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Terceira à oitava semana do desenvolvimento humano

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Terceira semana do 
desenvolvimento humano 
Histologia 
• O rápido desenvolvimento do embrião a partir do 
disco embrionário trilaminar durante a terceira 
semana é caracterizado por: aparecimento da linha 
primitiva; desenvolvimento da notocorda; 
diferenciação das 3 camadas germinativas 
 
Gastrulação: 
• É o processo pelo qual as 3 camadas germinativas 
são estabelecidos nos embriões. O disco embrionário 
bilaminar é convertido em um disco trilaminar 
• É o início da morfogênese (desenvolvimento da 
forma do corpo) 
• O embrião é referido como gástrula 
 
Linha Primitiva: 
• A linha primitiva é formada na superfície do epiblasto 
do disco embrionário bilaminar; resulta da 
proliferação e movimento de cells do epiblasto para 
o plano mediano do disco 
• Com seu aparecimento, é possível identificar o eixo 
craniocaudal, extremidades cranial e caudal, 
superfícies dorsal e ventral do embrião 
• Conforme a linha se alonga, sua extremidade caudal 
prolifera para formar o nó primitivo; simultaneamente 
o sulco primitivo se forma e é contínuo com uma 
pequena depressão no nó, a fosseta primitiva, e eles 
resultam da invaginação de cells epiblásticas 
• Células do epiblasto e da linha primitiva deslocam o 
hipoblasto, formando o endoderma embrionário; 
células remanescentes do epiblasto formam o 
ectoderma embrionário 
• Depois, ocorre a formação do mesênquima 
(formado por cells da linha primitiva), tecido 
embrionário que forma tecidos de sustentação do 
embrião; uma parte sua forma o mesoblasto 
(mesoderma indiferenciado), que forma o 
mesoderma intraembrionário (fica entre o antigo 
hipoblasto e cells do epiblasto) 
• Células do mesoderma migram para bordas do disco 
embrionário, onde se unem ao mesoderma 
extraembrionário que reveste o âmnio e a vesícula 
umbilical 
• Células mesenquimais (pluripotentes) se diferenciam 
em diversos tipos celulares (fibroblastos, 
condroblastos e osteoblastos, por ex.). Ou seja, 
células do epiblasto dão origem as 3 camadas 
germinativas do embrião 
• Depois do início da 4 semana a produção do 
mesoderma desacelera. A linha primitiva sofre 
degeneração e desaparece no final da 4 semana 
 
Processo notocordal e notocorda: 
• No início da 3ª semana, células mesenquimais da linha 
primitiva migram formando um cordão celular 
mediano, o processo notocordal. Ele logo adquire um 
lúmen, o canal notocordal. Esse processo cresce 
entre o ectoderma e o endoderma, se estendendo 
do nó primitivo até a placa pré-cordal (área circular 
de cells endodérmicas no qual ectoderma e 
endoderma se fundem) 
• O mesoderma pré-cordal tem origem na crista 
neural (fica na notocorda) 
• A placa pré-cordal dá origem ao endoderma da 
membrana bucofaríngea, localizada no futuro local da 
cavidade oral 
• Células mesenquimais da linha primitiva são contínuas 
com o mesoderma extraembrionário que reveste o 
âmnio e a vesícula umbilical. Essas cells migram em 
cada lado do processo notocordal e ao redor da 
placa pré-cordal. Elas se encontram para formar o 
mesoderma cardiogênico na área cardiogênica, na 
qual o primórdio do coração começa a se 
desenvolver no final da 3ª semana 
• Na região caudal à linha primitiva se encontra a 
membrana cloacal, que indica o futuro local do ânus; 
o disco embrionário permanece bilaminar nessa 
região e na membrana bucofaríngea, impedindo a 
migração de cells mesenquimais entre eles 
• Na metade da 3ª semana, o mesoderma 
intraembrionário separa o ectoderma e o 
endoderma em todos os lugares, exceto: na 
membrana bucofaríngea e cloacal, na região do 
processo notocordal 
• O assoalho do processo notocordal se funde com 
endoderma embrionário subjacente; essas camadas 
fundidas se degeneram, e formam aberturas no 
assoalho do processo notocordal, colocando o canal 
notocordal em comunicação com a vesícula umbilical. 
O assoalho do canal notocordal desaparece, e o 
restante do processo notocordal forma a placa 
notocordal. Ela se invagina para formar a notocorda 
• A notocorda: define eixo longitudinal primordial do 
embrião e dá a ele rigidez; fornece sinais 
necessários para o desenvolvimento de estruturas 
musculoesqueléticas axiais e do SNC; contribui para a 
formação de discos intervertebrais entre os corpos 
vertebrais adjacentes 
• O canal notocordal persiste temporariamente como 
canal neuroentérico, formando uma comunicação 
entre a cavidade amniótica e a vesícula umbilical. 
Quando o desenvolvimento da notocorda está 
completo, esse canal normalmente se fecha 
• A notocorda se estende da membrana bucofaríngea 
até o nó primitivo; ela se degenera conforme os 
corpos vertebrais se formam; ela funciona como um 
indutor primário no embrião inicial 
 
Alantoide: 
• Aparece aproximadamente no 16º dia como uma 
evaginação da parede caudal da vesícula umbilical, 
que se estende para o pedículo de conexão 
• Seu mesoderma se expande para baixo do córion e 
forma os vasos sanguíneos que servirão à placenta 
• A porção proximal da saliência do alantoide persiste 
como um cordão, o úraco, que se estende da 
bexiga até a região umbilical (ligamento umbilical 
mediano nos adultos) 
• Os vasos sanguíneos do alantoide tornam-se artérias 
umbilicais 
 
Neurulação (formação do tubo neural): 
• Ela está completa até o final da 4ª semana, quando 
ocorre o fechamento do neuroporo caudal 
• Com o tubo neural fechado, o epiblasto passa a ser 
chamado de ectoderma, e o que era o hipoblasto 
passa a ser chamado de endoderma 
➢ Placa neural e tubo neural: 
• Conforme a notocorda se desenvolve, ela induz o 
ectoderma acima dela a se espessar e formar uma 
placa neural de células epiteliais 
• O neuroectoderma da placa dá origem ao SNC, o 
encéfalo e a medula espinal 
• Conforme a notocorda se alonga, a placa se amplia e 
se estende até a membrana bucofaríngea 
• No 18º dia, a placa se invagina e forma o sulco neural, 
com pregas neurais em ambos os lados, que são o 
primeiro sinal do desenvolvimento do encéfalo 
• Ao final da 3ª semana, as pregas se movem e se 
fusionam, transformando a placa neural em tubo 
neural, o primórdio das vesículas encefálicas e da 
medula espinal; o tubo neural se separa do 
ectoderma superficial assim que as pregas se 
fusionam 
• Células da crista neural sofrem transição de epitelial 
para mesenquimal e migram à medida que as pregas 
se encontram e as margens livres do ectoderma de 
superfície se fundem, de modo que essa camada se 
torna contínua sobre o tubo neural e no dorso do 
embrião; o ectoderma superficial se diferencia na 
epiderme 
➢ Formação da crista neural: 
• À medida que as pregas se fundem para formar o 
tubo, células neuroectodérmicas na margem interna 
de cada prega perdem sua afinidade epitelial e a 
ligação à células vizinhas 
• Células da crista neural formam a crista neural, entre 
o tubo neural e o ectoderma superficial acima 
• A crista se separa em porção direita/esquerda, e se 
deslocam para região dorso-lateral do tubo; nesse 
local dão origem aos gânglios sensoriais dos nervos 
espinhais e cranianos 
• Em seguida, células da crista se movem para dentro 
e sobre a superfície dos somitos 
 
Desenvolvimento dos somitos 
• Células do nó primitivo formam o mesoderma 
paraxial, que possui uma coluna de células contínua 
com o mesoderma intermediário, que se estreita em 
uma camada de mesoderma lateral; o mesoderma 
lateral é contínuo com o mesoderma 
extraembrionário 
• No final da 3ª semana, o mesoderma paraxial (se 
divide em dermátomo, miótomo, esclerotomo) se 
diferencia, se condensa e se divide em somitos, que 
surgem na futura região occipital da cabeça do 
embrião e se desenvolvem craniocaudalmente 
• Os somitos se encontram em cada lado do tubo 
neural; são bem proeminentes durante 4ª e 5ª 
semanas, por isso são utilizados como critério para 
determinação da idade do embrião 
• Os somitos dão origem à maior parte do esqueleto 
axial e à musculatura associada 
• Axônios motores da medula espinal inervam células 
muscularesnos somitos 
 
Desenvolvimento do celoma intraembrionário: 
• Espaços celômicos isolados no mesoderma 
intraembrionário lateral e mesoderma cardiogênico, 
se unem e formam uma única cavidade, o celoma 
intraembrionário (cavidade do corpo do embrião) 
que divide o mesoderma lateral em 2 camadas: 
• Uma camada somática ou parietal, abaixo do epitélio 
ectodérmico, contínuo com mesoderma 
extraembrionário que reveste o âmnio 
• Uma camada esplâncnica ou visceral, adjacente ao 
endoderma, contínuo com mesoderma 
extraembrionário que reveste a vesícula umbilical 
• Mesoderma somático + ectoderma formam a 
parede do corpo do embrião (somatopleura); 
mesoderma esplâncnico + endoderma formam o 
intestino embrionário (esplancnopleura) 
• Durante o 2º mês, esse celoma se divide em 3 
cavidades corporais: cavidade pericárdica, cavidades 
pleurais e cavidade peritoneal 
 
Desenvolvimento inicial do sistema cardiovascular: 
• No final da 2ª semana, a nutrição do embrião advém 
do sangue materno pela difusão através do celoma 
extraembrionário e vesícula umbilical 
• No início da 3ª semana, os vasos sanguíneos 
aparecem primeiro no mesoderma extraembrionário 
da vesícula umbilical, do pedículo de conexão e do 
córion e se desenvolvem no interior do embrião em 
seguida 
• A formação inicial do sistema cardiovascular está 
relacionada com a necessidade por vasos para trazer 
oxigênio e nutrientes para o embrião a partir da 
circulação materna através da placenta; durante 3ª 
semana, se desenvolve circulação uretoplacentária 
primordial 
➢ Vasculogênese e angiogênese: 
• Vasculogênese é a formação de canais vasculares 
pela união de angioblastos (células formadoras de 
vasos); angiogênese é a formação de novos vasos 
pelo brotamento e ramificação de vasos 
preexistentes 
• A formação dos vasos no embrião e membranas 
extraembrionárias (3ª semana) começa quando cells 
mesenquimais se diferenciam em angioblastos 
• Angioblastos se agregam e formam ilhotas 
sanguíneas, associadas à vesícula umbilical ou com 
cordões endoteliais dentro do embrião; eles se 
achatam para formar cells endoteliais que se 
organizam ao redor das cavidades das ilhotas para 
formar o endotélio 
• Essas cavidades revestidas por endotélio se fusionam 
e formam uma rede de canais endoteliais 
(vasculogênese). Vasos se ramificam em áreas 
adjacentes (angiogênese) e se fundem com outros 
vasos; células mesenquimais ao redor dos vasos 
endoteliais primitivos se diferenciam em elementos 
do tec. muscular e conjuntivo da parede dos vasos 
• Células sanguíneas se desenvolvem a partir de cells 
endoteliais especializadas (epitélio hematogênico) dos 
vasos à medida que crescem na vesícula umbilical e 
alantoide (final da 3ª semana); cells sanguíneas 
progenitoras também se originam de cells-tronco 
hematopoiéticas 
• A formação do sangue não começa no embrião até 
a 5ª semana 
➢ Sistema cardiovascular primitivo: 
• O coração e grandes vasos se formam a partir das 
cells mesenquimais na área cardiogênica 
• Os tubos cardíacos endocárdicos se desenvolvem na 
3ª semana e se fusionam para formar o tubo 
cardíaco primitivo; o coração tubular se une aos 
vasos sanguíneos do embrião, do pedículo de 
conexão e da vesícula umbilical para formar o 
sistema cardiovascular primitivo 
• No final da 3ª semana o sangue está circulando e o 
coração começa a bater no 21º ou 22º dia; os 
batimentos cardíacos podem ser detectados ao se 
realizar uma ultrassonografia com Doppler (4ª week) 
 
Desenvolvimento das vilosidades coriônicas: 
• No final da 2ª semana, há o aparecimento de 
vilosidades coriônicas primárias, e após isso elas se 
ramificam; no início da 3ª semana, o mesênquima 
cresce para dentro delas 
• Nesse estágio, (agora) as vilosidades coriônicas 
secundárias, revestem a superfície do saco coriônico 
• Algumas células mesenquimais nas vilosidades se 
diferenciam em capilares e cells sanguíneas; são 
denominadas vilosidades coriônicas terciárias quando 
vasos sanguíneos são visíveis no interior delas 
• Os capilares se fundem para formar redes 
arteriocapilares, que se conectam com o coração do 
embrião através dos vasos que se diferenciam no 
mesênquima do córion e do pedículo de conexão 
• Até o final da 3ª semana, o sangue do embrião 
começa a fluir através dos capilares das vilosidades 
• Oxigênio e nutrientes do sangue materno no espaço 
interviloso se difundem através das paredes das 
vilosidades e entram no sangue do embrião; dióxido 
de carbono e resíduos se difundem do sangue de 
capilares fetais através das vilosidades para o sangue 
materno 
• Simultanemante, células citotrofoblásticas das 
vilosidades proliferam e se estendem através do 
sinciciotrofoblasto, formando uma capa 
citotrofoblástica que gradativamente envolve o saco 
coriônico e o fixa ao endométrio 
• Vilosidades que se prendem aos tecidos maternos 
através dessa capa são as vilosidades coriônicas-
tronco; e as vilosidades que crescem de suas laterais 
são as vilosidades coriônicas ramificadas, e é através 
de suas paredes que ocorre a principal troca de 
material entre o sangue materno e do embrião, elas 
são banhadas por sangue materno do espaço 
interviloso, que é renovado continuamente 
 
Correlações clínicas: 
❖ Sintomas da gravidez: os mais frequentes são 
náusea e vômito (final da 3ª semana); sangramento 
vaginal no período esperado da menstruação pode 
ser decorrente do sangramento da implantação, que 
resulta do extravasamento de sangue para a 
cavidade uterina proveniente das redes lacunares 
rompidas pelo blastocisto implantado 
❖ Teratoma sacrococcígeo: remanescentes da linha 
primitiva podem dar origem a isso. Um teratoma é 
um tipo de tumor das células germinativas que pode 
ser benigno ou maligno. Já que são derivados de 
células pluripotentes da linha primitiva, esses tumores 
contem tecidos das 3 camadas germinativas. 
Teratomas sacrococcígeo são os tumores mais 
comuns em recém-nascidos. Geralmente são 
identificados na ultrassonografia de rotina (pré-natal); 
a maioiria é benigna. Geralmente são removidos 
cirurgicamente; teratoma pré-sacral pode causar 
obstrução intestinal/urinária e a remoção cirúrgica 
pode causar sequelas nesses sistemas 
❖ Restos do tecido notocordal: podem formar tumores 
benignos ou malignos (cordomas); 1/3 dos cordomas 
ocorre na base do crânio e se estende até a 
nasofaringe; eles crescem lentamente e as formas 
malignas se infiltram no osso 
❖ Cistos do alantoide: geralmente encontrados entre os 
vasos umbilicais fetais e podem ser detectados por 
ultrassonografia;. os cistos são geralmente 
assintomáticos até a infância ou adolescência, quando 
podem se tornar infectados e inflamados 
❖ Defeitos congênitos resultantes da neurulação 
anormal: podem provocar defeitos do encéfalo e 
medula espinal; o distúrbio primário (ex: substância 
teratogênica) afeta os destinos celulares, adesão 
celular e mecanismo de fechamento do tubo neural, 
o que resulta na falha da fusão das pregas neurais e 
na formação do tubo neural (defeitos do tubo 
neural) 
❖ Crescimento anormal do trofoblasto: Algumas vezes, 
o embrião morre e as vilosidades terciárias não são 
formadas. Essas vilosidades em degeneração formam 
inchaços císticos, molas hidatiformes, que exibem 
graus variados de proliferação trofoblástica e 
produzem gonadotrofina coriônica humana em 
excesso; algumas molas se desenvolvem após 
aborto espontâneo, outras após partos normais, e 
outras em lesões trofoblásticas malignas 
(coriocarcinomas – raro); coriocarcinomas produzem 
metástases; mecanismos para desenvolvimento das 
molas completas: fecundação de um oócito vazio 
(pronúcleo ausente ou inativo) por um sptz, seguida 
pela duplicação (mola monoespermática); 
fecundação de um oócito vazio por 2 sptz (mola 
diespermática); a maioria é monoespermática e o 
DNA nuclear é paternal; mola hidatiforme parcial 
geralmente resulta de dispermia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quarta à oitava semanado 
desenvolvimento humano 
 
Histologia 
• As principais estruturas internas e externas são 
estabelecidas nesse período. Os tecidos e órgãos se 
formam, a forma do embrião muda e no final fica 
com aparência humana. Uma vez que esses tecidos 
e órgãos estão se diferenciando, a exposição do 
embrião a teratógenos (agentes como drogas e 
vírus, que aumentam a incidência de anomalias 
congênitas) nesse período pode causar grandes 
anomalias congênitas 
 
Fases do desenvolvimento embrionário: 
• 1ª fase: crescimento, que envolve divisão celular e 
produtos celulares 
• 2ª fase: morfogênese, desenvolvimento da forma, 
tamanho, etc de um órgão ou parte do corpo. É 
controlado pela expressão e regulação de genes 
específicos em sequência ordenada. Mudanças no 
destino celular, na forma da célula e no movimento 
celular permite que células interajam entre si durante 
formação de tecidos e órgãos 
• 3ª fase: diferenciação, onde células são organizadas 
em um padrão preciso de tecidos e órgãos capazes 
de executar funções especializadas 
 
Dobramento do embrião: 
• O dobramento do disco embrionário trilaminar plano 
em um embrião cilíndrico ocorre nos planos 
mediano e horizontal e resulta do crescimento rápido 
do embrião 
➢ Plano mediano: 
• O dobramento das extremidades do embrião produz 
as pregas cefálica e caudal que resultam em 
movimentação das regiões cranial e caudal 
ventralmente, enquanto o embrião se alonga 
• Prega cefálica: 
• No início da 4ª semana, as pregas neurais formam o 
primórdio do encéfalo, e ele se projeta dorsalmente 
para a cavidade amniótica. 
• Posteriormente, o prosencéfalo em desenvolvimento 
cresce cranialmente e coloca-se sobre o coração 
em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, o septo 
transverso, o coração primitivo, o celoma pericárdico 
e a membrana bucofaríngea se deslocam para a 
superfície ventral 
• Parte do endoderma da vesícula umbilical é 
incorporado ao embrião como intestino anterior 
(primórdio do esôfago, faringe e sistema respiratório 
inferior), ele fica entre o coração primitivo e o 
prosencéfalo, e a membrana bucofaríngea o separa 
do estomodeu (boca primitiva) 
• O septo transverso se desenvolve no tendão central 
do diafragma, a separação entre cavidade abdominal 
e torácica 
• O celoma embrionário (primórdio da cavidade 
corporal), após o dobramento e formação do celoma 
pericárdico, se comunica amplamente com o celoma 
extraembrionáro 
• Prega caudal: 
• O dobramento da extremidade caudal resulta do 
crescimento do tubo neural (primórdio da medula 
espinal) 
• A medida que o embrião cresce, a eminência caudal 
se projeta sobre a membrana cloacal (futuro ânus) 
• A parte endodérmica é incorporada ao embrião 
como intestino posterior (originará cólon e reto) 
• A parte terminal do intestino posterior dilata para 
formar cloaca: bexiga urinária e reto rudimentares 
• O pedículo de conexão (primórdio do cordão 
umbilical) fica ligado a superfície ventral do embrião, 
e o alantoide é parcialmente incorporado a ele 
➢ Plano horizontal: 
• O dobramento lateral produz pregas laterais direita e 
esquerda, e é resultado do rápido crescimento da 
medula espinal e somitos 
• Com a formação da parede abdominal, parte da 
camada germinativa endodérmica incorpora-se ao 
embrião como intestino médio (primório do intestino 
delgado 
• O cordão umbilical é formado, com revestimento 
epitelial amniótico 
 
Derivados das camadas germinativas: 
• Ectoderma – SNC, SNP, epitélio sensorial dos olhos, 
orelhas e nariz; epiderme e seus anexos (unha e 
cabelos); glândulas mamárias; hipófise; glândulas 
subcutâneas; esmalte dos dentes. 
• Células da crista neural originam/participam da 
formação de células da medula espinal, nervos 
cranianos, gânglios autônomos, células mielinizantes 
do SNP, células pigmentares da derme; músculos, 
tecidos conjuntivos e ossos dos arcos faríngeos; 
medula da suprarrenal e meninges do encéfalo e 
medula espinal 
• Mesoderma – tecido conjuntivo, cartilagem, osso, 
músculos liso e estriado, coração, sangue e vasos 
linfáticos, rins, ovários, testículos, ductos genitais, 
membranas serosas de revestimento das cavidades 
corporais, baço, córtex das glândulas suprarrenais 
• Endoderma – revestimento epitelial dos tratos 
digestório e respiratório, parênquima das tonsilas, 
glândulas tireoide e paratireoide, timo, fígado, 
pâncreas; epitélio de revestimento da bexiga, maior 
parte da uretra e da cavidade timpânica; antro do 
tímpano e tuba faringotimpânica 
 
Controle do desenvolvimento embrionário: 
• A maioria dos processos de desenvolvimento 
dependem de uma interação de fatores genéticos e 
ambientais 
• Mecanismos de controle guiam a diferenciação e 
garantem desenvolvimento, como interações 
teciduais, regulação da migração celular, proliferação 
controlada e morte celular programada 
• O crescimento é alcançado por mitoses e produção 
de matrizes extracelulares, enquanto a complexidade 
é alcançada por morfogênese e diferenciação 
• O sinal passa dos tecidos indutores para os tecidos 
alvos. Ele é traduzido como mensagem intracelular 
que influencia a atividade genética das células-alvo 
 
Quarta semana: 
• No início, o embrião é quase reto e possui 4 – 12 
somitos que produzem elevações visíveis; o tubo 
neural é formado em frente aos somitos, mas é 
amplamente aberto nos neuroporos rostral e caudal 
• 24 dias – 1ºs arcos faríngeos estão visíveis, e o 
primeiro (arco mandibular) está nítido 
• Proeminência maxilar contribui para a formação do 
maxilar superior 
• O embrião fica levemente curvado por conta das 
pregas cefálica e cauda 
• O coração forma proeminência cardíaca ventral e 
bombeia sangue 
• 26 dias – neuroporo rostral está fechado e 3 pares 
de arcos faríngeos são visíveis 
• O prosencéfalo produz elevação na cabeça e o 
dobramento do embrião lhe causa curvatura em C 
• 26/27 dias – brotos dos membros superiores são 
reconhecíveis como uma pequena dilatação na 
parede ventrolateral do corpo 
• Fossetas óticas (primórdio das orelhas internas) estão 
visíveis 
• Espessamentos ectodérmicos, que indicam o 
primórdio dos cristalinos dos olhos estão visíveis 
• No final, quarto par de arcos faríngeos e brotos dos 
membros inferiores estão visíveis 
• Há presença de eminência caudal; e rudimentos de 
sistemas de órgãos, especialmente o cardiovascular, 
são estabelecidos; o neuroporo caudal se fecha 
Quinta semana: 
• O crescimento da cabeça excede o de outras 
regiões; o alargamento da cabeça resulta do rápido 
desenvolvimento do encéfalo e proeminências faciais; 
a face logo faz contato com proeminência cardíaca 
• Rápido crescimento do 2º arco faríngeo se 
sobrepõe ao 3º e 4º, formando o seio cervical 
• Cristas mesonéfricas indicam o local de 
desenvolvimento dos rins mesonéfricos (órgãos 
excretores provisórios) 
Sexta semana 
• Embriões mostram movimentos espontâneos, como 
contrações no tronco e membros em 
desenvolvimento; eles apresentam resposta reflexo 
ao toque 
• Membros superiores apresentam diferenciação 
regional: desenvolvimento do cotovelo e grandes 
placas das mãos, e primórdios dos dedos (raios 
digitais) iniciam seu desenvolvimento 
• Há o desenvolvimento dos membros inferiores 
• Saliências auriculares (contribuem para formação da 
aurícula da orelha externa) se desenvolvem ao redor 
da fenda faríngea, entre os primeiros 2 arcos 
faríngeos; essa fenda torna-se meato acústico 
externo (canal da orelha externa) 
• Os olhos são notáveis por conta da formação do 
pigmento da retina 
• A cabeça se torna maior que tronco e fica dobrada 
sobre proeminência cardíaca por conta da flexão do 
pescoço 
• Tronco e pescoço começam a endireitar-se, e 
intestino penetra no celoma extraembrionário na 
parte proximal do cordão umbilical 
Sétima semana: 
• Chanfraduras aparecem entre raios digitais, que 
indicam os dedos 
• Comunicação entre intestino primitivo e vesícula 
umbilical está reduzida; logo, pedículo vitelino torna-se ducto onfaloentérico 
• No final, a ossificação dos ossos superiores iniciou 
Oitava semana: 
• Última semana do período embrionário; dedos das 
mãos separados porém unidos por membrana 
• Chanfraduras visíveis entre raios digitais dos pés 
• Eminência caudal presente, porém curta 
• Plexo vascular do couro cabeludo aparece 
• No final da semana, todas as regiões dos membros 
estão aparentes e os dedos são compridos e 
completamente separados 
• Ocorrem os primeiros movimentos voluntários dos 
membros; a ossificação primária inicia-se no fêmur; 
eminência caudal desapareceu, e mãos e pés se 
aproximam uns dos outros ventralmente 
• No final, o embrião possui características humanas 
distintas; a cabeça é desproporcionalmente grande; 
pescoço está definido e pálpebras mais evidentes; 
intestinos ainda estão na porção proximal do cordão 
umbilical 
• As genitálias não são distintas o suficiente para 
identificação sexual 
 
Estimativa da idade gestacional e do embrião: 
• Em embriões recuperados após aborto instantâneo, 
são determinadas a partir de características externas 
e de medida de comprimento (pode ser incerta pois 
em alguns embriões a taxa de crescimento dimiunui 
progressivamente antes da morte) 
• Embriões de 3ª e 4ª semana são retilíneos, e sua 
medida indica o maior comprimento; o comprimento 
cabeça-nádegas (CNN) é usado em embriões de 14-
18 semanas; o comprimento cabeça-calcanhar é 
algumas vezes medida 
• O Sistema Carnegie de Estagiamento do Embrião é 
usado internacionalmente, e seu uso permite que 
comparações sejam feitas entre os achados de 
vários profissionais 
• Por convenção, obstetras datam a gestação a partir 
do 1º dia do último período menstrual normal (UPMN) 
• A idade do embrião se inicia na fecundação, 2 
semanas após UPMN 
• A probabilidade de erro no estabelecimento da 
UPMN é maior em mulheres que engravidaram após 
cessarem o uso de contraceptivos orais, pois 
intervalo entre interrupção dos hormônios e início da 
ovulação é variável; em outras mulheres, 
sangramento da implantação pode ser confundido 
como menstruação 
• Fatores que contribuem para estimativa errônea da 
UPMN: oligomenorreia (menstruação escassa), 
gestação no período pós-parto e uso de dispositivos 
intrauterinos 
• A avaliação ultrassonográfica possibilita a obtenção 
de uma estimativa precisa da data de concepção 
• O dia da fecundação é o ponto de referência mais 
preciso para a estimativa da idade; o oócito é 
fecundado 12 hrs após a ovulação, logo, é calculado a 
partir desse período 
 
Exame ultrassonográfico de embriões: 
• Razão para se fazer o exame: estimativa da idade 
gestacional para confirmação da estimativa clínica; 
avaliação do crescimento embrionário quando há 
suspeita de restrição do crescimento intrauterino; 
como guia durante coleta de vilosidades coriônicas e 
fluido amniótico; exame de massa pélvica detectada 
clinicamente; suspeita de gravidez ectópica; possíveis 
anomalias uterinas; detecção de anomalias congênitas 
• A ultrassonografia transvaginal permite obter medidas 
mais precoces e precisas do CCN na gestação inicial

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