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Protocolo para resgate ● Estimativa de peso e biometria. ● Medicações e curativos. ● Avaliação da frequência cardíaca e respiratória. ● Temperatura. ● Coleta de amostras. ● Acondicionamento ao semi-cativeiro, transporte ou soltura imediata. Se o animal está num local com pedras, se cortando, não tem como esperar a próxima maré para devolvê-lo ao mar, pensar em eutanásia. ● Dados para composição de etogramas. ● Fotografias. ● Relatórios individuais. Biossegurança ● Existe uma flora bacteriana que resiste a água salgada e outra que não resiste, pode ter muitas reações cruzadas. ● Flora parasitária muito distinta. ● Monitorar a equipe, não pode estar com nenhum problema de saúde, por menor que seja, até uma erupção na pele pode ser perigoso. ● Se o golfinho borrifar na cara de alguém pode causar problemas respiratórios, pode ter uma série de bactérias. Também as pessoas podem ter erupções no braço, ter infecção secundária. Derramamento de óleo Alterações: ● Podem ser observadas até 10 anos depois. ● O córtex da adrenal fica reduzido. ● Diminui a capacidade reprodutiva. ● Disfunções respiratórias, hormonais e imunes. Encalhes Encalhes em massa: ● Dois ou mais animais (exceto mãe e filhote) encalhados próximos um do outro em tempo e espaço. ● Pode ser uma diferença de horas ou dias com distância de alguns km. ● Observar se é um animal gregário, pois se um encalhou podem ter outros próximos. Códigos: ● COD 1: coleta viável. ● COD 2: pele já começou a estragar. ● COD 3: não tem muito o que coletar, apenas parasitas e conteúdo estomacal. ● COD 4: animal já está basicamente mumificado, apenas fazemos biometria e talvez análise de conteúdo estomacal procurando por material plástico. Acústica ● O ambiente marinho é extremamente ruidoso, ruídos naturais de erupção vulcânica, de tsunami, de maré, de cardumes de peixe, de camarão, os animais marinhos evoluíram se adaptando a origem de cada um desses ruídos, quando o homem aparece tem uma série de novos ruídos e atividades desconhecidas como escavação de petróleo, navegação, construções em terra, aviões passando, pesca com bomba, etc. ● Na frente da cabeça tem o melão, uma parte do crânio muito rica em gordura e terminações nervosas e musculatura, o animal consegue modular as contrações da musculatura gerando frequências vibratórias que emitem para certas distâncias, assim tem seu próprio sonar. 1. Emitem sons. 2. Os sons refletem em algum obstáculo. 3. O animal ouve o som refletido e calcula a distância que está o obstáculo. Através da mandíbula transfere essa informação pro ouvido interno que é a bula timpânica e isso gera pro animal o que está na frente dele. ● Os lábios juntos com sacos aéreos são músculos que modulam o sinal que eles emitem, os assobios que emitem tem função de comunicação e de modulação do sinal pra emitir a frequência sonora e receber de volta, sai da parte superior da cabeça, volta pela mandíbula que direciona tudo pro ouvido interno. ● A visão é bastante aguçada, mas precisam desse sonar para detectar alvos longe, ou quando estão em águas muito turvas. ● Se esse sistema não tiver funcionando bem esse animal vai mostrar alguns sinais como: magreza e falta de equilíbrio, tirando a parte parasitologia, avalia o hemograma e dentição, com o endoscópio podemos ver se a parte gástrica tem alguma alteração, com o rx podemos ver se tem obstrução, mas também tem que avaliar o ouvido interno, procurando por microlesões ou fazendo análise térmica dessa região. ● A avaliação do complexo periódico-timpânico (bulas timpânicas) na necropsia serve para diagnosticar danos às estruturas auditivas. Não é fácil coletar, se for fácil é pq está inflamada, em geral o animal sadio tem uma musculatura muito firme e ligamentos muito bem conectados. ○ Protocolo de coleta e identificação da bula: com borrachas coloridas conseguimos ver a posição dela na cabeça, o ideal para processar a bula timpânica é gerar uma ressonância magnética, se coletar a bula timpânica assim dá pra analisar na tomografia procurando lesões, se detectar isso tem evidência que essa bula timpânica está danificada, pode ser por parasitas, inflamação ou poluição sonora, como atividades de sonar que geram frequências tão precisas e isso gera estresse físico da musculatura do entorno dessas bulas pro animal modular. ● Numa piscina o animal vai ficar mandando muito sinais, vai ficar exausto tentando se ecolocalizar, vai ter muito desgaste energético. ● Orcas em cativeiro vem de várias partes do mundo, elas vêm com diferentes idiomas, não sabem se comunicar entre si, não conseguem formar um grupo social viável para soltar algum dia. Parâmetros fisiológicos ● Temperatura: 36 a 39 °C, atenção pra T maior que 43. ● FC: 86 a 110 bpm. ○ Melhor sinal de auscultação na região mais ventral do animal, entre as nadadeiras peitorais perpendicularmente a uma linha ventral ou usar um doppler para amplificar o sinal. ● FR: ○ 3 a 7 mpm (cetáceos com mais de 80 kg e sirênios). Acima de 6 mpm já considera piora no quadro. 1 movimento a cada 20 minutos para grandes cetáceos, como cachalotes. ○ 22 a 38 mpm (pinípedes e mustelídeos). ○ Se o animal está respirando muito rápido e temperatura alta ele está entrando em sofrimento, fazer eutanásia ou aprofundar um ansiolítico. Enfermidades ● Endotoxemia = ambiente seco sem flutuar comprime os órgãos, a fisiologia começa a liberar hormônios e substâncias, muda o ph do corpo e ele se intoxica sozinho, usar medicação anti tóxica e protetor hepático. ● Miopatia = quando produz muito ácido lático ocorre quando o animal tem exaustão quando tem a cauda cortada por exemplo. Administração de medicamentos ● VO: sempre a via de eleição. ● SC: efetiva mas é difícil. ● IM: animais que não se alimentam sozinhos e são difíceis de conter. Anterior ou paralela a nadadeira dorsal. ● IV: difícil cateterização, baixos volumes. ● IP: via IV difícil, dextrose em crise. ● IT: anestesia e medicamentos para os pulmões. ● TO: principalmente na córnea, colírios, dermatites. ● Levamisol não pode ser usado em cetáceos pois tem muitos casos de letalidade descritos. ● Sempre fazer cultura e antibiograma pra não soltar um animal com resistência. ● Soroterapia: selenium e vitamina E (glicopan pet), serve para mitigar o dano hepático. ● Antiparasitários: ivermectina IM (ivergen). ● Anestésicos: diazepam (sedação para manipulação) ● Enterex tem efeito antitoxico, tem segurança na aplicação. ● Epitezan é muito importante para a proteção dos olhos. ● Tratar feridas com óxido de zinco. Protocolo de eutanásia ● Tudo IM = 1,594 L. ○ 0,05 mg/kg midazolam. ○ 0,25 mg/kg acepromazina. ○ 2,47 mg/kg cetamina. ○ 3,4 mg/kg xilazina = 2,5 m/kg. ● Bloqueio local com lidocaína antes de fazer o corte para acessar a musculatura cardíaca. ● 200 mg/kg KCL = 6,6 L, intra cardíaco, quando perder todos os reflexos. Alimentação e suplementação ● Peixe congelado tem deficiência de tiamina, dar 10 a 15% do PV de suplementação, a fórmula Mazuri serve para manipulações para pinípedes. ● Colocar sal no peixe apenas para animais hígidos, no fim da reabilitação. Não fazer isso com animais desidratados. ● Não mastigam muito, engolem inteiro, porém se o animal já está muito debilitado não queremos que ele gaste energia digerindo um peixe inteiro, podemos usar nutrição parenteral, nunca oferecer em grande volumes, pouca quantidade com maior frequência e vai acompanhando a taxa glicêmica, coleta sangue e manda pro laboratório ou acompanha com um aparelho humano. ● Animal muito debilitado tem dificuldade de metabolizar o peixe, dar papa de peixe através de sondas, colocar um vetrap em cima pra não se machucar mordendo a sonda, coloca uma seringa por cima da sonda pra ela não arrancar um pedaço e o animal engolir. Se colocar a sonda e ouvir burburinhos do estômago estamos no lugar certo. Se colocar na traqueia ele vai tossir, mas temos que conferir sempre. ● Quando o animal já está podendo comer peixe mas não quer aceitar congelado, então temos que abrir a boca e forçar, introduzidnodireto no esofago. Sempre fazer barreira com escudo pra proteçao e pra evitar o imprinting. ● Falsa via é difícil pois a traquéia se comunica com o orifício respiratório. ● Cetáceos: 30% de gordura e 7% de proteínas. Coleta de sangue ● Tricotomia não é indicado pois precisam dos pelos para se aquecerem. ● Glútea caudal é a melhor, fornece mais sangue, geralmente é no pedúnculo caudal. Transporte ● Macas, estofado, colchão com toalhas molhadas em cima. ● Controle da respiração é voluntário, se ficar estressado pode parar de respirar e morrer, podemos fazer uma sedação leve. Cativeiro ● O ar precisa ser puro pois tem muito problema respiratório. ● pH próximo do oceano que é 8,1. Soltura ● Antes de soltar o animal fazer sorologia para: toxoplasmose, babesiose, brucelose, etc. Protocolo de anestesia ● Tudo IM. ○ 0,4 mg/kg midazolam. ○ 0,005 mg/kg dexmedetomidina. ○ 2 mg/kg tramadol. ○ Bloqueio retrobulbar com lidocaína. ● Associar com inalatória. ● Fenotiazínicos são anestésicos que deprimem muito, marinhos ficam muito tempo em apneia então tomar cuidado pois pode aprofundar tanto que não volta da anestesia. ● Não usar acepran. ● A traqueia se comunica com o orifício respiratório, entubar pelo orifício respiratório é difícil mas tem relatos, melhor fazer uma luxação temporária da traqueia, deslocar cranialmente.