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suas relações e leve em conta os interesses das partes interessadas. Uma parte interessada tem um ou mais interesses que podem ser afetados pelas d...

suas relações e leve em conta os interesses das partes interessadas. Uma parte interessada tem um ou mais interesses que podem ser afetados pelas decisões e atividades de uma organização. Esse interesse dá à parte interessada uma “participação” na organização que cria uma relação com a organização. Essa relação não precisa ser formalizada ou mesmo reconhecida pela parte interessada ou pela organização. As partes interessadas podem também ser chamadas stakeholders. Ao determinar quais interesses de partes interessadas serão reconhecidos, convém que a organização considere a legalidade desses interesses e sua consistência com as normas internacionais de comportamento. (ABNT, 2010, p. 6-7, grifos nossos) As partes interessadas em responsabilidade social são muitas e, algumas vezes, não são completamente identificadas pelas empresas. A norma as define “como indivíduo ou grupo que tem um interesse em quaisquer decisões ou atividades de uma organização”. Mas como saber qual o limite disso? Vamos pensar no caso da construção de uma barragem para produção de energia. Comunidades indígenas e ribeirinhas que serão impactadas são partes interessadas, os consumidores de energia elétrica também, os trabalhadores que vão se deslocar para construir a barragem estão inclusos nesse conceito. Em uma ética antropocêntrica, seriam partes interessadas todos os grupos humanos que vão, em alguma medida, beneficiar-se e/ou se prejudicar pelas decisões da empresa. É importante destacar que, mesmo que a empresa discuta suas decisões com as partes interessadas, isso não substitui o diálogo com a sociedade como um todo, pois vários conhecimentos e pontos de vista estarão ausentes no universo limitado às partes interessadas. Na construção de uma barragem, devem ser ouvidos os movimentos ambientalistas, organizações que trabalham com direitos humanos, cientistas, que, mesmo não vivendo na área e não sendo impactados pelas ações da empresa, têm contribuições a dar na análise das decisões empresariais. A identificação e o engajamento de partes interessadas são fundamentais para a responsabilidade social. Convém que a organização determine quem tem interesse em suas decisões e atividades para que possa compreender seus impactos e como lidar com eles. Apesar de as partes interessadas poderem ajudar uma organização a identificar a relevância de assuntos específicos para suas decisões e atividades, elas não substituem a sociedade como um todo na determinação de normas e expectativas de comportamento. Um assunto pode ser relevante para a responsabilidade social da organização mesmo quando não identificado especificamente pelas partes interessadas que ela consulta. (ABNT, 2010, p. 32) O termo accountability, como explicado pela própria norma, significa a condição de responsabilizar-se pelas decisões e pelas atividades, além de prestar contas dessas decisões e atividades aos órgãos de governança de uma organização, a autoridades legais e, de modo mais amplo, às partes interessadas da organização. Ou seja, é necessário assumir as decisões tomadas por uma empresa de forma ética e legal. Vamos analisar o modelo de responsabilidade social adotado pela Microsoft. A multinacional da área de tecnologia da informação destaca-se por sua ação inovadora na educação. Não se trata de projetos assistencialistas ou caridade para escolas, mas de utilizar a expertise da empresa no desenvolvimento de softwares para tornar o processo de aprendizagem mais divertido e dinâmico. Seguindo princípios éticos, os materiais desenvolvidos são de boa qualidade (não são mera propaganda) e facilitam a vida de professores e estudantes. A empresa disponibiliza links que instruem estudantes e professores a otimizar seu trabalho com auxílio de ferramentas tecnológicas. Há uma política de preços mais baixos para produtos educacionais a fim de garantir a inclusão digital de uma parcela maior da população estudantil. Os professores podem se tornar Microsoft Innovative Educators, que nada mais é que participar de uma comunidade global de mais de 100 mil professores que usam as tecnologias desenvolvidas pela empresa na sala de aula para preparar seus estudantes. Outra linha importante da responsabilidade social da Microsoft é a política de inclusão e diversidade na empresa. Segundo o próprio site da empresa: Nossos funcionários são a ponte para os nossos clientes. Portanto é importante que eles se sintam encorajados a contribuir com a sua visão única e habilidades para ajudar a resolver alguns dos desafios tecnológicos mais complexos. Na Microsoft Brasil incentivamos seis grandes grupos com a participação de funcionários e engajamento com o mercado que nos ajudam a construir uma comunidade de apoio em toda a Microsoft. (DIVERSIDADE…, c2016) Os grupos são: Mulheres Em Tecnologia, Mulheres Na Liderança, blacks@microsoft, Pessoas Com Deficiência, Multigerações e LGBT. Perceba que a escolha desses grupos está de acordo com os ideais de equidade, que refletem justiça social. São grupos discriminados no mercado de trabalho, constituídos por pessoas com talento, que podem contribuir para o crescimento da empresa. Por outro lado, esses grupos também constituem consumidores em potencial. A empresa está atenta ao poder de compra de todas essas pessoas e deseja estabelecer laços afetivos e de confiança com elas. A Microsoft participa do programa pró-equidade de raça e gênero e do programa da ONU Women’s Empowerment Principles (princípios de empoderamento feminino). A ISO 26000 explicita a preocupação com a igualdade de gêneros. Uma empresa que não promove esse princípio não pode ser considerada responsável socialmente. A própria norma assume que, culturalmente, todas as sociedades do planeta, em sua história cultural, designaram os papéis esperados para os homens e para as mulheres. Esses papéis de gênero são os comportamentos aprendidos desde cedo e, muitas vezes, informalmente que condicionam quais atividades e responsabilidades são encaradas como tipicamente masculinas ou femininas. Os papéis de gênero, na maioria das vezes, subestimam a intelectualidade e a força das mulheres e também estereotipam os homens. Em todos os casos, a discriminação de gênero limita o potencial de indivíduos, famílias, comunidades e sociedades. Ainda mais agravante é que há uma relação positiva entre igualdade de gênero e desenvolvimento socioeconômico, ou seja, quanto mais rígida a crença no papel de gênero, menos desenvolvida a sociedade, e quanto mais uma sociedade dá liberdade para que os indivíduos exerçam seus talentos sem preocupação com o estereótipo da profissão, mais desenvolvimento econômico é alcançado. Por isso igualdade de gênero é um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio traçados pela ONU. A ISO 26000 afirma que: […] a promoção da igualdade de gênero dentro das atividades e campanhas da organização é um importante componente da responsabilidade social. Convém que as organizações revejam suas decisões e atividades para eliminar desequilíbrios de gênero e promover igualdade de gênero. (ABNT, 2010, p. 8) Logo uma empresa deve preocupar-se com a proporção de homens e mulheres na gestão, visando atingir progressivamente paridade e extinguir limitações de gênero. Parece óbvio, mas é importante destacar que a empresa tem que atuar com igualdade de tratamento para homens e mulheres trabalhadores no recrutamento, na designação de tarefas, no treinamento, nas oportunidades de progresso, na remuneração e na rescisão de contrato de trabalho. Atingir equidade, entretanto, não é só dar condições iguais, é respeitar as diferenças. Então a empresa deve estar atenta às questões de saúde ocupacional que afetam homens e mulheres de forma diferente e como ela veicula na mídia a imagem das mulheres, não as reduzindo a objetos sexuais. Ainda, o investimento dela deve ser maior em áreas em que um dos gêneros leva desvantagem, por exemplo, as empresas de tecnologia (assim como o faz a Microsoft) devem ficar mais atentas às mulheres, pois, historicamente, elas foram excluídas da produção e do uso de tecnologias. Outra preocupação da ISO 26000

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Ética e Responsabilidade Social
96 pág.

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