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Exame Físico do Aparelho Respiratório

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Haiza Vasconcelos 
 
 
 
O tórax forma a caixa torácica, e acomoda e protege diferentes estruturas: o 
coração, os pulmões e espaços pleurais, o mediastino e parte do esôfago. A 
respiração é controlado por centros respiratórios localizados no tronco 
encefálico. A inspiração constitui-se em um processo ativo e a expiração, 
passivo. Durante a inspiração, o músculo diafragma se contrai, desce e 
expande a cavidade torácica, comprimindo o conteúdo abdominal; além dele, 
outros músculos da caixa torácica, como os escalenos e os intercostais 
paraesternais, também expandem o tórax. À medida que o tórax se expande, a 
pressão intratorácica diminui, o que facilita a entrada do ar da árvore 
traqueobrônquica para os sacos aéreos distais. O oxigênio difunde-se para os 
capilares pulmonares adjacentes, alcançando o sistema cardiovascular, e é 
distribuído para os tecidos, enquanto o dióxido de carbono difunde-se do 
sangue para os alvéolos e, destes, para os brônquios, traqueia e meio externo. 
Na expiração, a parede torácica e os pulmões retraem-se, e o diafragma relaxa 
e eleva-se, passivamente. Enquanto o ar flui para fora do corpo, o tórax e o 
abdome retornam às suas posições de repouso. 
Para o exame físico do tórax compreende-se a avaliação das mamas, dos 
pulmões, do coração e do mediastino e das estruturas componentes da caixa 
torácica – pele, tecido celular subcutâneo, linfonodos, panículo adiposo, 
musculatura, sistema vascular superficial, ossos e cartilagens. Esse exame 
deve ser executado em um ambiente com uma boa iluminação e em relação a 
posição do paciente primeiro ele deve estar sentado para exame da posição 
posterior do tórax e do pulmão, os braços podem estar cruzados na frente; 
depois coloca-se o paciente em decúbito dorsal, examine a posição anterior do 
tórax e do pulmão; o paciente que não se senta deve ter assistência para 
sentar e deve-se virar o paciente de um lado e do outro para a execução do 
exame. 
Para descrever a localização de achados em torno da circunferência 
torácica, use uma série de linhas verticais. As linhas medioesternal e vertebral 
são precisas, e as demais, estimadas. A linha hemiclavicular tem um trajeto 
vertical, que parte do ponto médio da clavícula. As linhas axilares anterior e 
posterior apresentam um trajeto vertical, que se inicia nas pregas axilares 
anterior e posterior, as massas musculares que margeiam a axila. A linha axilar 
média inicia-se no ápice da axila. Na região posterior, a linha vertebral se 
superpõe aos processos espinhosos das vértebras. A linha escapular é traçada 
do ângulo inferior da escápula. 
Iniciando-se a inspeção: A inspeção do sistema respiratório pode ser estática 
ou dinâmica. Inicie pela avaliação estática, observando a expressão facial da 
pessoa, identificando sinais de sofrimento e angústia; cianose nasal e a postura 
adotada. Verifique e descreva lesões de pele, circulação colateral ou edema, 
abaulamentos ou retrações fixas ou presença de tumorações. 
Haiza Vasconcelos 
 
Observe a forma do tórax se brevelíneos o diâmetro anteroposterior é maior 
que o vertical, se longilíneos o diâmetro vertical maior que o anteroposterior 
(esses formatos não representam doença); os tipos de tórax são: Tórax em 
tonel ou barril comum em idosos e pacientes com enfisema pulmonar, Tórax 
infundibuliforme ou Pectus Excavatus, Tórax cariniforme (em quilha/ peito de 
pombo), Tórax cifótico com curvamento posterior da coluna torácica, Tórax 
escoliótico (anomalia congênita), Tórax cifoescoliótico e Tórax em sino. 
Deve-se observar abaulamentos e as depressões podem localizar-se em 
qualquer região do tórax e indicam alguma lesão que aumentou ou reduziu 
uma das estruturas da parede ou de órgãos intratorácicos. 
Na inspeção dinâmica, uma série de informações é identificada: Tipo 
respiratório, Ritmo, Frequência respiratória, Amplitude dos movimentos 
respiratórios, Presença ou não de tiragem e Expansibilidade dos pulmões. 
Tipo respiratório: 
Para o reconhecimento do tipo respiratório, observa-se a movimentação do 
tórax e do abdome, com o objetivo de reconhecer em que regiões os 
movimentos são mais amplos; observam-se dois tipos de respiração: costal 
superior (observada principalmente no sexo feminino, deve-se ao predomínio 
da ação dos músculos escaleno e esternocleidomastóideo), e toracoabdominal 
(predominante no sexo masculino e predominantemente diafragmática). 
Ritmo respiratório: Para a análise do ritmo da respiração, é necessário 
observar durante, no mínimo, dois minutos a sequência, a forma e a amplitude 
das incursões respiratórias. Alterações na sequência, na forma ou na amplitude 
dos movimentos respiratórios ocasionam os ritmos respiratórios anormais, são 
elas: 
 Respiração dispneica: Caracteriza-se pela sucessão regular de movimentos 
respiratórios amplos e quase sempre desconfortáveis para o paciente. 
 Platipneia: é a dificuldade para respirar em posição ereta 
 Ortopneia: é a dificuldade para respirar mesmo na posição deitada 
 Trepopneia: é a condição na qual o paciente se sente mais confortável para 
respirar em decúbito lateral 
 Respiração de CheyneStokes: também chamada dispneia periódica, o 
paciente apresenta, de modo cíclico, incursões respiratórias que vão se 
tornando cada vez mais profundas até atingirem uma amplitude máxima; neste 
momento, os movimentos começam a diminuir gradativamente, podendo 
ocorrer apneia; se isso acontece, o paciente permanece sem respirar alguns 
segundos, ao fim dos quais repete-se a mesma sequência. 
 Respiração de Biot: caracteriza-se pela ocorrência de períodos de apneia 
que interrompem a sequência das incursões respiratórias. Há também nítidas 
variações na amplitude dos movimentos torácicos, observando-se uma arritmia 
respiratória. 
 Respiração de Kussmaul: a principal característica deste ritmo respiratório 
são as amplas e rápidas inspirações interrompidas por curtos períodos de 
apneia após as quais ocorrem expirações profundas e ruidosas, que, por sua 
vez, são sucedidas por pequenas pausas de apneia. 
 Respiração suspirosa: é aquela na qual, vez por outra, interrompendo a 
sequência regular das incursões respiratórias, surge uma inspiração mais 
profunda seguida de uma expiração mais demorada. 
Amplitude da respiração: Ao observar os movimentos respiratórios pode-se 
Haiza Vasconcelos 
 
reconhecer aumento ou redução da amplitude, falando-se, então, em 
respiração profunda e respiração superficial, respectivamente. 
 
Frequência Respiratória: 
Valores normais: Menos de 1 ano 30 a 60 irpm 
 De 1 a 3 anos 24 a 60 irpm 
 4 a 5 anos 22 a 34 irpm 
 6 a 12 anos 18 a 30 irpm 
 13 a 18 anos 12 a 16 irpm 
 Adultos 16 a 20 irpm 
 De acordo com o esforço para ventilar os pulmões e a sua frequência, a 
respiração pode se apresentar como: Eupneia: respiração sem esforço, com 
FR dentro dos parâmetros normais para a idade; Apneia: pausa respiratória 
com mais de 10 segundos de duração, em média; Taquipneia: aumento da FR, 
que pode ser fisiológica, como no exercício físico, ou não; Bradipneia: 
diminuição da FR, que também pode ser fisiológica, como durante o sono; 
Ortopneia: dispneia de decúbito, que melhora na posição ortostática. 
Tiragem ou retração inspiratória: corresponde a contração e retração 
musculares aumentadas, em decorrência da excessiva pressão negativa no 
interior da caixa torácica quando há um obstáculo na via respiratória 
dificultando ou impedindo a penetração do ar e a expansão pulmonar. 
Palpação: Durante a palpação, investigam-se três parâmetros: estrutura da 
parede torácica, expansibilidade ou mobilidade e frêmito toracovocal. 
 Estrutura da parede torácica: A parede torácica inclui a pele, o tecido celular 
subcutâneo, os músculos, as cartilagens e os ossos 
 Expansibilidade ou mobilidade: Avaliam-se separadamente a expansibilidade 
dos ápices e adas bases, utilizando manobras semiológicas específicas. Para 
avaliar a expansibilidade dos ápices, o examinador se posiciona atrás do 
paciente, pousando ambas as mãos sobre as regiões que correspondem aos 
ápices pulmonares, de tal modo que os polegares se toquem levemente, em 
ângulo quase reto, no nível da vértebra proeminente. Os demais dedos do 
examinador, justapostos e semifletidos, exercem leve pressão sobre o tórax. 
Solicita-se, então, ao paciente que respire mais fundo, e, enquanto isso, o 
examinador observa a movimentação de suas mãos. Não é difícil reconhecer 
diminuição ou ausência da mobilidade, de um ou de ambos os ápices 
pulmonares. Isso ocorre nas pneumonias, no pneumotórax e nas pleurites. 
Na avaliação da expansibilidade das bases, o examinador continua 
posicionado atrás do paciente, de pé ou sentado, seus polegares devem estar 
próximos ou mesmo juntos na altura das apófises espinhosas da 9ª ou 10ª 
vértebra torácica, enquanto a palma da mão e a face ventral dos dedos, 
estendidos e justapostos, devem abarcar o máximo da área correspondente às 
bases pulmonares. É conveniente que os dedos estejam bem aderidos à 
parede torácica de tal modo que a movimentação dessa região leve consigo a 
mão do examinador. Analisa-se a mobilidade das bases pulmonares durante a 
respiração tranquila e também após algumas incursões respiratórias profundas. 
A amplitude da movimentação das mãos do examinador indica o grau de 
expansibilidade dos lobos inferiores dos pulmões. 
Frêmito toracovocal: As vibrações percebidas na parede torácica pela mão do 
examinador quando o paciente emite algum som. Solicite ao paciente falar 33 e 
compare as regiões homólogas. 
Haiza Vasconcelos 
 
 
Percussão: Para a percussão das faces anterior e laterais, o paciente pode 
estar sentado ou deitado. Já a percussão da face posterior é possível apenas 
quando o paciente está sentado. Quando se percutem as faces laterais, o 
paciente deve colocar suas mãos na cabeça. A percussão do tórax deve 
obedecer a um roteiro preestabelecido. Convém inicia-la pela face anterior, 
indo de cima para baixo e golpeando, ora de um lado, ora de outro, em pontos 
simétricos. Passa-se em seguida às regiões laterais. Conclui-se o exame com 
a percussão da face posterior. 
 
Ausculta: O paciente sentado, tórax totalmente ou parcialmente descoberto, 
deve-se solicitar ao paciente que respire mais profundamente com os lábios 
entreabertos. (Caso o paciente não consiga sentar: decúbito dorsal e lateral). 
Sons normais 
 Som traqueal: de caráter tubular, auscultado nas duas fases do ciclo 
respiratório, à altura da traqueia; mais intenso na expiração; 
 Respiração brônquica: som traqueal audível na zona de projeção de 
brônquios de maior calibre, na face; anterior do tórax, nas proximidades do 
esterno 
 Murmúrio vesicular Os ruídos respiratórios ouvidos na maior parte do tórax 
são produzidos pela turbulência do ar circulante ao chocar-se contra as 
saliências das bifurcações brônquicas, ao passar por cavidades de tamanhos 
diferentes, tais como bronquíolos para os alvéolos e vice-versa; 
 Respiração broncovesicular: somam-se as características da respiração 
brônquica com as do murmúrio vesicular. 
 
Sons anormais 
 Descontínuos: estertores finos (ocorrem no final da inspiração, têm frequência 
alta – ou seja, são agudos – e duração curta; e grossos (têm frequência menor 
e duração maior que os finos; 
 Contínuos: roncos (são constituídos por sons graves, portanto, de baixa 
frequência), sibilos (sons agudos de alta frequência) e estridor (é um ruído 
basicamente inspiratório produzido pela obstrução da laringe ou da traqueia); 
 De origem pleural: atrito pleural (Em condições normais, os folhetos visceral e 
parietal da pleura deslizam um sobre o outro durante os movimentos 
respiratórios sem produzir qualquer ruído. Nos casos de pleurite, por se 
recobrirem de exsudato, passam a produzir um ruído irregular, descontínuo, 
mais intenso na inspiração, com frequência comparado ao ranger de couro 
atritado. 
 
Ausculta da voz 
Para completar o exame físico dos pulmões, ausculta-se a voz falada e a voz 
cochichada. Para isso, o paciente vai falando “trinta e três”, enquanto o 
examinador percorre o tórax com o receptor do estetoscópio, comparando 
regiões homólogas. Em condições normais, não se distinguem as sílabas. A 
ressonância vocal é mais intensa no ápice do pulmão direito, nas regiões 
interescapulovertebrais e esternal superior, é semelhante à respiração 
broncovesicular e costuma ser mais forte em homens do que em mulheres e 
crianças.

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