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Distribuição da Ventilação

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Laísa Dinelli Schiaveto 
 
 
Distribuição da Ventilação 
GRADIENTE DE PRESSÃO PLEURAL 
A distribuição da ventilação NÃO é uniforme 
nos pulmões! 
Experimento: Um indivíduo em ortostase respirou um 
gás radioativo (xenônio) na frente de um colimador e 
foi observado que a base pulmonar recebeu muita 
radioatividade (alta ventilação), no entanto o ápice 
pulmonar recebeu radioatividade nula (não ventilou). 
Isto evidenciou que a distribuição da ventilação não é 
uniforme, uma vez que a base pulmonar recebe mais 
ar que o ápice. 
 
As três razões para a ventilação ser desigual são: 
1. O pulmão é fixo apenas pelo hilo pulmonar, tendo 
a base “solta”; 
2. Os capilares pleurais têm alta taxa de reabsorção, 
promovendo a gênese da pressão pleural negativa 
(sub-atmosférica); 
3. O líquido pleural se desloca para a região de menor 
energia potencial, a base pulmonar (em 
ortostase), deixando a pressão pleural na base 
pouco negativa, mas a pressão no ápice muito 
negativa à Gradiente de Pressão Pleural. 
A pressão pleural no ápice pulmonar (em ortostase) é 
bem negativa, ao redor de -8 cmH2O, e vai havendo 
uma redução da negatividade, em relação à pressão 
atmosférica, em direção à base pulmonar; Na parte 
intermediária, é cerca de -4 a -5 cmH2O; E, na base 
pulmonar, é cerca de apenas -2 cmH2O à Este 
gradiente de pressão pleural promove alterações nos 
diâmetros alveolares. 
 
Os alvéolos pulmonares estão submetidos à pressão 
pleural, sendo esta uma força que tende a abri-los. 
Se a pressão pleural no ápice é muito negativa, os 
alvéolos ficam com diâmetro maiores (dilatados) e, à 
medida que se desloca do ápice para a base, como a 
pressão pleural vai se tornando pouco negativa, o 
diâmetro alveolar vai diminuindo, sendo que os 
alvéolos da base pulmonar são os que apresentam 
menor diâmetro à Ou seja, em ortostase, os alvéolos 
do ápice estão muito dilatados e os da base estão 
pouco dilatados. 
Os alvéolos pulmonares do ápice, por estarem 
dilatados, pressionam e colabam os capilares, 
reduzindo ou anulando a perfusão sanguínea. Os 
alvéolos pulmonares da região intermediária 
apresentam um diâmetro (e pressão) muito próximo 
à pressão dos capilares, então a perfusão sanguínea 
nesta região é irregular (instabilidade 
hemodinâmica). Por fim, os alvéolos pulmonares da 
base, por estarem pouco dilatados, não colabam os 
capilares pulmonares, permitindo uma perfusão 
sanguínea livre e elevada. à Sendo assim, conclui-se 
que a perfusão sanguínea no ápice pulmonar é baixa 
ou nula, na região intermediaria é intermitente e na 
base é muito elevada. 
Obs: Durante a diástole, a pressão nos alvéolos é 
maior; enquanto na sístole, é menor; isto é o que 
permite a hematose. 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
 
ZONAS DE WEST 
Em função do gradiente de pressão pleural, diâmetro 
dos alvéolos, ventilação pulmonar, perfusão 
sanguínea e áreas de hematose, o fisiologista John B. 
West, dividiu o pulmão em 3 áreas distintas: 
Zona I de West: região do ápice (em ortostase), que 
corresponde à 1/4 do pulmão, onde a pressão pleural 
é bem negativa, os alvéolos estão dilatados, a 
ventilação e a perfusão são comprometidas e, assim, 
não há hematose à região do Espaço Morto 
Fisiológico (EMF). 
Zona II de West: região intermediária, onde a pressão 
alveolar e pressão sanguínea são muito próximas; 
durante a sístole cardíaca, a pressão sanguínea supera 
a alveolar e há perfusão intermitente; já, na diástole, 
a pressão alveolar é maior e estrangula o capilar; 
sendo assim, trata-se de uma região de instabilidade 
hemodinâmica. 
Zona III de West: região da base, onda há adequada 
ventilação e perfusão e, assim, alta hematose, sendo, 
portanto, uma região altamente funcional. 
ZONAS DE WEST NO REPOUSO 
 
ZONAS DE WEST NO EXERCÍCIO 
 
à Durante a respiração forçada (no exercício), ocorre 
a redução das Zonas I e II e, consequentemente, 
aumento da Zona III. A quantidade que aumenta é 
variável de indivíduo para indivíduo, mas a pressão 
parcial de oxigênio (pO2) e pressão parcial de dióxido 
de carbono (pCO2) permanecem as mesmas. Além 
disso, há aumento da eficiência respiratória e 
aumento da área de hematose. 
Obs: A pressão parcial não altera, pois permite que o 
indivíduo ventile menos para chegar a uma mesma 
eficiência, uma vez que aumenta a área de hematose. 
Obs: Caso o exercício seja interrompido, as zonas 
voltam ao local de origem e volta a ter apenas a força 
de recolhimento estático pulmonar (visto que, 
durante o exercício, há também a ação de músculos 
expiratórios). 
ESPAÇO MORTO FISIOLÓGICO (EMF) 
É a região do pulmão (ápice, estando o indivíduo em 
ortostase) onde, apesar de existir alvéolos e capilares, 
não há hematose, uma vez que (1) os alvéolos não 
ventilam devido à pressão pleural muito negativa e (2) 
não há perfusão, pois os alvéolos dilatados colabam 
os capilares. No repouso, representa cerca de 25% da 
área pulmonar; enquanto, no exercício intenso 
(respiração forçada), reduz para 5 a 15%. 
Obs: O EMF reduz, durante o exercício intenso, pois 
ocorre o aumento da área pulmonar para hematose 
(Zona III de West). 
O indutor do EMF é o deslocamento do líquido pleural 
para a região mais baixa do pulmão, sob ação da 
gravidade. Isso traz, como consequência, uma 
pressão pleural mais negativa na parte mais alta do 
pulmão, a qual promove uma dilatação alveolar, 
levando ao colabamento capilar e não havendo, nesta 
região mais alta em relação à gravidade, hematose e, 
portanto, sendo uma região de EMF. 
Portanto, a região de EMF será sempre a região mais 
alta do pulmão, em relação a gravidade. Nesse 
sentindo: 
• Posição ortostática: ápice pulmonar (Zona I); 
• Posição invertida: base pulmonar (Zona III); 
• Deitado em decúbito dorsal: parte anterior 
pulmonar; 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
 
• Deitado em decúbito ventral: parte posterior 
pulmonar; 
• Durante voo orbital: não haverá região de EMF, 
uma vez que a distribuição da ventilação será 
uniforme, pois não há ação da gravidade. 
Equivalente Respiratório de Oxigênio (Eq. VO2) 
Em uma ergoespirometria, existe um parâmetro que 
reflete a eficiência da captação de oxigênio (O2) pelos 
pulmões – Equivalente Respiratório de Oxigênio 
(Eq. VO2). 
Eq. VO2 = V/VO2 
Representa quantos litros de ar deve ser ventilado 
para se ter a extração de 1 litro de oxigênio. Este 
parâmetro também reflete o tamanho do EMF. 
No exercício incremental, por exemplo em uma 
esteira, devido à redução da área de EMF, o voluntário 
pode proporcionalmente ventilar menor volume de ar 
para ter o mesmo valor do VO2 (1 litro). Exemplo: 
 
* Exercício na intensidade acima do limiar anaeróbico. 
- Eq.VO2 decaí conforme o aumento da 
intensidade; isso ocorre porque a área de 
hematose é maior e há participação da 
musculatura expiratória; 
- V aumenta muito no exercício intenso, porque ele 
precisa eliminar o excesso de CO2 e equilibrar o 
pH, o que causa uma leve perda da eficiência, o que 
é demonstrado no aumento de 19 para 28 do 
Eq.VO2. 
CONCLUSÃO 
EM FUNÇÃO DA AÇÃO DA GRAVIDADE, NÃO 
APRESENTAMOS HEMATOSE DE MANEIRA 
IGUAL EM TODA ÁREA PULMONAR.

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