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NEUROPSICOPEDAGOGIA 2020 Kevin Daniel dos Santos Leyser GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 2 NEUROPSICOPEDAGOGIA UNIDADE 1 TÓPICO 1 1 A neuropsicopedagogia e a neuroeducação podem ser classifica- das como a ciência da Mente, Cérebro e Educação (MCE). A MCE é um empreendimento interdisciplinar. Quais são as disciplinas cientificas de base que possibilitam a MCE? R.: A ciência da MCE começou como um empreendimento interdisci- plinar entre neurociência cognitiva e psicologia do desenvolvimento, mas depois foi além desses parâmetros para integrar a educação via psicologia educacional e neurociência educacional. Três campos dis- ciplinares fundantes, seriam a Neurociência, a Psicologia e a Pedago- gia. Três campos relacionados seriam a Neurociência Educacional, a Neuropsicologia e a Psicologia Educacional. 2 O fluxo de informações na neuropsicopedagogia e neuroeducação é, por definição, de três vias. O que isso significa? R.: Esse fluxo de três vias significa que, para que um conceito seja aceito na nova disciplina, educadores (pedagogos), psicólogos e neu- rocientistas devem confirmar suas hipóteses não apenas em suas pró- prias disciplinas, mas também nas outras duas. 3 O que são neuromitos? R.: Por várias razões, muitas descobertas das neurociências que são úteis à educação, às vezes, são simplificadas ou mal interpretadas quando são feitas tentativas de aplicá-las à pedagogia. Isso pode levar a construções errôneas que são chamadas de “neuromitos”. 3 NEUROPSICOPEDAGOGIA TÓPICO 2 1 O que denota o termo “cerebralidade”? R.: O termo cerebralidade é modelado por analogia com a pessoali- dade. Como a pessoalidade é a qualidade ou condição de ser uma pessoa individual, cerebralidade pode ser usado para nomear a qua- lidade ou condição de ser um cérebro. 2 Qual foi a crítica levantada por John Breur à neuroeducação ou à neuropsicopedagogia? R.: John Bruer coibiu os entusiastas neuroeducacionais e criticou ten- tativas precipitadas de colmatar a lacuna entre neurociência e educa- ção com base em noções simplistas ou infundadas sobre lateralidade ou períodos críticos. Ele afirmou que nós simplesmente não sabemos o suficiente sobre como o cérebro trabalha para extrair implicações educacionais das mudanças na morfologia sináptica, e ele conclui que a neurociência descobriu muito sobre neurônios e sinapses, mas não o suficiente para orientar a prática educacional. 3 Em que se embasa a tendência neurologizante? R.: A tendência neurologizante, manifestada no surgimento das neu- rociências, baseia-se em suposições sobre a relação entre "ser huma- no" e "ter um cérebro" – ou seja, a crença de que o cérebro (ou eventu- almente um equivalente funcional) é a única parte verdadeiramente insubstituível do corpo que precisamos para ser nós mesmos. TÓPICO 3 1 O que é a sinaptogênese? R.: Sinaptogênese é a formação dos circuitos neurais. É a criação de sinapses que ocorre rapidamente no córtex durante os primeiros anos 4 NEUROPSICOPEDAGOGIA após o nascimento, resultando na quadruplicação do peso geral do cérebro na idade de quatro anos. Contudo a sinaptogênese ocorre em surtos, ela não é regular e contínua. Como estes surtos produzem mais sinapses do que o necessário, cada surto é seguido por períodos de podas sinápticas. 2 Griffin, Case e Siegler (1994) desenvolveram um teste de conhe- cimento de números com base nesse modelo cognitivo para avaliar quais processos aritméticos e entendimentos numéricos as crianças adquirem em idades específicas. O que indicou o trabalho destes pesquisadores? R.: O trabalho de Griffin, Case e Siegler (1994) indicou que as crianças podem ter dificuldade em vincular palavras numéricas a magnitudes. Que a aquisição dessas habilidades numéricas básicas dependia não apenas de cronogramas de desenvolvimento, mas também de fatores sociais e culturais. 3 Quais são os dois modelos cognitivos postulados pela psicologia cognitiva para a leitura especializada? R.: O modelo cognitivo de dupla-rota e o modelo conexionista. 5 NEUROPSICOPEDAGOGIA UNIDADE 2 TÓPICO 1 1 Explique o que é a plasticidade cerebral? R.: Plasticidade cerebral significa que nosso cérebro muda à medida que aprendemos. A plasticidade cerebral ou neuroplasticidade, ocor- re no cérebro no início da vida (quando o cérebro imaturo se orga- niza), quando ocorre lesão cerebral (seja para compensar as funções perdidas ou maximizar as funções restantes), e ao longo da vida adul- ta (quando algo novo for aprendido). A plasticidade cerebral é um processo físico, à medida que a substância cinzenta muda de forma e as conexões neurais são feitas e desfeitas. 2 O que significa entender o cérebro e a aprendizagem desde uma perspectiva sociocultural? R.: De uma perspectiva sociocultural, entender o cérebro e a aprendi- zagem significa antes de tudo entender o mundo ao seu redor, pois toda aprendizagem no cérebro ocorre através da interação social. Para ter sentido, nossas práticas devem ser lidas dentro de nossa própria cultura e nossas ações devem ser entendidas de uma perspectiva his- tórica e situada. De uma perspectiva sociocultural agente, atividade e mundo se constituem mutuamente. 3 Nos dias atuais, o campo da neurociência oferece grandes novida- des para o entendimento da aprendizagem. Contudo, a história nos mostra que qualquer explicação reducionista dos fenômenos huma- nos nos conduz a erros de compreensão. Entendendo, portanto, que a aprendizagem não é meramente mecânica, surge a necessidade de suprir essas lacunas deixadas pelas explicações neurocientíficas. Sobre esta necessidade e possíveis soluções para preencher as lacu- nas citadas, analise as sentenças a seguir: 6 NEUROPSICOPEDAGOGIA I- A teoria sociocultural aliada à neurociência poderá oferecer uma nova compreensão da ciência e da cultura nos processos de aprendi- zagem, preenchendo assim as lacunas. II- Os processos culturais ajudam a preencher algumas lacunas, contudo no quesito da plasticidade cerebral, a explicação neuro- científica é suficiente. III- A experiência e a interação social influenciam o desenvolvimen- to do cérebro e a aprendizagem, por isso, é necessário também olhar para teorias socioculturais. IV- A teoria da cognição social ainda não ofereceu evidências sufi- cientes para preencher tais lacunas explicativas deixadas pela neu- rociência na questão da aprendizagem. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e III estão corretas. b) ( ) As sentenças II e IV estão corretas. c) ( ) As sentenças III e IV estão corretas. d) (X) As sentenças I e II estão corretas. 4 A teoria sociocultural é uma teoria emergente em psicologia que analisa as contribuições importantes que a sociedade faz para o de- senvolvimento individual. Essa teoria enfatiza a interação entre as pessoas em desenvolvimento e a cultura em que vivem. A teoria so- ciocultural também sugere que a aprendizagem humana é, em gran- de parte, um processo social. Ocorre que muitos pesquisadores da educação e dos processos de aprendizagem, atualmente, enfatizam as contribuições das neurociências, o que poderia sugerir uma ne- gação da teoria sociocultural. Apesar dessa tendência reducionista, de ver a aprendizagem apenas de uma única perspectiva, é possível conectar neurociência e teoria sociocultural. Sobre o exposto, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: I- Uma compreensão sociocultural do significado da cultura na aprendizagem é apoiada pela pesquisa neurocientífica. 7 NEUROPSICOPEDAGOGIA PORQUE II- Várias pesquisas em neurociências confirmam as perspectivas socioculturais da aprendizagem que desafiam os modelos deficitá- rios de aprendizagem e desenvolvimento. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma propo- sição falsa. b) ( ) A asserção I é uma proposição é falsa, e a II é uma proposição é verdadeira. c) (X) As asserções I e II são proposições verdadeiras e estabelecem relação entre si. d)( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, porém não es- tabelecem relação entre si. TÓPICO 2 1 Os organismos podem adaptar suas arquiteturas neuronais ao am- biente em que nascem, como isso eles economizam os recursos com- putacionais que precisam ser investidos para lidar com os desafios específicos dos respectivos ambientes. Através de qual modelagem essa adaptação é feita? R.: Através da modelagem epigenética da arquitetura funcional do cérebro. 2 Quando falamos de sincronização dos ritmos circadianos, um ter- mo alemão surge na literatura, os Zeitgebers. O que são os Zeitge- bers? R.: São agentes efetivos de sincronização para o oscilador circadiano. É o impulse que comanda o fenômeno de arrastamento que causa a sincronização. Literalmente significa “doador de tempo”. 8 NEUROPSICOPEDAGOGIA 3 As investigações neurocientíficas sobre o ritmo circadiano em con- junto com campo teórico e prático da educação possibilitam uma maior compreensão a relação entre padrões de sono, aprendizagem e maturação cerebral em crianças. Essas relações investigativas po- dem ser chamadas de cronoeducação. Sobre a cronoeducação e o processo de aprendizagem, analise as sentenças a seguir: I- Adolescentes que mudam rapidamente os horários de sono/vigí- lia entre noites escolares e fins de semana ou férias podem enfren- tar consequências circadianas. II- Práticas educacionais flexíveis e estilos de vida irregulares são associados à menor duração do sono e às capacidades atencionais de menor desempenho. III- Se aulas básicas importantes, como leitura e matemática, são ministradas pela manhã, as crianças em idade escolar aprendem esse material crítico na hora mais preferida ou ideal do dia. IV- Os indivíduos com o cronotipo de matunidade costumam cochi- lar com mais frequência durante os dias escolares, queixam-se de sonolência diurna e referem mais problemas de atenção. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e III estão corretas. b) ( ) As sentenças II e IV estão corretas. c) ( ) As sentenças III e IV estão corretas. d) (X) As sentenças I e II estão corretas. 4 As pesquisas indicam que o cronotipo (a preferência de acordar e dormir) matutino ou vespertino influência nos processos cognitivos centrais da aprendizagem e das atividades acadêmicas. Por exem- plo, se temos alunos que são matutinos e estudam no turno da ma- nhã, os resultados de desempenho acadêmicos são superiores aos alunos matutinos que estudam no turno vespertino. Assim também ocorre com os alunos com o cronotipo vespertino. Você poderá ler sobre isso em uma pesquisa realizada por Márcia Finimundi, Edu- ardo Pacheco Rico e Diogo Onofre Souza (2013), que se encontra publicada no artigo Relação entre ritmo circadiano, turno e rendi- mento escolar de alunos do Ensino Fundamental. FONTE: <https://bit.ly/38GErPR>. Acesso em: 3 nov. 2020. 9 NEUROPSICOPEDAGOGIA Baseado nesses dados, pedimos que você pense na realidade das escolas em sua cidade. Os turnos escolares, a disposição de oferta das disciplinas escolares nos horários nesses turnos, a variação dos cronotipos dos estudantes, como a escola se organiza nesses quesi- tos após o retorno das férias escolares, entre outros aspectos perti- nentes à cronoeducação. Você poderá coletar dados e informações sobre essa realidade escolar de sua cidade a partir de pesquisas do- cumentais, bibliográficas ou partindo da sua própria experiência. A proposta é que, a partir desta reflexão, você realize a seguinte simu- lação: Imagine que você é um consultor formado ou especializado em neuropsicopedagogia. Imagine que você receba uma solicitação de uma escola da sua cidade para oferecer um parecer do que pode- ria ser feito para melhorar o desempenho escolar dos alunos. Focan- do apenas no aspecto da cronoeducação, qual seria o seu parecer? Quais medidas seriam convenientes e necessárias para a escola so- lucionar seu problema? Quais medidas possibilitariam o aumento do desempenho escolar dos alunos? Escreva um texto direcionado a uma escola (hipotética) da sua cida- de, com o seu parecer. Este texto deverá ser de, no mínimo, uma pá- gina e, no máximo, duas páginas. Apresente possíveis medidas que a escola poderá tomar, baseado no conteúdo deste livro didático, do artigo citado nesta questão e de outras pesquisas suas. Ao finalizar o texto você poderá encaminhar para o seguinte e-mail: portfolio.psicopedagogia@uniasselvi.com.br. R.: Implica resposta pessoal, não sendo necessário gabarito. TÓPICO 3 1 Quais são os sete níveis de desenvolvimento cognitivo mais rele- vantes da infância à idade adulta? 10 NEUROPSICOPEDAGOGIA R.: Os sete níveis de desenvolvimento cognitivo mais relevantes da infância à idade adulta são: Rp1 – Representações únicas; Rp2 – Ma- peamentos abstratos; Rp3 – Sistemas representacionais; Rp3 – Siste- mas representacionais; Rp4/Ab1 Abstrações únicas; Ab2 Mapeamen- tos abstratos; Ab3 Sistemas abstratos; e Ab4/P Princípios únicos. 2 Nos ciclos de aprendizagem, o que significam os colapsos ou que- das no aprendizado das habilidades? R.: Os colapsos ou quedas não indicam dificuldades. Em vez disso, são normais e necessários, refletindo a necessidade de construir e re- construir uma habilidade com variações, para que a pessoa possa sus- tentá-la eventualmente diante de mudanças no contexto e no estado. A capacidade humana de descer para níveis tão elementares fornece enorme flexibilidade para adaptação inteligente, porque as pessoas podem aprender novos padrões de ação sensório-motora, necessários para o sucesso em um tipo diferente de tarefa. Mover-se para um ní- vel cognitivo baixo para uma nova tarefa compreende uma parte es- sencial da inteligência. 3 A escala de habilidades e os padrões dinâmicos de crescimento que a acompanham criam vários caminhos para pesquisas sobre mente, cérebro e educação. Não apenas possibilitam pesquisas re- lacionadas à mudança cognitiva com o desenvolvimento do cére- bro, mas também fornecem uma escala para medir o aprendizado, o ensino, o currículo e outros desempenhos e produtos cognitivos – uma escala que tem amplo uso na avaliação e prática educacional. Pesquisas com este foco têm apontado para o que chamamos de “ci- clos de aprendizagem”. Sobre os ciclos de aprendizagem, analise as sentenças a seguir: I- Quando analisados em termos de níveis de habilidade constru- ída, o desempenho dos alunos mostra mudanças dinâmicas, com muitos aumentos e quedas. II- Os padrões demonstram que a construção de conhecimento geral é lenta e difícil, levam muito mais tempo que um semestre ou um ano para serem consolidados. 11 NEUROPSICOPEDAGOGIA III- O aprendizado ocorre em ondas ou curvas recorrentes, esse pa- drão de curvas, ou de ondas, ocorre em todo o tempo das situações de aprendizagem. IV- A aprendizagem envolve crescimento monotônico para níveis mais altos de entendimento, dispensando o processo cíclico esten- dido. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e III estão corretas. b) ( ) As sentenças II e IV estão corretas. c) (X) As sentenças I e II estão corretas. d) ( ) As sentenças III e IV estão corretas. 4 Nas pesquisas sobre o desenvolvimento do córtex cerebral, evi- dências empíricas indicam que a grande maioria das mudanças sistemáticas relativas à idade envolve conexões entre o córtex pré- -frontal e outras regiões. Há uma hipótese sobre o desenvolvimento cortical de que as mudanças na energia surgem de mudanças no desenvolvimento de redes neurais no cérebro. Sobre esta hipótese, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Hipótese do Sono Restaurador. b) (X) Hipótese do Crescimento de Rede. c) ( ) Hipótese da Consolidação da Memória. d) ( ) Hipótese da Epigenética em Rede Neural. 12 NEUROPSICOPEDAGOGIA UNIDADE 3 TÓPICO 1 1 As emoções ocupam hoje um papel fundamental nos estudos so- bre aprendizagem. Sabemos que as pesquisas evidenciam que o sis- tema límbico está diretamente envolvido com as nossas respostas emocionais. Alémdisso, sabemos que a amígdala é uma estrutura cerebral que desempenha um papel central em nossas experiências emocionais. Sobre a amígdala, as emoções e a aprendizagem, anali- se as sentenças a seguir: I- O processamento da amígdala de memórias e emoções é umas das razões pelas quais lembramos mais de eventos carregados emocio- nalmente. II- O processamento de ameaça ou medo pela rota lenta (ou comple- ta) para a amígdala permite uma excitação emocional que domina e controla o pensamento. III- Amígdala e hipotálamo estão envolvidos com os hormônios do estresse, e pesquisas indicam que não há relação entre níveis de estresse e aprendizagem. IV- Estudantes capazes de empregar estratégias de enfrentamento para reduzir o estresse não produzem altos níveis de cortisol, indi- cando menor ansiedade. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e III estão corretas. b) ( ) As sentenças II e IV estão corretas. c) ( ) As sentenças II e III estão corretas. d) (X) As sentenças I e IV estão corretas. 2 Estabelecer um clima emocional positivo no processo de ensino- -aprendizagem é crucial tanto para professores quanto para alunos. As emoções estão diretamente ligadas às experiências de aprendi- zagem, isso significa que podem ser um obstáculo ou um poten- cializador para atingir as metas da realização acadêmica. Sobre as estratégias para promover um ambiente positivo de aprendizagem, assinale a alternativa CORRETA: 13 NEUROPSICOPEDAGOGIA a) ( ) Ser menos previsível e não estabelecer rotinas de sala de aula. b) ( ) O docente deve controlar e escolher todas as opções relaciona- das ao conteúdo e processo de aprendizagem. c) (X) Verificar a temperatura emocional de cada criança. d) ( ) Evitar o uso do humor em sala de aula, pois pode causar con- fusão no processo de aprendizagem. 3 O uso de estratégias de atenção plena (mindfulness) em psicotera- pia e outras intervenções de saúde já ocorrem há muitos anos. Na última década, no entanto, o treinamento para atenção plena tem sido apoiado por diversas pesquisas como uma estratégia eficaz para a aprendizagem. Explique quais evidências atuais apoiam o uso de mindfulness em contextos de aprendizagem. R.: As intervenções de mindfulness ajudam os alunos a gerenciar o es- tresse e melhorar a atenção. Os resultados da pesquisa com crian- ças em idade escolar apontam para melhora na regulação da atenção dos sujeitos, bem como redução da ansiedade e da depressão após o treinamento em mindfulness. Além disso, pesquisas apontam que re- duz reações fisiológicas e cognitivas negativas ao estresse e melhora a autorregulação. Crianças que receberam o treinamento de mindful- ness relataram reduções significativas na “ruminação mental” (pen- samentos negativos ou obsessivos), pensamentos intrusivos que des- viam a atenção e excitação emocional negativa. Um estudo recente do treinamento de mindfulness também mostrou mudanças na estrutura do cérebro envolvidas com processos cognitivos importantes para a aprendizagem, como a regulação da memória e da emoção. TÓPICO 2 1 A atenção é a seleção cognitiva de uma sensação, pensamento ou evento. Posner e Rothbart (2007) identificam três redes neurais ou sistemas de regiões cerebrais interconectadas subjacentes a aspec- tos da atenção. Sobre estas três redes neurais, analise as sentenças a seguir: 14 NEUROPSICOPEDAGOGIA I- A rede de orientação inibe pensamentos estranhos, muda o sis- tema de atenção para se concentrar em estímulos e regula emoções. II- A rede de atenção executiva mantém a atenção sintonizada com eventos externos e não com pensamentos internos. III- A rede de alerta envolve as crianças na tarefa em questão e é importante para captar sua atenção ao aprendizado. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e III estão corretas. b) ( ) Somente a sentença II está correta. c) ( ) As sentenças I e II estão corretas. d) (X) Somente a sentença III está correta. 2 As pesquisas atuais indicam que diferentes aspectos do ambiente físico influenciam na atenção e na aprendizagem. A iluminação na sala de aula tem sido um dos focos das pesquisas, trazendo diver- sas contribuições para as ciências e práticas educacionais. Sobre a iluminação na sala de aula e sua implicação para a aprendizagem, analise as sentenças a seguir: I- Alunos que estudam em salas de aula com pouca ou nenhuma iluminação diurna apresentam uma melhora de 20% em pontuações na avaliação matemática e 26% nas avaliações de leitura. II- Salas mal iluminadas influenciam a atividade da glândula pineal na síntese de melatonina, que desempenha um papel na excitação e na produção de serotonina, o neurotransmissor que regula o humor. III- Baixos níveis de luz nas salas de aula podem afetar a capacidade dos alunos de regularem os ritmos circadianos, o ciclo natural de sono e excitação do corpo. IV- Alunos cujas salas de aula permitem visões externas através do olhar pela janela são mais capazes de redirecionar a atenção para tarefas acadêmicas. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas. b) ( ) As sentenças I e IV estão corretas. c) ( ) As sentenças I e III estão corretas. d) (X) As sentenças II, III e IV estão corretas. 15 NEUROPSICOPEDAGOGIA 3 As pesquisas atuais indicam que diferentes aspectos do ambiente físico influenciam na atenção e na aprendizagem. O som no am- biente tem sido um dos focos das pesquisas, trazendo diversas con- tribuições para as ciências e práticas educacionais. Sobre o som no ambiente e sua implicação para a aprendizagem, analise as senten- ças a seguir: I- Crianças em salas de aula barulhentas têm desempenho significa- tivamente inferior ao de crianças em salas de aula tranquilas. II- Adolescentes apresentam prejuízo significativo nas tarefas de recuperação e reconhecimento de informações após a exposição a níveis de ruído simulando sons ambientais típicos. III- Os sons no ambiente não são reconfortantes para os alunos pois não conseguem mascarar o ruído ambiente na sala de aula. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e III estão corretas. b) ( ) Somente a sentença II está correta. c) (X) As sentenças I e II estão corretas. d) ( ) Somente a sentença III está correta. 4 As pesquisas atuais indicam que diferentes aspectos do ambiente físico influenciam na aprendizagem. Os aromas na sala de aula têm sido um dos focos das pesquisas, trazendo diversas contribuições para as ciências e práticas educacionais. Quais são as implicações dos aromas para a aprendizagem na sala de aula? R.: Pesquisas sobre os efeitos dos aromas no comportamento humano sugerem que os aromas desempenham um papel na emoção e na me- mória. Certos aromas, como laranja e lavanda, reduzem a ansiedade. Sujeitos de pesquisas mostram melhora na execução de uma tarefa relacionada à atenção em um ambiente com aromas como lírio do vale e hortelã-pimenta em comparação com um ambiente sem aro- mas específicos. Há relatos de uma redução de 54% nos comporta- mentos fora da tarefa após adicionar óleo perfumado à sala de aula. Os odores podem condicionar experiências emocionais que influen- ciam o desempenho subsequente. Os aromas influenciam a emoção e o desempenho e podem fornecer um ativo ambiental adicional para melhorar a atenção e a memória dos alunos. Ao perfumar as salas de 16 NEUROPSICOPEDAGOGIA aula, no entanto, deve-se tomar cuidado para não introduzir produ- tos químicos artificiais que possam desencadear alergias. Produtos naturais, como óleos, podem ser mais seguros para uso em ambientes com crianças. TÓPICO 3 1 Em vez de ser um "recipiente" de informações, a memória é en- tendida como uma coleção de sistemas e processos que servem a uma variedade de funções. Certos "tipos" de memória geralmente se sobrepõem, e as classificações empregadas pelos cientistas são dirigidas de várias maneiras pelas distinções entre os vários tipos de informações que as pessoas podem se lembrar. Quanto ao tipo de memóriaque dura de milissegundos a segundos e refere-se ao armazenamento muito breve de grandes quantidades de informa- ções visuais, auditivas, olfativas ou hápticas do ambiente, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Memória de curto prazo. b) (X) Memória sensorial. c) ( ) Memória de trabalho. d) ( ) Memória explícita. 2 A primeira teoria aprofundada da memória de trabalho (e a mais conhecida) foi oferecida por Baddeley e Hitch, em 1974. Eles cria- ram um modelo para descrever os processos básicos pelos quais as informações são recebidas, mantidas e recuperadas. Sobre a pro- posta da memória de trabalho de Baddeley e Hitch, analise as sen- tenças a seguir: I- A memória de trabalho não é usada para recuperar e manipular informações já armazenadas na memória de longo prazo. II- A memória de trabalho possui um loop fonológico para informa- ções verbais. III- A memória de trabalho possui um esboço visuoespacial para informações visuais/espaciais. 17 NEUROPSICOPEDAGOGIA IV- A memória de trabalho possui um executivo central que recebe informações dos sentidos ou da memória de longo prazo. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e II estão corretas. b) ( ) As sentenças I e IV estão corretas. c) ( ) As sentenças I e III estão corretas. d) (X) As sentenças II, III e IV estão corretas. 3 A memória de longo prazo refere-se à retenção de informações (sem ensaio ativo) por uma quantidade significativa de tempo, seja anos ou a vida toda. Embora as informações que não são recupera- das de vez em quando tendem a ser esquecidas ao longo do tem- po, o volume total de informações que podem ser armazenadas na memória de longo prazo é ilimitado para todos os efeitos práticos. Sobre os tipos de memória de longo prazo, analise as sentenças a seguir: I- A memória explícita refere-se a experiências que lembramos sem consciência de que a aprendizagem está ocorrendo. II- A memória semântica se refere à nossa capacidade de lembrar fatos ou conceitos. III- A memória procedural explica por que podemos aprender a exe- cutar determinadas tarefas sem poder dizer com precisão como as estamos realizando. IV- A memória implícita lida com o conhecimento de que estamos conscientes, como eventos que ocorrem em nossas vidas ou infor- mações que adquirimos conscientemente. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e III estão corretas. b) ( ) As sentenças I e IV estão corretas. c) (X) As sentenças II e III estão corretas. d) ( ) As sentenças II e IV estão corretas. 4 Pesquisas sobre fatores conhecidos por melhorar a memória de longo prazo da informação argumentam que a integração das artes, o uso das artes como método pedagógico para aprimorar e reforçar os objetivos de aprendizagem, representa uma estratégia poderosa 18 NEUROPSICOPEDAGOGIA para ajudar a garantir que as informações permaneçam nas memó- rias das crianças. Uma dessas estratégias de integração é a enação. Disserte sobre os benefícios para a aprendizagem com o uso da ena- ção? R.: Estudos demonstraram que a retenção de informações é aprimo- rada quando os participantes executam ativamente uma frase de ação em vez de simplesmente ler a mesma informação. Atuar geralmente envolve algum tipo de atividade motora e isso ajuda na memória. Além de melhorar a memória para obter informações, a enação tam- bém tem o benefício, como a geração, de envolver os alunos em pen- samentos divergentes. A enação dramática em contextos acadêmicos tem uma influência positiva no desempenho escolar e habilidades sociais. TÓPICO 4 1 As regiões do cérebro envolvidas no pensamento criativo – e, em particular, o pensamento divergente – incluem amplamente as regi- ões pré-frontais do córtex cerebral. Essas regiões são frequentemen- te associadas a processos cognitivos ou de funções executivas de ordem superior. Sobre as pesquisas em neurociências e sua relação com o pensamento e a criatividade, analise as sentenças a seguir: I- Estudos mostraram que o cérebro fortalece as redes existentes quando um indivíduo está envolvido em múltiplas exposições a es- tímulos sensoriais. II- Há um aumento mais forte na atividade do EEG quando os indi- víduos exibem mais ideias originais em comparação com as menos originais, sugerindo que o pensamento criativo pode se refletir nos padrões de ativação cerebral. III- Há uma diminuição da atividade no córtex pré-frontal medial, uma região do cérebro que tem sido associada a ações de autoex- pressão e individualidade, no processamento neural durante um ato criativo. 19 NEUROPSICOPEDAGOGIA Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e III estão corretas. b) ( ) Somente a sentença II está correta. c) (X) As sentenças I e II estão corretas. d) ( ) Somente a sentença III está correta. 2 Atualmente, educadores e formuladores de políticas educacionais debatem se os currículos devem se concentrar em fatos e conteúdos ou no ensino de habilidades de pensamento crítico. Diante desse debate, partindo das pesquisas atuais sobre aprendizagem, pensa- mento criativo e habilidades do século XXI, qual seria uma possível solução? R.: Os professores devem abordar ambas as partes, pois o pensamento criativo não ocorre sem primeiro dominar um corpo de conhecimento de conteúdo. Depois de dominar um corpo de conhecimento, os in- divíduos são capazes de encontrar soluções para novos problemas, associando informações aprendidas de diferentes maneiras. O conhe- cimento e as habilidades de pensamento devem estar entrelaçados no currículo escolar em todas as áreas de conteúdo. Sem um corpo forte de conteúdo e habilidades, os alunos não terão conhecimento para aplicar criativamente em situações do mundo real e, sem habilida- des de pensamento criativo, os alunos não poderão levar os conceitos aprendidos a novos níveis não ensinados. Além disso, os alunos pre- cisam ter conhecimento de conteúdo e habilidades de raciocínio apli- cáveis em várias áreas da disciplina, para que possam gerar soluções para problemas que abrangem disciplinas. 3 Nos últimos anos, um corpo relativamente grande de pesquisas em educação, psicologia e ciências cognitivas mostrou que testes e outras avaliações fazem muito mais do que simplesmente dizer ao professor quanto aprendizado ocorreu. As avaliações fornecem feedback que informa e motiva os alunos enquanto aprimora sua memória para o material de maneiras específicas. Sobre os feedba- cks avaliativos, analise as sentenças a seguir: I- Os efeitos do feedback corretivo parecem ser mais fortes quando os professores explicam por que as respostas são precisas ou impre- cisas. 20 NEUROPSICOPEDAGOGIA II- Quando as respostas estão incorretas, fornecer apenas feedback certo/errado transmite pouca informação útil ao aluno. III- Quando os alunos sabem que não receberão feedback por um tempo, eles fazem mais esforço para ter um bom desempenho. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e III estão corretas. b) ( ) Somente a sentença II está correta. c) (X) As sentenças I e II estão corretas. d) ( ) Somente a sentença III está correta. 4 Há uma prática crescente em nossas escolas de tentar ensinar mui- ta matéria em muito pouco tempo para cobrir todo o material ne- cessário. Essa prática leva a uma abordagem de "ensinar, testar e seguir em frente" que não é passível de interações mais profundas e mais prolongadas com o conteúdo. Uma estratégia, fundamenta amplamente em pesquisas, é o uso dos espaçamentos no processo de aprendizagem. Sobre os efeitos de espaçamento, analise as sen- tenças a seguir: I- Quando o teste final ocorre cerca de uma semana após a aprendi- zagem inicial, o espaçamento ideal antes da revisão do material é de cerca de um ou dois dias. II- Para testes realizados em um ano ou mais, o espaçamento ideal é de um a dois meses. III- Se o objetivo for a retenção por muitos anos ou uma vida intei- ra, é provável que o conteúdo precise ser revisado várias vezes ao longo de vários anos com grandes lacunasno meio. IV- A desvantagem de ultrapassar o ideal é muito pior do que a desvantagem ter uma lacuna muito curta entre os eventos de apren- dizagem. Assinale a alternativa CORRETA: a) (X) As sentenças I, II e III estão corretas. b) ( ) Somente a sentença I está correta. c) ( ) Somente a sentença II está correta. d) ( ) Somente a III está correta.