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LINGUÍSTICA DA LÍNGUA 
PORTUGUESA
 
 
INTRODUÇÃO 3 
 
1. LINGUÍSTICA 6 
A Divisão para Estudos Linguísticos 8 
 
2. OS ASPECTOS DA LÍNGUA 11 
O Dialeto 13 
As Gramáticas e a Linguística 13 
 
3. AS VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS 20 
Variação Geográfica 20 
Variação Estilística 22 
Variação Histórica 24 
Variação Social 25 
 
4. AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS 28 
A Inteligência Linguística 31 
 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35 
 
 3 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
INTRODUÇÃO 
Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação 
daqueles que se candidataram a este curso, procurando referências 
atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. 
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são 
neutras, afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos 
diversos institutos educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de 
fazer apologia a esta ou aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo 
conhecimento científico, testado e provado pelos pesquisadores. 
Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos 
colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que 
nada está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar 
e melhorar nosso trabalho. 
Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês 
são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando 
que: aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a 
educação é demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, 
para a formação dos nossos/ seus alunos. 
Esta apostila explicita os fenômenos linguísticos, sociolinguísticos e seus 
aspectos fonológicos. Apresentam-se pressupostos de Labov, Chomsky, 
Saussure, Bakhtin entre outros. 
Os pressupostos estudados por Willian Labov, em sua corrente teórico- 
metodológica salienta a relação entre língua e sociedade. Sua teoria se opõe ao 
gerativismo proposto por Noam Chomsky. 
Saussure defendia a relação entre língua e sociedade, mas tal concepção 
 
 4 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
foi relegada por Chomsky, representando uma contradição, pois a língua 
falada é heterogênea. Este fenômeno é estudado pela Sociolinguística. 
Portanto, esta apostila traz as correntes que influenciaram os estudos da 
linguística e que até hoje são usados para explicar os fenômenos da linguagem. 
Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que 
entendemos serem os mais importantes para a disciplina. 
Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de 
redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. 
Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao 
final da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte 
para sanar dúvidas e aprofundar os conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
1. LINGUÍSTICA 
A Linguística trata-se de um 
estudo de cunho científico da 
linguagem e seus fenômenos. O 
especialista em linguística é o 
linguista. 
A partir do início do século 
XIX, através do pensamento 
moderno sobre a linguagem, 
aparece a linguística comparativa. O 
seu objeto de estudo são as formas 
no seu próprio processo de 
mudança. Há uma investigação 
para saber como a linguagem era. A 
partir daí, busca-se reconstruir 
por meio da comparação, o 
passado da forma em questão. 
No início do século XX, as 
pesquisas sobre os fenômenos da 
linguagem passaram por mudanças 
e apresentaram alguns principais 
movimentos nos estudos 
linguísticos através de Ferdinand 
Saussure, na universidade de 
Genebra, com um curso que mais 
tarde tornou-se em livro. 
Depois apareceu o 
estruturalismo, pois havia no 
campo da linguística o problema da 
descrição. Saussure, ao estabelecer 
a língua como objeto da 
linguística, constituiu um objeto no 
qual não estavam incluídas as 
 
 
7 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
questões do sujeito, da relação com 
o mundo, e mesmo a questão da 
significação. 
Com os problemas suscitados, 
Benveniste instala estudos 
enunciativos, levando em 
consideração o funcionamento da 
língua marcada pela relação 
daquele que fala, que se marca na 
estrutura da língua, desenvolvendo 
a semântica argumentativa. Esta 
salienta que o sentido são as 
relações retóricas que se marcam na 
língua, ou seja, a fala é um 
instrumento das relações de 
argumentação. 
Neste sentido, nesta semântica, 
o sentido não constitui uma relação 
da linguagem com o mundo, mas 
uma relação própria do 
acontecimento de enunciação que 
constitui os lugares do locutor e seu 
destinatário. 
Outro movimento dos estudos 
linguísticos do século XX ocorreu 
com Chomsky. Ele busca 
fundamentar uma nova posição 
biológica para a linguagem: o 
cognitivismo do século XVI. Deste 
modo, a linguagem está ligada à 
questão do pensamento, isto é, 
trata-se de um instrumento de 
expressão do próprio 
pensamento. 
Chomsky lança, portanto, a 
Gramática Gerativa e 
Transformacional que focaliza as 
relações das unidades linguísticas 
entre si, ou seja, a sintaxe. Para este 
pesquisador, as pessoas falam 
porque têm um órgão da linguagem, 
isto é, a capacidade ou competência 
para falar é inata à medida em que é 
biológica. 
Para Chomsky a questão é que 
o Humano é biologicamente 
universal e é o mesmo para todos, e 
a linguagem é parte desta 
caracterização naturalista e 
universal. Um outro movimento é a 
sociolinguística de Labov. Para ele, 
a língua é pensada como uma 
estrutura variável, através do qual é 
possível estabelecer relações entre 
uma divisão estratificada da 
sociedade e a variabilidade 
estatística da língua. 
Assim, a língua é pensada 
como algo distinto do linguístico 
e a socioliguística estabelece as 
correlações entre uma estratificação 
social e a variabilidade das 
estruturas linguísticas, suscitando 
ideias antropológicas e 
sociolinguísticas. 
Um terceiro momento dos 
estudos da linguagem no século XX 
busca pensar a relação entre a 
exterioridade e o linguístico como 
 
 
8 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
uma relação histórica e constitutiva: 
a Análise de Discurso. Pêcheux 
afirma que a análise do discurso 
constitui como instrumento para 
pensar o histórico e o político como 
próprios do processo de significação 
do dizer (no qual se insere o 
sujeito). Para esta concepção, o 
objeto dos estudos é o discurso 
enquanto objeto linguístico e 
histórico. 
 
A Divisão para Estudos 
Linguísticos 
Os linguistas dividem o estudo 
da linguagem em certo número de 
áreas que são estudadas mais ou 
menos independentemente. Estas 
são as divisões mais comuns: 
 Fonética: é o estudo dos 
diferentes sons empregados em 
linguagem; 
 Fonologia: é o estudo dos 
padrões dos sons básicos de uma 
língua; 
 Morfologia: é o estudo da 
estrutura interna das palavras; 
 Sintaxe: é o estudo de como 
a linguagem combina palavras para 
formar frases gramaticais. 
 Semântica: formal ou 
lexical, trata do estudo dos sentidos 
das frases e das palavras que a 
integram; 
 Lexicologia: é o estudo do 
conjunto das palavras de um 
idioma; 
 Terminologia: é estudo 
que se dedica ao conhecimento e 
análise dos léxicos especializados 
das ciências e das técnicas; 
 Estilística: o estudo do 
estilo na linguagem; 
 Pragmática: o estudo de 
como as oralizações são usadas 
(literalmente, figurativamente ou de 
quaisquer outras maneiras) nos atos 
comunicativos; 
 Filologia: é o estudo dos 
textos e das linguagens antigas; 
Essas divisões não são aceitas 
por todos os linguistas. 
Nas gramáticas pedagógicas e 
nos livros didáticos adota-se a 
abordagem normativa da língua que 
 
 
9LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
apresenta um conjunto de regras 
que devem ser seguidas para a 
obtenção de uma fala e escrita 
correta, privilegiando a norma culta 
da língua. 
A abordagem descritiva tem a 
preocupação com o efetivo uso, 
com as regras que são seguidas 
pelos falantes, havendo a 
preocupação com a descrição e/ou a 
explicação do que acontece na 
realidade e não do que deveria 
acontecer. 
Pode-se dizer que a abordagem 
normativa se preocupa com o que 
deve ser seguido, prescrevendo o 
que deve ocorrer, enquanto a 
abordagem descritiva orienta o 
trabalho dos linguistas, 
descrevendo o que deve ser seguido. 
 
 
 
 
 
 
 11 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
2. OS ASPECTOS DA LÍNGUA 
De acordo com Chomsky 
(1978), cada língua em particular é 
uma manifestação específica do 
estado inicial uniforme. A língua no 
modelo gerativista é concebida 
como uma capacidade inata do ser 
humano devido aos fatores neuro- 
genético-biológicos. 
 
Desta forma, para este mesmo 
autor, a criança teria sua capacidade 
de aprender a língua devido à 
faculdade da linguagem, seria capaz 
de reconhecer sentenças como 
gramaticais ou agramaticais da 
sua língua por meio da 
competência linguística e só seria 
capaz de aprender uma língua que 
seguisse os princípios da gramática 
universal. Chomsky (1978) 
considera que o sujeito que 
dominar um conjunto finito de regra 
é capaz de produzir um número 
infinito de sentenças. Pode-se dizer 
que os estudos chomskyanos são 
chamados de gerativismo que 
propõe o uso de uma gramática 
gerativa, relacionada com as 
possibilidades de cada língua de 
gerar expressões. 
Segundo Perini (1985), a língua 
é tida como um conjunto de 
 
 12 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
sentenças, sendo que cada uma 
delas é formada por uma cadeia de 
elementos, palavras e morfemas. 
Para este mesmo autor, o uso 
da língua é resultado desse 
complexo de fatores linguísticos e 
extralinguísticos que se denomina 
desempenho. Para Perini (1985), o 
desempenho é aquilo que a pessoa 
realiza quando fala, ou quando 
ouve, ou escreve ou lê. 
De acordo com Crystal (1988), 
há vários conceitos para a palavra 
língua e um desses conceitos seria 
que o ato concreto de fala como um 
dos sentidos que a língua tem, em 
seu nível mais específico. Para 
Saussure (1995), a língua é um 
fenômeno interdisciplinar, sendo 
que em que cada uma das 
disciplinas que a estuda lhe 
conceitua da forma que melhor lhe 
convém, levando em consideração o 
seu objeto e objetivo. 
Ainda, segundo Saussure 
(1995), a língua é um objeto 
homogêneo, caracterizado como 
um sistema de forma que se 
caracteriza pelas relações que têm 
umas com as outras. 
Saussure (1995) salienta que a 
língua é um sistema de signos em 
que o seu funcionamento baseia-se 
em um número de regras. Sendo 
assim, é considerado um código que 
permite estabelecer uma 
comunicação entre um emissor e 
um receptor. Para ele, a língua é um 
fenômeno social, adquirido e 
resultante de uma convenção, sem 
sua apropriação não é possível a 
compreender o outro, mas nenhum 
sujeito é detentor da língua, ela 
somente existe e é completa no 
todo. 
Para esse mesmo autor, a 
língua é um sistema finito de signos 
utilizados para a comunicação. O 
seu significado está no plano das 
ideias, os significantes estão no 
plano da expressão. A partir de 
Chomsky e de Saussure, pode-se 
dizer que a língua é um sistema de 
signos linguísticos, e que o 
conhecimento deste sistema pelos 
sujeitos pode criar sentenças. 
Há outras abordagens 
linguísticas que introduzem 
aspectos em que a língua é um ato 
concreto de fala, através da 
realização da interlocução humana, 
sendo que a própria língua se 
constitui como o instrumento 
fundamental para que esse 
processo ocorra. 
Para Saussure (1995), a língua 
é um sistema de signos; e para 
Chomsky (1978), um conjunto de 
sentenças. 
 
 13 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
O Dialeto 
O dialeto trata-se de: 
 Uma variedade da língua; 
 Maneira de falar própria de 
determinado grupo de falantes da 
língua; 
 Identifica-se por 
peculiaridades de pronúncia, de 
vocabulário e de gramática; 
O dialeto refere-se ao uso da 
língua próprio de determinada 
região (dialeto regional ou 
geográfico). Em sentido mais amplo 
e corrente em sociolinguística este 
termo se aplica ao uso da língua que 
identifica: 
 Estratos sociais diferentes 
(dialetos sociais); 
 Gerações diferentes 
(dialetos etários); 
 Sexo diferente (dialeto 
feminino, dialeto masculino); 
 
As Gramáticas e a Linguística 
Conforme Geraldi (1997), toda 
metodologia de ensino articula uma 
opção política com os mecanismos 
utilizados em sala de aula. A opção 
política envolve uma teoria de 
compreensão da realidade, aí 
incluída uma concepção de 
linguagem que dá resposta ao “para 
que ensinamos e o que ensinamos”. 
De acordo com Travaglia 
(1997), o fenômeno linguístico é 
reduzido a um ato racional, a um ato 
monológico, individual, que não é 
afetado pelo outro nem pelas 
circunstâncias que constituem a 
situação social em que a enunciação 
acontece. 
O fato linguístico é um ato 
individual, cuja expressão só 
depende da capacidade do falante 
em organizar o pensamento de 
maneira lógica. O conceito que mais 
se vê na gramática normativa está 
na ideia de que saber uma língua é 
saber teoria gramatical. Este 
pensamento lógico proporciona 
uma linguagem lógica e deve 
incorporar regras, segundo a 
gramática normativa. 
Para Franchi (1991), a 
gramática normativa trata-se de um 
conjunto sistemático de normas 
para falar e escrever bem, 
 
 14 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
estabelecidas pelos especialistas, 
com base no uso da língua 
consagrado pelos bons escritores. 
Neste sentido, fala e escreve bem 
aquele que organiza logicamente o 
seu pensamento. 
Franchi (1991) também 
ressalta que a língua é um código, 
um conjunto de signos, combinados 
através de regras, que possibilita ao 
emissor transmitir uma mensagem 
ao receptor, servindo como meio de 
comunicação entre os indivíduos. 
Nesse aspecto, privilegia-se a 
forma, o componente material da 
língua, em detrimento do conteúdo, 
da significação e dos elementos 
extralinguísticos. 
Diante disso, Travaglia (1997), 
considera que nessa concepção, o 
que o indivíduo faz ao usar a língua 
não é tão somente traduzir ou 
exteriorizar um pensamento ou 
transmitir informações a outrem, 
mas sim realizar ações, agir, atuar 
sobre o interlocutor 
(ouvinte/leitor). 
Deste modo, através dessa 
proposta, a concepção 
interacionista contrapõe- se às 
visões conservadoras da língua, que 
a considera um objeto sem história 
e sem interferência dos fatores 
sociais. 
Essa concepção é vista na 
linguística textual, Análise do 
Discurso, Análise da Conversação, 
Semântica Argumentativa e 
Estudos da Pragmática, correntes 
que colocam as condições de 
produção do discurso no centro de 
toda a reflexão sobre a linguagem. 
 Bakhtin (1977) salienta as 
correntes linguísticas 
conservadoras, ao afirmar que: 
 Na prática viva da língua, a 
consciência linguística do locutor e 
do receptor nada tem a ver com o 
sistema abstrato de formas 
normativas, mas apenas com a 
linguagem no sentido de conjunto 
dos contextos possíveis de uso de 
cada forma particular. 
De acordo com Bakhtin (1977), 
a língua é produzida socialmente. 
Isto quer dizer que a sua produção e 
reprodução é fato cotidiano, 
localizado no tempo e no espaço da 
vida dos homens: uma questão 
dentro da vida e morte, do prazer e 
do sofrer. 
No Brasil, por exemplo, em que 
a sociedade é dividida em relação à 
economia e política, isola-se 
também os grupos, distribuindo a 
miséria entre a maioria. A língua 
não poderia deixarde ser a 
expressão dessa mesma situação. 
 
 15 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
Para Suassuna (1999), ao 
analisar as gramáticas antigas do 
Português e comparando-se com as 
mais recentes, pode-se constatar 
que todas mantêm as 
características, seguindo o rigoroso 
método histórico-comparativo 
através das descrições e normas 
apresentadas para falar e escrever 
corretamente. 
Os problemas relativos à 
gramática são devidos a várias 
questões, entre elas aparecem: 
 O ensino de terminologias; 
 De metalinguagem, e não da 
língua propriamente; 
 As definições das classes das 
palavras; 
 A visão preconceituosa da 
língua, expressa ora na censura a 
certos usos, ora na exclusão de 
determinadas construções; 
 A análise pela análise, ou 
seja, não se discutem regras de 
construção, dando- se prioridade a 
certas informações acerca da língua, 
levando os alunos a reproduzir e 
quase nunca a sistematizar; 
 A abordagem da língua sem 
referência a seus usos ou às 
situações concretas em que ela é 
produzida; 
 Exemplificações falhas e 
classificações errôneas; 
 Consideração da frase como 
limite máximo de análise, como 
ocorre com muitas gramáticas que 
não resultam de um trabalho de 
pesquisa ou de um 
acompanhamento das 
transformações sofridas pela língua; 
e, 
 Distribuição aleatória de 
conteúdos, sem adequação a 
determinados objetivos de ensino 
(SUASSUNA, 1999); 
Em relação aos problemas 
supracitados, postula-se que o 
componente gramatical é tanto 
mais efetivo quanto mais sua 
organização se assemelhar à 
produção linguística do indivíduo. 
(HENGEVELD, MACKENZIE, 
2009). 
Assim, como a produção 
começa com as intenções 
comunicativas e procede em 
direção descendente até a 
articulação, propõe-se uma 
implementação dinâmica da 
gramática como pode ser observado 
na figura a seguir: 
 
 
 16 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
Para estes autores, é preciso 
começar com a informação que 
provém do componente conceitual e 
termina com uma representação 
fonológica a ser transmitida ao 
componente de saída dentro do 
discurso. É preciso observar os 
operadores para compreender o 
texto, descomplicando, assim, o 
uso das gramáticas. 
Para tanto, cabe dizer que a 
Gramática Discursivo-Funcional 
deriva-se do fato de se enfatizar o 
ato discursivo, a fim de não 
restringir a orações completas; 
abrangendo tanto as unidades 
maiores quanto as menores do que 
as orações completas na 
compreensão do texto 
(HENGEVELD, MACKENZIE, 
2009). 
Na descrição de atos 
discursivos, deve-se reconhecer a 
necessidade de postular tanto um 
componente gramatical quanto três 
componentes adicionais que 
 
 17 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
interagem com o componente 
gramatical: 
 O componente conceitual: 
surge a intenção comunicativa; 
 O componente contextual: 
armazena todos os aspectos da 
comunicação que podem influenciar 
o funcionamento do componente 
gramatical; 
 O componente de saída: 
responsável pela tradução da 
representação fonológica do ato 
discursivo para a forma fonética 
(HENGEVELD, MACKENZIE, 
2009); 
 
Deste modo, há que se 
concordar com os autores acima 
quando inferem que o professor que 
domina tais conhecimentos tem 
mais chances de obter sucesso no 
ensino da produção e interpretação 
textual de seus alunos, uma vez que 
conhecem os fatores gramaticais 
que operam a linguagem. 
Outro problema é o da 
ortografia que dificulta o ensino de 
português. O erro ortográfico é 
supervalorizado, passando a ser o 
único critério de avaliação do texto 
escrito para muitos professores. 
As variedades linguísticas são 
aceitas como formas legítimas de 
expressão e a norma culta é vista 
como uma variante, apenas mais 
uma variante, e não como a única 
responsável pelo que é certo, nem 
como exclusiva expressão da 
cultura linguística (SUASSUNA, 
1999). 
O texto (escrito e oral) deve ser 
visto como instrumento de ensino- 
aprendizagem, possibilitando-se o 
diálogo com outros textos que 
remetem a textos passados e que 
farão surgir textos futuros 
(GERALDI, 1997). 
Diante disso, percebe-se que 
a língua oral tem mais riqueza 
na comunicação, uma vez que o 
falante conta com muitos recursos 
para expressar suas ideias. Ao 
relacionar signos linguísticos com o 
contexto, todo falante, 
independente da sua condição de 
vida ou faixa etária, carrega em 
sua fala elementos 
extralinguísticos. 
Para a complementação do 
 
 18 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
discurso oral, parece não haver 
situação em que os dêiticos deixem 
de aparecer. Em situações correntes 
de uso da linguagem humana a 
dêixis constrói a ligação entre uma 
expressão linguística e um elemento 
da situação de enunciação. A 
situação é tomada como ponto de 
partida, num ato particular de 
produção discursiva, feitos pelo 
sujeito egocêntrico Eu, no momento 
presente. 
Para Lavarda e Bidarra (2007), 
a Dêixis é uma palavra de origem 
grega deíknymi, que significa, ação 
de mostrar. Este conceito passou a 
fazer parte da teoria linguística, 
tendo sido introduzida para indicar 
os traços orientacionais da língua 
relacionados ao tempo e ao lugar do 
enunciado. 
Trata-se de uma referência 
exofórica que se estabelece entre 
uma expressão linguística e um 
elemento externo ao enunciado. É 
uma manifestação típica presente 
na comunicação aberta, com 
finalidade de enfatizar os referentes 
e situá-los no momento da 
enunciação, num determinado 
espaço, em relação ao emissor e ao 
receptor durante uma conversação. 
Para Ilari e Geraldi citados por 
Lavarda e Bidarra (2007), os 
dêiticos realizam os fenômenos da 
dêixis que é o ato de mostrar, 
apontar (aqui, ali, lá) que é um dos 
traços que distinguem a linguagem 
humana das linguagens artificiais. 
Geraldo (1995) afirma que 
aceitar a interação verbal como 
fundante do processo pedagógico é 
deslocar-se continuamente de 
planejamentos rígidos para 
programas de estudos elaborados 
no decorrer do próprio processo de 
ensino e aprendizagem, assim, 
deve-se levar em conta toda 
manifestação da língua, seja ela 
escrita ou falada.
 
 
 
 
 20 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
3. AS VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS 
Variação Geográfica 
Sabe-se que o Brasil possui um 
imenso território, com regiões 
geográficas diversificadas, ricas em 
cultura. Desta forma, o país 
apresenta diferentes formas de: 
 Pronúncia; 
 Vocabulário; 
 Estrutura sintática entre 
outros; 
No Brasil, os estudos sobre os 
dialetos teve início por volta de 
1920, com o Dialeto caipira, de 
Amadeu Amaral. Este trabalho teve 
grande significado, uma vez que 
perceberam a necessidade de 
recolher os falares, condenados a 
perecerem pela progressiva 
nivelação cultural. Foi Amadeu 
Amaral quem iniciou as pesquisas e, 
posteriormente, abriu caminho 
para outras novas pesquisas, como 
por exemplo, o de Antenor 
Nascentes sobre o linguajar carioca 
publicado em (1922). 
De acordo com Antenor 
Nascentes, foi necessário dividir o 
falar brasileiro em seis subfalares 
que reuniu em dois grandes grupos 
 
 21 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
os quais foram chamados de Norte e 
Sul. 
Basta uma frase ou uma 
palavra para caracterizar as pessoas 
pertencentes a cada um destes 
grupos. Eles estão separados por 
uma zona que ocupa os extremos 
setentrional e meridional do país. 
Esta zona se estende da foz do rio 
Mucuri, entre Espírito Santo e 
Bahia, até o Estado de Mato Grosso. 
Para Nascentes o falar do Norte 
e do Sul apresenta traços 
diferenciadores fundamentais: 
 A abertura das vogais 
pretônicas no Norte em palavras 
que não sejam diminutivos nem 
advérbios terminados em –mente; 
 A cadência do ritmo frasal, 
“cantada”no Norte, e normal ou 
descansada no Sul; 
Estes espaços admitem seis 
subfalares – no Norte: amazônico e 
nordestino; e no Sul: baiano, 
fluminense, mineiro e o sulista. A 
variação se manifesta com maior 
evidência no léxico (vocabulário), 
nas realizações de determinados 
sons, como o “r”, “o”, “e”, “t” e no 
ritmo da fala, de maneira a 
distinguir áreas linguísticas e 
falares. 
 
Para exemplificar, podemos 
usar o nome de uma planta 
conhecida da família da 
euforbiáceas. Em cada região ela 
possui uma denominação. Em 
Minas Gerais é conhecida como 
mandioca, no Rio de Janeiro como 
aipim e em Pernambuco, 
macaxeira. 
Isso trata-se de uma 
manifestação lexical da sinonímia. 
É relevante lembrar que tal 
fenômeno se encerra no âmbito 
geográfico, mas é fundamentado 
no histórico; uma vez que todas as 
variações provêm da língua 
indígena tupi, que por um período 
breve – durante a colonização – foi 
largamente utilizada no país. 
Em uma comunidade ampla, 
formam-se comunidades 
linguísticas menores em torno da 
cultura, política e economia, 
definindo os padrões linguísticos 
utilizados na região de sua 
influência. 
O fenômeno da globalização é 
um processo que homogeneíza os 
falares, trazida pela mídia, 
incorporando ao falar das regiões. 
Outras expressões também 
manifestam as variações como: 
 
 22 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
 “ficar para titia” que 
significa ficar solteirona era usada 
mais na região Sudeste. 
 Nas regiões Norte e Nordeste 
se falava “ficar vitalina”, expressão 
feita com em alusão à Santa Vitalina; 
 E “ficar no caritó” era uma 
espécie de prateleira rústica, nas 
casas pobres, onde são colocados os 
objetos de pouco uso, com o advento 
da televisão, hoje “ficar vitalina” e 
“ficar caritó” são usadas mais nas 
dramaturgias como forma de 
evidenciar o falar nortista e 
nordestino. 
Entende-se que as diferenças 
linguísticas entre as regiões são 
graduais e que nem sempre 
coincidem com as fronteiras. A 
definição de áreas linguísticas 
fundamenta a indicação de 
diferenças e identidades, além de 
estabelecer as variáveis sociais 
ligadas à distribuição espacial. 
 
Variação Estilística 
Pode-se dizer que a variação 
estilística trata-se da expressividade 
individual da língua. Tal 
expressividade, mesmo para um 
único indivíduo, pode ser 
diversificada em vários contextos 
e/ou situações de comunicação. Por 
exemplo: 
 Situação de comunicação em 
cenário familiar; 
 No âmbito profissional; 
 Deve-se levar em 
consideração o nível de intimidade; 
 O assunto a ser tratado; 
 Emissores e receptores; 
 
É preciso levar em 
consideração os elementos de 
comunicação: 
 Emissor; 
 Receptor; 
 Situação; 
A identidade do emissor pode 
influenciar as variedades 
linguísticas. Enquanto que a 
identidade do receptor pode 
implicar a escolha do tratamento e 
uma busca de adaptação. Uma 
 
 23 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
pessoa que tem muito estudo e 
precisa comunicar-se com pessoas 
que não tiveram contato com a 
linguagem culta, deve levar em 
consideração a situação 
comunicativa, determinando uma 
variedade menos formal e mais 
próxima de entendimento do 
receptor. Desta forma, a 
comunicação será eficiente. 
Há dois limites de estilo: 
 O informal, quando há pouca 
reflexão do falante sobre as normas 
linguísticas utilizadas no processo 
de comunicação do dia-a-dia. 
 O formal, quando o grau de 
reflexão é alto, as conversações 
não são coloquiais e o assunto é 
culto, bem elaborado. 
Há vários fatores que 
determinam a escolha da variação 
linguística nas diversas situações de 
comunicação. Pode-se destacar a 
influência dos seguintes fatores: 
Profissional: por exemplo, 
um sujeito que faz parte de um 
grupo de baixa escolaridade, e 
desenvolve um vocabulário mais 
complexo, pode passar por 
situações difíceis em relação aos 
outros sujeitos que não 
desenvolveram tal competência. 
 
Familiar: uma pessoa de 
baixa escolaridade ouve uma notícia 
jornalística (padronizada, com o 
uso da norma culta da língua), mas 
está fora do conhecimento do 
ouvinte. 
Um parecer: quando um 
magistrado, um advogado expõem 
os fatos analisados para um júri, 
que apesar de ter uma escolaridade 
média, não compreendem o que 
falaram. 
As pessoas apresentam 
desvios em relação às normas 
gramaticais na língua falada, uns 
com mais desvios, outras como 
menos. Como o processo de 
comunicação é dinâmico, essa 
variação pode ocorrer. No entanto, 
ao se registrar a língua de forma 
escrita é preciso zelar e ter 
preocupação com o intuito de 
respeitar as normas gramaticais. 
As modalidades de variação 
linguística não acontecem de forma 
isolada, há relação entre elas. 
Assim, pode-se dizer que no caso de 
uma variante histórica pode 
resultar em uma variante 
geográfica; uma variante geográfica 
pode ser vista como uma variante 
social ao se considerar a migração 
entre regiões. 
As variedades linguísticas 
 
 24 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
manifestam, no Brasil, a 
diversidade e riqueza da língua 
portuguesa. No entanto, mesmo o 
país apresentando tamanha 
diversidade, ainda se considera que 
a norma padrão é a forma 
considerada a certa. 
Este pressuposto é reforçado 
pelo fato de as escolas a usarem e a 
terem como meio de ascensão 
social. A variante formal é 
importante e sustenta a língua, mas 
não pode ser considerada como 
única. 
Devem-se levar em 
consideração as raízes do português 
arcaico. A priorização do ensino da 
norma culta e o desrespeito às 
demais variações trata-se de um 
preconceito linguístico. 
Segundo estudiosos, a norma 
culta está relacionada à linguagem 
da classe dominante. Todavia, esta 
classe não é composta por 
indivíduos de um único meio nem 
com a mesma formação. Uma 
minoria sente-se capaz e confiante 
em utilizá-la. 
A grande maioria dos 
brasileiros utiliza a língua 
despreocupadamente; comunicam-
se de acordo com o dialeto em que 
estão inseridos. 
 
Variação Histórica 
Com o passar dos tempos, pode 
ocorrer a variação histórica que 
pode ser identificada através da 
comparação do uso da língua. Por 
exemplo, alguns textos antigos, de 
séculos passados, apresentam 
registros linguísticos bem 
diferentes dos textos atuais. 
Certas palavras ou expressões 
não são mais usadas ou estão em 
desuso. Alguns vocábulos 
permanecem, sofrendo 
modificações. Pode-se citar como 
exemplo, o uso de mesóclise. 
O sistema linguístico apresenta 
manifestações que têm origem nas 
necessidades expressivas do 
processo de comunicação. A 
mudança que ocorre na linguagem é 
gradativa e não acontece de um dia 
para o outro. Isso leva tempo. 
Muitas vezes acontece que uma 
variante utilizada por um grupo 
pequeno passa a ser falada por 
muitos indivíduos e torna-se 
popular. O novo termo passa a 
substituir o antigo. 
As mudanças na linguagem, 
através do tempo, ocupa uma 
dimensão histórica da variação 
linguística. Não acontece de repente 
e aponta formas diversificadas do 
falar de um povo em um 
 
 25 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
determinado espaço de tempo. 
 
Variação Social 
Os fatores sociais determinam 
a variação linguística social. Essas 
variações envolvem: 
 Etnia; 
 Sexo; 
 Faixa etária; 
 Grau de escolaridade; 
 Grupo professional; 
A relação da língua com os 
fatores sociais denomina-se, 
portanto, variação social. Esta 
variedade não compromete a 
compreensão entre os sujeitos, ou 
entre os indivíduos, pois certos 
casos em que pode ocorrer 
incoerência são sanados devido ao 
contexto em que ocorre o processo 
de comunicação. 
Percebe-se também que a 
norma culta toma vieses ou 
aspectos diferentes,tais como: 
 Político; 
 Econômico; 
 Social; 
 Cultural; 
 
Vale dizer que, no país, há 
um hiato entre as normas 
gramaticais e o respeito dos 
falantes em relação a essas normas. 
Segundo pesquisas, a língua possui 
muitos tipos de variações que 
implica a identidade do sujeito. A 
língua caracteriza o indivíduo 
através da fala, apontando qual é o 
seu perfil ou grupo a que indivíduo 
está inserido. 
Por isso é que se pode dizer que 
a língua é um meio de comunicação 
variável de um grupo social, isto 
é, de uma comunidade. Nesta 
acontecem a experiência humana, 
indivíduos que ocupam papéis 
sociais diferentes, fatos sociais 
entre outros que estão carregados 
de processos comunicativos com 
conteúdo semântico diferente. 
Percebe-se que sociedades 
diferentes podem, também, 
vivenciar experiências diferentes 
que resultam em sistemas 
linguísticos: 
 
 26 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
 Léxico; 
 Morfológico; 
 Sintático; 
Deste modo, pode-se dizer que 
a língua é um signo que identifica a 
identidade. Sendo assim, ela não é 
neutra. É um elemento da 
comunicação privilegiado. 
Pode-se concluir também que a 
língua trata-se de uma 
manifestação do processo de 
comunicação entre os sujeitos. A 
língua é concebida como uma 
capacidade inata do ser humano 
devido aos fatores neuro-genético-
biológicos. 
Enfim, a variação da língua 
abrange os aspectos social, 
histórico, geográfico e estilístico. As 
transformações que ocorrem são 
gradativas. Pode-se dizer que os 
fatores geográficos, históricos, 
sociais e estilísticos são elementos 
de transformação, agilizando o 
processo evolutivo da linguagem. 
O hiato existente entre a língua 
considera certa divergência daquela 
que é falada pelos brasileiros, 
causando a marginalização. 
A unidade linguística e seus 
caracteres similares estão presentes 
em todas as variações, sendo que a 
maneira de se expressar influencia 
no processo da comunicação.
 
 
 
 
 28 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
4. AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS 
Segundo Gama (1998) 
pesquisas recentes em 
desenvolvimento cognitivo e 
neuropsicologia sugerem que as 
habilidades cognitivas são bem 
mais diferenciadas e mais 
específicas do que se acreditava no 
começo do século XX. 
Neurologistas como Howard 
Gardner têm documentado que o 
sistema nervoso humano não é um 
órgão com propósito único nem tão 
pouco é infinitamente plástico. 
Acredita-se, hoje, que o sistema 
nervoso seja altamente diferenciado 
e que diferentes centros neurais 
processem diferentes tipos de 
informação. 
Howard Gardner, psicólogo da 
Universidade de Harvard, baseou-
se nestas pesquisas para questionar 
a tradicional visão da inteligência, 
uma visão que enfatiza as 
habilidades linguística e lógico-
matemética. Segundo Gardner, 
todos os indivíduos normais são 
capazes de uma atuação em pelo 
menos sete diferentes e, até certo 
 
 29 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
ponto, independentes áreas 
intelectuais. Ele sugere que não 
existem habilidades gerais, duvida 
da possibilidade de se medir a 
inteligência através de testes de 
papel e lápis e dá grande 
importância a diferentes atuações 
valorizadas em culturas diversas. 
Finalmente, ele define inteligência 
como a habilidade para resolver 
problemas ou criar produtos que 
sejam significativos em um ou mais 
ambientes culturais. 
A Teoria das Inteligências 
Múltiplas, de Howard Gardner 
(1985) é uma alternativa para o 
conceito de inteligência como uma 
capacidade inata, geral e única, que 
permite aos indivíduos uma 
performance, maior ou menor, em 
qualquer área de atuação. Sua 
insatisfação com a ideia de QI e com 
visões unitárias de inteligência, que 
focalizam, sobretudo, as 
habilidades importantes para o 
sucesso escolar, levou Gardner a 
redefinir inteligência à luz das 
origens biológicas da habilidade 
para resolver problemas. 
Através da avaliação das 
atuações de diferentes profissionais 
em diversas culturas, e do 
repertório de habilidades dos seres 
humanos na busca de soluções, 
culturalmente apropriadas, para os 
seus problemas, Gardner trabalhou 
no sentido inverso ao 
desenvolvimento, retroagindo para 
eventualmente chegar às 
inteligências que deram origem a 
tais realizações. Na sua pesquisa, 
Gardner estudou também: 
 O desenvolvimento de 
diferentes habilidades em crianças 
normais e crianças superdotadas; 
 Adultos com lesões cerebrais 
e como estes não perdem a 
intensidade de sua produção 
intelectual, mas sim uma ou 
algumas habilidades, sem que 
outras habilidades sejam sequer 
atingidas; 
 Populações ditas 
excepcionais, tais como idiot-
savants e autistas, e como os 
primeiros podem dispor de apenas 
uma competência, sendo bastante 
incapazes nas demais funções 
cerebrais, enquanto as crianças 
autistas apresentam ausências nas 
suas habilidades intelectuais; 
 Como se deu o 
desenvolvimento cognitivo através 
dos milênios. 
Psicólogo construtivista muito 
influenciado por Piaget, Gardner 
distingue-se de seu colega de 
Genebra na medida em que Piaget 
 
 30 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
acreditava que todos os aspectos da 
simbolização partem de uma mesma 
função semiótica, enquanto que ele 
acredita que processos psicológicos 
independentes são empregados 
quando o indivíduo lida com 
símbolos linguísticos, numéricos 
gestuais ou outros. 
Segundo Gardner, uma criança 
pode ter um desempenho precoce 
em uma área (o que Piaget chamaria 
de pensamento formal) e estar na 
média ou mesmo abaixo da média 
em outra (o equivalente, por 
exemplo, ao estágio sensório-
motor). Gardner descreve o 
desenvolvimento cognitivo como 
uma capacidade cada vez maior de 
entender e expressar significado em 
vários sistemas simbólicos 
utilizados num contexto cultural, e 
sugere que não há uma ligação 
necessária entre a capacidade ou 
estágio de desenvolvimento em uma 
área de desempenho e capacidades 
ou estágios em outras áreas ou 
domínios (MALKUS e col., 1988 
apud GAMA, 1998). 
Num plano de análise 
psicológico, Gardner (1982) afirma 
que cada área ou domínio tem seu 
sistema simbólico próprio; num 
plano sociológico de estudo, cada 
domínio se caracteriza pelo 
desenvolvimento de competências 
valorizadas em culturas específicas. 
Gardner sugere, ainda, que as 
habilidades humanas não são 
organizadas de forma horizontal; 
ele propõe que se pense nessas 
habilidades como organizadas 
verticalmente, e que, ao invés de 
haver uma faculdade mental geral, 
como a memória, talvez existam 
formas independentes de 
percepção, memória e aprendizado, 
em cada área ou domínio, com 
possíveis semelhanças entre as 
áreas, mas não necessariamente 
uma relação direta (GAMA, 1998). 
Gardner identificou as 
inteligências linguística, lógico-
matemática, espacial, musical, 
cinestésica, interpessoal e 
intrapessoal. Postula que essas 
competências intelectuais são 
relativamente independentes, têm 
sua origem e limites genéticos 
próprios e substratos 
neuroanatômicos específicos e 
dispõem de processos cognitivos 
próprios. Segundo ele, os seres 
humanos dispõem de graus 
variados de cada uma das 
inteligências e maneiras diferentes 
com que elas se combinam e 
organizam e se utilizam dessas 
capacidades intelectuais para 
resolver problemas e criar produtos. 
Gardner ressalta que, embora estas 
 
 31 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
inteligências sejam, até certo ponto, 
independentes uma das outras, elas 
raramente funcionam 
isoladamente. Embora algumas 
ocupações exemplifiquem uma 
inteligência, na maioria dos casos as 
ocupações ilustram bem a 
necessidade de uma combinação de 
inteligências. Por exemplo, um 
cirurgião necessita da acuidade da 
inteligência espacialcombinada 
com a destreza da cinestésica. 
 
 
A Inteligência Linguística 
Os componentes centrais da 
inteligência linguística são uma 
sensibilidade para os sons, ritmos e 
significados das palavras, além de 
uma especial percepção das 
diferentes funções da linguagem. É 
a habilidade para usar a linguagem 
para convencer, agradar, estimular 
ou transmitir ideias. Gardner indica 
que é a habilidade exibida na sua 
maior intensidade pelos poetas. Em 
crianças, esta habilidade se 
manifesta através da capacidade 
para contar histórias originais ou 
para relatar, com precisão, 
experiências vividas. 
A Linguística Verbal está 
relacionada às palavras e à 
linguagem escrita e falada. Domina 
a maior parte do universo 
educacional no ocidente. A 
produção da linguagem através de 
suas diversas formas, como poesia, 
humor, o contar histórias, 
gramática, metáforas, 
similaridades, raciocínio abstrato, 
pensamento simbólico, 
padronização conceitual, leitura e 
escrita. Está presente em poetas, 
teatrólogos, escritores, novelistas, 
oradores e comediantes. 
Perfil: Entendimento da 
ordem e do significado das palavras. 
Capacidade de convencer alguém 
sobre um fato. Capacidade de 
explicar, ensinar e aprender. Senso 
de humor. Memória e lembrança. 
Análise metalinguística. 
Exemplos: Monteiro Lobato. 
Capacidade de lidar com a 
linguagem tanto na expressão 
verbal como escrita. Competência 
esta verificada nos escritores, 
oradores, políticos, professores, etc. 
De todas as inteligências, talvez a 
linguística seja a mais fácil de 
perceber em uma pessoa, pois a 
 
 32 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
forma de comunicação verbal é um 
excelente termômetro para 
expressar às habilidades nesta área 
do espectro. 
Outros exemplos não tão 
extremos quanto o dos escritores, 
poetas, autores, etc. seriam aquelas 
pessoas que mesmo não tendo 
nenhum livro editado, possuem 
facilidade em elaborar relatórios, 
cartas comercias, petições judiciais, 
atestados, e todo e qualquer 
documento que exija uma boa e 
clara redação. 
Segundo Zenhas (2005) a 
característica marcante da 
inteligência linguística é o uso da 
linguagem. Os estudantes com este 
tipo de inteligência têm muita 
sensibilidade para os sentidos das 
palavras e para a sua manipulação. 
Manifestam gosto pela leitura e pela 
escrita. Comunicam bem, 
oralmente e por escrito. São eficazes 
na ligação das ideias e têm 
facilidade na sua transmissão. 
Pensam utilizando palavras. 
Abaixo, para finalizar esta 
apostila, Zenhas dá dicas de como 
os professores/educadores podem 
ajudar os alunos no 
desenvolvimento desta inteligência: 
 Modelando a utilização de 
uma linguagem correta; 
 Motivando-os a escrever e 
apoiando o seu trabalho; 
 Demonstrando formas 
eficazes de comunicação; 
 Lendo alto para os alunos, 
com frequência; 
 Criando/desenvolvendo o 
gosto pela leitura; 
 Dando aos alunos 
oportunidades para, 
individualmente, lerem, 
escreverem, ouvirem e falarem; 
 Promovendo debates sobre 
assuntos do programa de qualquer 
disciplina; 
 Criando jornais de 
turma/escola; 
 Promovendo 
correspondência em português 
com alunos de outras 
escolas/países lusófonos ou em 
língua estrangeira com jovens de 
outros países; 
A língua materna é transversal 
a todo o currículo. Ela está presente 
em todas as disciplinas. Por 
conseguinte, as atividades 
sugeridas são pertinentes em 
qualquer disciplina. A língua 
materna está também presente em 
qualquer contexto da vida 
 
 33 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
cotidiana. É na família que a criança 
começa a ter contato com ela. As 
sugestões dadas são exequíveis 
igualmente em contexto familiar.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
LINGUÍSTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
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