Buscar

TCC - Trabalho de Conclusão

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A Educação Inclusiva, suas perspectivas e seus avanços
Raquel de Miranda Rodrigues dos Santos
Maria Paz Pizarro Portilha
Resumo 
O presente trabalho tem como linha de pesquisa o tema “A Educação Inclusiva, suas perspectivas e seus avanços” e propõe um novo olhar para a Educação Especial a qual tem se mostrado como uma necessidade presente em nossa sociedade, em que profissionais têm realizado cursos que possam abordar a questão da inclusão, visando os benefícios para os alunos com deficiência. Nesse contexto, entende-se que através da educação inclusiva permite-se às pessoas portadoras de necessidades especiais melhores condições de vida e também os prepara para a sociedade. Por isso, deve-se remover os obstáculos existentes no ambiente escolar, ou seja, deve-se refletir e pesquisar as práticas pedagógicas inclusivas, compreender a realidade e esclarecer os princípios e benefícios da educação inclusiva. Esse trabalho tem como objetivo mostrar que a inclusão é algo que pode acontecer verdadeiramente em todas as disciplinas durantes as aulas, basta somente pensar nas necessidades do portador de deficiência e enxergá-los como seres humanos, sem ter um olhar de “pena”, e como qualquer cidadão, pois esses seres humanos possuem suas dificuldades sim, porém possuem suas capacidades e todos têm direito à Educação e a viver em sociedade, frequentando escolas como qualquer outra criança. Embora ainda existam barreiras para que isso aconteça, é preciso preparar-se, sabendo que muitas vezes o discurso da inclusão e a prática estão muito distantes. É necessário pensar que a inclusão deve ser um esforço realizado a cada disciplina, a cada aula, por considerar que os alunos são diferentes, mas não desiguais.
Palavras-chave: Educação Inclusiva; Educação Especial; Inclusão.
1. Introdução
Para Sassaki (1997, p. 41) inclusão é:
Um processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir em seus sistemas sociais gerais pessoas com necessidades e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papeis na sociedade. (...) Incluir é trocar, entender, respeitar, valorizar, lutar contra a exclusão, transpor barreiras que a sociedade criou para as pessoas. É oferecer o desenvolvimento da autonomia, por meio da colaboração de pensamentos e formulação de juízo de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida.
Ou seja, a inclusão é o modo ideal de garantir a igualdade de oportunidades e permitir que as crianças portadoras de deficiência possam se relacionar com outras crianças e estabelecer trocas para poderem crescer. Elas se desenvolvem na imitação e no espelhamento e são necessários exemplos que as façam superar fraquezas e despertar potencialidades. Dentro de um amplo projeto de educação, os princípios da inclusão vão além de inserir crianças com necessidades especiais na rede regular de ensino, alertam também os envolvidos nesse processo para revisão do sistema educacional e na integração de pessoas ao ambiente escolar normal, ou seja, não é só reintegrar, é integrar desde o primeiro momento, sem exclusão.
Com a inserção dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), oficializando-se a escola inclusiva, percebeu-se que a educação inclusiva não é mais algo paralelo ou segregado, e sim, uma das preocupações mundiais, tanto na escola quanto na sociedade, pois de acordo com esse documento é explicitado que é necessário
...estratégias e critérios de atuação docente, admitindo decisões que oportunizam adequar a ação educativa escolar às maneiras peculiares de aprendizagem dos alunos, considerando que o processo de ensino-aprendizagem pressupõe atender à diversificação de necessidades dos alunos na escola (MEC/SEESP/SEB, 1998, p.15)
Dessa forma, no Brasil, vem se pensando em adaptações curriculares, disciplinas vem sendo adaptadas, e isso vem crescendo e se solidificando cada vez mais. Porém, é notório que nem todas as escolas estão preparadas para receber o aluno portador de uma deficiência e isso ocorre por vários motivos, entre eles: porque os professores não se sentem preparados para atender adequadamente às necessidades daqueles alunos e porque os escolares que não têm deficiência não foram preparados sobre como aceitar ou como brincar com os colegas com deficiência.
Ainda conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Especial (MEC/SEESP,1998), à Escola Inclusiva
...implica uma nova postura da escola comum, que propõe no projeto político pedagógico, no currículo, na metodologia de ensino, na avaliação e na atitude dos educandos, ações que favoreçam a integração social e sua opção por práticas heterogenias. A escola capacita seus professores, prepara-se, organiza-se e adapta-se para oferecer educação de qualidade para todos, inclusive, para os educandos com necessidades especiais...Inclusão, portanto, não significa, simplesmente matricular os educandos com necessidades especiais na classe comum, ignorando suas necessidades específicas, mas significa dar ao professor e à escola o suporte necessário à sua ação pedagógica. 
Nesse contexto, a Educação especial tem sido considerada como educação de pessoas com deficiência, seja ela motora, sensorial ou cognitiva múltipla ou decorrente de distúrbios evasivos do desenvolvimento, além das pessoas superdotadas que também têm integrado o alunado da educação especial, e essa deve pautar-se por princípios éticos, formação profissional de qualidade, competência e eficiência dos professores. Já as instituições regulares constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, pois foram criadas como unidades abertas e solidárias na construção de uma sociedade inclusiva, atingindo a educação para todos e, exatamente por isso, deve apropriar-se de um conjunto de medidas, de constantes questionamentos e reflexões para tal. Sabe-se que crianças especiais sofrem no nosso país, principalmente com os problemas de socialização e integração, pelo fato de não acompanharem o desenvolvimento normal das outras crianças e por terem algumas características específicas que as diferenciam das outras, pelo preconceito, discriminação e rótulos colocados por pessoas que não têm conhecimento sobre o assunto e acabam utilizando adjetivos inadequados para essas crianças. E, por esses motivos, o processo de inclusão do aluno com deficiência deve ser uma preocupação constante de seu professor e das instituições de ensino.
A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, em classes comuns, exige que as escolas se organizem de forma a oferecer possibilidades objetivas de aprendizagem a todos os alunos, especialmente àqueles com deficiências, garantindo assim a igualdade de oportunidades, integrando e abrangendo a todos, sem exceção. Porém, muitos são os dilemas, as problematizações e transformações que são diagnosticadas para tal feito por toda comunidade escolar e abre-se também a discussão sobre qual forma, como e o que deve ser trabalhado com esses alunos em sala e ainda existem as questões na formação dos docentes, das estruturas físicas das escolas e do acompanhamento pedagógico, ou seja, há muitas expectativas para uma efetiva construção escolar inclusiva no Brasil. Baseando-se nisso, existem pontos positivos como também pontos negativos quanto à educação inclusiva e a relevância da educação para esses alunos. Nessa perspectiva, este estudo tem como problemática questionar: por que existem professores que se sentem reféns da prática de inclusão? O que levam a se sentirem assim? Essas são temáticas que envolvem a inclusão, principalmente, em relação ao papel do professor e de seus desafios.
Buscando respostas para esses questionamentos, o professor muitas vezes não tem o preparo devido e nem o suporte adequado para atender a esses alunos dentro da escola, espaço onde acaba se limitando quanto a esse atendimento. E, devido essas dificuldades encontradas pelo professor, muitos pais não aceitam que seus filhos com necessidades especiais sejam tratados diferentes dos outros, seja dentro do espaço escolar oufora dele.
A presente pesquisa tem como objetivo principal articular análises trazendo a importância da inclusão para a Educação Especial, compreender o papel do professor e dos pais que também é muito importante no processo de aprendizagem de seus filhos e reconhecer as limitações que existem ainda nas escolas, principalmente, as limitações dos alunos especiais.
A pesquisa é baseada na vivência em aulas práticas, propondo oferecer conhecimentos que fundamentem e possibilitem a prática educativa com os alunos portadores de necessidades especiais, pesquisando em sites da internet, livros, revistas e autores renomados no assunto, além de uma entrevista feita com uma professora e pedagoga especialista no assunto.
2. Desenvolvimento/Referencial Teórico
2.1 Breve Histórico da Educação Especial
Na concepção de Sassaki (2002, p. 41):
É fundamental equiparmos as oportunidades para que todas as pessoas; incluindo portadores de deficiência, possam ter acesso a todos os serviços, bens, ambientes construídos e ambientes naturais, em busca da realização de seus sonhos e objetivos.
A partir dessas observações, percebe-se que a Educação Especial ainda precisa ganhar espaço no âmbito educacional, embora já tenha conseguido algumas conquistas nessa área. O atendimento educacional especializado é, portanto, uma forma de garantir que o educando com deficiência tenha acesso a um conjunto de apoio e de recursos que minimizem as dificuldades enfrentadas com base em sua deficiência, percebe-se também que a existência de um ambiente estruturado para favorecer a inclusão escolar é fundamental para que esse processo ocorra de fato. Alguns argumentos teóricos corroboram essa ideia e servem para apoiar a reflexão sobre o problema. Partindo da análise desses autores estudados nessa pesquisa, percebe-se a relevância de um aprofundamento teórico sobre a temática em questão: inclusão escolar se faz quando a escola abre as portas para as diferenças, fazendo trabalho diferenciado a quem precisa, aceitando que profissionais possam ter acesso na escola para ajudar e através da união (escola, aluno, pais, profissionais). Se não for assim, não é inclusão escolar.
Segundo a Declaração de Salamanca (1994, p. 17-18):
 O princípio fundamental desta linha de Ação é de que as escolas devem acolher todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas, crianças que vivem nas ruas e que trabalham, crianças de minorias linguística, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavoráveis ou marginalizadas.
Isso quer dizer que a Educação Especial constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção dos direitos humanos que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis às circunstâncias históricas da produção de exclusão dentro e fora da escola, ou seja, uma educação para todos, sem exceção. Ainda há muito a ser feito para melhorar a condição de vida de todas essas crianças, independente de suas condições, e entende-se que devemos assumir um exemplo que sirva como modelo de inclusão e como base para muitas mudanças a fim de concretizar as melhorias a serem feitas. Contudo, perdurou-se por muito tempo o entendimento de que a educação especial, organizada de forma paralela a educação comum, seria a forma mais apropriada para o atendimento de estudantes que apresentassem deficiência ou que não se adequassem a estrutura rígida dos sistemas de ensino.
Vale ressaltar que o direito de todos à educação está estabelecido na Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96 (BRASIL, 1996), sendo essas leis citadas pelo autor Goffredo em seu artigo “Educação: Direito de todos os brasileiros” (1999, p. 28) em que destaca que o nosso atual texto constitucional (1988) consagra no Art. 205, 
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Mesmo concordando-se plenamente com o autor que, ao citar o artigo acima, realça e confirma que a educação é um direito de todos os brasileiros, é fato que nem todos os cidadãos são atendidos e comtemplados com esse direito. E ainda sobre isso, no Art. 206, podem-se destacar princípios eminentemente democráticos, cujo sentido é nortear a educação, que corroboram o artigo anterior, sendo eles a (o)
I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III- pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV- gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
[...]
IX- garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108 de 2020)
O autor, Goffredo (1999), ressalta ainda que as linhas mestras estabelecidas pela constituição foram regulamentadas em seus mínimos detalhes por outras que visavam às mesmas vertentes, como a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, Lei Nº 9394/96, além dessas citadas, é preciso destacar outras que também norteiam todo esse processo da educação inclusiva como o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 13 de julho de 1990; a Lei Federal Nº 7.855, de 24 de outubro de 1989, que entre outras medidas, criou a Coordenadoria Nacional para a integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), órgão responsável pela política Nacional para a Integração de Pessoa Portadora de Deficiência. Hoje, a CORDE faz parte da Secretaria Nacional de Direitos Humanos do Ministério Público da Justiça. A mesma lei 7.855/89, atribuiu competência também ao Ministério Público para fiscalizar instituições e apurar possíveis irregularidades através do inquérito civil e competente Ação Civil Pública, se for o caso. 
Baseando em todos esses parâmetros, Goffredo, 1999, p. 67, diz que a
Inclusão, numa sociedade de excluídos, passa a ser palavra-chave para se alcançar a verdadeira democracia. A cidadania se estabelece pela igualdade dos direitos e deveres, e pela oportunidade de poder exercê-los plenamente. {...} embora esse movimento seja muito mais amplo, norteando, também, todas as ações que emanam dos direitos sociais, políticos e civis.
Ou seja, para o autor as leis atestam o direito e apresentam características e flexibilidades e até inovações que favorecem o aluno portador de necessidades educativas especiais, exemplo disso é apresentado na Lei 9394/96 (LDB), que pela primeira vez, surge com um capítulo (Cap. V) destinado à Educação Especial e cujos detalhamentos são fundamentais para a reflexão sobre o assunto.
 Se refletirmos sobre a questão das pessoas portadoras de necessidades especiais, isso significa, hoje, discutir cidadania, democracia, igualdade social e respeito às diferenças. Pensar a mesma questão no contexto brasileiro, nos obriga a uma série de análises que envolvem justiça social, direitos humanos e leva-se a considerar as muitas e intocáveis imposições econômicas e sociais que fazem dessa população um radical exemplo de exclusão social em nosso país, onde muitos profissionais têm sido convocados a realizarem cursos que possam abordar a questão da inclusão e da deficiência para aprenderem mais sobre o assunto e esclarecerem dúvidas que surjam. As Unidades Escolares vêm se manifestando com a intenção real de mudar a realidade da inclusão. Mas é preciso que a viabilidade dessas mudanças vise a um maior benefício para os nossos alunos com deficiência. Esses estudos e reflexões são fundamentais para que os profissionais da educação possam avaliar o quanto o movimento da inclusão é positivo e importante para todos os alunos, sejam eles com alguma deficiência ou não.
E sobre isso Goffredo (1999, p. 31) ainda acrescenta
Frente a esse novo paradigma educativo, a escola deve ser definidacomo uma instituição social que tem por obrigação atender todas as crianças, sem exceção. A escola deve ser aberta, pluralista, democrática e de qualidade. Portanto, deve manter as suas portas abertas às pessoas com necessidades educativas especiais. 
Apesar desse pensamento acima, outros autores defendem o sistema de Ensino Especial paralelo, criado para educar os portadores de uma diferença, contribuindo também para que sejam segregados e excluídos da sociedade que os nega. Esses autores parecem que desconhecem a importância de se construir um processo de inclusão, gradativo, que é aconselhado por muitos estudiosos.
Portanto, pode-se constatar que a educação especial surgiu rodeada por muitas lutas, agregadas por organizações e leis favoráveis aos deficientes e à educação inclusiva e essa começou a ganhar força a partir da Declaração de Salamanca (1994), a partir da aprovação da Constituição de 1988 e da LDB de 1996. Este documento (LDB) traz uma visão nova sobre a educação especial, pois possui uma outra concepção de criança. Ou seja, acredita e proclama que todas as crianças possuem suas características, seus interesses, suas habilidades e necessidades que são únicas e, portanto, têm direito à educação e à oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem. Por isso, todo cidadão deve sempre buscar exemplos de superação e força, pois serão com esses exemplos positivos tanto em casa, por parte da família, como na sociedade de maneira em geral, que daremos motivação as pessoas, com qualquer tipo de deficiência, para seguirem em frente fortes e confiantes, esclarecidas do que podem e precisam fazer para conquistarem aquilo que lhes é de direito.
 2.2.1. Trazer a importância da inclusão para a Educação Especial. 
 Segundo Karagiannis (1990, p. 22),
[...] os benefícios dos arranjos inclusivos são múltiplos para todos os envolvidos com as escolas – todos os alunos, professores e a sociedade em geral. A facilitação programática e sustentadora da inclusão na organização e nos processos das escolas e das salas de aula é um fator decisivo no sucesso.
O conceito de Educação Inclusiva trouxe para as salas de aula do ensino regular muitas crianças anteriormente educadas em escolas especiais, devido às suas deficiências físicas e sensoriais das mais diversas, e, com isso, a conjunção dos conceitos atuais de Educação Inclusiva, levou-se a rever, com um olhar mais atento, as escolas de hoje e seus espaços, não apenas como instituição de ensino, mas também como espaço físico arquitetônico e realmente inclusivo. Portanto, as escolas regulares passaram a receber também alunos que apresentam diferentes formas para caminhar, deslocar-se, escrever, brincar... e o que se espera dessas instituições é que seus professores e espaços estejam adequados a recebê-los, pois não haverá inclusão de fato, baseada unicamente na dedicação e boa vontade de professores e funcionários que se desdobram para que ela aconteça. É preciso que a infraestrutura da escola seja coerente com os princípios de inclusão e espelhe o respeito a esses alunos, através do cuidado com instalações aptas a recebê-los sem restrições e em um ambiente adequado as suas diferenças. No entanto, o que realmente ocorre, em muitos casos, é um ambiente não acessível que impede um simples acesso à sala de aula, ao computador, a ida ao banheiro com autonomia ou, até mesmo, alcançar aqueles objetos nas prateleiras pelo aluno com pouca habilidade. É evidente que muitas escolas não estão adequadamente preparadas e, por esses motivos, estão promovendo um fator de “exclusão social”, gerando muitos casos de responsáveis recorrendo à direção, aflitos sobre como ter a escola adequada para receber seus filhos. Essa é uma triste realidade nos dias de hoje, em tempos de inclusão! E a formação profissional na área de educação evoluiu muito nos últimos anos para poder atender a toda essa demanda.
Segundo Lima e Duarte (2001, p. 21):
... a inclusão pode ser vista como “um motivo que levará ao aprimoramento da capacitação profissional de professores, constituindo uma ferramenta para que a escola se modernize em prol de uma sociedade sem espaço para preconceitos, discriminações ou barreiras sociais”. Entretanto, não se pode esquecer a questão da qualidade. Para que o movimento de inclusão nas escolas seja levado adiante com êxito, é preciso a coesão e a disposição de todos os segmentos, inclusive dos próprios alunos. Incluir sim, mas com qualidade. Essa deve ser a visão maior do processo. 
Negar acesso de um aluno ao ensino por limitações sensoriais ou motoras parece ilógico, uma vez que os professores, ao se formarem em seus cursos preparatórios, certamente não pensaram em algo como “Vou ensinar fulano, no entanto, ciclano não irei”. A área da educação, e aqui se inclui todas as disciplinas, principalmente a disciplina de Educação Física, não pode ser tão limitada a ponto de afastar uma criança da convivência de outra por questões irrelevantes. A convivência com pessoas diferentes deve ser uma grande ferramenta na educação, preparando pessoas mais conscientes para a vida e para suas possibilidades. O ensino especial deve ser uma saída quando o progresso do aluno estiver seriamente comprometido em uma classe regular e não uma questão de conveniência para professores e diretores de uma escola. 
Nesse contexto, é triste deparar-se com a falta de interesse, em alguns casos, do reconhecimento das diferenças de habilidades entre os indivíduos. É necessário um interesse maior assunto inclusão, pensar no próximo, conhecer suas potencialidades, ir além... estar pronto para receber e atender, com precisão e qualidade, às pessoas que ao olhar de muitos são diferentes, mas que na realidade, são especiais e merecem respeito como qualquer indivíduo. E não se pode pensar em adequar essa questão apenas à escola, pois isso não basta. As mudanças necessárias são maiores do que a instalação de rampas, elevadores e banheiros adaptados. Elas precisam chegar às salas de aula, onde muitas vezes atitudes são mais bem-vindas do que grandes reformas.
Sendo assim, cabe à sociedade desenvolver ações educativas que levem a família e a comunidade a acolher a criança com sua diferença; proporcionar a família e a comunidade atividades que favoreçam a convivência e estimulem a confiança, estimular a família a participar da vida da criança, de forma que sua intervenção seja segura e eficaz. 
No processo da inclusão, é de suma importância a atuação de uma equipe funcional composta de educadores preparados para tal, interação com médicos, psicólogos e outros... juntamente com a colaboração da família, pois a peça fundamental e primordial na vida de qualquer criança é a “família”. E se tratando de uma criança especial é também fonte de conhecimento no que diz respeito à aprendizagem das questões sociais básicas. É constatado que, no início da infância, as interações ocorridas exercem uma ação importante no desenvolvimento social das crianças e estudos divulgam que a voz dos pais é capaz de ser compensada com outros estímulos: como o sorriso, demonstrações de carinho, carícias. Já em relação à interação dos pais de crianças portadoras de necessidades especiais, no sentido de promover a inclusão, isso se faz mais presente ainda.
A Declaração de Salamanca é bem clara: 
“58. Pais constituem parceiros privilegiados no que concerne as necessidades especiais de suas crianças, e desta maneira eles deveriam, o máximo possível, ter a chance de poder escolher o tipo de provisão educacional que eles desejam para suas crianças” (Declaração de Salamanca, 1994, p.14).  
Refletindo sobre essa afirmativa, sabe aquela angústia que bate quando você lida com uma criança com dificuldades de aprendizagem? A dúvida de não saber se você está no caminho certo? Como saber se um aluno necessita de ajuda? então quando você percebe que a aprendizagem de seu aluno não flui como deveria em uma sala de aula, é sinal de que essa criança , adolescente e até mesmo adulto, necessita do acompanhamento de seu professor, responsávele até mesmo de uma ajuda de um psicopedagogo (a). E durante toda a vida presenciamos situações assim: pessoas, que desde a infância, demonstram uma grande dificuldade em aprender ou lidar com situações simples e corriqueiras do dia a dia. Na escola, o aluno com necessidades especiais é de responsabilidade de toda a unidade escolar, onde a mesma conta com o apoio da família dessa criança com necessidades especiais, pois o primeiro passo sempre tem que partir do profissional e depois juntamente com os pais desse aluno formando assim uma parceria, em que juntos, e cada um obtendo seu papel, conseguirão alcançar seus objetivos em relação àquele aluno com uma certa deficiência. Ao contrário do que muitos pensam, de que esta responsabilidade é só do professor e da família. Todos devem estar envolvidos e auxiliar esses alunos, pois muitos estão entrando nesse espaço de ensino e precisam ter compreensão do mesmo, sobre o que é ensinar, pois as dificuldades de aprendizagem surgem desde a infância e vão se agravando com o passar do tempo, principalmente se não houver acompanhamento adequado para essa criança.
Carvalho (1997) afirma:
Todas as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Deveriam incluir crianças deficientes e superdotadas, crianças de rua e que trabalham, crianças de origem remota ou de população nômade, crianças pertencentes à minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos em desvantagem ou marginalizados [...] No contexto destas Linhas de Ação o termo “necessidades educacionais especiais” refere-se a todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades se originam em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem. (CARVALHO 1997, apud Mendes, pag. 21,2011).
Mesmo assim, a efetivação de uma prática educacional inclusiva não será garantida somente por meio de leis, decretos ou portarias, ou seja, é necessário que a escola esteja preparada para trabalhar com os alunos com necessidades educacionais especiais seja ela qual for, independentemente de suas diferenças ou características individuais. Em lei, muitas conquistas foram alcançadas, mas precisamos colocá-las em prática no dia a dia do ambiente escolar, pois ainda enfrentamos muitas dificuldades de acesso desses alunos com uma certa deficiência e não temos muito a ajuda do governo para garantir a esses alunos um ensino de qualidade em que todos possam frequentar uma escola tendo os mesmos direitos e qualidades de ensino de uma criança normal, com isso assegurando uma educação de qualidade para todos. É necessário também lembrar que ao elaborar uma tarefa as diferenças e limitações devem ser respeitadas. Com isso é dever do professor proporcionar metodologias e avaliações diferenciadas de acordo com cada limitação, inserindo assim aqueles alunos, sem excluir ninguém. Com todas as disciplinas fazendo parte da vida dos alunos especiais no ensino regular, significa, inseri-los integralmente na sociedade dentro do ambiente escolar, acolhendo todas as pessoas, sem exceção, no sistema de ensino, independentemente de cor, classe social e condições físicas de cada um.
Porém, segundo Mantoan:
 pais de crianças com necessidades especiais e alguns educadores brasileiros não são favoráveis à educação inclusiva, chegando ao ponto de sugerirem que se faça a “inclusão às avessas”, trazendo crianças sem “deficiência” para estudarem nos institutos que promovem educação especial. “O desafio maior que temos hoje é convencer os pais, especialmente os que têm filhos excluídos das escolas comuns, de que precisam fazer cumprir o que nosso ordenamento jurídico prescreve quando se trata do direito à educação”. (Mantoan, 2006, apud Mendes, pág.26, 2011)
E a escola tem um papel fundamental na aprendizagem e ao facilitar a inclusão, quer fornecendo material didático adaptados, quer oferecendo cursos aos educadores com a finalidade de conhecer novas práticas de ensino, quer adaptando o currículo escolar e a própria escola para atender à individualidade de cada educando. Para isso, há a necessidade de currículos apropriados e adaptados para cada necessidade, mudanças organizacionais, estratégias de ensino e uso de recursos diferenciados, professores preparados, todo um suporte pedagógico, estrutural e material. Sendo o papel da escola o de fornecer os serviços de apoio pedagógico especializado, ou as alternativas encontradas em comum acordo com a família.
Uma escola inclusiva está retratada no seu currículo e na estruturação do seu Projeto Político Pedagógico e, através do PPP, pode-se identificar que tipo de escola queremos juntamente com o corpo docente, a comunidade que o cerca e a sociedade. É fundamental que sua elaboração acompanhe a história de um povo, as modificações que ocorrem constantemente na sociedade, a legislação que norteia a educação em todos os níveis nos aspectos sociais, políticos, culturais e antropológicos.
Mas a inclusão não se baseia só nisso, o educador deve orientar seus alunos no sentido de escolher e compreender as limitações físicas dos colegas, para que haja uma melhor interação social entre todos e, a partir disso, os alunos com deficiência física também participem das atividades oferecidas pela escola, juntamente com os outros alunos, desempenhando tarefas ou papeis de acordo com suas possibilidades e mobilidades, garantindo uma boa interação social com os demais colegas de classe e funcionários da escola. 
Enfim, anteriormente havia a escola regular e a escola especial, separadamente. Sabendo-se que a inclusão ainda tem muito a ser trabalhada, a educação inclusiva aparece para acabar com essa separação, pois ela é a educação especial dentro da escola regular com o objetivo de permitir a convivência e a integração social dos alunos especiais, favorecendo a diversidade, onde cada um (professores, governantes, comunidade, pais, escola) é responsável para que essa inclusão realmente aconteça de forma humana, acolhedora e eficaz, com um olhar mais humanista.
Pode-se perceber que além de todas as disciplinas serem importantes, a Educação Física é de suma importância para o desenvolvimento humano, porém no cotidiano educacional ainda apresenta aspecto de carência em relação às outras disciplinas, pois muitas escolas não a incluem para alunos com deficiência, como outras aulas extras também que estão dentro do direito desses alunos portadores de necessidades especiais e não são desenvolvidas nas escolas. A escola se esquece de adaptar essas aulas para que esses alunos com certas dificuldades possam também participar e não se sentirem excluídos dos demais alunos.
De maneira geral, a inclusão nas aulas de Educação Física surgiu tardiamente no nosso país e até hoje tem sido tratada insuficientemente, possivelmente devido ao fato de se considerar que a disciplina não é essencial para o processo de Inclusão social e escolar. Um absurdo isso! Sabe-se também que nem todas as escolas estão preparadas para receber o aluno portador de deficiência e, por vários motivos, dentre eles, destaca-se que os professores não se sentem preparados para atender adequadamente às necessidades daqueles alunos. Sobre isso e no que se refere à contribuição das diferentes áreas de conhecimento, os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental I (BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto, 1998, p. 62), apontam em relação à disciplina de Educação Física que
[...] é a área do conhecimento que introduz e integra os alunos na cultura corporal de movimento, com finalidades de lazer, de expressão de sentimentos, afeto e emoções, de manutenção e melhoria de saúde.
Para tanto, deve-se romper com o tratamento tradicional dos conteúdos que favorecem aos alunos que já têm aptidões, adotando como eixo estrutural da ação pedagógica o princípio da inclusão, apontando para uma perspectiva metodológica de ensino e aprendizagem que busque o desenvolvimento da autonomia, da cooperação, da participação social e da afirmação de valores e princípiosdemocráticos. Nesse sentido, deve-se proporcionar a todos a possibilidade de usufruir de jogos, esportes, danças, lutas e brincadeiras, pois a brincadeira possibilita que as crianças desenvolvam o pensar e questionar, aprendam a trabalhar em equipe, experimentar e investigar coisas novas com um outro olhar, pois crianças aprendem também brincando! Quando o aprendizado é divertido para as crianças, elas se mantêm curiosas e interessadas em aprender e acabam aprendendo habilidades de pensamento crítico, de linguagem, expandem seu conhecimento e aumentam sua consciência social e emocional, seja ela tendo uma dificuldade ou não. Além disso, ocorre o benefício do exercício crítico da cidadania e, assim, compreende-se a importância do domínio de conhecimentos específicos sobre a prática pedagógica com os alunos com deficiências nas aulas e nas disciplinas, trazendo sempre o conceito da Inclusão para a Educação Especial.
Refletindo sobre a realidade do professor no trabalho com os alunos com deficiências, faz-se necessário explicitar quais as dificuldades e preconceitos enfrentados até os dias de hoje. Compreendendo a realidade vivida com relação à preparação desses professores nas disciplinas e a importância dos pais (o apoio) para trabalhar com as diferenças, é necessário esclarecer os princípios da educação inclusiva e os seus benefícios tanto para os portadores de necessidades especiais quanto para os demais alunos, reconhecendo a limitação de cada um e, principalmente, da escola.
Para se tornar mais amplo o contexto da inclusão, seria um caminho chegar a essa sociedade inclusiva com uma educação inclusiva que o estado projete uma política que forme uma sociedade que respeita a diversidade e garanta o direito de todos à educação. De acordo com MENDES, 2006, p. 387
A sistematização da educação especial começou com o médico Seguin, no século XVI. Seguin foi o primeiro profissional a criar uma escola especial. Nela, as pessoas deficientes eram atendidas por parte de médicos e pedagogos que acreditavam na capacidade de aprendizagem dos mesmos “[...] até então consideradas ineducáveis” 
Partindo disso, percebe-se que a proteção dos direitos de um cidadão independe de vários fatores, mas torna-se um desafio, pois na realidade, nem todos têm o acesso aos mesmos. Apesar dos vários direitos que beneficiam os portadores de necessidades especiais, a luta para fazer-se vale-los é constante, e apesar de lenta, essa conquista está ganhando cada vez mais espaço. A inclusão de deficientes na educação regular é constatada na lei 9394/96 que garante a todos o direito à educação, portanto pessoas com necessidades especiais não deveriam estar vetadas ao processo educativo regular e cabe ao Estado fazer valer o que ditam as leis que têm o papel de facilitar esse processo. Segundo a LDB (BRASIL, 1996) em seu Art. 59 
Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
III- professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns.
Isto quer dizer que, segundo a Lei, em cada sala de aula haverá professores mediadores (Atendimento Educacional Especializado - AEE) capazes de desempenhar um papel de grande importância para os alunos inclusos, sendo preparados para tal função, já que o professor regente precisa dar atenção para todos os demais alunos da turma e não consegue efetivamente dar a assistência necessária que o educando incluso irá precisar. Portanto, o professor mediador fará essa “ponte” entre o professor regente e o aluno, atendendo sempre às necessidades desse aluno com um atendimento complementar e/ou suplementar com vistas a uma educação de qualidade desse aluno. Apesar de saber-se que a realidade é bem diferente do que a lei propõe e nem sempre condiz com essa contextualização.
Por isso, os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) têm um papel de tornar mais forte esse processo de inclusão, pois foram criados para estabelecer um vínculo entre a escola e a sociedade, além de ser um fator de extrema importância para a educação inclusiva, porque de acordo com esse documento, a diversidade no âmbito escolar é importante, pois garante o acesso à escola visando a um ensino de qualidade.
Na escola inclusiva é essencial o aprendizado de forma que abranja todas as crianças e traga entrosamento, entre os deficientes e os demais alunos, construindo assim uma educação inclusiva. As aulas e as disciplinas dadas inclusivas enfatizam a normalidade da diversidade, das diferenças e potencializam a adaptação de atividades fundamentais no desenvolvimento da criança. Outros dois pontos positivos nesse processo é que o professor deve provocar a reflexão, fazer com que os alunos pensem, identifiquem a situação, trabalhem em conjunto e, ao trabalhar o desenvolvimento de habilidades, o professor pode simular situações reais do cotidiano para usá-las como ferramentas de aprendizagem e ter uma educação eficaz de alunos com necessidades especiais. Essa função, que não é obrigação somente da escola, mas também da família, da sociedade, da política, ou seja, de todos que trabalhando em conjunto obterão uma educação inclusiva de qualidade. Além disso, atenderão às diferenças, ou seja, atenderão às necessidades especiais, modificando e mudando o olhar da escola, pensando não só na adaptação do aluno, mas também na adaptação do contexto escolar aos alunos. Tornando-os múltiplos, ricos de experiências e possibilidades, prontos para encarar seus obstáculos do dia a dia, prontos para viver, conviver com o diferente, rompendo barreiras humanas e criando conceitos, dando novos sentidos à aprendizagem e, principalmente, ao desenvolvimento humano. Sob essa perspectiva, as Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no artigo 2º, determinam que
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo o papel das escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade melhor para todos. (MEC/SEESP 2001).
Portanto, a proposta da educação inclusiva é acolher e dar condições para a pessoa com deficiência exercer seus direitos no que tange ao cumprimento da inclusão escolar e isso se refere também a todos os indivíduos, sem distinção de cor, raça, etnia ou religião. Interagindo com o outro, sem separação de categorias de aprendizagem, sendo assim, um regime escolar único capaz de atender a toda sociedade. 
Para conseguirmos reformar a instituição escolar primeiramente devemos rever nossos (pre) conceitos. Estamos vivenciando uma crise de paradigmas que geram medos, inseguranças, incertezas e insatisfações, mas propõe-se que este seja o momento de ousar e de buscar alternativas que nos sustentem e nos direcione para realizarmos as mudanças que o momento propõe. Esse compromisso de enfrentar com segurança e otimismo as divergências impostas pela sociedade, na aceitação da inclusão, nos mantém em constantes discussões, pois tratar de unificar a educação torna-se um paradigma constante na sociedade e acaba, de certa forma, atendendo somente a um lado. Por isso, é importante manter-se firme na proposta de melhorias para enxergarmos com clareza e obviedade ética que a inclusão está trabalhando em prol de um objetivo e isso nos norteará para a quebra desse paradigma.
Enfim, o exercício da cidadania para todos engloba progresso educacional e social e a questão das mudanças torna-se imprescindível para que as escolas se tornem centros de conexão total dos indivíduos, não só na mudança da estrutura organizacional, mas também da reformulação de todos os aspectos que envolvem a escola.
2.2.4 A Educação Inclusiva: Avanços.
Para a realização deste projeto voltado para a inclusão, buscou-se elencar as dificuldades que ainda o professor enfrenta,tratando-se de uma pesquisa bibliográfica, com coleta de informação no campo documental.
A base documental e normativa de análise desta pesquisa foi composta por artigos acadêmicos, entrevista com uma professora da rede particular de ensino e pedagoga especialista do assunto, autores que abordam o tema inclusão, além de Leis e Diretrizes. E, a partir dessas leituras preliminares, foi alcançado um bom embasamento histórico e teórico do tema para, em seguida, aprofundar-se em estudos que visem a atender aos objetivos mais específicos. Além disso, foi feita uma busca eletrônica nos portais de diferentes secretarias de educação (em especial, as municipais) com o objetivo de arrolar práticas de formação continuada de docentes em serviço. Em seguida, selecionou-se duas ou três dessas práticas que foram mais detalhadamente investigadas, compondo dessa maneira um painel capaz de ilustrar o trabalho das prefeituras para capacitar seus docentes. Concomitantemente, foi esperado relacionar esses trabalhos dos governos municipais com pesquisas e estudos realizados em universidades, sejam elas públicas ou privadas.
Observa-se que o processo de inclusão interfere nas políticas públicas e é modificado de acordo com estas, consequentemente, interfere nas diretrizes da educação superior e da educação especial. Esse conceito é analisado devido à diversidade de interpretações e ações a que se remete, interpretações muitas vezes contraditórias.
A Educação Especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os serviços e recursos próprios desse atendimento e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilização nas turmas comuns de ensino regular (BRASIL, 2008, p.16).
Percebe-se a nítida ampliação das referências à educação especial na perspectiva inclusiva nos textos de políticas públicas desse gênero, voltando um olhar para a possível compreensão da implementação destas e do impacto causado no âmbito escolar.
Diante disso, constata-se que, quando houver políticas públicas educacionais que respeitem o ser humano em suas diferenças, que possibilitem a eles estar na escola, interagir, socializar-se e aprender, pode-se acreditar que as políticas públicas estarão cumprindo o seu papel. Para tanto, não basta o aumento das matrículas em escolas comuns e em classes especiais, pois os mesmos não substituem o atendimento especializado a esses alunos portadores de alguma deficiência. 
3. Considerações Finais.
MITTLER afirma que quando se trata do conceito de inclusão, é necessário que se pense em restruturações da escola, que impeça a segregação e o isolamento. Deste modo, é possível incluir “aqueles pertencentes a minorias linguísticas e étnicas, aqueles com deficiência ou dificuldades de aprendizagem, aqueles que se ausentam constantemente das aulas e aqueles que estão sob risco de exclusão” (MITTLER, 2003, p.25), não se tratando, deste modo, apenas de incluir alunos com deficiências.
Pode-se constatar que foram propostos alguns investimentos na formação do professor para lidar com a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais. Contudo, observou-se que todo esse investimento ainda não se faz suficiente para atender a grande demanda matriculada nas escolas, pois quando falamos de educação inclusiva estamos falando de uma educação que se propõe a olhar para a diversidade humana considerando suas especificidades, ou seja, quando você pensar na proposta educacional, na metodologia de ensino, prática pedagógica ou numa abordagem do educador saberá que foi levado em consideração o aluno, seu estilo de aprendizado, as habilidades evidenciadas, suas potencialidades, contexto familiar... no final... seu diagnóstico, quando tiver. Ou seja, a educação inclusiva amplia a participação de todos os interessados no processo de aprendizagem e o desenvolvimento do aluno é o “pilar central”.
Não é fácil os desafios de inclusão nas escolas, mas é papel do professor desenvolver os aspectos físico e mental do seu aluno, promover a interação dele com os outros colegas, adaptar atividades para que esse aluno participe das aulas com bastante frequência e se interesse pelas disciplinas aplicadas sem notar que mesmo suas atividades sendo adaptadas pelo professor, ele possa se sentir igual aos outros alunos dentro de uma sala de aula e possa ter a oportunidade de estar aprendendo os conteúdos para que no futuro ele, assim como qualquer ser humano, possa trabalhar e ter uma vida digna mesmo tendo uma certa deficiência, onde a "diferença" é respeitada, onde há um clima de amizade, companheirismo e vontade de aprender em conjunto. É muito importante enfatizar todos os pontos positivos na criança com necessidades educativas especiais, pois ela tem uma forma toda especial de aprender, de ser e de viver, necessitando a todo momento de atenção e de contar aspectos do seu dia a dia. O papel da família é muito importante também para se obter um resultado mais rápido, pois o apoio da família junto com o professor e com a escola é fundamental para que o sucesso venha. A contribuição do processo de inclusão não traz conhecimentos só para alunos com necessidades especiais, mas traz experiências também para colegas e professores. Assim como professores passam conhecimentos para seus alunos, também aprendem muitas coisas com eles dentro de uma sala de aula.
Para que a inclusão se torne uma realidade faz-se necessárias muitas ações, entre elas o compromisso dos organizadores em cumprir e avaliar planejamentos; precisa-se trabalhar a inclusão escolar com responsabilidade formando professores capacitados e/ou oferecendo cursos para a capacitação dos mesmos; informando os recursos humanos da rede escolar e aparelhando-a de tal modo que haja um resultado positivo da inclusão. Senão, infelizmente os governos e órgãos responsáveis pela educação estarão sempre com a consciência tranquila, mas sem resultados positivos na prática.
Conclui-se que é necessário trabalhar desenvolvendo estratégias que visem a inserção da pessoa portadora de necessidade especial como parte da discussão e do encaminhamento das principais questões sociais e brasileiras e que a inclusão na perspectiva escolar é uma questão de direitos humanos, e os indivíduos com deficiências devem fazer parte das escolas, as quais precisam modificar seu funcionamento para incluir todos os alunos da melhor forma. Assim, a inclusão significa que não é o aluno que se molda ou se adapta à escola, mas a escola consciente de sua função, que se coloca à disposição do aluno para ajudá-lo de todas as formas possíveis.
As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas dificuldades de seus alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade para todos, mediante currículos apropriados, modificações organizacionais, estratégias de ensino, recursos e parcerias com a comunidade.
Para que a inclusão realmente aconteça é preciso vontade política, gerenciamento e lideranças competentes e convencidas, além de professores qualificados em sua formação inicial e continuada, ou seja, para incluir, é necessário que os envolvidos e, principalmente a escola, acreditem no princípio de que todos são capazes de aprender e têm o mesmo direito de acesso a um currículo diversificado, garantindo, assim, a permanência dos alunos na escola como seres humanos que enfrentam grandes desafios diariamente. Afinal, a educação é um ato que nos torna agentes das possíveis mudanças, tornando-nos mais humanos e seres melhores.
Às vezes exigimos o máximo de nós mesmos e, na tentativa de buscar a perfeição, sufocamos nossa espontaneidade e deixamos de aprender com nossos erros. A tarefa de todo professor, pais ou qualquer indivíduo é contribuir para a formação de seus alunos, filhos... em um ambiente caracterizado por amor e respeito, para que possam aprender a ser felizes.
No entanto, nos esquecemos que as crianças aprendem muito com o exemplo que mostramos e, por isso, a educaçãoé para todos e, para tanto, a educação inclusiva também é para todos, e não só para as pessoas com deficiências, mas para àquelas com dificuldades e limitações ou não.
A inclusão é o único caminho possível para uma sociedade justa e igualitária, onde andando só, trilhamos um caminho, mas juntos construímos uma linda jornada.
4. Referências Bibliográficas
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL. LDBEN nº9394/96. Brasília: MEC/SEF, 1997.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão. Revista da Educação Especial. Out/2005. Inclusão e exclusão: múltiplos contornos da educação brasileira, de Saeta e Nascimento (org.) 
SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 4 ed. Rio de Janeiro: WVA, 2002.
UNESCO. Declaração de Salamanca e Linha de ação sobre necessidades educativas especiais. [Adotada pela Conferência Mundial sobre Educação para Necessidades Especiais]. Acesso e Qualidade, realizada em Salamanca, Espanha, entre 7 e 10 de junho de 1994. Genebra, UNESCO 1994.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 8096/96. São Paulo, Atlas, 1991.
KARAGIANNIS, A; STAINBACK, W; STAINBACK, S. Fundamentos do Ensino Inclusivo.In: STAINBACK, W; STAINBACK, S (org) Inclusão um guia para educadores. Porto Alegre, Artmed editora, 1999.
Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília, CORDE, 1994.
CARVALHO, R. E. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. Porto Alegre: Mediação, 2004.
MANTOAN, M. T. C. Inclusão escolar: caminhos e descaminhos, desafios, perspectivas. In: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Especial. Ensaios pedagógicos. Brasília: MEC/SEE, 2006, p.203-208.
GOFFREDO, V. L. F. S. Educação: Direito de Todos os Brasileiros. In: Salto para o futuro: Educação Especial: Tendências atuais / Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 1990.
LIMA, S.M.T.; DUARTE, E. Educação Física e a escola inclusiva. In.: SOBAMA. Temas em educação física adaptada. Curitiba: UFPR, 2001.
MENDES, E.G. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, v.11, n.33, p. 387-405, 2006.
 Piracicaba, v.9, n.2, p.181-194, 2003.
MITTLER, Peter. Educação inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: artmed 2003.

Mais conteúdos dessa disciplina