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Arlinda Marques M. Dourado – Medicina 2021 1 ADMINISTRAÇÃO DE FARMACOS 1. Identificar as principais vias de administração utilizadas no âmbito da saúde; 2. Descrever a indicação de cada via parenteral e volume a ser utilizado; 3. Reconhecer medidas para o controle de infecções durante a realização do procedimento; 4. Entender os fatores que influenciam na escolha das vias de administração de medicamentos; 5. Distinguir entre os diferentes modos de ação dos medicamentos. OS NOVE CERTOS 1. Paciente certo: Para certifica-se que a medicação será administrada no paciente certo, preconiza-se: Utilizar dois identificadores (como nome do paciente e data de nascimento); Questiona ao paciente, confirmar com a pulseira de identificação; Verificar se o nome corresponde ao nome identificado no leito, nome identificado no prontuário e nome identificado na PRESCIRÇÃO MÉDICA; Evitar dentro de o possível internar duas pessoas com nomes similares na mesma enfermaria; Evitar, dentro do possível que o mesmo funcionário seja responsável pela prestação da assistência de enfermagem a dois pacientes com nomes similares. 2. Medicamento certo: Conferir se o nome do medicamento que tem em mãos é o que está prescrito. Antes de administrar, deve-se conferir o nome do medicamento com a prescrição médica. Averiguar alergias: paciente que tenham alergia a alguma medicação devem ser identificados com pulseira e aviso no prontuário. Se houver associação de medicamentos (buscopam composto = dipirona + escopolamina), deve-se certificar-se de que o paciente não é alérgico a nenhum dos componentes. 3. Via certa: Arlinda Marques M. Dourado – Medicina 2021 2 Verificar se a via de administração prescrita é a via tecnicamente recomendada para administrar determinado medicamento. Verificar se o diluente (tipo e volume) foi prescrito. Analisar a compatibilidade do medicamento com os produtos utilizados para sua administração (seringas, cateteres, sondas, equipos e outros). Esclarecer todas as duvidas com a supervisão de enfermagem, prescrito ou farmacêutico previamente á administração do medicamento. VIA PARENTERAL: Não utilizam o tubo digestivo. Dividida em direta e indireta; Direta: compreende as áreas acessadas por injeção (intravenosa, intramuscular, subcutânea e outras) Indireta: as que dela (injeção) precedem (cutânea, respiratória, conjuntiva). VIA ENTERAL: Fármaco entra em contato com qualquer segmento do trato digestivo (vias sublingual, oral e retal) 4. Hora certa As medicações devem ser administradas sempre na hora prescrita, evitando atrasos. Nessa etapa devemos lembrar que: - A medicação deve ser preparada na hora da administração, de preferência á beira leito. - Em caso de medicações administradas após algum tempo do preparo devemos atentar para o período de estabilidade (como quimioterápicos) e também para a forma de armazenamento. - A antecipação ou o atraso, das administrações em relação ao horário predefinido somente poderá ser feito com consentimento do enfermeiro e do prescritor. 5. Dose certa: Conferir atentamente a dose prescrita para o medicamento. Doses escritas com “xero”, “virgula”, e “ponto”, devem receber atenção redobrada, conferindo as dúvidas com o prescritor dobre a dose desejada, pois podem redundar em doses 100 ou 10 vezes superiores á desejada. Verificar a unidade de medida utilizada na prescrição, em caso de dúvida ou medidas imprecisas (colher de chá, colher de sopa, ampola), consultar o prescritor e solicitar a prescrição de uma unidade de medida do sistema métrico. Conferir a velocidade de gojetamento. Realizar dupla checagem dos cálculos para o preparo e programação de bomba para a administração de medicamentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância. 6. Registro certo da administração: - O registro de todas as ocorrências relacionadas a administração de medicamentos é um importante instrumento para garantir a segurança do paciente na continuidade dos cuidados. Lembre-se, você não Arlinda Marques M. Dourado – Medicina 2021 3 estará lá no próximo turno para esclarecer dúvida! Então anote com atenção, clareza e detalhes importante. Registre: Na prescrição o horário da administração, registre o medicamento e cheque. Na anotação de enfermagem, registre o medicamento administrado e justifique em casos de adiamentos cancelamentos, desabastecimento, recuso do paciente e eventos adversos. 7. Orientação correta: A orientação correta refere-se tanto ao profissional quanto ao paciente! Qualquer dúvida deve ser esclarecida antes de administrar a medicação. De acordo com os 10 passos para a segurança do paciente, o paciente também [e uma barreira para prevenir erros e deve ser envolvida na segurança de sua assistência]. Devemos informa o paciente sobre qual medicamento esta sendo administrado (nome), para que serve (indicação), e a dose e a frequência que será administrado. 8. Forma certa: Esta etapa está relacionada com a forma farmacêutica do medicamento. Devemos: Checar se o medicamento a ser administrado possui a forma farmacêutica e via de administração prescrita. Checar se forma farmacêutica e a vida de administração prescrita estão apropriadas a condição clinica do paciente (por exemplo, se o nível de consequência permite administração de medicação por via oral – V.O) 9. Resposta certa: Nessa etapa devemos observar cuidadosamente o paciente, para identificar se o medicamento teve o efeito desejado. Registrar em prontuário e informar ao prescritor, todos os efeitos diferente (em intensidade e forma) do esperado para o medicamento. Devemos considerar o que o paciente ou familiar relata e nunca menosprezar ou desprezar as informações concedidas. INTRADÉRMICA É a via de administração pela qual a droga é injetada na derme. É pouco utilizada – somente para casos de testes alérgicos, vacinas e doses pequenas de fármacos, como adrenalina. A área de aplicação é a face interna do antebraço. A vacina de BCG é aplicada na área de inserção inferior do músculo deltoide direito. Via de absorção muito lenta. Volume permitido: 0,1 a 0,5ml Seringa apropriada: 1ml Agulhas apropriadas: 13x3,8 ou 13x4,5 Posição do bisel: para cima: Ângulo: 15 º. Material: Bandeja para apoiar o material e o medicamento. Seringa de 1 ml ou insulina. Agulha para aspiração: 40 x 12. Agulha para administrar: 13 x 4,5. Algodão com álcool. Técnica: 1. Reunir a medicação seguindo a regra dos 5 Certos: medica- mento certo, dose certa, paciente certo, via certa e hora certa. Arlinda Marques M. Dourado – Medicina 2021 4 2. Separar o material necessário. 3. Lavar as mãos. 4. Preparar o medicamento. 5. Orientar o paciente e higienizar as mãos. 6. Escolher o local de acesso, normalmente membros superiores (MMSS), na face interior. 7. Fazer antissepsia com álcool a 70%. 8. Introduzir a agulha com bisel para cima, em ângulo de 15º. 9. Introduzir a medicação até que uma pápula seja formada. 10. Retirar a agulha e não massagear. 11. Deixar o paciente confortável. 12. Desprezar o material. 13. Lavar as mãos. 14. Anotar no prontuário. Observar continuamente alterações orgânicas que possam estar relacionadas ao fármaco administrado. SUBCUTÂNEA A via subcutânea é a administração de medicamento no tecido subcutâneo. É utilizada para administração de insulina, anticoagulantes, algumas vacinas, adrenalina e hormônios. Pode ser feita em várias regiões do corpo, em que haja camada substancial de tecido gorduroso. Os locais de preferência são: região dorsal, periumbilical e na face externa lateral do braço, próximo ao músculo deltoide. Possui absorção lenta, através dos capilares, de forma continua e segura. Volume permitido: 0,5 a 1,0 ml Seringa apropriada: 1ml Agulhas apropriadas: 13x4,5 Posição do bisel: indiferente Ângulo: 45 ºou 90º.Arlinda Marques M. Dourado – Medicina 2021 5 Material: Bandeja para acondicionar o material e o medicamento. Seringa previamente preparada com medicamento. Algodão com álcool a 70%. Luvas de procedimento. Técnica: 1. Higienizar as mãos. 2. Separar o material necessário. 3. Preparar a medicação seguindo a regra dos 5 Certos: medicamento certo, dose certa, paciente certo, via certa e hora certa. 4. Orientar o paciente sobre o procedimento a ser realizado. 5. Higienizar as mãos e calçar as luvas. 6. Posicionar o paciente, conforme local escolhido segundo rodízio, deixando-o confortável em DDH. 7. Realizar antissepsia ampla no local, com compressa embebida em álcool a 70%, com movimento único de cima para baixo. 8. Manter a compressa entre os dedos mínimo e anular da mão que vai expor a região delimitada. 9. Realizar prega cutânea de aproximadamente 2,5 cm com os dedos indicador e polegar. 10. Inserir a agulha com a mão dominante no ângulo de 90º para adultos e 45º para crianças, mantendo a prega cutânea durante toda a aplicação do medicamento. 11. Injetar lentamente o conteúdo da seringa. 12. Retirar a agulha realizando movimento único, rápido e firme. 13. Soltar a prega cutânea. 14. Fazer discreta compressão no local com compressa embebida em álcool, sem massageá-lo. 15. Reunir o material e deixar a unidade em ordem. 16. Descartar o material. 17. Retirar as luvas. 18. Higienizar as mãos. 19. Checar o procedimento em prescrição médica. Observar continuamente alterações orgânicas que possam estar relacionadas ao medicamento administrado. INTRAMUSCULAR: Os músculos de escolha são o grande glúteo, o glúteo médio e o vasto lateral da coxa. O músculo bíceps somente é utilizado para vacinação. Essa via permite a administração de medicamentos em solução aquosa e oleosa. Arlinda Marques M. Dourado – Medicina 2021 6 Possui absorção muito rápida. A musculatura deve ser bem desenvolvida, pois assim teremos mais facilidade de acesso, não há risco de atingir vasos de grande calibre e a inervação. Volume permitido: depende da região a se administrar Agulhas apropriadas: 30x7 ou 30x8 ou 25x7 Posição do bisel: Laterizado Ângulo: 90º. Arlinda Marques M. Dourado – Medicina 2021 7 Região de administração e posicionamento do paciente: Região dorso-glútea: dividir mentalmente o glúteo em quatro partes e aplicar no quadrante superior externo. O paciente deve ser colocado em decúbito ventral, com a cabeça lateralizada para o lado do profissional, com os braços ao longo do corpo. Região ventro-glútea: o profissional deve colocar a mão nãodominante no quadril do paciente, espalmando-a sobre a base do trocanter do fêmur, localizando, assim, a espinha ilíaca anterossuperior. Fazer a aplicação na área delimitada pelos dedos (indicador e médio) abertos em V. O ideal é que o paciente seja colocado em decúbito dorsal. Região vasto-lateral da coxa: dividir mentalmente a coxa em três partes e fazer a aplicação na região antero lateral do terço médio. Preferencialmente, o paciente deve ser colocado sentado com as pernas fletidas ou em decúbito dorsal com as pernas estendidas. Material: Bandeja inox para acondicionar material e medicamento. Luvas de procedimento. Uma seringa de 3 ou 5 ml (dependendo do volume do medicamento). Uma agulha 40 x 12 – para aspirar o medicamento. Uma agulha 30 x 7 ou 25 x 7 – para injetar o medicamento no músculo. Algodão com álcool a 70%. Curativo adesivo. Técnica: 1. Higienizar as mãos. 2. Separar o material necessário. 3. Preparar a medicação seguindo a regra dos 5 Certos: medicamento certo, dose certa, paciente certo, via certa e hora certa. 4. Aspirar o medicamento com agulha 40 x 12 e seringa adequada. 5. Trocar a agulha 40 x 12 por agulha 30 x 7 ou 25 x 7. 6. Orientar o paciente sobre o procedimento a ser realizado. 7. Higienizar as mãos e calçar as luvas. 8. Posicionar o paciente conforme local escolhido, deixando-o confortável. Arlinda Marques M. Dourado – Medicina 2021 8 9. Realizar antissepsia ampla no local, com compressa embebida em álcool a 70%, com movimento único de cima para baixo. 10. Introduzir a agulha com o bizel lateralizado em ângulo de 90º. 11. Aspirar, puxando o êmbolo para certificar-se de que não haja refluxo de sangue. Em caso de refluxo, retirar a agulha e reiniciar todo o preparo da medicação, escolhendo outro local para realizar o procedimento. 12. Injetar a medicação em velocidade constante. 13. Retirar a agulha e seringa. 14. Fazer compressão local. Em caso de pequeno sangramento, colocar curativo. 15. Deixar o paciente confortável. 16. Desprezar o material. 17. Higienizar as mãos. 18. Checar o procedimento em prescrição médica. Observar continuamente alterações orgânicas que possam estar relacionadas ao medicamento administrado. Região de administração e posicionamento do paciente: