Prévia do material em texto
1 ENTENDER AS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO (EPIDEMIOLOGIA, FATORES PREDISPONENTES, CLASSIFICAÇÃO E QUADRO CLÍNICO) INFECÇÃO URINÁRIA A infecção do trato urinário (ITU) é a forma mais comum de infecção bacteriana e afeta as pessoas ao longo de toda a sua vida. O termo ITU abrange uma variedade de entidades clínicas, desde a bacteriúria assintomática até a cistite, prostatite e pielonefrite. As ITU podem ser também caracterizadas como simples (quando ocorrem na ausência de causas anatômicas ou de outros fatores predisponentes) ou complicadas (associadas a anormalidades estruturais ou funcionais do trato urinário e dos rins), e como adquiridas na comunidade ou nosocomiais (em geral, associadas a sondagem vesical). EPIDEMIOLOGIA E FATORES DE RISCO A ITU é mais frequente nas mulheres do que nos homens, exceto nas faixas etárias extremas [Tabela 1]. Durante o período neonatal, a incidência de ITU é levemente maior nos homens do que nas mulheres, devido à maior frequência de anomalias congênitas do trato urinário em bebês do sexo masculino. Após os 50 anos de idade, a incidência de ITU entre os homens passa a ser quase tão alta quanto nas mulheres, provavelmente por causa da obstrução decorrente da hipertrofia prostática. Em indivíduos com idade entre 1 e 50 anos, a ITU é predominantemente uma doença feminina. A ITU recorrente, assim como na infecção inicial, é mais frequente entre as mulheres do que nos homens. Tabela 1. Incidência de ITU, de acordo com a idade e o sexo Faixa etária Incidência (%) Proporção aproximada entre os sexos (homem : mulher) Neonatal 1 1,5:1 Idade pré-escolar 1,5 a 3 1:10 Idade escolar 1,2 1:30 Idade fértil 3 a 5 1:50 Geriátrica 10 a 30 1:1,5 ITU = infecções no trato urinário. MULHERES Cerca de 50 a 80% das mulheres da população em geral adquirem ao menos 1 ITU durante a vida. A maioria destas infecções são cistites não complicadas. Em um estudo de coorte prospectivo envolvendo mulheres saudáveis sexualmente ativas, a incidência de cistite aguda era de 50 a 70 episódios a cada 100 indivíduos-anos. Nesse estudo, o uso recente do diafragma com espermicida, a frequência de intercurso sexual e 1 história de ITU foram identificados como fatores de risco independentes de cistite. A cistite também está temporariamente relacionada ao intercurso sexual recente. É difícil estabelecer a incidência da pielonefrite simples aguda, pois esta infecção é menos comum do que a cistite e, além disso, a maioria dos episódios é tratada no contexto ambulatorial. Em uma recente análise populacional envolvendo mais de 4.887 indivíduos, a incidência anual da pielonefrite entre as mulheres foi de 12 a 13 casos em cada 10.000 pacientes de ambulatório e 3 a 4 casos em cada 10.000 pacientes internadas. Entre os homens, a incidência da condição foi bem menor, sendo observada a uma taxa de 2 User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce Um estudo de coorte é um estudo observacional onde os indivíduos são classificados (ou selecionados) segundo o status de exposição (expostos e não expostos), sendo seguidos para avaliar a incidência da doença em determinado período de tempo. 2 a 3 casos para cada 10.000 pacientes de ambulatório e 1 a 2 casos em cada 10.000 pacientes internados. Entre os fatores associados de modo independente à pielonefrite em mulheres jovens e sadias, estão a frequência de relações sexuais; ter um novo parceiro sexual; ITU nos últimos 12 meses; história materna de ITU; diabetes; e incontinência. Desta forma, muitos dos fatores que predispõem as mulheres ao desenvolvimento de cistite também aumentam o risco de pielonefrite. HOMENS JOVENS A ITU é rara entre os homens jovens e, quando ocorre, é atribuída à presença de anormalidades urológicas. Entretanto, parece que a ITU sem complicação pode ocorrer em homens que são infectados por uropatógenos diretamente via contato sexual, sob a forma de intercurso sexual anal sem proteção com um homem ou uma mulher, ou através do intercurso sexual vaginal sem proteção com uma mulher cuja vagina esteja colonizada com uropatógenos. A falta de circuncisão também está associada ao risco aumentado de ITU, devido à incidência aumentada de colonização da glande e do prepúcio por Escherichia coli e migração subsequente desta bactéria para o trato urinário. INFECÇÕES NO TRATO URINÁRIO (ITU) RECORRENTE Cerca de 20 a 30% das mulheres que passam por um episódio de ITU sofrem episódios recorrentes. A recorrência pode resultar de recidiva ou reinfecção. Em ambos os sexos, a recidiva é causada pelo reaparecimento de um organismo a partir de um foco isolado, em geral junto ao rim ou próstata, pouco depois da conclusão da terapia. O sequestro de organismos infecciosos no epitélio da bexiga foi demonstrado em modelos experimentais de ITU induzida em animais, contudo a importância deste fenômeno em seres humanos ainda não foi definida. A demonstração recente de comunidades bacterianas intracelulares e da presença de bactérias filamentosas em amostras de urina coletadas de mulheres com cistite aguda causada por bactéria gram-negativa, bem como a ausência destes achados em amostras de urina obtidas de mulheres assintomáticas e de mulheres com uropatógenos gram- positivos sugerem que a invasão da bexiga pode exercer algum papel na patogênese da ITU recorrente em um subgrupo de mulheres. Na reinfecção, o curso da terapia tem erradicado com sucesso a infecção, e não há foco isolado, porém os organismos são reintroduzidos a partir do reservatório fecal. As recidivas são, na maioria, consideradas reinfecções. Estudos sobre a história natural de ITU recorrente em mulheres constataram que a taxa de recidivas varia de 0,3 a 7,6 infecções/paciente/ano, com uma taxa média de 2,6 infecções/ano. Há agrupamento de episódios, e não é incomum haver múltiplas recorrências subsequentes a uma infecção inicial. A probabilidade de recorrência diminui com o passar do tempo decorrido desde a última infecção. Um estudo de caso controle sobre mulheres com ITU recorrente identificou como fatores de risco independentes de ITU recorrente a frequência de intercurso sexual, o uso de espermicida, ter um novo parceiro sexual, história de ocorrência da primeira ITU antes dos 15 anos de idade e história materna de ITU. GESTAÇÃO A incidência de bacteriúria assintomática em gestantes é de aproximadamente 4 a 10%. Este percentual é similar à taxa relatada para mulheres sexualmente ativas não gestantes em idade fértil. Sem tratamento, 20 a 40% das gestantes com bacteriúria no 1º trimestre adquirem pielonefrite aguda em fases posteriores da gestação. Segundo as estimativas fornecidas por uma metanálise, o tratamento da bacteriúria assintomática levaria a uma redução aproximada de 75% na incidência da pielonefrite. Os nascimentos prematuros e a mortalidade perinatal estão aumentando nas gestações agravadas pela ITU. Poucas evidências comprovam que as infecções desenvolvidas durante a gestação promovem efeitos a longo prazo. User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 3 DIABETES As taxas de bacteriúria assintomática e ITU entre as mulheres diabéticas são 2 a 3 vezes maiores do que entre as mulheres não diabéticas. Estas diferenças não foram observadas em homens. Um estudo de coorte longitudinal constatou que o risco de ITU apresentado por mulheres diabéticas aumentou com o aumento da duração do diabetes. A ITU também é mais prevalente entre pacientes tratados com insulina, em comparação àqueles tratados com medicação oral. Em pacientes diabéticos internados, em particular naqueles com complicações envolvendo múltiplos órgãos, a incidência de infecção e pielonefrite verdadeira também parece ser maior, em parte devido ao funcionamentoprecário da bexiga e ao cateterismo urinário. Outras condições clínicas causadoras de obstrução do fluxo urinário ou esvaziamento incompleto também predispõem os pacientes diabéticos à infecção. Além disso, a secreção de citocinas comprometida pode contribuir para a bacteriúria assintomática em mulheres diabéticas. CLASSIFICAÇÃO Por motivos de ordem prática, as infecções do trato urinário (ITUs) e as infecções do trato genital masculino são classificadas como entidades definidas predominantemente pelos sintomas clínicos (Tabela 1). Tabela 1: Classificação das infecções urinárias e do trato genital masculino ITU inferior não complicada (cistite) Pielonefrite não complicada ITU complicada com ou sem pielonefrite Urosepticemia Uretrites Prostatites, epididimites, orquites As definições de bacterúria e piúria estão listadas na Tabela 2. Tabela 2: Bacteriúria significativa em adultos 1. ≥ 103 uropatógenos/mL no jato médio da urina em cistite aguda não complicada em mulheres. 2. ≥ 104 uropatógenos/mL no jato médio em pielonefrite aguda não complicada em mulheres. 3. ≥ 105 uropatógenos/mL no jato médio da urina em mulheres ou ≥ 104 uropatógenos/mL no jato médio da urina em homens (ou em urina colhida diretamente por cateterismo em mulheres) com ITU complicada. 4. Na amostra colhida por punção suprapúbica, qualquer contagem de bactérias é relevante. Bacteriuria assintomática A bacteriúria assintomática é definida por duas uroculturas positivas colhidas com um intervalo superior a 24 horas contendo 105 uropatógenos/mL da mesma cepa bacteriana (geralmente apenas a espécie pode ser detectada). Piuria Para o diagnóstico de piúria é necessária a presença de 10 leucócitos por campo de grande aumento (x400) em uma alíquota de urina centrifugada resuspensa ou por mm3 de urina não centrifugada. Para a investigação de rotina, o método de fita reagente também pode ser utilizado, incluindo teste de esterase de leucócitos e avaliação da hemoglobina e de nitritos. Uretrites User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 4 Uretrites sintomáticas são caracterizadas por algúria e secreção purulenta Classificação de síndrome de prostatite/ dor pélvica crônica(DPC) Recomenda-se a classificação de acordo com NIDDK/NIH. Classificação das prostatites de acordo com NIDDK/NIH I Prostatite bacteriana aguda (PBA) II Prostatite bacteriana crônica (PBC) III Síndrome de dor pélvica crônica (DPC) o DPC inflamatória: Leucócitos em EPS/urina espontaneamente eliminada3(VB3)⁄sêmen o DPC não inflamatória: ausência de leucócitos/EPS/VB3/sêmen IV Prostatite inflamatória assintomática (prostatite histológica) Epididimites, orquites A maioria dos casos de epididimites, com ou sem orquite, são causadas por patógeno urinários comuns. A obstrução do colo vesical e malformações urogenitais são fatores de risco para este tipo de infecção. Deve ser considerada a infecção por Chlamydia trachomatis na população masculina jovem. QUADRO CLINICO ETIOLOGIA O espectro de organismos causadores de ITU varia de acordo com a síndrome clínica. Na cistite simples aguda, os agentes etiológicos são altamente previsíveis: E. coli representa 75 a 90% dos isolados; Staphylococcus saprophyticus corresponde a 5 a 15% dos isolados (particularmente em mulheres jovens); e espécies de Klebsiella, espécies de Proteus, enterococos e espécies de Citrobacter, entre outros organismos, correspondem a 5 a 10% dos isolados. O espectro de agentes causadores de pielonefrite sem complicação, embora menos estudado, é similar ao espectro das causas de cistite aguda. Nos casos de ITU com complicação, E. coli continua sendo o organismo predominante, contudo outros bastonetes gram-negativos, como as espécies de Klebsiella, Proteus, Citrobacter, Acinetobacter e Morganella, além de Pseudomonas aeruginosa, também são isolados com frequência. As bactérias gram-positivas, como enterococos, S. aureus e S. epidermidis, e também as leveduras são patógenas igualmente importantes na ITU complicada. PATOGÊNESE As bactérias podem estabelecer infecção no trato urinário ao se deslocarem da uretra para a bexiga e, então, seguirem até o ureter e deste para o rim. Entretanto, a introdução de bactérias na bexiga não inevitavelmente leva à infecção contínua. Exemplificando, as bactérias frequentemente entram na bexiga após o intercurso sexual, porém a micção normal e os mecanismos de defesa inatos atuantes na bexiga do hospedeiro eliminam estes organismos. A superfície mucosa da bexiga apresenta propriedades antibacterianas que eliminam alguns organismos, provavelmente por meio da captura de muco e resposta de leucócitos polimorfonucleares. Além disso, a urina com pH baixo ou osmolaridade baixa demais, elevada concentração de ureia ou alto conteúdo de ácido orgânico inibe o crescimento bacteriano. A micção anormal, um volume de urina residual significativo, ou ambos promovem a infecção verdadeira. Há ainda fatores adquiridos e fatores intrínsecos do hospedeiro, bem como fatores de virulência bacteriana, que aumentam a probabilidade de desenvolvimento de ITU (ver adiante). User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 5 As bactérias também podem ganhar acesso ao trato urinário pela corrente sanguínea. Entretanto, a disseminação hematológica contribui para menos de 2% dos casos de ITU comprovada e geralmente resulta de bacteremia causada por organismos relativamente virulentos, como Salmonella e S. aureus. As infecções hematógenas podem produzir abscessos focais ou áreas de pielonefrite junto ao rim e resultar em culturas de urina positivas. ECOLOGIA VAGINAL E INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO (ITU) Em mulheres, a colonização do introito (entrada) da vagina por organismos oriundos da flora fecal, habitualmente E. coli, é a etapa inicial decisiva da patogênese da ITU. O intercurso sexual e o uso de um diafragma com espermicida ou apenas de espermicida estão fortemente associados ao risco aumentado de colonização vaginal por E. coli e bacteriúria, provavelmente por causa das alterações ocorridas na microflora vaginal normal. Entre as mulheres pós-menopáusicas, existe uma maior incidência de colonização vaginal por bactérias gram-negativas e bacteriúria. Estas tendências estão correlacionadas às alterações no ambiente vaginal que acompanham a menopausa: desaparecimento dos lactobacilos previamente predominantes da microflora vaginal e aumento do pH. Um estudo de caso controle envolvendo mulheres em pós- menopausa que viviam em residências comunitárias encontrou taxas significativamente mais baixas de colonização vaginal por lactobacilos em mulheres não submetidas à terapia de reposição hormonal do que em mulheres que usavam estrogênios sistêmicos ou tópicos. Em um estudo randomizado, com controle de placebo, envolvendo mulheres em pós-menopausa com história de ITU recorrente, a terapia com estrogênio tópico resultou na restauração da flora vaginal pré-menopáusica e na diminuição tanto da prevalência da colonização vaginal por E. coli como da incidência de ITU. FATORES GENÉTICOS Há evidências crescentes de que fatores geneticamente determinados possam influenciar a suscetibilidade à ITU recorrente. Mulheres com ITU recorrente são propensas à colonização vaginal persistente por E. coli, até mesmo durante os períodos assintomáticos. As células da mucosa periuretral e vaginal de mulheres com ITU recorrente ligam-se a um número 3 vezes maior de bactérias uropatogênicas do que as células mucosas das mulheres sem infecção recorrente. Estas observações sugerem que as células epiteliais de mulheres suscetíveis podem apresentar tipos específicos ou números maiores de receptores para ligação de E. coli, com consequente facilitação da colonização. Esta suscetibilidade aumentada é determinada em parte pelo grupo sanguíneode Lewis e pela secreção dos antígenos do grupo sanguíneo nos fluidos corporais da paciente. As células epiteliais vaginais das mulheres não secretoras de antígenos de grupo sanguíneo ligam-se a um número significativamente maior de bactérias, além de estarem particularmente expostas ao risco de ITU recorrente. As mutações envolvendo os genes do hospedeiro (p. ex., genes codificadores de receptores Toll e do receptor da interleucina [IL]-8) foram associadas à severidade das ITU em animais. Há poucas evidências sugestivas de que um aumento da suscetibilidade à pielonefrite em seres humanos esteja associado a polimorfismos envolvendo o gene CXCR1, codificador do receptor específico da IL-8. A baixa expressão deste gene resulta na incapacitação da defesa neutrófilo-dependente do hospedeiro. VIRULÊNCIA BACTERIANA Algumas cepas de E. coli apresentam determinantes de virulência cromossomicamente codificados que conferem a capacidade de infectar o trato urinário anatomicamente normal e produzir doença inflamatória aguda (p. ex., cistite e pielonefrite). As características que foram associadas à uropatogenicidade são a presença de certos antígenos de superfície O e K (o antígeno O constitui a região polissacarídica externa do envelope bacteriano; e o antígeno K é o antígeno capsular antifagocítica), a User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 6 presença de aerobactina de sideróforo, a resistência à atividade bactericida do soro, a capacidade de produzir toxinas (p ex., hemolisina e fator necrotizante citotóxico) e certas capacidades metabólicas intracelulares. Outro aspecto importante é a presença de adesinas na superfície das bactérias uropatogênicas que mediam a ligação a receptores específicos existentes na superfície das células uroepiteliais. A estrutura de adesão mais bem estudada são as fímbrias P. Estas são estruturas proteicas semelhantes a fios de cabelo encontradas na superfície de algumas cepas patogênicas de E. coli. As fímbrias P interagem com um receptor específico existente nas células epiteliais. Este receptor da célula epitelial contém o grupo funcional do alfa-D-galactopiranosil-(1?4)-beta-D-galactopiranosídeo, que está presente nos antígenos do grupo sanguíneo P. A prevalência de E. coli com fímbrias P está correlacionada à severidade da doença que a cepa provavelmente causa: existe baixa prevalência (10 a 20%) entre as cepas de E. coli oriundas da flora fecal de indivíduos assintomáticos; há prevalência maior (50 a 60%) entre as cepas causadoras de cistite; e maior prevalência (70 a 100%) é observada entre as cepas causadoras de pielonefrite. As fímbrias P também parecem ser importantes na patogênese da invasão da corrente sanguínea a partir do rim. As fímbrias P são expressas em 75 a 100% das cepas de E. coli isoladas do sangue de pacientes aparentemente saudáveis com pielonefrite. Em contraste, as cepas de E. coli causadoras de urossepse em indivíduos com condições médicas comprometedoras tendem bem menos a ter fímbrias P. Outra estrutura de adesão é o pelo de tipo 1 (fímbria), que está presente em todas as cepas de E. coli. Considera-se que os pelos de tipo 1 também atuem no início da infecção da bexiga por E. coli. Estes pelos mediam a ligação às uroplaquinas, que são glicoproteínas manosiladas existentes na superfície das células uroepiteliais da bexiga. Além das fímbrias P e pelos de tipo 1, outras adesinas podem exercer algum papel na mediação da fixação das cepas uropatogênicas de E. coli ao uroepitélio, sob determinadas circunstâncias selecionadas. A ligação da E. coli uropatogênica aos receptores existentes nas células uroepiteliais inicia uma complexa série de eventos de sinalização intracelular, que altera a função da célula epitelial [Figura 1]. As quimiocinas e citocinas são sintetizadas e secretadas; as células inflamatórias são atraídas para dentro do epitélio da bexiga; e as células epiteliais sofrem apoptose e exfoliação, carregando consigo a E. coli para a urina. ANORMALIDADES ANATÔMICAS E FUNCIONAIS Indivíduos com anormalidades anatômicas e funcionais no trato urinário, incluindo refluxo vésico- ureteral, obstrução ureteral ou corpo estranho (p. ex., cálculo, sonda vesical ou tumor), apresentam uma acentuada predisposição ao desenvolvimento de ITU, em particular de infecções envolvendo os rins. Nestes indivíduos, a ITU pode desenvolver-se como resultado de infecção bacteriana, incluindo as cepas de E. coli, que normalmente não são uropatogênicas. Não surpreende que a infecção por cepas não uropatogênicas de bactéria também seja comum em pacientes internados, provavelmente em decorrência de anormalidades anatômicas e funcionais. A invasão bacteriana da próstata e o esvaziamento incompleto da bexiga decorrente da obstrução do orifício de saída da bexiga são os fatores predisponentes primários em homens com ITU. A instrumentação e o esvaziamento incompleto da bexiga são fatores predisponentes significativos de ITU em pacientes com lesão de medula espinal ou diabetes. A inibição do peristaltismo ureteral com consequente refluxo vésico-ureteral é importante na patogênese da pielonefrite em gestantes. O refluxo vésico-ureteral exerce papel decisivo na patogênese da infecção retal e, mais significativamente, na evolução do dano renal crônico. Está comumente associado ao desenvolvimento de ITU em crianças, mas também ocorre em decorrência de anormalidades anatômicas em crianças sem ITU. O refluxo produz uma via direta que permite à infecção alcançar o sistema pelve-cálice renal. O refluxo severo pode ocorrer User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 7 dentro do rim. As cicatrizes renais produzidas pela pielonefrite crônica frequentemente estão associadas a este tipo de refluxo. A maior parte do dano renal associado ao refluxo ocorre na infância, pois o crescimento é acompanhado de uma tendência à autocorreção de no mínimo um refluxo de grau leve. O efeito a longo prazo produzido sobre a estrutura e função renal representa uma justificativa significativa para a adoção de uma abordagem radiológica agressiva em casos de bebês e crianças pequenas com ITU. ENTENDER A FISIOPATOLOGIA DA SEPSE, ACHADOS CLÍNICOS, SINTOMATOLOGIA E PROTOCOLOS DE TRATAMENTO. *ESTUDAR PELA FONTE SEPSES 3 E LIVRO TEXTO FISIOPATOLOGIA Antes da atualização de 2016, sepse era considerada uma resposta inflamatória sistêmica (SIRS) secundária à resposta do hospedeiro a uma infecção suspeita ou documentada de qualquer etiologia. Nesta condição, a infecção desencadearia uma resposta imunológica exacerbada com disfunções orgânicas longe do foco ou sítio infeccioso. Abaixo revisamos alguns conceitos importantes de acordo com as definições de 2012: SEPSIS-2: DEFINIÇÕES E CRITÉRIOS: CRITÉRIOS DE SIRS: Temperatura Febre (> 38ºC) ou Hipotermia (< 36ºC) Frequência cardíaca FC > 100 bpm Frequência respiratória FR > 22 ipm ou PaCO2 < 32 mmHg Contagem de leucócitos > 12mil ou < 4mil ou > 10% de bastonetes SEPSE o Resposta inflamatória sistêmica relacionada à infecção documentada ou presumida | Infecção + SIRS >= 2 SEPSE GRAVE o Sepse associada à disfunção orgânica CHOQUE SÉPTICO o Sepse com hipotensão refratária à reposição volêmica SEPSIS-3: O QUE MUDOU? Em 2014, uma força-tarefa de estudiosos em patobiologia da sepse, fora designada para reavaliar e reformular os antigos critérios e definições de sepse, publicada como Sepsis-3! A principal mudança é que agora TODA sepse tem disfunção orgânica associada! Isso fez com o conceito de SIRS para diagnosticar e definir sepse fosse deixado de lado, porém seus componentes (febre, taquicardia, taquipneia e leucocitose com desvio para a esquerda) ainda possam ser utilizados na prática clínica para diagnóstico de infecção grave! Outra mudança importante foi a retirada do conceito desepse grave, por se entender que sepse por si só já se configura numa situação de alta gravidade com a presença de disfunção orgânica. Como então avaliar a disfunção orgânica de um paciente? Diante dessa questão, sugeriu-se a utilização do Sequential Sepsis-related Organ Failure Assessment (SOFA), um score que avalia disfunção de 6 sistemas do corpo através de exames laboratoriais. User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 8 Foi encontrada então a correlação de que um aumento ≥ 2 na pontuação do SOFA estava associada com disfunção orgânica com risco de mortalidade de 10%, aproximadamente. Abaixo vocês podem conferir os critérios do SOFA: Entretanto, para utilizarmos esse critério, para definir sepse, nos limitamos a exames laboratoriais para traçarmos nossas condutas. Dessa forma, a força-tarefa propôs um uma modificação no SOFA, o quick SOFA (qSOFA), que avalia 3 critérios para avaliar precocemente pacientes graves com suspeita de sepse em ambientes de emergência, ou à beira-leito. Considera-se como alterado um qSOFA ≥ 2: FR >= 22 ipm PAS <= 100 mmHg Alteração do nível de consciência NOVAS DEFINIÇÕES DE SEPSE Com o SEPSIS-3 surgiram novas definições de sepse choque séptico: Sepse: Disfunção orgânica com risco de vida, causada por uma resposta desregulada do hospedeiro à infecção (definida como um score SOFA ≥2 pontos). Choque séptico: Sepse associada à persistência de hipotensão, necessitando de vasopressores para manter PAM ≥ 65mmHg e com um nível de lactato sérico >2mmol/L apesar da reposição volêmica adequada. DISCUTIR A SEPSE PRIMÁRIA E A SEPSE SECUNDÁRIA As sepses podem ser classificadas, além por sua gravidade, por seu foco inicial. Sepse primária é aquela que advém de um local desconhecido, mas sabe-se que os patógenos estão presentes na corrente sanguínea do paciente, estão geralmente associados uso de cateter vascular central contaminado. A sepse secundária é aquela que se conhece o local de onde advém a infecção, fora do sistema vascular, geralmente associada à infecção nos pulmões e rins. É necessário que se descubra a origem da sepse (se é primária ou secundária) para a determinação do tratamento. No caso da sepse primária a retirada do CVC está recomendada se houver sinal de infecção no sítio de penetração do cateter, em casos de recidivas após tratamento com antibioticoterapia, em casos de infecção no túnel subcutâneo do CVC, em User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 9 casos de infecção por fungos no CVC, em casos de suspeita de trombose na veia central ou em casos de bacteremias de repetição sem etiologia determinada. O tratamento medicamentoso tanto em casos de sepse primária como em casos de sepse secundária deve ser guiado pelo exame de cultura e uso do antibiótico adequado para o quadro do paciente e da infecção em questão. Tais termos não se utilizam mais, para definição de sepse temos sepse, choque séptico. O que temos de primário e secundário é a infecção de corrente sanguínea, que quando é primaria é relacionada um dispositivo implantável na corrente sanguínea, por exemplo, um cateter venoso central utilizado para infusão de medicação que se infecta e a infecção se dissemina pela corrente sanguínea é chamada de "infecção primaria de corrente sanguínea". Quando a disseminação sanguínea se dá por um foco não hematogênico, por exemplo, uma pneumonia que tem translocação bacteriana para a corrente sanguínea, chamamos de "infecção secundaria de corrente sanguínea" ou "bacteremia secundaria, “ pois, o foco da infecção não é a corrente sanguínea em si DIFERENCIAR SEPSE E CHOQUE SÉPTICO DEFINIÇÕES SEPSE: Disfunção orgânica potencialmente fatal causada por uma resposta imune desregulada a uma infecção. CHOQUE SÉPTICO: Sepse acompanhada por profundas anormalidades circulatórias e celulares/metabólicas capazes aumentar a mortalidade substancialmente. CRITÉRIOS CLÍNICOS SEPSE Suspeita ou certeza de infecção e um aumento agudo de ≥ 2 pontos no SOFA em resposta a uma infecção (representando disfunção orgânica). CHOQUE SÉPTICO Sepse + necessidade de vasopressor para elevar a pressão arterial média acima de 65 mmHg e lactato > 2 mmol/L (18 mg/dL) após reanimação volêmica adequada. ELENCAR OS CRITÉRIOS DE REGULAÇÃO PARA A UTI PROTOCOLO DE REGULAÇÃO DE UTI INTRODUÇÃO A Política Nacional de Regulação traz como responsabilidade das três esferas do governo, em seu âmbito administrativo, o exercício de algumas atividades, essenciais para o processo regulatório, tais como: a execução da regulação, o controle, a avaliação e a auditoria da prestação de serviços de saúde; a definição, monitoramento e avaliação da aplicação dos recursos financeiros; a elaboração das estratégias de contratualização de serviços de saúde; a definição e implantação de estratégias para cadastramento de usuários, profissionais e estabelecimentos de saúde; a capacitação permanente das equipes de regulação, controle e avaliação e a elaboração, adoção e implementação dos protocolos clínicos e de regulação. User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 10 Diante da prerrogativa a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, através da Superintendência de Gestão e Regulação do Sistema de Saúde, visando otimizar a utilização dos leitos de UTI de forma organizada, hierarquizada, criteriosa e transparente, em todas as regiões de saúde, independentemente do tipo de gestão do município, será apresentada a proposta para utilização dos leitos de UTI Neonatal, Pediátrica e Adulto, credenciados pelo Sistema Único de Saúde, a ser sistematizada através da elaboração e implementação do Protocolo de UTI que pode melhor garantir a Regulação do Acesso, e favorecer o processo regulatório, além de nortear os trabalhadores da área de saúde. DISPOSIÇÕES GERAIS A internação em leitos de UTI destina-se ao atendimento de pacientes graves ou de risco e potencialmente recuperáveis. Dispõe de assistência médica e de enfermagem ininterruptas, com tecnologias duras e recursos humanos especializados. Devido ao alto custo, insuficiência de oferta e a alta demanda, sua solicitação deverá ser criteriosa no momento da indicação. Estas unidades atendem a grupos etários específicos, a saber: Neonatal: pacientes de 0 a 28 dias Pediátrico: pacientes de 29 dias a 12 anos Adulto: pacientes maiores de 13 anos Fatores subjetivos para avaliação Diagnóstico Doença Coexistente Disponibilidade tratamento adequado Desejo do paciente ou do responsável Antecipada qualidade de vida Reserva Fisiológica Resposta ao tratamento Faixa etária Parada cardio respiratória recente Fatores avaliados para admissão em UTI no pós-operatório Idade > 70 anos Cirurgia de grande porte e extensa Septicemia grave Instabilidade Hemodinâmica Hemorragia Maciça Insuficiência Respiratória Neste caso, no momento do agendamento da cirurgia o médico assistente deverá solicitar a regulação, reserva do leito de UTI utilizando relatório padronizado. UTI NEONATAL Devem ser beneficiados recém natos até 28 dias de nascido, cabendo ao médico assistente, indicar o tipo de leito: Unidade de Terapia Intensiva Neonatal ou Unidade de Cuidado Intermediário. Em ambos o caso, deverá ser preenchido relatório médico padronizado e atualizado diariamente ate que o recurso seja viabilizado. PROTOCOLO DE INDICAÇÃO: UTI NEONATAL 11 Anomalia congênita importante que ameace as funções vitais Anóxia grave (apgar 5‘<5) Cardiopatias congênitas descompensadas Desequilíbrio ácido-básico e metabólico Icterícia que necessite exsanguineotransfusão Infecção grave com desequilíbrio ácido-básico, metabólico e respiratório Necessidade de alimentaçãoparenteral Peso ao nascer <1500g e/ou idade gestacional <32 semanas Pré e pós-operatório neonatal Dificuldade respiratória que necessite de CPAP ou respirador Doença hemolítica submetido a terapia intra-útero Instável: insuficiência cardíaca, insuficiência renal, supra-renal, choque, coma, e convulsão. PARÂMETROS OBJETIVOS – CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO FC < 100 ou > 160 bpm PAS < 160 PAM < 110 mmHg FR > 60 ipm Na < 120 ou >160mEq/l K < 2,5 ou > 6 mEq/l PO2 < 55 torr ou SO2 < 80% PCO2 < 27 ou > 40 torr pH RNPTModerado:< 7,35 ou > 7,50 RN termo:< 7,26 ou >7,45 NaHCO3 < 15 Glicemia > 300 mg% Ca total > 8,3 mg% CT crânio alterada com hemorragia, contusão, hidrocefalia com descompensação outras patologias que levem a instabilidade do paciente Glasgow < 9 ou queda>2 ECG Arritmias com instabilidade PROTOCOLO DE INDICAÇÃO: UNIDADE DE CUIDADO INTERMEDIÁRIO NEONATAL Alta da UTI e necessite de observação nas primeiras 24 horas Desconforto respiratório leve e que não necessite de assistência ventilatória Necessidade de venóclise para infusão de glicose, eletrólitos, antibióticos e alimentação parenteral em transição Fototerapia com níveis de bilirrubinas próximos aos níveis de exsanguineotransfusão Necessidade de realização exsanguineo transfusão Submetido à cirurgia de médio porte, estável Infecção Alimentação por sonda Distúrbio metabólico Peso ao nascer >1500g e inferior a 2000g que necessite de observação nas primeiras 72 horas e/ou idade gestacional >32 semanas RN de mãe diabética em venóclise RN de mãe com varicela (isolar incubadora) 12 RN de mãe com colagenose, púrpura e/ou patologia em uso de corticoterapia Necessidade de hidratação venosa RN sem controle térmico UTI PEDIÁTRICA Devem ser beneficiadas crianças até 12 anos cabendo ao médico assistente solicitar sua internação, através de relatório médico padronizado e atualizado diariamente ate que o recurso seja viabilizado. PROTOCOLO INDICAÇÃO Choque Coma Desnutrição grave com descompensação metabólica Diálise peritoneal Insuficiência cardíaca Insuficiência múltiplos órgãos Insuficiência renal aguda Intoxicação exógena Necessidade nutrição parenteral Ventilação mecânica Patologias neurológicas que comprometem a respiração Politraumatizado Pós-operatório Septicemia Traumatismo craniano PARÂMETROS OBJETIVOS – CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO FC < 90 ou > 150 bpm PAS > 150 / PAM >110 mmHg FR > 70 ipm Na < 120 ou >160mEq/l K < 2,5 ou > 5,5 mEq/l PO2 < 65 torr ou SO2 < 90% PCO2 > 65 torr pH < 7,2 ou > 7,5 NaHCO3 < 15 Glicemia > 300 mg% Ca > 8,3 mg% CT crâneo alterada com hemorragia, contusão, hidrocefalia com descompensação, outras patologias que levem a instabilidade do paciente;; Glasgow < 8 ou queda>2 ECG - Arritmias com instabilidade. UTI ADULTO Devem ser beneficiadas adultos a partir de 13 anos, cabendo ao médico assistente, solicitar sua internação, através de relatório médico padronizado e atualizado diariamente até que o recurso seja viabilizado. 13 PROTOCOLO DE INDICAÇÃO Sinais de Hipoperfusão Tecidual Taquicardia Confusão mental ou diminuição do nível de consciência Diminuição da Perfusão periférica (pele fria, cianose de extremidades), diminuição de pulsos periféricos Diminuição do débito urinário (<0,5 ml/h) Acidose metabólica / elevação de lactato Pressão Arterial normal não exclui Choque Dificuldade de manter vias aéreas pérveas (? nível de consciência) Parada respiratória FR > 40 ou < 8 ipm SO2 < 90% ou PO2 < 80mmHg Elevação de CO2 com acidose respiratória Alterações Neurológicas Diminuição súbita do nível de consciência (diminuição > 2 pontos no Glasgow) Ausência de gag ou reflexo da tosse Risco de HIC Convulsões prolongadas ou subentrantes Hipoxemia/Hipercapnia/Hipocapnia PARÂMETROS OBJETIVOS – CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO FC < 40 ou > 150 bpm PAS < 80 / PAM < 60 mmHg FR > 40 ipm Na < 110 ou >170mEq/l K < 2 ou > 6 mEq/l PO2 < 60 torr ou SO2 < 90% PCO2 > 60 torr pH < 7,2 ou > 7,6 NaHCO3 < 15 Glicemia > 600 mg% Ca > 15 mg% CT crâneo alterada com hemorragia, contusão Glasgow < 9 ou queda>2 ECG – IAM, arritmias com instabilidade. CRITÉRIOS DE PRIORIZAÇÃO PARA INTERNAMENTO EM UNIDADE TERAPIA INTENSIVA PRIORIDADE 01 Pacientes criticamente enfermos e instáveis que necessitam de cuidados de terapia intensiva e monitoração que não pode ser provida fora de ambiente de UTI. Usualmente, incluem suporte ventilatório, drogas vasoativas contínuas, etc. PRIORIDADE 02 Pacientes que necessitam de monitoração intensiva e podem potencialmente necessitar intervenção imediata. 14 PRIORIDADE 03 Pacientes criticamente doentes, mas que tem uma probabilidade reduzida de sobrevida pela doença de base ou natureza da sua doença aguda. PRIORIDADE 04 Pacientes geralmente não apropriados para admissão à UTI. A admissão deve ser feita em base individual, em circunstâncias não usuais e ao discernimento do diretor clínico da UTI. Esses pacientes podem ser colocados em duas categorias: Categoria A: Benefício mínimo com os cuidados intensivos devido ao baixo risco de intervenção ativa que não possa ser realizado em ambiente fora da UTI. Categoria B: Doença terminal ou irreversível, com probabilidade de morte iminente. PATOLOGIAS COM INDICAÇÃO DE INTERNAMENTO EM UTI Sistema Cardiovascular o Infarto Agudo do Miocárdio o Choque Cardiogênico o Arritmias Complexas (requer monitorização continua e intervenção). o Edema Agudo de Pulmão o Emergências Hipertensivas o Angina Instável (com arritmias, instabilidade hemodinâmica e dor torácica persistente) o Bloqueio Cardíaco o Aneurisma dissecante da Aorta o Pós Parada Cardio - Respiratória o Insuficiência Cardíaca Congestiva aguda Desordem Neurológica o Acidente Vascular Cerebral com alteração do nível de consciência o Coma (metabólico, tóxico e anóxico) o Estado epilético o Morte encefálica enquanto potencial doador de órgãos o Hemorragia intracraniana com risco de herniação o Trauma Crânio encefálico grave o Hemorragia sub–aracnóide aguda o Vasoespasmo Desordem Gastrointestinal o Hemorragia digestiva alta (com distúrbio hemodinâmico) o Pancreatite grave o Insuficiência hepática fulminante o Perfuração esofágica com ou sem mediastinite Sistema Respiratório o Falência respiratória aguda o Hemoptise severa o Embolia pulmonar com instabilidade hemodinâmica o Insuficiência respiratória (intubação imediata) Endocrinologia o Cetoacidose diabética complicada com instabilidade hemodinâmica, acidose grave o Crise tireotóxica ou coma mixedematoso com instabilidade hemodinâmica o Outros problemas endócrinos com crise adrenal com instabilidade hemodinâmica o Outros problemas endócrinos como crise adrenal com instabilidade hemodinâmica 15 o Hipercalcemia grave com alteração do estado mental necessitando de monitoração hemodinâmica o Hipo ou hipernatremia com convulsão, alteração do estado mental o Hipofosfatemia com fraqueza muscular Intoxicação o Convulsão subsequente a ingestão de drogas o Alteração do Nível de consciência o Hemodinamicamente instável Outras causas o Choque séptico com instabilidade hemodinâmica o Injúrias ambientais o Terapêutica com risco potencial de complicação. FONTES: https://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp- medicine/7616/infeccoes_do_trato_urinario.htm https://www.sanarmed.com/sepse-novas-definicoes-criterios-sofa-diagnostico-yellowbook https://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/protocolo-de-tratamento.pdf http://www1.saude.ba.gov.br/regulasaude/2009/proposta%20nova%202009.asp https://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/7616/infeccoes_do_trato_urinario.htmhttps://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/7616/infeccoes_do_trato_urinario.htm https://www.sanarmed.com/sepse-novas-definicoes-criterios-sofa-diagnostico-yellowbook https://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/protocolo-de-tratamento.pdf http://www1.saude.ba.gov.br/regulasaude/2009/proposta%20nova%202009.asp