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Leiomioma Uterino - Aula 4 Histopatologia definição · Tumores pélvico sólidos · O processo proliferativo é voltado nos leiomiócitos, que são células musculares lisas · Termo mais empregado atualmente Mioma uterino. · São caracterizados como neoplasia benignas, devido a sua baixa taxa proliferativa e seu grau de diferenciação celular é alto, apresentando uma apresentação histológica muito semelhante à sua célula precursora. Como a taxa proliferativa é baixa, é muito difícil encontrar área de degenerações. Além de que, tem uma boa delimitação e um aspecto a nível macro, bastante homogêneo. · Bordas bem delimitadas · Aspecto na superfície de corte homogêneo · Esses aspectos indicam que o tumor traz uma população harmoniosa · Normalmente envolve uma pseudoencapsulação que delimita bem do tecido normal. fatores de risco: · Idade: A idade média do diagnóstico do mioma é de 40 anos. Contudo, em função das alterações hormonais que ocorrem nesse período, não se sabe se esse é o momento de maior taxa de formação de miomas ou de maior crescimento da doença. · A incidência aumenta com a idade até cerca dos 50 anos. · Hormônios Endógenos: · Menarca Precoce: Estudos demonstraram que pacientes com menarca precoce (< 10 anos de idade) apresentam maior risco de desenvolver fibromas (risco relativo [RR] 1,24) ao contrário das pacientes com menarca tardia (> 16 anos), nas quais essa característica parece ser um fator protetor (RR 0,68) na formação dos miomas. · Maior número de anos em exposição ao estrogênio. · Mulheres negras. Assim, os miomas são 2-3 vezes mais frequentes, ocorrem mais precocemente, são mais numerosos e sintomáticos na raça negra · alguns estudos mostram diferenças, quer nos níveis de estrogénios circulantes nas duas raças, quer no metabolismo dos estrogénios. · esse grupo tem 2,9 vezes mais chances de desenvolver miomas, quando comparadas a mulheres caucasianas. · Obesidade: Embora seja ainda controverso, mulheres com o IMC (índice de massa corporal) aumentado parecem ter 2-3 vezes maior incidência de miomas; o risco associa-se positivamente ao ganho de peso a partir dos 18 anos de idade, mas apenas em mulheres não nulípara · Na gordura ocorre a produção de hormônios estrogênicos, de modo que mulheres obesas têm a produção de andrógenos da suprarrenal em estrona aumentados, assim como redução das proteínas carreadoras de hormônios sexuais. Isso resulta em aumento na circulação de estrógenos biologicamente ativos, o que explicaria o aumento na prevalência e maior a taxa de crescimento de miomas em mulheres obesas · A história familiar de miomatose é outro importante fator de risco. Parentes de primeiro grau de mulheres com mioma têm risco de 2,5 vezes maior de desenvolver a doença, quando comparadas à população geral. · Pesquisas demonstraram que mulheres com casos de mioma na família, tem até duas parentes de primeiro grau, apresentaram alta incidência de expressão do VEGF-α, fator relacionado com o crescimento dos miomas, se comparadas a mulheres com mioma sem histórico familiar da doença. · Dieta questionável · A relação da alimentação com o risco de mioma é um tema controverso. Uma pesquisa avaliando alguns alimentos usados na dieta da população norte-americana demonstrou que o maior consumo de carne vermelha e presunto foi associado a risco aumentado para miomas, enquanto o maior consumo de legumes da cor verde foi considerado fator protetor. · Lesão tecidual: A lesão celular do miométrio é um possível fator relacionado com a formação do mioma e, consequentemente, fatores como hipoxia, infecções e agentes agressores seriam também considerados fatores de risco. · Nuliparidade Fatores protetores: · Exercícios: O menor índice de massa corporal e, consequentemente, reduzida conversão de andrógenos e estrógenos constituem a provável causa de os exercícios serem fatores protetores. Uma pesquisa realizada em atletas observou redução de 40% na prevalência de miomas nesse grupo, quando comparadas a não atletas · Tabagismo: A redução da bioatividade do estrógeno é o motivo desse efeito, pois a nicotina reduz a conversão de andrógenos em estrógenos pela inibição das aromatases, estimula a produção das proteínas carreadoras dos hormônios sexuais e ainda diminui a atividade da 2-hidroxilação dos estrógenos. · Paridade: Acredita-se que a paridade diminua a incidência dos miomas. Durante a gestação ocorrem alterações no miométrio que também afetam os miomas. · Entretanto, no pós-parto ocorre um apoptose das células miometriais, além da regressão dos vasos sanguíneos uterinos, o que resulta em involução dos miomas (remodelação do útero) teorias sustentadas: As células que compõem essa neoplasma apresentam uma interação mais elevada com os hormônios esteroidais (estrógenos e progestágeno), são bastante atuantes na dinâmica de multiplicação dessa nova população. Temos uma intensidade de respostas a esses fatores de crescimento: Eles e a citocina estão por trás da construção do microambiente que permite a proliferação da nova população através de mutações somáticas. · IGF · TGF-B · PDGF · FGF períodos que corroboram para constatação da sua responsividade hormonal · Gestação: A mulher que já tem a presença do mioma durante o período gestacional culmina no aumento do volume devido a influência dos hormônios. · Menopausa: No período pós-menopausa teríamos a involução do mioma, por conta da queda dos hormônios esteroides. É possível analisar o aumento da responsividade para os hormônios ovarianos por meio da biopsia: Lembrando que o mioma por ser um tumor é dotado de uma celularidade aumentada é possível analisar isso pela contagem dos núcleos frente a impregnação tintorial. Conseguimos analisar a presença de receptores de estrogênio, e a positividade a essa influência. Quando esse nódulo é submetido a averiguação da sua responsividade ao estrogênio conseguimos visualizar a demarcação, a afinidade pela impregnação frente a uma análise imunoistoquímica. qual faixa etária mais atingida ? · Lembrar sempre da grande influência hormonal. Por tanto após a menarca temos a possibilidade de surgimento desse tumor. · A faixa etária mais atingida é de 35/40/45 anos com a incidência aumentando até os 50 anos. diversidade de tamanho dos nódulos em uma mesma mulher: · Por serem de origem monoclonal, ocorrendo as mutações somáticas que são distintas, os nódulos vão ter uma atuação diferente entre eles. Em relação a isso, teremos os receptores de membrana que podem ser diferentes entre eles, por exemplo, em um nódulo podemos ter uma grande quantidade de receptores de hormônios e uma mínima influência podem causar proliferação e um nódulo mais expresso com relação a volume. constituição histológica dos miomas: O mioma é constituído por tecido muscular liso, e tecido conjuntivo. Devido a alteração do microambiente (alterações químicas) frente a formação do mioma, podemos ter o aumento da produção de fatores de crescimento autócrina ou parácrina que podem estimular a proliferação de tecido conjuntivo. Podemos ter variações quanto ao aspecto macroscópico: · Consistência mais macia · Consistência firme · Consistência mais endurecida A consistência macroscópica revela sua composição histológica, de acordo com a sobreposição de músculo e tecido fibroso. classificação dos miomas de acordo com a localização: Subseroso: Os subserosos situam-se imediatamente abaixo da serosa e podem estar ligados ao corpo uterino por uma base larga ou estreita. Seu crescimento está́ orientado para o exterior. · Quando estão presos apenas por uma haste ao seu miométrio progenitor, são chamados leiomiomas pediculados. · Parasíticos: Variantes subserosas (por ser o mais externo) que se prendem às estruturas pélvicas próximas, a partir das quais recebem suporte vascular, podendo ou não se soltar do miométrio progenitor. · Consegue induzir a produção de tecido conjuntivo e se aderir as estruturas adjacentes · E através do grau de vascularização, pode ser otimizada a sua soltura e transferência para outro sítio. · Se aproveitados microvassos preexistentes, buscando uma maior nutrição. Intramurais: Intramurais encontram-se predominantemente na espessura do miométrio, podendo distorcer a cavidade uterina ou o contorno exterior do útero. Submucoso: Os miomas submucosos localizados imediatamente abaixo do endométrio também se podem ligar ao restante útero por uma base larga ou estreita. · Na avaliação para ressecção endoscópica, os leiomiomas submucosos ainda são classificados em função da profundidade do envolvimento: tipo 0, se a massa estiver totalmente localizada dentro da cavidade uterina; tipo I, se menos de 50% estiverem localizados dentro da cavidade uterina; e tipo II, quando mais de 50% da massa estiverem circundados por miométrio. · A depender do tamanho, podemos ter o “mioma parido”, consegue externar pelo canal vaginal, a depender do tamanho. Mioma cervical: Localizado na cérvice uterina. · Não é muito comum e pode compactar a cérvice uterina. quadro clínico: Bastante amplo, estando associado ao local, tamanho e quantidade de miomas. Podendo incluir queixas devido a compressão de órgãos vizinhos, e não uma queixa centrada apenas na alteração histológica do útero em si. Proporcional a quantidade, volume, e área de inserção. · Sangramento em excesso durante o período menstrual. · Hipermenorréia · Polimenorreia · Menorragia · Metrorragia sangramento fora da menstruação · Dor pélvica · Ligado a compressão física · Instabilidade quanto a composição histológica · Aumento do volume abdominal · Infertilidade · Não consegue evoluir com a gestação · Competição por espaço achados macroscópicos em um nódulo miomatoso: · Formato · Varia, mas normalmente é de esférico a ovalado · Consistência · Variável de acordo com a consistência histológica, proporção entre tecido muscular e conjuntivo · Consistência macia · Elástica firme · Áreas pétreas · Aspecto · Fasciculado Notável o plano de orientação das fibras. Garante o alto grau de diferenciação celular e tecidual. · Coloração: · Oscila de esbranquiçado a pardo, ou róseo · Tamanho · Extremamente variável · Degeneração tecidual · Não é um achado convencional, mas pode acontecer · Cautela, para analisar se de fato é uma neoplasia benigna. degenerações teciduais Hemorragia: · Pode ocorrer uma força de tração contra os microvassos, ou neoformados ou precedentes do sítio que se dilaceram e geram esse quadro hemorrágico. · Em especial os neoformados que nem sempre a uma estrutura efetiva, deixando-os mais frágeis. Hialinização: · Presença de um tecido fibroso de forma destacada, quanto mais fibras colagênicas, maior o aspecto hialinizado. · Caracterizada pela sobreposição de tecido fibroso. Degeneração Mixóide: que pode evoluir para formação de espaços císticos. · Em algumas áreas do nódulo podemos ter um crescimento expressivo que pode gerar regiões de destruição estimulando o tecido conjuntivo em especial a MEC a sobrepor, dentre esses componentes da MEC teremos: proteoglicanos, glicosaminoglicanos com uma retenção hídrica que possibilita formação dentro desses nódulos de formações císticas. · Embaralha a composição histológica porque teremos: músculo, tecido conjuntivo e tecido diluído. Necrose: · Geralmente guiada por um infarto esplênico teremos essa morte celular, por falência de obtenção energética. · Desfaz devido ao conteúdo lítico algumas áreas que antes de uma consistência mais rígida passando a ter uma consistência mais amolecida · Há mudança de cor, frente a esse processo de degeneração celular. Calcificação: · Evento que pode estar relacionada após a necrose, quando não uma depuração tecidual bem efetivada, há resquícios de fosfolipídios de membrana celular que tem ação de trofismo com o cálcio. Gerando por tanto áreas de depósito de cálcio, que configuram uma consistência pétrea. Apresenta consistência mais amolecida. Fica amarelado e bem endurecido Áreas de infarto hemorrágico: que pode trazer áreas infartadas ou pontos infartados. Os infartos são comuns desses pediculados subserosos, quando eles são gigantes eles vão sofrer influência rotacional, pode haver torção desses pedículos, ocasionando o infarto. O infarto é demarcado com conteúdo hemático nesse nódulo. Aspecto mixóide. Alternância de composição histológica. Presença de conteúdo líquido. leiomiomatose uterina: O sufixo ose denota uma multiplicidade de nodulações em um único útero. · Podem ser incontáveis, histologicamente benignos · Pelo grau de proximidade podem ser convergentes, confluem e ocupam toda a espessura do miométrio, aumentando difusamente o corpo uterino. · Gera distorção do útero. Constituição histológica do miométrio Normal: Tem um padrão de organização frente a fibras musculares A fibras musculares por serem dotadas de leiomiócitos, tem um citoplasma homogêneo O núcleo é alongado Presença de tecido conjuntivo (e fibroblastos) que capacita a passagem dos microvasos sanguíneos Alterações histológicas microscópicas encontradas nos leiomiomas: Recorte da fácil enucleação do nódulo miomatoso Inclusive é possível ver a formação de uma pseudocapsula que delimita externamente esse nódulo. · Leve desorientação das fibras musculares, mas ainda assim com um alto grau de diferenciação citológica (núcleos achatados, citoplasma acompanhando esse formato). · O que confirma a benignidade do tumor é a ausência de degenerações e figuras mitóticas. · É possível analisar a celularidade aumentada, uma leve organização frente a disposição das fibras musculares, mas um alto grau de diferenciação celular. · Ou seja, tudo fluindo para benignidade. padrões histomorfológico dos miomas uterinos: “existem vários tipos de miomas” Típico ou usual: · Celular tem uma celularidade aumenta Para ter uma celularidade aumentada, iremos encontrar figuras de mitose. Para ter essa denominação precisamos encontrar: · Contagem mitótica inferior a 5/10 por campo · Não apresenta necrose tumoral. · Miticamente ativo: Aumenta o número de figuras de mitose. · Não tem atipias celulares · Não tem necrose tumoral · Pode apresentar com até 20/10 campos com mitose. · Atípico/Simplástico: · Células gigantes, bizarras, pleomórficas que não lembram os leiomiócitos. · Não há mitoses. Ainda assim está inerte. · Não há áreas de degenerações Mixóide: Vascular: · Apresentam coloração vermelha por conta da vascularização concedida pelo tumor. Schwannóide: Lipoleiomioma: · Comum · Contém adipócitos maduros, uniloculares juntos às células musculares · Contém uma área amarela gordurosa · Consistência macia · Etiopatogenia: · Degenerescência lipomatosa das células musculares lisas, ou seja, a partir da degeneração das células musculares lisas há formação desses adipócitos. · A partir de células adiposas embrionárias ou células mesenquimatosas ectópicas. Epitelióide: · Não é verdadeiramente epitelial · Aqui os leiomiócitos estão dispostos de uma maneira diferente não são alongados. São redondas ou poligonais. itens que sugerem malignidade: · Atipias celulares · Necrose · Contagem mitótica avaliada em 10 por campo · Figuras de mitose atípicas Lemiossarcoma uterino: · Multiplicação celular que traz à tona um crescimento que se torna infiltrativo/invasivo · Não existe precisão das bordas do tumor · Deformidade no útero · Várias áreas de degeneração teciduais células malignas produzem enzimas proteolíticas que tem poder de destruir as barreiras histológicas que dificultem o seu crescimento continuado. · Áreas de necrose · Áreas de hemorragia antigas histologicamente: · É possível ver pleomorfismo · Anaplasia · Perda de polaridade · Hipercromasia nuclear Tudo isso caracteriza um ninho celular agressivo, heterogêneo. · Perceptíveis áreas de necrose causada pela liberação de enzimas líticas pelas células malignas e infarto da população maligna que não consegue manter o suprimento. Áreas de necrose coagulativa. Lembrar que geralmente a necrose acontecedo centro para margem, o suprimento é incapacitante, devido a grande quantidade de células. · Células pleomórficas, de tamanhos diversificados, diminutas. · Desconstrução na arquitetura, Anaplasia. · Avulsividade das células devido a autonomia de crescimento