Prévia do material em texto
INTRODUÇÃO O principal ritmo de PCR em ambiente extra-hospitalar ▪ Fibrilação Ventricular (FV) e a Taquicardia Ventricular (TV). ▪ Chegando a quase 80% dos eventos, com bom índice de sucesso na reversão. ▪ Quando a desfibrilação é realizada precocemente, em até 3 a 5 minutos do início da PCR, a taxa de sobrevida é em torno de 50% a 70%. Principal ritmo em ambiente intra-hospitalar ▪ Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP) ou assistolia. ▪ Pior prognóstico e baixas taxas de sobrevida, inferiores a 17%. CONCEITO Ausência de pulso carotídeo ou presença de gasping. Ainda, deve-se sempre suspeitar de uma PCR em pacientes durante uma crise convulsiva. Principal causa PCR extra- hospitalar ▪ Doença cardíaca isquêmica COMPRESSÕES TORÁCICAS ▪ Frequência ▪ Profundidade ▪ Retorno do tórax a cada compressão ▪ Interrupção mínima Oxigenação adequada: ▪ Minimizar as interrupções das compressões torácicas. ▪ Maximizar a quantidade de tempo em que as compressões torácicas geram fluxo de sangue. ▪ A Fração das Compressões Torácicas (FCT) pelo menos, 60% e, idealmente, de 80%. Realização das compressões torácicas: ▪ Posicione-se ao lado da vítima e mantenha seus joelhos com certa distância um do outro, para que tenha melhor estabilidade. ▪ Afaste ou corte a roupa da vítima (se uma tesoura estiver disponível), para deixar o tórax desnudo. ▪ Coloque a região hipotenar de uma mão sobre a metade inferior do esterno da vítima e a outra mão sobre a primeira, entrelaçando-a. ▪ Estenda os braços e os mantenha cerca de 90º acima da vítima. ▪ Comprima na frequência de 100 a 120 compressões/minuto. ▪ Comprima com profundidade de, no mínimo, 5 cm. ▪ Permita o retorno completo do tórax após cada compressão, evitando apoiar- se no tórax da vítima. ▪ Minimize interrupções das compressões, pause no máximo 10 segundos para realização de duas ventilações. ▪ Reveze com outro socorrista a cada 2 minutos, para evitar o cansaço e compressões de má qualidade. VENTILAÇÃO ▪ As 2 ventilações são aplicadas após 30 compressões torácicas durante a RCP, seguindo a sequência C-A-B. Abertura das Vias Aéreas: ▪ A manobra da inclinação da cabeça e elevação do queixo. ▪ Se houver suspeita de trauma, a manobra de elevação do ângulo da mandíbula. Realização de Ventilações: ▪ 30 compressões para duas ventilações, com duração de apenas 1 segundo cada, fornecendo quantidade de ar suficiente para promover a elevação do tórax. ▪ A hiperventilação é contraindicada: pode aumentar a pressão intra- torácica, diminuindo a pré- carga e o Débito Cardíaco (DC), e comprometendo a sobrevida. ▪ Risco de hiperinsuflação gástrica (vômitos, broncoaspiração e limitação da mobilidade do diafragma). Máscara de Bolso: a Pocket Mask Bolsa-Válvula-Máscara ▪ Deve ser feito na presença de dois socorristas: um responsável pelas compressões e outro por aplicar as ventilações com o dispositivo. ▪ Se disponível oxigênio complementar, conecte-o na BVM, assim que possível, de modo a oferecer maior porcentagem de oxigênio para a vítima. Via Aérea Avançada ▪ O primeiro socorrista deve administrar compressões torácicas contínuas e o segundo socorrista, aplicar uma ventilação a cada 6 segundos − cerca de 10 ventilações por minuto. ▪ Não se devem pausar as compressões para aplicar as ventilações, em caso de via aérea avançada instalada Ventilação em Vítima em Parada Respiratória ▪ Não respira ou respira de forma ineficaz (gasping), porém apresenta pulso palpável, encontra-se em parada respiratória. ▪ Nesses casos, realize uma ventilação a cada 5 a 6 segundos (aproximadamente 10 a 12 ventilações por minuto) para vítimas adultas. ▪ O pulso deve ser checado a cada 2 minutos, com a finalidade de verificar se a parada respiratória progrediu para PCR. DESFIBRILAÇÃO ▪ Tratamento para vítimas em FV e TV sem pulso (TVSP) de curta duração. ▪ Pode ser realizada com um equipamento manual ou o DEA. ▪ Nos primeiros 3 a 5 minutos de uma PCR em FV, o coração se encontra altamente propício ao choque. ▪ O tempo ideal para a aplicação do primeiro choque compreende os primeiros 3 a 5 minutos da PCR. ▪ Recomenda-se que a RCP seja fornecida enquanto as pás do DEA são aplicadas e até que o DEA esteja pronto para analisar o ritmo. ▪ O DEA emiti um alerta verbal como: “analisando o ritmo cardíaco”, “não toque o paciente” e/ou “choque recomendado, carregando, afaste-se do paciente”. ATENÇÃO: ▪ Excesso de pelos no tórax: remover o excesso de pelos, somente da região onde são posicionadas as pás. ▪ Tórax molhado: se o tórax da vítima estiver molhado, secar por completo; se ela estiver sobre uma poça d’água não há problema, porém se essa poça também envolver o socorrista, remover a vítima para outro local, o mais rápido possível. ▪ Marca-passo ou Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI): se estiver na região onde é indicado o local para aplicação das pás, afaste-as ou opte por outro posicionamento das pás (anteroposterior, por exemplo). ▪ Adesivos de medicamentos: remover o adesivo se estiver no local onde são aplicadas as pás do DEA; enxugue, se necessário. ▪ Crianças com até 25 kg: utilizar o DEA com pás pediátricas e/ou atenuador de carga. Se o kit DEA possuir somente pás de adulto, está autorizada a utilização delas, porém se o tórax for estreito, pode ser necessária a aplicação de uma pá na região anterior do tórax (sobre o esterno) e outra na região posterior do tórax (entre as escápulas), para que não se sobreponham. As pás infantis não devem ser utilizadas em adultos, pois o choque aplicado é insuficiente. ▪ Lactentes (zero a 1 ano): um desfibrilador manual é preferível, porém, se não estiver disponível, utilize o DEA com pás pediátricas e/ou atenuador de carga. Se este também não estiver disponível, utilize as pás de adulto, uma posicionada anteriormente (sobre o esterno) e a outra posteriormente (entre as escápulas). SEQUÊNCIA ▪ Cheque o pulso carotídeo e a respiração simultaneamente, observando se há elevação do tórax da vítima e se há pulso, em não mais que 10 segundos. DESFIBRILAÇÃO, CARDIOVERSÃO E MARCA- PASSO TRANSCUTÂNEO ▪ A desfibrilação e a Cardioversão Elétrica (CVE) consistem na aplicação de corrente elétrica de alta energia para reversão de arritmias cardíacas geradas pelo mecanismo de reentrada. ▪ Desfibrilação: a corrente elétrica é aplicada em qualquer momento do ciclo cardíaco. ▪ Na CVE: é sempre sincronizada com os complexos QRS, para que não seja administrada durante o período vulnerável da repolarização ventricular (onda T), quando pode desencadear uma FV. Formato de onda ▪ Monofásicos: a energia selecionada é aplicada em um único sentido vetorial; ▪ Bifásicos: parte da corrente é administrada em um sentido, e a outra no sentido inverso (inversão de polaridade). Local das pás ▪ O mais adequado para instalação é a posição anterolateral, na qual uma das pás é colocada na região infraclavicular direita e a outra na região precordial. ▪ Posições alternativas, como anteroposterior e laterolateral, podem ser utilizadas em situações especiais, como presença de marca-passo, no qual as pás devem ser posicionadas pelo menos 8 cm de distância do gerador. Indicações ▪ Desfibrilação: está indicada no tratamento da FV, na TVSP e na reversão de TV polimórfica sustentada. ▪ CVE: está indicada para reversão das taquiarritmias com instabilidade hemodinâmica caracterizadapela presença de ao menos um destes quatro sinais: o Hipotensão o Sinais de choque circulatório o Dor torácica anginosa o Dispneia associada à congestão pulmonar o Rebaixamento do nível de consciência. ▪ Reversão de taquiarritmias estáveis após tentativa de controle farmacológico sem sucesso. Nível de Energia ▪ Deve-se utilizar a máxima energia do aparelho – 360J, no desfibrilador monofásico, e de 120 a 200 J, no desfibrilador bifásico. ▪ Na CVE: mono – 100J, 200J, 300J, 360J em sequência // bifásico – padronizado. Procedimento ▪ Na desfibrilação, não há necessidade de sedação, visto que o paciente está em PCR. ▪ Na CVE, deve-se administrar um sedativo antes da administração do choque para minimizar o desconforto e a dor do procedimento. o Midazolam o Fentanil o Etomidato o Propofol MARCA-PASSO TRANSCUTÂNEO ▪ A estimulação cardíaca temporária, por meio do Marca-Passo Transcutâneo (MPTC), tem a vantagem de ser uma técnica não invasiva e de instalação praticamente imediata, fornecendo corrente elétrica por eletrodos colados na pele, cuja despolarização leva à contração cardíaca. ▪ A principal indicação é em pacientes com bradicardia sintomática. A recomendação atual para BRADICARDIA SINTOMÁTICA COM PULSO é: ▪ Considere o uso de atropina 0,5 mg por via intravenosa, enquanto aguarda o marca- passo; pode ser repetida até um total de 3 mg. ▪ Se não eficaz, inicie o MPTC. ▪ Considere o uso de epinefrina (2 a 10 μg/minuto) ou infusão de dopamina (2 a 10 μg/kg/minuto), enquanto aguarda a colocação do MPTC, ou se este não for eficaz. IDENTIFICAR A CAUSA ▪ A maioria das causas de PCR pode ser resumida nos “cinco Hs e cinco Ts”. MEDICAÇÕES ▪ O atraso no início da administração de vasopressores > 5 minutos de PCR pode estar associado a pior prognóstico. ▪ Pode-se sugerir o início do uso de vasopressores no início do segundo ciclo, para pacientes em FV/TVSP. Fibrilação Ventricular/Taquicardia Ventricular sem Pulso ▪ A prioridade deve ser a desfibrilação precoce. ▪ Devem ser consideradas drogas vasopressoras e antiarrítmicas. ▪ Em qualquer ritmo de PCR, a primeira droga a ser utilizada deve ser a adrenalina. o ADRENALINA 1 MG A CADA 3 A 5 MINUTOS. ▪ Caso haja persistência de FV ou TVSP, apesar da RCP, desfibrilação e vasopressor, indica-se um antiarrítmico, podendo este ser amiodarona ou lidocaína. ▪ A AMIODARONA pode reduzir a recorrência de arritmias ventriculares em mais de 50% dos pacientes, devendo ser administrada por pelo menos 24 horas em bomba de infusão contínua. o A DOSE É DE 900 MG EM 24 HORAS (360 MG NAS PRIMEIRAS SEIS HORAS E, ENTÃO 540 MG POR 18 HORAS). Assistolia e Atividade Elétrica sem Pulso ▪ Desfibrilação não está indicada. ▪ Para ritmo de assistolia ou AESP, um vasopressor, adrenalina pode ser administrado com o objetivo de aumentar o fluxo sanguíneo cerebral e miocárdico. ▪ Recomenda-se em ritmos não chocáveis a administração precoce da adrenalina, de preferência no primeiro ciclo de RCP. ▪ 1 mg por via intravenosa, podendo ser repetida a cada 3 a 5 minutos, se necessário. ▪ As manobras de RCP não devem ser interrompidas para a administração.