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undo animado [...] é, especialmente, a relação entre os homens e os elementos naturais (o ar, a água, o solo, a flora e a fauna); entre homens e as...

undo animado [...] é, especialmente, a relação entre os homens e os elementos naturais (o ar, a água, o solo, a flora e a fauna); entre homens e as relações que se dão entre as coisas; entre os homens e as relações de relações, pois é essa multiplicidade de relações que permite, abriga e rege a vida, em todas as suas formas. Os seres e as coisas, isoladas, não formariam meio ambiente, porque não se relacionariam. Por fim, chegamos a uma compreensão mais totalizante, que não dissocia a cultura do meio ambiente. Silva (2000, p. 20) conceitua o meio ambiente como a “interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas”. Para Migliari Junior (2001, p. 40), o meio ambiente é a: […] integração e a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais, culturais e do trabalho que propiciem o desenvolvimento equilibrado de todas as formas, sem exceções. Logo, não haverá um ambiente sadio quando não se elevar, ao mais alto grau de excelência, a qualidade da integração e da interação desse conjunto. 40 Então, quando nos referirmos a meio ambiente, é importante que se entenda que esse conceito engloba toda realidade sociocultural em interação com a natureza. Vejamos como a Constituição brasileira aborda a questão do meio ambiente: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (BRASIL, 1988) Apesar de não ser possível definir cientificamente o que é um meio ambiente ecologicamente equilibrado, entende-se que buscamos conservar as relações que existem nos ecossistemas. Utilizamos o termo “conservar” em vez de “preservar”, pois ao conservarmos podemos intervir — a ação humana não é descartada, desde que não se destrua ou se descaracterize totalmente o ambiente. A grande polêmica da conservação é entender o que deve ser conservado: o ecossistema, as populações ou a diversidade genética? Preservar é um termo mais forte que conservar. Ao preservarmos uma área, devemos retirar ou livrar o local da exploração humana. Não é possível preservar toda a natureza, pois isso impediria as atividades humanas. Crise ambiental O ser humano tem a capacidade de alterar o ambiente para buscar soluções para seus problemas. Com isso, fomos capazes de utilizar o conhecimento científico para produzir métodos, técnicas e artefatos que alteram as condições oferecidas pelo ambiente. A partir do conhecimento científico sobre a eletricidade, foi possível produzir circuitos elétricos que são a base de diversos aparelhos, mas nem toda tecnologia é necessariamente um objeto material. Diversas técnicas, receitas, protocolos etc. foram desenvolvidos no sentido de mudar a natureza: uma técnica de cirurgia, uma receita para produção de vinhos e um protocolo para coletar sangue para exame são também tecnologias. Algo que deve ser motivo de reflexão por parte dos professores ao ensinar sobre tecnologia é que, geralmente, ela não surge como resposta à curiosidade humana ou como consequência da atitude altruísta de alguém que deseja melhorar a vida das pessoas. São inegáveis os interesses econômicos e políticos que regem a produção de ciência e tecnologia. Fazer ciência profissional não é algo barato, assim como não o é desenvolver tecnologia de ponta. Os conhecimentos sobre os “porquês” e sobre o “como fazer” são estratégicos politicamente 41 e significam poder. Não é à toa que os países que possuem uma política externa mais agressiva e desejam estender sua influência militar, política e econômica investem tanto em ciência e tecnologia. O fator econômico é também decisivo para a produção de tecnologias. As empresas não investem em tecnologias que não sejam lucrativas. No caso da saúde, temos o problema das doenças negligenciadas, pouco pesquisadas pela indústria farmacêutica por afetarem mais a população mais pobre. Por esse motivo, tecnologias para produção de vacina e tratamento para doenças antigas como hanseníase e doença de Chagas são raras e antiquadas. Por outro lado, doenças que também podem afetar pessoas com maior poder de compra (câncer, HIV) são pesquisadas de forma intensa, e novas tecnologias são desenvolvidas constantemente. Os avanços da biotecnologia, caracterizados pela clonagem, pela produção de transgênicos e pela engenharia genética, são direcionados pelos interesses de lucro de grandes corporações. Para agravar o problema, os impactos ambientais não são compartilhados por todos igualmente, e os grupos menos favorecidos economicamente defrontam-se de forma cruel com essa realidade, tendo que habitar locais próximos a lixões, usar água contaminada e expor-se às poluições visual, sonora e de resíduos tóxicos. Daí surge o compromisso da responsabilidade social e da responsabilidade ambiental. Para entender melhor a crise ambiental, iniciaremos com uma fábula conhecida: “Era uma vez, uma floresta em chamas e lá estava um beija-flor com seu minúsculo baldinho tentando apagar o fogo. Quando perguntado por que não fugia, o beija-flor disse: ‘Eu estou fazendo a minha parte.’” Então, se cada um fizer a sua parte nós conseguiremos resolver o problema ambiental? No sentido de entender as implicações mais profundas da fábula do beija-flor, vamos analisar o início do movimento ambientalista. Um marco importante na história das ciências ambientais foi o lançamento do livro Primavera silenciosa, de Rachel Carson, em 1962. Nele, a autora denunciava os efeitos tóxicos do DDT para o ambiente. Boa parte da denúncia se baseou no efeito que o pesticida tinha na saúde das aves. O produto que havia sido utilizado como arma química era agora comercializado como defensivo agrícola. Se pensarmos nos ecossistemas como uma rede de relações entre os seres, algo que está afetando as aves tão devastadoramente estaria afetando os demais seres, humanos inclusos. Quando Carson fez essa denúncia, a mídia, patrocinada pelas corporações que fabricavam esses defensivos agrícolas, tentou destruir sua imagem, retratando-a como louca e 42 sensacionalista, mas a História fez justiça a Rachel Carson com a proibição do DDT, que logo depois foi comprovado como causador de câncer e envenenamentos. Não obstante, como tudo isso se conecta com a história do beija-flor? Vamos pensar em alguns casos parecidos com o que Rachel Carson relatou. O Brasil é campeão no uso de agrotóxicos (pesticidas ou defensivos agrícolas). Alguém pode afirmar que a solução para isso é mudarmos nossos hábitos e não usarmos agrotóxicos. Muito bom, mas somos nós que plantamos nosso alimento? Ainda pensando em solução individual, alguém pode propor só comermos produtos orgânicos (plantados sem agrotóxicos ou adubos químicos). Além de serem caros para a maioria da população, não adianta consumir produtos orgânicos enquanto grandes concentrações de agrotóxicos são lançadas no solo, contaminando os lençóis de água subterrâneos e os rios. Também não adianta plantar o próprio alimento, pois não conseguiremos, em área urbana, cultivar tantos vegetais e ainda utilizaremos água que poderá estar contaminada por agrotóxico. A questão do desperdício de água é outra que, muitas vezes, é minimizada pela mídia. A versão conhecida por todos é que nós (os cidadãos comuns) somos os causadores do problema e resolveremos isso se reduzirmos nosso tempo de banho, não lavarmos a calçada com mangueira, entre outras ações individuais. Para refletir Será que a escassez de água se deve ao uso doméstico? Será

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Ética e Responsabilidade Social
96 pág.

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