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Cinomose: como acertar no diagnóstico

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→ Introdução
- vírus envelopados: sensíveis ao meio
ambiente
- proteína H: determina especificidade e
tropismo (predileção das células que o
vírus vai querer infectar)
- proteína F: proteína de membrana,
exposta, sistema de defesa do
hospedeiro entra em contato
primeiramente com ela.
- vírus com RNA: maior taxa de mutação
- receptor slam: presente nos linfócitos,
macrófagos,..
- receptor nectin-4: de células epiteliais
- a célula multiplica o material genético
do vírus produzindo as proteínas
necessárias para se mutar. Carrega
parte da membrana citoplasmática
para criar o envelope.
- Produz sincícios: quando o vírus faz o
processo de brotamento entre células
vizinhas, ele cria poros de comunicação
entre essas células que fazem elas se
fundirem formando uma célula grande
multinucleada.
- O excedente de nucleoproteína do vírus
forma um agregado (corpúsculo de
lands) que fica no citoplasma das
células.
→ Diagnóstico
↪ Isolamento viral
- demorado, baixa sensibilidade e usado
mais para pesquisa.
↪ Corpúsculo de inclusão (Lentz)
- se for material neurológico: inclusão
pode ser intranuclear.
- formado na fase aguda da doença:
geralmente o animal está apenas com
apatia, febre que passa do dia para a
noite, indisposição,..
- Sensibilidade baixa
↪ Sorologia
- IgM: anticorpo de produção mais
precoce.
- IgG: resposta primária também
- Método qualitativo não tem muita
utilidade.
- Analisar
- animal vacinado? Vai ter IgM
detectável de 3 a 5 semanas pós
vacina e IgG 3 anos pós vacina
- Histórico de exposição:
- Subclínico pode ter: pode ter
resposta mas não desenvolver a
doença.
- Anticorpo materno
- Avaliação pareada (conversão
sorológica): primeira amostra e uma
segunda 10-14d depois; aumento de 4x
no título de anticorpos (inclusive
animais vacinados recentemente).
Inviável para diagnóstico pois o animais
pode vir a óbito nesse período de 10-14
dias.
- Pesquisa de IgG no líquor: IgG com
atividade anti CDV específica no LCR;
encefalite por CDV. Os anticorpos
sistêmicos não penetram a barreira
hematoencefálica, então se tem
anticorpo lá dentro, quer dizer que o
agente esteve dentro do SNC.
↪ Clínico
- Localizado
- Multissistêmico
- Multissistêmico + neurológico
- Neurológico multifocal
- Neurológico localizado
- Diferencial
↪ Hemograma e perfil bioquímico:
inespecíficos. Usados para monitoramento e
prognóstico.
- Linfopenia absoluta
- Trombocitopenia moderada
- Anemia normocítica normocrômica
regenerativa
- Leucocitose: neutrofilia +/- desvio à
esquerda (segunda)
- Proteínas totais aumentadas:
desidratação
- Hiperglobulinemia: pacientes
imunocompetentes
↪ Neuro e imunopatologia
● Encefalite aguda: imunodeficiência,
injúria viral direta.
● Lesões multifocais nas substâncias
cinzenta (infecção e necrose/ apoptose
neuronal) e branca (desmielinização -
replicação viral nas células da glia).
● Lesões desmielinizantes prevalecem:
lesões na substância cinzenta podem
estar ausentes.
● Cerebelo, substância branca
periventricular (quarto ventrículo), trato
óptico e medula espinhal.
● Aguda/subaguda:Abundância CDV na
forma imunorreativa - progressão das
lesões cerebrais e up-regulation
citocinas pró-inflamatórias.
- O quadro neurológico evolui em 2
etapas. A fase inicial
(aguda/subaguda) é a
coincidente com o momento em
que o vírus chega no SNC. Nesse
momento, ocorre um pico de
imunodepressão. O SNC tem
resposta imuno inata, mas não
imuno adaptativa. Então, ele
solicita uma resposta imuno
adaptativa sistêmica. O vírus,
nesse momento, infecta o
parênquima encefálico se
multiplicando de forma intensa,
formando lesões relacionadas à
replicação viral direta e intensa.
Ocorre uma resposta celular
muito intensa de sinalização
sistêmica para enviar resposta
inflamatória (produzindo
citocinas inflamatórias que vão
pra corrente sistêmica solicitar
resposta). Tecido linfóide está
fragilizado, sem condição de
responder.
● Crônica: desmielinização severa +
aumento de citocinas pró-inflamatórias
+ forte resposta imune SNC.
- Coincidente com a recuperação
imunológica. Pois o vírus parou de
destruir o tecido linfóide. O
parênquima estava mandando
citocinas para uma resposta que
não vinha (fase aguda/subaguda),
então tem muita citocinas pró
inflamatórias. Tendo muita
citocina, a resposta inflamatória
que era pra chegar X, chega em
mil X no SNC. No SNC, tem células
especializadas que não fase
mitose, então, essa resposta
inflamatória combate o vírus
porém provoca um dano muito
intenso.
↪ Perfil liquórico
● Encefalomielite fase subaguda - crônica
- Alta proteína (>25 mg/dL):
relacionado com produção de
anticorpos.
- Alta contagem celular (>10
células/microlitro, predomínio de
linfócitos).
- IgG positivo no líquor: cinomose
positivo.
↪ Imunocromatografia: na fase crônica, a
chance de ser positivo é baixa.
↪ Diagnóstico molecular (RT-qPCR): identifica o
RNA do vírus.
- laudo eficiente para fechar diagnóstico
desde que o animal não tenha sido
vacinado recentemente. Caso o animal
recebeu a vacina ha mais de 3 a 5
semanas pode ser um alerta de
cinomose.
- não podemos dizer com certeza que é
infeccioso. Pode fazer avaliação pareda.
→ Como acontece a cinomose
- surgiu por volta de 1940, na américa
latina.
- vírus da cinomose surgiu como uma
variante mutante do sarampo.
- distribuição mundial endêmica
- susceptibilidade: ordem carnivora
- carnívoros terrestres
- cães: principais reservatórios
- guaxinim: reservatório para cães
susceptíveis
- enfermidade multissistêmica mais
difundida e contagiosa para cães
- altas taxas de mortalidade, apenas
inferiores as da raiva
↪ Proteína H
- tropismo
- especificidade
- ainda não se sabe qual receptor está
relacionado com a forma neurológica,
mas sabe-se que não é o nectin-4 e nem
o slam
- pode acontecer do paciente ser
vacinado e ter cinomose pois a cepa
usada nas vacinas é bem antiga e ainda
sim ocorre escape vacinal.
→ Transmissão
- inalação de aerossóis
- ingestão de gotículas infectantes (nasal,
ocular, urina e fezes).
- Eliminação do vírus a partir de 7 dias
após infecção (até 60-90 dias).
- Fômites, iatrogênica, água e alimentos
contaminados.
- Subclínicos: 25 - 75% dos infectados
- Transplacentária (rara)
- Neonatal
→ Patogenia
- 12h: replicação inicial em tonsilas,
linfonodos retrofaríngeos e brônquicos.
- 3 - 4 DPI: primeira viremia, baço, medula
óssea, lâmina própria do estômago e
intestino delgado, nódulos linfóides
mesentéricos e células de kup�er.
- 5 - 6 DPI: segunda viremia, CDV +
neutrófilos/monócitos, aumento de
carga viral nos órgãos já afetados e
migração para tecidos epiteliais (alta
afinidade, comunicação com vias de
saída)
- 6 - 9 DPI: vírus em vários órgãos e
sistemas, pode já estar chegando no
SNC (macrófagos infectados nas
meninges). Pode ocorrer que entre 6 e 9
dias de infecção ainda não ter
evidências clínicas.
- 12 - 21 DPI: vírus no SNC, sinais
neurológicos, vírus atinge SNC pela via
sanguínea e LCR, sinais clínicos e
gravidade da doença dependem da
cepa, imunocompetência do animal e
regiões do SNC atingidos.
→ Sinais clínicos