualidade Atividades esportivas e participação inclusiva Questão 10 – Introdução Corpo no sentido anatômico, diferenças biológicas e morfológicas e implicam na diferenciação como sexo e diferenciação anatômica de homem e de mulher. Corpo no sentido de construção cultural – autopercepção de possibilidades motoras e interatividade social. Gênero: identificação mais comum se dá como masculino ou feminino e tem também ampla diversificação de sentimentos e anseios. Sexualidade: como o sujeito vive a sua identificação de desejos e prazeres sexuais – de modo intrínseco, com pessoas de sexo oposto, do mesmo sexo ou de ambos (GOELLNER, 2009). Questão 10 – Definições: Corpo, gênero e sexualidade “O mundo é não aquilo que eu penso, mas aquilo que eu vivo; eu estou aberto ao mundo, comunico-me indubitavelmente com ele, mas não o possuo, ele é inesgotável” (MERLEAU-PONTI, 2018, p. 14). Ser corporeidade é estar no mundo executando movimentos, explicitando nossa motricidade. A diferença física anatômica entre homens e mulheres não pode ser fator de exclusão de participação de um ou outro em suas respectivas disputas. Questão 10 – Corporeidade Deve-se eliminar a ênfase na segregação física em detrimento da construção de habilidades motoras. A construção de habilidades pode ser alcançada por meninos e meninas independentemente de desempenho esportivo. Olhar do profissional de Educação Física deve ser na busca de valores e princípios de convivência social, construção de esquema corporal (autodescobertas) e menos na importância do aspecto de competição ou excelência esportiva baseado em atributos físicos. As modalidades esportivas, em sua concepção atual, permitem a participação integral das mulheres em praticamente todas as disputas competitivas. Questão 10 – Corporeidade e identidade Deve-se valorizar o saber do corpo. Fazer o vivenciar do compartilhamento de espaços pela dimensão do esquema corporal. Incutir ensaios que envolvem trocas de conhecimento cultural. Desenvolver experiências que permitam a descoberta de ações motrizes, independente de resultados comparativos. A participação dos envolvidos deve salientar a formação de cultura corporal baseada na inclusão e compartilhar diferenças. Questão 10 – Corporeidade, práticas esportivas e gênero A iniciação esportiva deve facilitar a construção conjunta de soluções motrizes. As diferenças físicas e de capacidades motoras aparecerão naturalmente no transcorrer do processo de desenvolvimento físico e notadamente a partir da maturação do aparelho reprodutivo. Mas daí já se alinharam as condições de convivência e de possibilidades motoras, sendo que a participação esportiva poderá ser uma opção de quaisquer participantes, em suas respectivas disputas fundamentadas nas formações biológica, fisiológica e morfológica. As experiências e a compreensão do uso dessas capacidades ficarão mais bem resultantes na aplicação respectiva desses potenciais genéticos esportivos, entretanto não eliminarão a participação de quaisquer indivíduos de seus anseios competitivo-esportivos. Questão 10 – Corporeidade, práticas esportivas e gênero Frisbee Frescobol Futebol por espaços Queimada solidária Dança Esportes de identidade cultural Questão 10 – Corporeidade, práticas esportivas e gênero Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/dan%C3%A7a-vermelho-dan%C3%A7arinos-bal%C3%A9-4054733/ Quando se fala em inclusão na educação dos corpos, dos gêneros e das sexualidades, afirma-se que os sujeitos são plurais e que essa pluralidade deve ser valorizada e aceita nas suas singularidades. Para tanto é necessário, de antemão, rejeitar os rótulos que aprisionam, engessam e fixam os sujeitos, enredando-os em representações que os nomeiam como feio ou bonito, apto ou inapto, saudável ou doente, normal ou desviante, masculino ou feminino, heterossexual ou homossexual. Precisamos nos dar conta de que práticas como essas reforçam discriminações e exclusões, em vez de ampliar possibilidades de intervenção junto aos sujeitos, possibilitando que, por meio das práticas corporais e esportivas, possam exercer sua cidadania e liberdade constituindo-se como sujeitos sociais. Fonte: GOELLNER, S. Cadernos de Formação. Revista Brasileira Ciências do Esporte, mar. 2010 (com adaptações). Questão 10’ ‘Questão 31 – Enade 2013 Considerando o texto, avalie as sugestões de condutas a serem tomadas pelos profissionais de Educação Física. I. O profissional de Educação Física deve planejar e incentivar atividades próprias para meninas e outras para os meninos. Essa conduta pode proporcionar atitudes positivas e protetivas, pois atendem às necessidades naturais e culturais de cada gênero. II. O respeito à diversidade cultural, social e sexual é o primeiro passo para uma política inclusiva. Diferença não significa desigualdade, e essa só pode ser minimizada se houver iniciativas que promovam atividades coparticipativas, nas quais as diferenças não sejam eliminadas, mas tratadas em suas especificidades. III. O incentivo menor para as meninas praticarem atividades esportivas se dá por questões naturais. Por essa razão, é necessário incentivar as meninas a participarem dos esportes respeitando sua condição física, seus desejos e seus afazeres. Isso pode ser feito por meio da oferta de atividades que lhes sejam viáveis, criando estratégias para que elas se sintam confortáveis. Questão 10’ ‘Questão 31 – Enade 2013 É correto o que se afirma em: A. II, apenas. B. III, apenas. C. I e II, apenas. D. I e III, apenas. E. I, II e III. Questão 10’ I. O profissional de Educação Física deve planejar e incentivar atividades próprias para meninas e outras para os meninos. Essa conduta pode proporcionar atitudes positivas e protetivas, pois atendem às necessidades naturais e culturais de cada gênero. I – Afirmativa incorreta. Justificativa. O profissional deve incentivar e planejar atividades mistas, de modo a desmitificar a existência de atividades apenas para meninos e para meninas, visto que o gênero é uma construção cultural. Questão 10’ Análise das alternativas II. O respeito à diversidade cultural, social e sexual é o primeiro passo para uma política inclusiva. Diferença não significa desigualdade, e essa só pode ser minimizada se houver iniciativas que promovam atividades coparticipativas, nas quais as diferenças não sejam eliminadas, mas tratadas em suas especificidades. II – Afirmativa correta. Justificativa. Uma política inclusiva deve respeitar a diversidade, aceitar as diferenças e reconhecer a individualidade de cada um, independentemente da aparência corporal, da etnia, do gênero ou da orientação sexual. Questão 10’ Análise das alternativas III. O incentivo menor para as meninas praticarem atividades esportivas se dá por questões naturais. Por essa razão, é necessário incentivar as meninas a participarem dos esportes respeitando sua condição física, seus desejos e seus afazeres. Isso pode ser feito por meio da oferta de atividades que lhes sejam viáveis, criando estratégias para que elas se sintam confortáveis. III – Afirmativa incorreta. Justificativa. A menor participação de meninas em atividades esportivas ocorre por fatores culturais, e não naturais. Resposta correta – alternativa A, somente a afirmativa II. Questão 10’ Análise das alternativas ARAÚJO, C. G. S.; DUARTE, C.V. Maximal heart rate in young adults: a fixed 188 bpm outperforms values predicted by a classical age-based equation. International journal of cardiology, Amsterdam, v.184, p.609-610, 2015. CAMARDA, S. R. A. et al. Comparação da frequência cardíaca máxima medida com as fórmulas de predição propostas por Karvonen e Tanaka. Arquivos brasileiros de cardiologia. São Paulo, v. 91, n. 5, p. 311-314, 2008. GOELLNER, S. V. Corpo, gênero e sexualidade. In: OLIVEIRA, A. A. B.; PERIM, G. L. (Orgs). Fundamentos pedagógicos do Programa Segundo Tempo: da reflexão à prática. Maringá: Eduem, 2009. HILTON, Emma N.; LUNDBERG, Tommy R. Transgender Women in the Female Category of Sport: Perspectives on Testosterone Suppression and Performance Advantage. Sports Med. 2021; 51(2): 199-214. Published online 2020 Dec 8. doi: 10.1007/s40279-020-01389-3. Referências MERLEAU-PONTY, M. (2018). Fenomenologia da percepção. Tradução Carlos Alberto Ribeiro de Moura. 5. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes (Biblioteca do pensamento moderno). Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Rafael-Guimaraes- Botelho/publication/350054935_Bacharelado_em_Educacao_Fisica_qual_o_entendimento_de_al unos_concluintes_em_relacao_ao_fenomeno_corpo_corporeidade_Bachelor_degree_in_physical _education_what_are_the_undergraduate_final_students_under/links/604e55a892851c2b23cd425 4/Bacharelado-em-Educacao-Fisica-qual-o-entendimento-de-alunos-concluintes-em-relacao-ao- fenomeno-corpo-corporeidade-Bachelor-degree-in-physical-education-what-are-the- undergraduate-final-students-unde.pdf Referências ATÉ A PRÓXIMA!