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VIEIRA, Lenamar [et. al] Psicologia do esporte: uma área emergente da psicologia. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 15, n. 2, p. 391-399, abr./jun. 2010. O artigo “Psicologia do Esporte: uma área emergente da psicologia” aborda a questão do desenvolvimento da Psicologia do Esporte como um ramo emergente da Psicologia. Os autores postulam que o seu surgimento é semelhante ao desenvolvimento da Psicologia Geral. Outro aspecto evidenciado é que alguns autores identificam a especialidade como uma subdisciplina da Psicologia, e outros a veem como uma subdisciplina das Ciências do Esporte. Assim, os autores apresentam algumas definições do que seria a Psicologia do Esporte que são importantes para que se entenda ela para além de uma disciplina acadêmico-científica, mas também como um campo de intervenção profissional que envolve conceitos da Psicologia do Esporte e das Ciências do Esporte. No que se refere a Psicologia do Esporte e suas inter relações profissionais, é destacado que o profissional da área deve adquirir uma formação de conhecimentos gerais em Psicologia juntamente a conhecimentos específicos do exercício físico e do esporte. Outro aspecto que os autores trazem é que o processo de consolidação da Psicologia do Esporte tem origem nos cursos de graduação em Educação Física e Psicologia na pós-graduação, principalmente em Educação Física. Assim, os autores fazem um apanhado histórico da psicologia esportiva, colocando que a Grécia Antiga é tida como o seu berço, passando pelos séculos XVII e XVIII em que questões como habilidades motoras e processos físicos eram estudados no terreno da Psicologia do Esporte. Já no século XIX e XX, iniciam-se estudos que destacam que seria através do esporte que a mente, o corpo e a alma se manifestarem em situações reais. Outros destaques citados são os primeiros experimentos direcionando a Psicologia do Esporte ao caminho em que se encontra atualmente, e as primeiras discussões sobre a influência do aspecto psicológico no desempenho de atletas no contexto esportivo. Também é ressaltado Coleman Griffith como o pai da Psicologia do Esporte porque foi ele quem criou o primeiro laboratório de Psicologia do Esporte em 1925 na Universidade de Illinois, que envolvia temas de aprendizagem, habilidades motoras e variáveis de personalidade, marcando assim o período histórico no qual a Psicologia do Esporte passou a ser desenvolvida e pesquisada na prática. Após isso, no período seguinte à Segunda Guerra Mundial, observou-se que o estudo dessa área passou a ser diferenciado de país para país devido às diferenças culturais. No que se refere ao Brasil, os autores salientam que o primeiro trabalho de intervenção na área foi realizado em 1958 por João Carvalhaes, psicólogo do São Paulo Futebol Clube e da seleção brasileira. Assim, os autores pontuam que o crescimento da Psicologia Esportiva no Brasil não ocorreu com correlações positivas com o desenvolvimento da Psicologia como ciência e profissão, mas sim de maneira emergente. Dessa forma, ao analisar o estado atual da Psicologia do Esporte, os autores destacam que congressos mundiais e nacionais da área vêm sendo realizados com diferentes variedades de temas que vêm mudando ao longo do tempo. Tratando dos campos de atuação da Psicologia do Esporte, destaca-se que os estudos em Psicologia do Esporte e do Exercício têm-se dividido em duas subáreas: a da Psicologia relacionada ao exercício físico e atividade física e da Psicologia do Esporte. Assim, são trazidos os autores Weinberg e Gould, que salientam que os psicólogos do esporte tem três campos de atuação profissional: o ensino, no qual exerce o papel de professor, a pesquisa, no qual exerce o papel de pesquisador, e intervenção, no qual exerce o papel de consultor. Como conclusão, os autores enfatizam que o ramo da Psicologia do Esporte teve uma evolução histórica paralela à da Psicologia enquanto área do conhecimento, considerando que há uma carência de profissionais qualificados. Ademais, que é um ramo da Psicologia que traz um desafio para a atuação do psicólogo no contexto do esporte e do exercício físico, porque deve exercer os papéis de professor, pesquisador e consultor, além de buscar o desenvolvimento deste campo de atuação, a estabilidade emocional e o melhor desempenho esportivo.