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Técnicas Básicas do Exame Físico (Inspeção, Palpação, Percussão e Ausculta)

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Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Técnicas Básicas do Exame Físico 
INTRODUÇÃO 
Para obter os dados do exame físico, é preciso utilizar 
os sentidos: visão, olfato, tato e audição. 
As habilidades necessárias são: inspeção, palpação, 
percussão e ausculta. 
PONTOS CHAVES DO EXAME FÍSICO 
• Manter a sala de exame com temperatura 
agradável; 
• Respeitar a privacidade do paciente na hora do 
exame, evitando interrupções; 
• Adquirir o hábito de prestar atenção às expressões 
faciais do paciente, ou mesmo de perguntar se está 
tudo bem, enquanto prossegue no exame físico, 
pois fontes de dor e preocupações podem 
reveladas; 
• Sempre utilizar um avental ou lençol para cobrir o 
paciente; 
• Durante o exame, deve-se manter o paciente 
informado de cada passo para deixá-lo tranquilo. 
PRECAUÇÕES PARA REALIZAÇÃO 
DO EXAME FÍSICO 
1. As mãos devem ser lavadas antes e após o exame 
físico; 
2. O uso de luvas deve ser utilizado na maioria dos 
pacientes, e obrigatório quando o paciente 
apresentar lesões cutâneas, assim como ao exame 
na cavidade bucal; 
3. O uso de jaleco é indispensável. 
4. O uso de equipamentos de proteção individual 
(EPI), como luvas, máscara, gorro, propés, avental 
com mangas longas e óculos de proteção, deve 
decorrer quando houver possibilidade de contato 
com líquidos corporais (sangue e secreções); 
5. Deve-se ressaltar a importância do uso de 
calçados fechados, com solado antiderrapante e 
de fácil limpeza, para completar as estratégias de 
proteção individual; 
6. Todos os profissionais da área da saúde que têm 
contato direto com pacientes devem se vacinar 
para prevenir hepatite B, tétano e influenza A 
(H1N1). 
INSPEÇÃO 
É a exploração feita a partir do sentido da visão. 
Investiga-se a superfície corporal e as partes mais 
acessíveis das cavidades em contato com o meio 
exterior. 
Esta começa no momento em que se entra em contato 
com o paciente, realizando uma inspeção inicial, 
com o objetivo de vê-lo em sua totalidade, devendo 
sempre estar atento para não deixar algo passar. 
A inspeção direcionada pode ser panorâmica ou 
localizada, podendo ainda ser realizada a olho nu ou 
com auxílio de uma lupa. 
OBS.: Raramente se utiliza uma inspeção panorâmica 
com visão do corpo inteiro, sendo interessante apenas 
para o reconhecimento das dismorfias ou dos 
distúrbios do desenvolvimento físico. 
A técnica mais utilizada é a inspeção de segmentos 
corporais, e, a partir daí, deve-se fixar a atenção em 
áreas restritas. 
SEMIOTÉCNICA 
A inspeção começa durante a anamnese, desde o 
primeiro momento em que se encontra com o 
paciente, e continua durante todo o exame clínico. 
É fundamental ter em mente as características normais 
da área a ser examinada. O conhecimento das 
características da superfície corporal, assim como da 
anatomia topográfica, permite reconhecer eventuais 
anormalidades durante a inspeção. 
• ILUMINAÇÃO 
A inspeção direcionada exige boa iluminação, 
exposição adequada da região a ser examinada e o uso 
ocasional de determinados instrumentos (ex.: lupa, 
lanterna, otoscópio e oftalmoscópio) para melhorar o 
campo da visão. A iluminação mais adequada é a luz 
natural incidindo obliquamente. Mas, no caso de luz 
artificial, esta deve ser branca e de intensidade 
suficiente. 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Para inspeção das cavidades, usa-se um foco 
luminoso, que pode ser uma lanterna comum com um 
bom feixe de luz. 
• TÉCNICA 
A inspeção deve ser realizada por partes, desnudando-
se somente a região a ser examinada, sempre 
respeitando o pudor do paciente. Assim, quando se vai 
examinar o tórax, o abdome permanece recoberto, e 
vice-versa. 
Se, em determinadas ocasiões, houver recusa por 
parte do paciente, deve-se interromper o exame e 
solicitar auxílio. 
A posição do examinador e do paciente depende das 
condições clínicas do paciente e do segmento corporal 
a ser inspecionado. De modo geral, o paciente senta-
se à beira do leito ou da mesa de exame. O 
examinador deve ficar de pé diante do paciente, 
movimentando-se de um lado para o outro, de acordo 
com a necessidade. No paciente acamado, a posição 
do paciente e a sequência do exame físico precisam ser 
adaptadas de acordo com as circunstâncias – para 
examinar as costas e auscultar os pulmões, deve-se 
inclinar o paciente ora para um lado ora para outro. 
• MANEIRAS 
Existem duas maneiras fundamentais de se fazer a 
inspeção: 
1) Olhar frente a frente a região: inspeção frontal; 
2) Olhar a região tangencialmente: maneira correta 
para pesquisar movimentos mínimos na superfície 
corporal, tais como pulsações ou ondulações e 
pequenos abaulamento ou depressões. 
PALPAÇÃO 
A palpação recolhe dados por meio do tato e da 
pressão. O tato fornece impressões sobre a parte mais 
superficial, enquanto a pressão fornece sobre as partes 
mais profundas. 
Através desse processo, percebem-se modificações de 
textura, temperatura, umidade, espessura, 
consistência, sensibilidade, volume, dureza, percepção 
de frêmito, elasticidade, reconhecimento de flutuação, 
crepitações, vibração, pulsação e verificação da 
existência de edemas e vários outros fenômenos. 
Então, a palpação frequentemente confirma pontos 
observados durante a inspeção. 
SEMIOTÉCNICA 
A técnica de palpação deve ser sistematizada e com 
uma abordagem tranquila. Deve-se explicar cada etapa 
do exame e a maneira como ele pode cooperar. 
A posição do examinador depende e do paciente 
depende das condições clínicas do paciente e do 
segmento corporal a ser palpado. No entanto, 
geralmente, o paciente fica em decúbito dorsal, 
enquanto o examinador fica de pé, à direita do 
paciente. 
Recomenda-se que o examinador aqueça as mãos, 
friccionando cum contra a outras antes de iniciar 
qualquer palpação. 
• TIPOS DE PALPAÇÃO 
I) PALPAÇÃO COM A MÃO ESPALMADA: 
 
 
II) PALPAÇÃO COM UMA DAS MÃOS 
SUPERPONDO-SE UMA À OUTRA: 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
III) PALPAÇÃO COM A MÃO 
ESPALMADA, EM QUE SE USAM APENAS 
AS POLPAS DIGITAIS E A PARTE 
VENTRAL DOS DEDOS: 
 
IV) PALPAÇÃO COM A BORDA DA MÃO; 
V) PALPAÇÃO USANDO-SE O POLEGAR 
E O INDICADOR, EM QUE SE FORMA 
UMA “PINÇA”: 
 
VI) PALPAÇÃO COM O DORSO DOS 
DEDOS OU DAS MÃOS: 
 
(este é específico para avaliação da temperatura) 
à Relaciona-se juntamente com os vários tipos de 
palpação outros procedimentos, como: 
DIGITOPRESSÃO: Realizada com a polpa do 
polegar ou do indicador. Consiste na compressão de 
uma área com diferentes objetivos, como pesquisar a 
existência de dor, avaliar a circulação cutânea e 
detectar um edema. 
 
PUNTIPRESSÃO: Consiste em comprimir com 
um objeto pontiagudo um ponto do corpo. É usada 
para avaliar sensibilidade dolorosa e para analisar 
telangiectasias tipo aranha vascular. 
 
VITROPRESSÃO: Realizada com o auxílio de uma 
lâmina de vidro que é comprimida contra a pele, 
analisando-se a área através da própria lâmina. Sua 
principal função é na distinção entre eritema e púrpura 
(no caso de eritema, a vitropressão provoca 
apagamento da vermelhidão e, no caso de púrpura, a 
mancha permanece). 
 
FRICÇÃO COM ALGODÃO: Com uma mecha 
de algodão, roça-se levemente um segmento cutâneo, 
procurando ver como o paciente o sente. É utilizada 
para avaliar sensibilidade cutânea. 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
PESQUISA DE FLUTUAÇÃO: Aplica-se o 
dedo indicador da mão esquerda sobre um lado da 
tumefação, enquanto o da outra mão, colocado no 
lado oposto, exerce sucessivas compressões 
perpendicularmente à superfície cutânea. Quando há 
líquido, a pressão determina um leve rechaço do dedo 
da mão esquerda – flutuação. 
EXAME DAS GLÂNDULAS SALIVARES: 
Trata-se de um outro tipo de palpação bimanual 
combinada. Neste caso, o dedo indicador da mão 
direita é introduzido na boca, enquanto as polpas 
digitais dos outros dedos (exceto o polegar) da outra 
mão fazem a palpação externa na área de projeção da 
glândula. 
 
OBS.: Outro exemplo de palpação bimanualé o 
toque ginecológico combinado com a palpação da 
região suprapúbica. 
PONTOS CHAVES PARA PALPAÇÃO 
• Devido à ansiedade, as mãos tornam-se frias e 
sudorentas, sendo necessário ter o cuidado de 
enxugá-las antes de começar o exame; 
• As unhas devem estar bem cuidadas e curtas; 
• Deve-se identificar as regiões dolorosas e deixá-las 
para serem palpadas por último; 
• Para palpar o abdome, deve-se posicionar o 
paciente em decúbito dorsal, com a cabeça em um 
travesseiro, o membros inferiores estendidos ou 
joelhos fletidos e os membros superiores ao lado 
do corpo ou cruzados à frente do tórax, para evitar 
tensão da musculatura abdominal. Além disso, 
deve-se utilizar métodos para distrair a atenção do 
paciente, por exemplo, em voz baixa e tranquila, 
deve-se solicitar que ele realize inspirações 
profundas para relaxamento muscular ou 
simplesmente manter um diálogo com ele. 
 
PERCUSSÃO 
A percussão baseia-se em um determinado princípio: 
ao se golpear um ponto qualquer do corpo, originam-
se vibrações que têm características próprias quanto a 
intensidade, timbre e tonalidade, dependendo da 
estrutura anatômica percutida. Além de se observar o 
som obtido, deve-se também observar a resistência 
obtida pela região golpeada. 
SEMIOTÉCNICA 
• TIPOS DE PERCUSSÃO MAIS UTILIZADOS 
PERCUSSÃO DIRETA 
É realizada golpeando-se diretamente, com as pontas 
dos dedos, a região-alvo. 
Os dedos permanecem fletidos na tentativa de imitar 
a forma de um martelo, e os movimentos são feitos 
pela articulação do punho. O golpe deve ser seco e 
rápido, não se descuidando de levantar, sem retardo, 
a mão que percute. 
Utilizada na percussão do tórax do lactente e das 
regiões sinusais do adulto. 
 
PERCUSSÃO DIGITODIGITAL 
É realizada golpeando-se, com a borda ungueal do 
dedo médio ou do indicador de uma das mãos, a 
superfície dorsal da segunda falange do dedo médio ou 
do indicador da outra mão. Sendo que, o dedo que 
golpeia designa-se plexor, enquanto o que recebe 
designa-se plexímetro. 
A mão que percute pode adotar uma das seguintes 
posições: 
Todos os dedos, exceto o dedo médio (que procura 
imitar a forma de um martelo), ficam estendidos sem 
nenhum esforço: 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
 
O polegar e o indicador ficam semiestendidos, o 
mínimo e o anular são fletidos de tal modo que suas 
extremidades quase alcançam a palma da mão, 
enquanto o dedo médio procura adotar a forma de 
martelo: 
 
A movimentação da mão se fará apenas com a do 
punho. O cotovelo permanece fixo, fletido em ângulo 
de 90º e com o braço em semiabdução. 
 
O dedo plexímetro – médio ou indicador – é o único 
a tocar a região que está sendo examinada, enquanto 
os outros e a palma da mão ficam suspensos rentes à 
superfície. 
O golpe deve ser dado com a borda ungueal e, dessa 
forma, é impossível de ser executado com unhas 
grandes. 
A intensidade é variável, sendo suave quando se trata 
de tórax de crianças ou com alguma força no caso de 
pessoas com paredes torácicas espessas. 
Aconselha-se a execução de dois golpes seguidos, 
secos e rápidos, tendo-se o cuidado de levantar o 
plexor imediatamente após o segundo golpe. Esta 
sequência facilita a aquisição do ritmo que permitirá 
uma sucessão de golpes de intensidade uniforme 
quando se muda de uma área para outra. 
Em órgãos simétricos, é conveniente a percussão 
comparada de um lado e outro. 
As posições do paciente e do médico variam de 
acordo com a região a ser percutida. 
Por fim, o som que se pode obter pela percussão varia 
de pessoa para pessoa, visto que algumas têm mais 
facilidade que outras e, também, umas possuem dedos 
grossos e curtos, obtendo um som mais nítido e de 
tonalidade mais alta. 
 
ESTRATÉGIA 
- Automatizar o movimento da mão que percute; 
- Posição correta: examinador em posição 
ortostática, ombros relaxados, braços em 
semiabdução, próximos ao tórax, cotovelo fletido 
formando ângulo de 90º; 
- Automatizar a direção do golpe; 
- Automatizar a forca e o ritmo dos golpes até se 
obter o melhor som com o mínimo de força; 
- Conhecer os tipos de sons: 
• Som Maciço: é obtido percutindo-se a cabeceira 
da cama, o tampo de uma mesa, uma parede ou 
um bloco de madeira; 
• Som Pulmonar: é obtido ao se percutir um 
colchão de mola, uma caixa contendo pedaços de 
isopor ou mesmo um livro grosso colocado sobre 
a mesa; 
• Som Timpânico: é o que se consegue percutindo 
uma caixa vazia ou um pequeno tambor. 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
• TIPOS DE PERCUSSÃO UTILIZADOS EM 
SITUAÇÕES ESPECIAIS 
PUNHO-PERCUSSÃO 
Mantendo-se a mão fechada, golpeia-se com a borda 
cubital a região em estudo e averígua-se se a manobra 
desperta sensação dolorosa. 
 
PERCUSSÃO COM A BORDA DA MÃO 
Os dedos ficam estendidos e unidos, golpeando-se a 
região desejada com a borda ulnar, procurando 
observar se a manobra provoca alguma sensação 
dolorosa. 
 
OBS.: Esses dois tipos de percussão são usados no 
exame físico dos rins. Os golpes são dados na área de 
projeção deste órgão (regiões lombares). A 
ocorrência de dor é sugestiva de lesões inflamatórias 
das vias urinárias altar (pielonefrite). Denomina-se 
sinal de Giordano. 
PERCUSSÃO TIPO PIPAROTE 
Com uma das mãos golpeia-se o abdome com 
piparotes, enquanto a outra, espalmada na região 
contralateral, procura captar ondas líquidas chocando-
se contra a parede abdominal. Esta é usada na pesquisa 
de ascite. 
Além disso, para aumentar a sensibilidade dessa 
manobra, o paciente deve colocar a borda de sua mãos 
no meio do abdome a fim de impedir a transmissão do 
impulso pelo tecido subcutâneo. 
 
• TIPOS DE SONS OBTIDOS À PERCUSSÃO 
SOM MACIÇO: É o que se obtém ao percutir 
regiões desprovidas de ar (na coxa, no nível do fígado, 
do coração e do baço); 
SOM SUBMACIÇO: É uma variação do som 
maciço. A presença de ar em quantidade restrita lhe 
concede peculiaridades; 
SOM TIMPÂNICO: É o que se consegue 
percutindo sobre os intestino ou no espaço de Traube 
(fundo do estomago) ou qualquer área que contenha 
ar, recoberta por membrana flexível; 
SOM CLARO PULMONAR: É o que se obtém 
quando se golpeia o tórax normal. Depende da 
existência de ar dentro dos alvéolos e demais 
estruturas pulmonares. 
AUSCULTA 
• ESTETOSCÓPIO 
Os principais componentes de um estetoscópio 
clássico são: 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
 
ARMAÇÃO METÁLICA: Provida de mola, põe 
em comunicação as pecas auriculares com o sistema 
flexível de borracha. A mole metálica serve para 
proporcionar um perfeito ajuste do instrumento. 
TUBOS DE BORRACHA: Em geral, são 
utilizados tubos com diâmetro entre 0,3 e 0,5 cm e 
comprimento de 25 a 30 cm. Dá-se preferência aos 
estetoscópios que apresentem tubos de menor 
comprimento e maior diâmetro. 
RECEPTORES: Existem dois tipos de receptores – 
o de campânula e o de diafragma. Utiliza-se mais 
frequentemente o diafragma, que dispõe de uma 
membrana semirrígida com diâmetro de 3 a 3,5 cm, 
pois sua superfície achatada é melhor para ruídos de 
alta frequência (ruídos respiratórios, intestinais, 
sopros e bulhas cardíacas). Já, a campânula em 
superfície côncava, com diâmetro de 2,5 cm, é ideal 
para sons suaves de baixa frequência (sopros, bulhas 
cardíacas anormais e acessórias). 
É importante destacar que, existem vários tipos de 
estetoscópio: clássico, máster, digital, com 
amplificador, eletrônico e pediátrico. 
SEMIOTÉCNICA 
• AMBIENTE 
Ambiente silencioso é uma condição indispensável. Os 
ruídos cardíacos e broncopulmonares são de pequena 
intensidade e, para ouvi-los, é necessário completo 
silêncio. 
• POSIÇÃO 
A posição habitual do paciente para ausculta do 
coração é o decúbito dorsal com a cabeça apoiada ou 
não em um travesseiro. Para sons específicos, o 
paciente pode estar sentado com o tórax ligeiramente 
inclinado para frente ou em decúbito lateral esquerdo. 
Ambos os casos, o examinador fica em pé, à direita do 
paciente. 
Para se auscultarem os ruídos respiratórios, o pacientemantém-se sentado, um pouco inclinado para frente, 
enquanto o examinador posiciona-se à direita do 
paciente, durante a ausculta anterior, e à esquerda, 
durante a posterior. 
Já, a posição do mais frequente do paciente para a 
ausculta do abdome é o decúbito dorsal, com o 
examinador em pé, à direita. 
 
• INSTRUÇÃO DO PACIENTE 
As solicitações feitas ao paciente devem ser claras. 
Assim, quando se deseja que ele altere seu modo de 
respirar – aumentar a amplitude, inspirar 
profundamente, expirar de modo forcado, parar a 
respiração – isso deve ser feito em linguagem 
compreensível para ele. 
• ESCOLHA DO RECEPTOR 
Deve ser escolhido o tipo e o tamanho do receptor 
correto. De maneira geral, deve ser usado o receptor 
de diafragma de menor diâmetro, com ele sendo 
efetuada toda a ausculta. 
• APLICAÇÃO DO RECEPTOR 
O receptor, independentemente do tipo (diafragma ou 
campânula), deve ficar levemente apoiado sobre a pele, 
de forma a obter uma perfeita coaptação de suas 
bordas na área que está sendo auscultada. Além disso, 
a aplicação correta impede a captação de ruídos do 
ambiente, que interferem na percepção dos sons. 
PONTOS CHAVES PARA AUSCULTA 
• Manter a sala de exames com uma boa 
temperatura, pois, se o paciente tremer, as 
contrações musculares podem abafar os sons; 
• Manter o diafragma firmemente posicionado contra 
a pele do paciente, mas apenas o suficiente para 
deixar uma discreta impressão depois de retirado; 
• O roçar dos pelos do tórax no diafragma pode 
gerar sons semelhantes aos estertores finos, que 
simulam ruídos respiratórios anormais; então, para 
minimizar, basta umedecer os pelos com um 
chumaço de algodão molhado; 
• Ter conhecido sobre os sons normais; 
OLIVAS AURICULARES: 
São pequenas peças cônicas que 
propiciam uma perfeita 
adaptação ao meato auditivo, de 
modo a criar um sistema 
fechado entre o ouvido e o 
aparelho. A inclinação das olivas 
deve ficar orientada no sentido 
frontal. Essa inclinação é natural 
do canal auditivo e fornece um 
bloqueio adequado do ruído 
ambiental. 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
• Em algumas regiões, mais de um som pode ser 
auscultado. 
OUTROS FATORES 
IMPORTANTES NO EXAME 
OLFATO 
O olfato pode ser usado como um recurso 
diagnóstico, mesmo não tendo a mesma importância 
da inspeção, palpação, percussão e ausculta. 
Em determinadas doenças, odores diferentes são 
eliminados em decorrência da secreção de certas 
substâncias (ex.: hálito característico de pessoa que 
ingeriu bebida alcoólica; pacientes com cetoacidose 
diabética que eliminam odor que lembra acetona; 
hálito de odor fétido no coma hepático; e hálito com 
cheiro de urina em pacientes com uremia). 
Ainda, a halitose é um odor desagradável que pode ser 
atribuído a diferentes causas (ex.: má higiene bucal; 
cáries dentarias; próteses mal adaptadas; afecções 
periodontais; infecções de vias respiratórias; 
alterações metabólicas; e algumas afecções do sistema 
digestório). 
Um dos odores mais observado, sobretudo em 
pessoas de baixo padrão socioeconômico, é 
decorrente da ausência de cuidado s higiênicos. Trata-
se do odor desprendido da superfície corporal e que 
impregna as roupas e o próprio corpo do paciente. 
ASPECTOS PSICOLÓGICOS 
Para o paciente, as técnicas que usamos para identificar 
alterações anatômicas ou funcionais contêm outro 
componente, este muitas vezes esquecido pelo 
médico. Desse modo, na inspeção está incluído o ato 
de olhar; na palpação e na percussão, o de tocar, e, na 
ausculta, o de escutar. Se estivermos conscientes do 
significado psicológico das técnicas semióticas, iremos 
verificar que isso reforça a relação médico-paciente 
pela proximidade que se estabelece com o paciente. É 
necessário, portanto, compreender que inspecionar e 
olhar são indissociáveis, enquanto palpar e tocar são 
procedimentos que se complementam. 
AMBIENTE 
A sala de exame deve ser tranquila, confortável, bem 
iluminada, com privacidade e temperatura adequada. 
INSTRUMENTOS E APARELHOS 
NECESSÁRIOS 
• Estetoscópio: Utilizado para se auscultarem sons 
cardíacos, respiratórios e abdominais. 
• Esfingomanômetro: Utilizado para aferir a 
pressão arterial. Pode ser aneroide ou digital. 
• Lanterna de Bolso: Serve para iluminar as 
cavidades não alcançadas pela luz natural e para 
pesquisar reflexos fotomotores. 
• Abaixador de Língua: Utilizado para melhorar a 
visualização da cavidade oral. São descartáveis e 
podem ser madeira ou plástico. 
• Fita Métrica: Serve para medir diâmetros 
corporais – cefálico, torácico e abdominal – ou 
qualquer alteração mensurável, como tamanho de 
fígado e baço. 
• Termômetro: Utilizado para medir a 
temperatura corporal. 
• Lupa: Lente biconvexa com capacidade de 
aumento de 4 a 8 vezes o normal. Muito utilizada 
nos exames dermatológicos. 
• Martelo de Reflexos: Pequeno martelo de 
borracha utilizado para testar reflexos tendiosos. 
• Agulha Descartável e Algodão: Servem para 
pesquisar sensibilidade tátil e dolorosa. 
• Diapasão: Instrumento vibratório, de aço, 
utilizado no exame do ouvido e do sistema 
nervoso. 
• Rinoscópio: Permite a visualização do interior da 
cavidade nasal. 
• Oftalmoscópio: Avalia, através da pupila, o fundo 
do olho. 
• Otoscópio: Visualiza o canal auditivo e o tímpano. 
• Anuscópio: Em forma de espéculo, metálico ou 
descartável (acrílico), utilizado para visualizar o 
ânus e a porção distal do reto. 
• Espéculo Vaginal: Mantém as paredes vaginais 
afastadas, facilitando a visualização do colo do 
útero para o exame ginecológico. Pode ser 
metálico ou descartável (acrílico). 
• Oxímetro de Dedo: Aparelho digital portátil que 
mede a oximetria de pulso (saturação de oxigênio) 
e afere a frequência cardíaca. 
• Balança Antropométrica: Serve para 
determinar o peso corporal e altura do paciente. 
Pode ser mecânica ou digital. 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
APARELHOS DE ALTA TECNOLOGIA 
E PORTÁTEIS 
• Eletrocardiógrafo Portátil: Mede e registra a 
forma de onda eletrocardiográfica e a frequência 
cardíaca. Usa-se com ou sem eletrodos. 
• Ultrassonografia ou Ecografia Portátil: 
Método diagnóstico muito usado para visualizar 
órgãos internos do corpo humano, por meio de 
ondas ultrassônicas. 
• Desfibrilador Automático Externo (DEA): 
Aparelho eletrônico portátil que diagnostica e 
trata, por meio da desfibrilação, arritmias cardíacas 
potencialmente fatais. 
• Capnógrafo: Aparelho eletrônico portátil muito 
usado por médicos anestesistas, que monitora o 
CO2 exalado pelo paciente. 
• Cardioversor Portátil com Oximetria: 
Marca-passo, pressão arterial e eletrocardiograma 
(ECG). 
VALISE DO MÉDICO 
O uso de uma valise contendo alguns materiais e 
instrumentos pode ser indispensável quando o médico 
atua fora do consultório ou hospital. Sugerem-se os 
seguintes materiais/instrumentos: 
• Termômetro 
• Abaixador de língua descartável 
• Lanterna de Bolso 
• Fita métrica 
• Estetoscópio 
• Esfigmomanômetro 
• Luvas descartáveis. 
Pode ser necessário também um glicosímetro capilar, 
alguns medicamentos de emergência, carimbo com 
CRM e bloco de receituário, além de aparelhos de alta 
tecnologia miniaturizados.

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