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Continuação sobre Coleta, acondicionamento e transporte de amostras biológicas Medula óssea – exame citológico A medula óssea pode ser utilizada para exames com a finalidade de descobrir distúrbios da hematopoese (ex: leishmaniose), além de doação. Para realização desta coleta, utiliza-se materiais como: Tricótomo, iodo, álcool, gaze; Tranquilizante ou anestesia local; Agulha (de calibre maior, que deve ultrapassar a consistência firme do osso); EDTA 10%; Seringa 10 ou 20 ml; Lâminas de vidro e tubos de ensaio. Local: em cães e gatos Crista ilíaca, fossa trocantérica do fêmur; Parte proximal do úmero Local: Em grandes animais: Esterno, costela e ílio; Pequenos ruminantes: esterno; É utilizado o Mandril (acopla a seringa no Mandril). Localize o local (com os dedos), faça assepsia do mesmo e acomple a seringa com a agulha (lembre-se que o mandril é para grandes animais). Fluido ruminal A coleta do fluido ruminal é realizada para o diagnóstico de doenças subclínicas (doenças metabólicas dos ruminantes, ex: acetose, acidose), para que a coleta seja fidedigna, o animal deve ter se alimentado em 2 a 8 horas antes. Métodos utilizados: Sonda ruminal: bomba de dupla via uma para a cavidade oral do animal e a outra para o recipiente. Para que o animal fique com a boca aberta, é usada um objeto chamado “abre boca”, isso pois o animal pode querer mastigar a mangueira, para que o animal fique mais calmo, veda-se o olho do mesmo (pequenos ruminantes); Sonda: o seu comprimento deve ser compatível ao tamanho do animal, o material deve ser flexível e pesado; Ruminocentese: é a coleta do fluido ruminal por punção na região do flanco esquerdo, uma área de 10X10 cm no flanco esquerdo e puncionar. Pode ocorrer a complicação de puncionar um local errado e por consequência causar danos ao animal, a agulha deve possuir um alto calibre, e deve-se tomar cuidados para contaminações. Fistula. Acondicionamento: Caixas isotérmicas; Garrafa térmica (o fluido ruminal é quente); Bolsa termina morna (para conservar o liquido). Urina A coleta de urina vária com a espécie animal e tem o intuito de diagnosticar doenças sistêmicas do trato gênito-urinário. Métodos de coleta: Micção natural: em grandes animais e pequenos ruminantes (espera o animal ter a vontade de urinar); Estimulo a micção: massagem na região próximo a vulva ou pênis do animal; Cateterismo vesical: necessidade rápida de colheita/urolitiases; Cistocentese: pratica realizada para análise de microbiológicas (pois urina vem completamente estéril), é mais realizada em animais de pequeno porte, possuem baixo custo (utiliza-se seringa e agulha), é uma pratica realizada para cultura bacteriana e antibiograma, requer técnica, pois pode ter complicações como perfurar a alça intestinal e causar danos a saúde do animal, então indica-se a utilização de ultrassonografia para facilitar essa punção. Materiais utilizados: Recipiente limpo de vidro ou plástico; Estéril (para isolamento bacteriano); Idealmente a primeira urina da manhã; Deve ser processada imediatamente (se não tiver como, refrigere a amostra, não é indicado que demore muito tempo); 1 a 4 ºc – ate 12 horas (de 5 a 10 ml); Conservantes: tolueno, o timol e a formalina (usada em último caso pois altera a amostra); Evitar luz solar (algumas analises fica inviabilizada por conta da luz solar). Paracentese abdominal É a colheita de líquido peritoneal (liquido de cavidades), essa técnica é importante para diferenciar tipos de fluidos como: exsudato e transudato, identificar casos de: Hipoproteinemia; Peritonite; Neoplasia peritoneal; Insuficiência cardíaca; Perfuração de vias digestivas, ruptura de bexiga; Hemorragia intraperitoneal, derrame de linfático. Materiais utilizados: Álcool (éter etílico), iodo, gaze, tricótomo; Seringa 10 ml; Agulha hipodérmica, cateter IV ou cânula com ponta romba de 9cm (equinos); Tubo ensaio c EDTA 10% (pois pode vir sangue, e se o liquido coagular não será possível a analise); Anestésico local ou sedativo (se necessário); Volume da amostra gira em torno de 5 a 10 ml. Local: Linha branca, caudalmente à cartilagem xifoide: 2,5 a 5 cm no cão; 25 cm em equinos; 4 a 10 cm nos bovinos. Parede abdominal ventral. Esse líquido possui um aspecto levemente turvo, a coleta é realizada com dois ou mais tubos (cada um com uma finalidade), necessidade de dosagens bioquímicas e para cultivo bacteriano. Toracocentese ou paracentese da cavidade pleural É semelhante a paracentese, no entanto o cuidado deve ser redobrado pois a coleta é no coração, esse liquido auxilia no diagnóstico de distúrbios. É realizado a colheita de líquido pleural, é um método terapêutico para pneumotórax, e é possível a diferenciação ente os tipos de fluido, como: Hipoproteinemia; Pleurite, neoplasia torácica; Insuficiência cardíaca; Derrame de linfa; hemorragia intratorácica. Materiais utilizados: (os mesmos da paracentese) Álcool (éter etílico), iodo, gaze, tricótomo; Seringa 10 ml; Agulha hipodérmica, cateter IV ou cânula com ponta romba de 9cm (equinos); Tubo ensaio c EDTA 10% (pois pode vir sangue, e se o liquido coagular não será possível a analise); Anestésico local ou sedativo (se necessário); Procedimento: O animal deve estar em decúbito lateral esquerdo ou esternal, é indicado o uso de anestesia pois está sendo colhido o liquido em cavidade torácica e o nível de dor é maior, a agulha deve ser mais longa ou faz a utilização do cateter 7º ou 8º, o local onde a agulha é inserida é o bordo cranial da costela, que se localiza abaixo do artic. Costocondral, deve-se evitar o deslocamento da agulha (utiliza-se pontos para fixar o cateter e a agulha), deve-se fazer uma aspiração lenta, colhendo cerca de 5 a 10 ml, é necessário a utilização do tubo com EDTA. Coleta de líquor (LCR) Esse líquor é coletado proveniente do sistema nervoso é utilizado para avaliação do cérebro e medula espinhal, auxilia no diagnóstico de doenças neurológicas, podendo assim confirmar suspeitas. O local de coleta vária entre as espécies animais, no entanto é coletado na cisterna magna (cisterna cerebelo-medular) para facilitar deve-se achar a articulação atlanto- occipital, não é uma coleta fácil. Para que evitar possíveis consequências é importante que o animal esteja sedado, para não haver movimentação e agulha não sair do local, células do sistema nervoso não se regenera por isso essa coleta só é realizada em casos graves. Volume: Deve se aspirar lentamente ou por gotejamento (sem contaminação com sangue). 10 a 20 gotas em filhotes; 0,5 a 1 ml em gatos (0,5 é o suficiente); 0,5 a 3 ml em cães; 5 ml em grandes animal Deve ser armazenada em tubos de ensaios contendo EDTA, refrigerando-a imediatamente. Acondicionamento e transporte: As amostras devem se acondicionadas, identificadas e enviadas com o formulário de exames fixados nas mesmas, isso para que não ocorra desvio ou erro nas amostras, deve-se refrigerar a mostra, o tempo de armazenamento após a análise varia muito (é indicado guarda a amostra até 7 dias, para caso haja necessidade de reavaliar). Hematologia/coagulação: 5 dias; Urinálise/parasitologia: 2 dias; Bacteriologia: até 3 dia em meio de conservação; Bioquímica: 2 a 4 dias; Imunologia: 2 dias. Após esse período, as amostras devem ser descartadas pois podem emitir resultados diferentes da normalidade, por isso a necessidade de fazer a avaliação no mesmo dia.