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Terceira semana do desenvolvimento humano Histologia • O rápido desenvolvimento do embrião a partir do disco embrionário trilaminar durante a terceira semana é caracterizado por: aparecimento da linha primitiva; desenvolvimento da notocorda; diferenciação das 3 camadas germinativas Gastrulação: • É o processo pelo qual as 3 camadas germinativas são estabelecidos nos embriões. O disco embrionário bilaminar é convertido em um disco trilaminar • É o início da morfogênese (desenvolvimento da forma do corpo) • O embrião é referido como gástrula Linha Primitiva: • A linha primitiva é formada na superfície do epiblasto do disco embrionário bilaminar; resulta da proliferação e movimento de cells do epiblasto para o plano mediano do disco • Com seu aparecimento, é possível identificar o eixo craniocaudal, extremidades cranial e caudal, superfícies dorsal e ventral do embrião • Conforme a linha se alonga, sua extremidade caudal prolifera para formar o nó primitivo; simultaneamente o sulco primitivo se forma e é contínuo com uma pequena depressão no nó, a fosseta primitiva, e eles resultam da invaginação de cells epiblásticas • Células do epiblasto e da linha primitiva deslocam o hipoblasto, formando o endoderma embrionário; células remanescentes do epiblasto formam o ectoderma embrionário • Depois, ocorre a formação do mesênquima (formado por cells da linha primitiva), tecido embrionário que forma tecidos de sustentação do embrião; uma parte sua forma o mesoblasto (mesoderma indiferenciado), que forma o mesoderma intraembrionário (fica entre o antigo hipoblasto e cells do epiblasto) • Células do mesoderma migram para bordas do disco embrionário, onde se unem ao mesoderma extraembrionário que reveste o âmnio e a vesícula umbilical • Células mesenquimais (pluripotentes) se diferenciam em diversos tipos celulares (fibroblastos, condroblastos e osteoblastos, por ex.). Ou seja, células do epiblasto dão origem as 3 camadas germinativas do embrião • Depois do início da 4 semana a produção do mesoderma desacelera. A linha primitiva sofre degeneração e desaparece no final da 4 semana Processo notocordal e notocorda: • No início da 3ª semana, células mesenquimais da linha primitiva migram formando um cordão celular mediano, o processo notocordal. Ele logo adquire um lúmen, o canal notocordal. Esse processo cresce entre o ectoderma e o endoderma, se estendendo do nó primitivo até a placa pré-cordal (área circular de cells endodérmicas no qual ectoderma e endoderma se fundem) • O mesoderma pré-cordal tem origem na crista neural (fica na notocorda) • A placa pré-cordal dá origem ao endoderma da membrana bucofaríngea, localizada no futuro local da cavidade oral • Células mesenquimais da linha primitiva são contínuas com o mesoderma extraembrionário que reveste o âmnio e a vesícula umbilical. Essas cells migram em cada lado do processo notocordal e ao redor da placa pré-cordal. Elas se encontram para formar o mesoderma cardiogênico na área cardiogênica, na qual o primórdio do coração começa a se desenvolver no final da 3ª semana • Na região caudal à linha primitiva se encontra a membrana cloacal, que indica o futuro local do ânus; o disco embrionário permanece bilaminar nessa região e na membrana bucofaríngea, impedindo a migração de cells mesenquimais entre eles • Na metade da 3ª semana, o mesoderma intraembrionário separa o ectoderma e o endoderma em todos os lugares, exceto: na membrana bucofaríngea e cloacal, na região do processo notocordal • O assoalho do processo notocordal se funde com endoderma embrionário subjacente; essas camadas fundidas se degeneram, e formam aberturas no assoalho do processo notocordal, colocando o canal notocordal em comunicação com a vesícula umbilical. O assoalho do canal notocordal desaparece, e o restante do processo notocordal forma a placa notocordal. Ela se invagina para formar a notocorda • A notocorda: define eixo longitudinal primordial do embrião e dá a ele rigidez; fornece sinais necessários para o desenvolvimento de estruturas musculoesqueléticas axiais e do SNC; contribui para a formação de discos intervertebrais entre os corpos vertebrais adjacentes • O canal notocordal persiste temporariamente como canal neuroentérico, formando uma comunicação entre a cavidade amniótica e a vesícula umbilical. Quando o desenvolvimento da notocorda está completo, esse canal normalmente se fecha • A notocorda se estende da membrana bucofaríngea até o nó primitivo; ela se degenera conforme os corpos vertebrais se formam; ela funciona como um indutor primário no embrião inicial Alantoide: • Aparece aproximadamente no 16º dia como uma evaginação da parede caudal da vesícula umbilical, que se estende para o pedículo de conexão • Seu mesoderma se expande para baixo do córion e forma os vasos sanguíneos que servirão à placenta • A porção proximal da saliência do alantoide persiste como um cordão, o úraco, que se estende da bexiga até a região umbilical (ligamento umbilical mediano nos adultos) • Os vasos sanguíneos do alantoide tornam-se artérias umbilicais Neurulação (formação do tubo neural): • Ela está completa até o final da 4ª semana, quando ocorre o fechamento do neuroporo caudal • Com o tubo neural fechado, o epiblasto passa a ser chamado de ectoderma, e o que era o hipoblasto passa a ser chamado de endoderma ➢ Placa neural e tubo neural: • Conforme a notocorda se desenvolve, ela induz o ectoderma acima dela a se espessar e formar uma placa neural de células epiteliais • O neuroectoderma da placa dá origem ao SNC, o encéfalo e a medula espinal • Conforme a notocorda se alonga, a placa se amplia e se estende até a membrana bucofaríngea • No 18º dia, a placa se invagina e forma o sulco neural, com pregas neurais em ambos os lados, que são o primeiro sinal do desenvolvimento do encéfalo • Ao final da 3ª semana, as pregas se movem e se fusionam, transformando a placa neural em tubo neural, o primórdio das vesículas encefálicas e da medula espinal; o tubo neural se separa do ectoderma superficial assim que as pregas se fusionam • Células da crista neural sofrem transição de epitelial para mesenquimal e migram à medida que as pregas se encontram e as margens livres do ectoderma de superfície se fundem, de modo que essa camada se torna contínua sobre o tubo neural e no dorso do embrião; o ectoderma superficial se diferencia na epiderme ➢ Formação da crista neural: • À medida que as pregas se fundem para formar o tubo, células neuroectodérmicas na margem interna de cada prega perdem sua afinidade epitelial e a ligação à células vizinhas • Células da crista neural formam a crista neural, entre o tubo neural e o ectoderma superficial acima • A crista se separa em porção direita/esquerda, e se deslocam para região dorso-lateral do tubo; nesse local dão origem aos gânglios sensoriais dos nervos espinhais e cranianos • Em seguida, células da crista se movem para dentro e sobre a superfície dos somitos Desenvolvimento dos somitos • Células do nó primitivo formam o mesoderma paraxial, que possui uma coluna de células contínua com o mesoderma intermediário, que se estreita em uma camada de mesoderma lateral; o mesoderma lateral é contínuo com o mesoderma extraembrionário • No final da 3ª semana, o mesoderma paraxial (se divide em dermátomo, miótomo, esclerotomo) se diferencia, se condensa e se divide em somitos, que surgem na futura região occipital da cabeça do embrião e se desenvolvem craniocaudalmente • Os somitos se encontram em cada lado do tubo neural; são bem proeminentes durante 4ª e 5ª semanas, por isso são utilizados como critério para determinação da idade do embrião • Os somitos dão origem à maior parte do esqueleto axial e à musculatura associada • Axônios motores da medula espinal inervam células muscularesnos somitos Desenvolvimento do celoma intraembrionário: • Espaços celômicos isolados no mesoderma intraembrionário lateral e mesoderma cardiogênico, se unem e formam uma única cavidade, o celoma intraembrionário (cavidade do corpo do embrião) que divide o mesoderma lateral em 2 camadas: • Uma camada somática ou parietal, abaixo do epitélio ectodérmico, contínuo com mesoderma extraembrionário que reveste o âmnio • Uma camada esplâncnica ou visceral, adjacente ao endoderma, contínuo com mesoderma extraembrionário que reveste a vesícula umbilical • Mesoderma somático + ectoderma formam a parede do corpo do embrião (somatopleura); mesoderma esplâncnico + endoderma formam o intestino embrionário (esplancnopleura) • Durante o 2º mês, esse celoma se divide em 3 cavidades corporais: cavidade pericárdica, cavidades pleurais e cavidade peritoneal Desenvolvimento inicial do sistema cardiovascular: • No final da 2ª semana, a nutrição do embrião advém do sangue materno pela difusão através do celoma extraembrionário e vesícula umbilical • No início da 3ª semana, os vasos sanguíneos aparecem primeiro no mesoderma extraembrionário da vesícula umbilical, do pedículo de conexão e do córion e se desenvolvem no interior do embrião em seguida • A formação inicial do sistema cardiovascular está relacionada com a necessidade por vasos para trazer oxigênio e nutrientes para o embrião a partir da circulação materna através da placenta; durante 3ª semana, se desenvolve circulação uretoplacentária primordial ➢ Vasculogênese e angiogênese: • Vasculogênese é a formação de canais vasculares pela união de angioblastos (células formadoras de vasos); angiogênese é a formação de novos vasos pelo brotamento e ramificação de vasos preexistentes • A formação dos vasos no embrião e membranas extraembrionárias (3ª semana) começa quando cells mesenquimais se diferenciam em angioblastos • Angioblastos se agregam e formam ilhotas sanguíneas, associadas à vesícula umbilical ou com cordões endoteliais dentro do embrião; eles se achatam para formar cells endoteliais que se organizam ao redor das cavidades das ilhotas para formar o endotélio • Essas cavidades revestidas por endotélio se fusionam e formam uma rede de canais endoteliais (vasculogênese). Vasos se ramificam em áreas adjacentes (angiogênese) e se fundem com outros vasos; células mesenquimais ao redor dos vasos endoteliais primitivos se diferenciam em elementos do tec. muscular e conjuntivo da parede dos vasos • Células sanguíneas se desenvolvem a partir de cells endoteliais especializadas (epitélio hematogênico) dos vasos à medida que crescem na vesícula umbilical e alantoide (final da 3ª semana); cells sanguíneas progenitoras também se originam de cells-tronco hematopoiéticas • A formação do sangue não começa no embrião até a 5ª semana ➢ Sistema cardiovascular primitivo: • O coração e grandes vasos se formam a partir das cells mesenquimais na área cardiogênica • Os tubos cardíacos endocárdicos se desenvolvem na 3ª semana e se fusionam para formar o tubo cardíaco primitivo; o coração tubular se une aos vasos sanguíneos do embrião, do pedículo de conexão e da vesícula umbilical para formar o sistema cardiovascular primitivo • No final da 3ª semana o sangue está circulando e o coração começa a bater no 21º ou 22º dia; os batimentos cardíacos podem ser detectados ao se realizar uma ultrassonografia com Doppler (4ª week) Desenvolvimento das vilosidades coriônicas: • No final da 2ª semana, há o aparecimento de vilosidades coriônicas primárias, e após isso elas se ramificam; no início da 3ª semana, o mesênquima cresce para dentro delas • Nesse estágio, (agora) as vilosidades coriônicas secundárias, revestem a superfície do saco coriônico • Algumas células mesenquimais nas vilosidades se diferenciam em capilares e cells sanguíneas; são denominadas vilosidades coriônicas terciárias quando vasos sanguíneos são visíveis no interior delas • Os capilares se fundem para formar redes arteriocapilares, que se conectam com o coração do embrião através dos vasos que se diferenciam no mesênquima do córion e do pedículo de conexão • Até o final da 3ª semana, o sangue do embrião começa a fluir através dos capilares das vilosidades • Oxigênio e nutrientes do sangue materno no espaço interviloso se difundem através das paredes das vilosidades e entram no sangue do embrião; dióxido de carbono e resíduos se difundem do sangue de capilares fetais através das vilosidades para o sangue materno • Simultanemante, células citotrofoblásticas das vilosidades proliferam e se estendem através do sinciciotrofoblasto, formando uma capa citotrofoblástica que gradativamente envolve o saco coriônico e o fixa ao endométrio • Vilosidades que se prendem aos tecidos maternos através dessa capa são as vilosidades coriônicas- tronco; e as vilosidades que crescem de suas laterais são as vilosidades coriônicas ramificadas, e é através de suas paredes que ocorre a principal troca de material entre o sangue materno e do embrião, elas são banhadas por sangue materno do espaço interviloso, que é renovado continuamente Correlações clínicas: ❖ Sintomas da gravidez: os mais frequentes são náusea e vômito (final da 3ª semana); sangramento vaginal no período esperado da menstruação pode ser decorrente do sangramento da implantação, que resulta do extravasamento de sangue para a cavidade uterina proveniente das redes lacunares rompidas pelo blastocisto implantado ❖ Teratoma sacrococcígeo: remanescentes da linha primitiva podem dar origem a isso. Um teratoma é um tipo de tumor das células germinativas que pode ser benigno ou maligno. Já que são derivados de células pluripotentes da linha primitiva, esses tumores contem tecidos das 3 camadas germinativas. Teratomas sacrococcígeo são os tumores mais comuns em recém-nascidos. Geralmente são identificados na ultrassonografia de rotina (pré-natal); a maioiria é benigna. Geralmente são removidos cirurgicamente; teratoma pré-sacral pode causar obstrução intestinal/urinária e a remoção cirúrgica pode causar sequelas nesses sistemas ❖ Restos do tecido notocordal: podem formar tumores benignos ou malignos (cordomas); 1/3 dos cordomas ocorre na base do crânio e se estende até a nasofaringe; eles crescem lentamente e as formas malignas se infiltram no osso ❖ Cistos do alantoide: geralmente encontrados entre os vasos umbilicais fetais e podem ser detectados por ultrassonografia;. os cistos são geralmente assintomáticos até a infância ou adolescência, quando podem se tornar infectados e inflamados ❖ Defeitos congênitos resultantes da neurulação anormal: podem provocar defeitos do encéfalo e medula espinal; o distúrbio primário (ex: substância teratogênica) afeta os destinos celulares, adesão celular e mecanismo de fechamento do tubo neural, o que resulta na falha da fusão das pregas neurais e na formação do tubo neural (defeitos do tubo neural) ❖ Crescimento anormal do trofoblasto: Algumas vezes, o embrião morre e as vilosidades terciárias não são formadas. Essas vilosidades em degeneração formam inchaços císticos, molas hidatiformes, que exibem graus variados de proliferação trofoblástica e produzem gonadotrofina coriônica humana em excesso; algumas molas se desenvolvem após aborto espontâneo, outras após partos normais, e outras em lesões trofoblásticas malignas (coriocarcinomas – raro); coriocarcinomas produzem metástases; mecanismos para desenvolvimento das molas completas: fecundação de um oócito vazio (pronúcleo ausente ou inativo) por um sptz, seguida pela duplicação (mola monoespermática); fecundação de um oócito vazio por 2 sptz (mola diespermática); a maioria é monoespermática e o DNA nuclear é paternal; mola hidatiforme parcial geralmente resulta de dispermia Quarta à oitava semanado desenvolvimento humano Histologia • As principais estruturas internas e externas são estabelecidas nesse período. Os tecidos e órgãos se formam, a forma do embrião muda e no final fica com aparência humana. Uma vez que esses tecidos e órgãos estão se diferenciando, a exposição do embrião a teratógenos (agentes como drogas e vírus, que aumentam a incidência de anomalias congênitas) nesse período pode causar grandes anomalias congênitas Fases do desenvolvimento embrionário: • 1ª fase: crescimento, que envolve divisão celular e produtos celulares • 2ª fase: morfogênese, desenvolvimento da forma, tamanho, etc de um órgão ou parte do corpo. É controlado pela expressão e regulação de genes específicos em sequência ordenada. Mudanças no destino celular, na forma da célula e no movimento celular permite que células interajam entre si durante formação de tecidos e órgãos • 3ª fase: diferenciação, onde células são organizadas em um padrão preciso de tecidos e órgãos capazes de executar funções especializadas Dobramento do embrião: • O dobramento do disco embrionário trilaminar plano em um embrião cilíndrico ocorre nos planos mediano e horizontal e resulta do crescimento rápido do embrião ➢ Plano mediano: • O dobramento das extremidades do embrião produz as pregas cefálica e caudal que resultam em movimentação das regiões cranial e caudal ventralmente, enquanto o embrião se alonga • Prega cefálica: • No início da 4ª semana, as pregas neurais formam o primórdio do encéfalo, e ele se projeta dorsalmente para a cavidade amniótica. • Posteriormente, o prosencéfalo em desenvolvimento cresce cranialmente e coloca-se sobre o coração em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, o septo transverso, o coração primitivo, o celoma pericárdico e a membrana bucofaríngea se deslocam para a superfície ventral • Parte do endoderma da vesícula umbilical é incorporado ao embrião como intestino anterior (primórdio do esôfago, faringe e sistema respiratório inferior), ele fica entre o coração primitivo e o prosencéfalo, e a membrana bucofaríngea o separa do estomodeu (boca primitiva) • O septo transverso se desenvolve no tendão central do diafragma, a separação entre cavidade abdominal e torácica • O celoma embrionário (primórdio da cavidade corporal), após o dobramento e formação do celoma pericárdico, se comunica amplamente com o celoma extraembrionáro • Prega caudal: • O dobramento da extremidade caudal resulta do crescimento do tubo neural (primórdio da medula espinal) • A medida que o embrião cresce, a eminência caudal se projeta sobre a membrana cloacal (futuro ânus) • A parte endodérmica é incorporada ao embrião como intestino posterior (originará cólon e reto) • A parte terminal do intestino posterior dilata para formar cloaca: bexiga urinária e reto rudimentares • O pedículo de conexão (primórdio do cordão umbilical) fica ligado a superfície ventral do embrião, e o alantoide é parcialmente incorporado a ele ➢ Plano horizontal: • O dobramento lateral produz pregas laterais direita e esquerda, e é resultado do rápido crescimento da medula espinal e somitos • Com a formação da parede abdominal, parte da camada germinativa endodérmica incorpora-se ao embrião como intestino médio (primório do intestino delgado • O cordão umbilical é formado, com revestimento epitelial amniótico Derivados das camadas germinativas: • Ectoderma – SNC, SNP, epitélio sensorial dos olhos, orelhas e nariz; epiderme e seus anexos (unha e cabelos); glândulas mamárias; hipófise; glândulas subcutâneas; esmalte dos dentes. • Células da crista neural originam/participam da formação de células da medula espinal, nervos cranianos, gânglios autônomos, células mielinizantes do SNP, células pigmentares da derme; músculos, tecidos conjuntivos e ossos dos arcos faríngeos; medula da suprarrenal e meninges do encéfalo e medula espinal • Mesoderma – tecido conjuntivo, cartilagem, osso, músculos liso e estriado, coração, sangue e vasos linfáticos, rins, ovários, testículos, ductos genitais, membranas serosas de revestimento das cavidades corporais, baço, córtex das glândulas suprarrenais • Endoderma – revestimento epitelial dos tratos digestório e respiratório, parênquima das tonsilas, glândulas tireoide e paratireoide, timo, fígado, pâncreas; epitélio de revestimento da bexiga, maior parte da uretra e da cavidade timpânica; antro do tímpano e tuba faringotimpânica Controle do desenvolvimento embrionário: • A maioria dos processos de desenvolvimento dependem de uma interação de fatores genéticos e ambientais • Mecanismos de controle guiam a diferenciação e garantem desenvolvimento, como interações teciduais, regulação da migração celular, proliferação controlada e morte celular programada • O crescimento é alcançado por mitoses e produção de matrizes extracelulares, enquanto a complexidade é alcançada por morfogênese e diferenciação • O sinal passa dos tecidos indutores para os tecidos alvos. Ele é traduzido como mensagem intracelular que influencia a atividade genética das células-alvo Quarta semana: • No início, o embrião é quase reto e possui 4 – 12 somitos que produzem elevações visíveis; o tubo neural é formado em frente aos somitos, mas é amplamente aberto nos neuroporos rostral e caudal • 24 dias – 1ºs arcos faríngeos estão visíveis, e o primeiro (arco mandibular) está nítido • Proeminência maxilar contribui para a formação do maxilar superior • O embrião fica levemente curvado por conta das pregas cefálica e cauda • O coração forma proeminência cardíaca ventral e bombeia sangue • 26 dias – neuroporo rostral está fechado e 3 pares de arcos faríngeos são visíveis • O prosencéfalo produz elevação na cabeça e o dobramento do embrião lhe causa curvatura em C • 26/27 dias – brotos dos membros superiores são reconhecíveis como uma pequena dilatação na parede ventrolateral do corpo • Fossetas óticas (primórdio das orelhas internas) estão visíveis • Espessamentos ectodérmicos, que indicam o primórdio dos cristalinos dos olhos estão visíveis • No final, quarto par de arcos faríngeos e brotos dos membros inferiores estão visíveis • Há presença de eminência caudal; e rudimentos de sistemas de órgãos, especialmente o cardiovascular, são estabelecidos; o neuroporo caudal se fecha Quinta semana: • O crescimento da cabeça excede o de outras regiões; o alargamento da cabeça resulta do rápido desenvolvimento do encéfalo e proeminências faciais; a face logo faz contato com proeminência cardíaca • Rápido crescimento do 2º arco faríngeo se sobrepõe ao 3º e 4º, formando o seio cervical • Cristas mesonéfricas indicam o local de desenvolvimento dos rins mesonéfricos (órgãos excretores provisórios) Sexta semana • Embriões mostram movimentos espontâneos, como contrações no tronco e membros em desenvolvimento; eles apresentam resposta reflexo ao toque • Membros superiores apresentam diferenciação regional: desenvolvimento do cotovelo e grandes placas das mãos, e primórdios dos dedos (raios digitais) iniciam seu desenvolvimento • Há o desenvolvimento dos membros inferiores • Saliências auriculares (contribuem para formação da aurícula da orelha externa) se desenvolvem ao redor da fenda faríngea, entre os primeiros 2 arcos faríngeos; essa fenda torna-se meato acústico externo (canal da orelha externa) • Os olhos são notáveis por conta da formação do pigmento da retina • A cabeça se torna maior que tronco e fica dobrada sobre proeminência cardíaca por conta da flexão do pescoço • Tronco e pescoço começam a endireitar-se, e intestino penetra no celoma extraembrionário na parte proximal do cordão umbilical Sétima semana: • Chanfraduras aparecem entre raios digitais, que indicam os dedos • Comunicação entre intestino primitivo e vesícula umbilical está reduzida; logo, pedículo vitelino torna-se ducto onfaloentérico • No final, a ossificação dos ossos superiores iniciou Oitava semana: • Última semana do período embrionário; dedos das mãos separados porém unidos por membrana • Chanfraduras visíveis entre raios digitais dos pés • Eminência caudal presente, porém curta • Plexo vascular do couro cabeludo aparece • No final da semana, todas as regiões dos membros estão aparentes e os dedos são compridos e completamente separados • Ocorrem os primeiros movimentos voluntários dos membros; a ossificação primária inicia-se no fêmur; eminência caudal desapareceu, e mãos e pés se aproximam uns dos outros ventralmente • No final, o embrião possui características humanas distintas; a cabeça é desproporcionalmente grande; pescoço está definido e pálpebras mais evidentes; intestinos ainda estão na porção proximal do cordão umbilical • As genitálias não são distintas o suficiente para identificação sexual Estimativa da idade gestacional e do embrião: • Em embriões recuperados após aborto instantâneo, são determinadas a partir de características externas e de medida de comprimento (pode ser incerta pois em alguns embriões a taxa de crescimento dimiunui progressivamente antes da morte) • Embriões de 3ª e 4ª semana são retilíneos, e sua medida indica o maior comprimento; o comprimento cabeça-nádegas (CNN) é usado em embriões de 14- 18 semanas; o comprimento cabeça-calcanhar é algumas vezes medida • O Sistema Carnegie de Estagiamento do Embrião é usado internacionalmente, e seu uso permite que comparações sejam feitas entre os achados de vários profissionais • Por convenção, obstetras datam a gestação a partir do 1º dia do último período menstrual normal (UPMN) • A idade do embrião se inicia na fecundação, 2 semanas após UPMN • A probabilidade de erro no estabelecimento da UPMN é maior em mulheres que engravidaram após cessarem o uso de contraceptivos orais, pois intervalo entre interrupção dos hormônios e início da ovulação é variável; em outras mulheres, sangramento da implantação pode ser confundido como menstruação • Fatores que contribuem para estimativa errônea da UPMN: oligomenorreia (menstruação escassa), gestação no período pós-parto e uso de dispositivos intrauterinos • A avaliação ultrassonográfica possibilita a obtenção de uma estimativa precisa da data de concepção • O dia da fecundação é o ponto de referência mais preciso para a estimativa da idade; o oócito é fecundado 12 hrs após a ovulação, logo, é calculado a partir desse período Exame ultrassonográfico de embriões: • Razão para se fazer o exame: estimativa da idade gestacional para confirmação da estimativa clínica; avaliação do crescimento embrionário quando há suspeita de restrição do crescimento intrauterino; como guia durante coleta de vilosidades coriônicas e fluido amniótico; exame de massa pélvica detectada clinicamente; suspeita de gravidez ectópica; possíveis anomalias uterinas; detecção de anomalias congênitas • A ultrassonografia transvaginal permite obter medidas mais precoces e precisas do CCN na gestação inicial