Prévia do material em texto
INTRODUÇÃO Tutela→ reposta do judiciário (jurisdicional), visando atender a uma reposta do jurisdicionado. Nesse ínterim, divide-se em provisória e definitiva, a última se refere a sentença. 3 tipos de tutelas: Declaratória, constitutiva (modificação da relação jurídica – divórcio) e condenatória. ~TUTELAS PROVISÓRIAS~ 1. Ondas renovatórias do direito processual: i. Acesso a jurisdição: movimento necessário a concessão da assistência judiciária àquelas pessoas que dela necessitam; ii. Tratamento e defesa dos direitos transindividuais: especificamente aos direitos difusos; iii. Efetividade da justiça: o qual se insere o instituto das tutelas provisória, afinal sem uma providência adotada pelo magistrado, mesmo em tempo que o processo ainda tenha que tramitar, se algumas providências não foram feitas de modo a assegurar o resultado prático, ao final do processo, aquela demanda estará fadada à inocuidade. 2. Expressa na atual sistemática: É um conjunto de tutelas diferenciadas, atendendo circunstâncias especificas do jurisdicionado. 3. Podem ser postuladas na fase de conhecimento e de execução (cumprimento de sentença e execução de título extrajudicial) 4. Necessidade do requerimento da parte 5. Espécies: de urgência e evidência. i. Urgência (art. 294): as modalidades de urgência (antecipava e cautelar) podem ser pleiteadas de modo antecedente ou incidental. Antecipada: tem natureza satisfativa, pois entregam/ antecipam algo (objeto ou prestação) que só seriam entregues no final do processo com a sentença de mérito. Ex.: guarda provisória. Cautelar: tem natureza acessória, pois visam assegura, proteger, acautelar o objeto ou pretensão para que não venha perecer ao longo do trâmite do processo. ii. Evidência (art. 311): modalidade de tutela provisória que só tem razão de ser nas hipóteses do art. 311. 6. Panorama atual da tutela provisória: i. CPC atual trata de maneira mais sistemática e não formam um processo autônomo, não tem processo cautelar, apenas da tutela cautelar inserida dentro do processo de conhecimento ou de execução. ii. Todas as tutelas constituem espécies do mesmo gênero: Esse tratamento comum se justiça em razão de diversos pontos em comum, mesmo sendo diferenciadas entre satisfativas e cautelares e na urgência ou evidência. iii. CPC 1973: antes tinha procedimento cautelar autônomo, não existe mais atualmente. 7. Conceito Espécies de tutela diferenciada, em que a cognição do juiz não é exauriente, mas sumária (superficial) realizada em caráter provisório, que satisfaz antecipadamente ou assegura uma ou mais pretensões formuladas que podem ser deferidas em situação de urgência ou evidência. 8. Efetividade do processo e a tutela de provisória: Está ligada a terceira onda renovatória, a fim de garantir a eficácia (resultado útil) do provimento principal que só viria com a sentença de mérito, tem a redistribuição do ônus da demora do processo (que, em regra, é suportado pelo autor). Art. 5º, XXXV, CF - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Princípio da inafastabilidade da jurisdição e do acesso à justiça. 9. Classificações Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. i. Quanto a fundamentação: a) Urgência – art. 300, caput – requisitos perigo de prejuízo irreparável ou difícil reparação - satisfativa ou protetiva. b) Evidência: sempre satisfativa, apenas as hipóteses do art. 311. Não precisa demonstrar perigo. ii. Quanto a natureza: a) Relacionada com a urgência (demora): Antecipada: natureza satisfativa - antecipa os efeitos ou objeto que seriam concedidos definitivamente ao final com a sentença (após cognição ampla). Cautelar: natureza acessória/ assecurativa/ protetiva – medida para proteger e preservar o objeto ou direito da parte. Ex.: demanda para discutir a posse do imóvel, mas tem medo de que a outra parte possa vender, nesse caso, pede a tutela para fechar a matrícula, evitando que o imóvel seja vendido. b) Quanto ao momento de propositura – sem processo autônomo! a) Antecedente: A tutela antecedente é formulada antes do pedido principal. Só cabem nas tutelas de urgência. Nesse caso, a petição é apenas sobre a tutela de urgência e os fatos narrados são só sobre isso. Após, o juiz abre prazo para emendar a inicial: Na cautelar – prazo de 30 dias para aditar (emendar) para a petição inicial, a parte inclui os outros pedidos. Ex.: não tinha os documentos, foi necessário primeiro pedir para que a Prefeitura entregasse. Depois, abriu-se prazo para emendar a petição e colocar os pedidos. Na antecipava – prazo de 15 dias. b) Incidental: é formulado sempre após ou em conjunto com o pedido principal. Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas. 10. Características i. Tutelas provisórias e limares (liminar – início) Liminar é algo que acontece no início de algo, assim, embora, possa ter uma tutela provisória concedida liminarmente (antes do comparecimento do réu – “ab início” – antes de citado o réu, inalditera part) as duas expressões (liminar e tutela) não são sinônimas. Tutelas concedidas liminarmente: a) Urgência – art. 300, § 2ª b) Evidência – art. 311, II e III. ii. Sumariedade a) Extensão: qualquer matéria pode ser objeto de uma tutela. b) Profundidade: grau de certeza do magistrado é de uma cognição superficial. iii. Provisoriedade – art. 296, caput. a) Pode ser modificado ou revogada a qualquer tempo desde que haja alteração fática que justifique a modificação. Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo. Tutela provisória Urgência Evidência (natureza satisfativa) Antecipada (satisfativa) Cautelar (acessória) Hipóteses art. 311 Incidental ou antecedente Incidental iv. Tutela provisória antecipada não é julgamento antecipado do mérito. O julgamento antecipado de mérito é apreciação definitiva do mérito, está proferindo uma sentença. A tutela provisória está apenas antecipando algo para ter o resultado útil do processo. v. Poder geral de cautela – art. 297, caput. Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória. Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber. a) O juiz pode conceder tutela diferente da que foi pedida – não tem adstrição, diante do princípio da fungibilidade. b) Pode determinar toda e qualquer providência necessária para concretização/ efetivação da medida. vi. Competência Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal. Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito. A tutela dever ser feita no juízo que é competente para o pedido principal. 11. Cognição superficial: análise preliminar, focada em um juízo de probabilidade, que deve verificar a presença de verossimilhança entre os fatos alegados pelo autor e as provas anexados por ele. Assim, a tutela provisória sempre tem que ser substituída pelo provimento definitivo. 12. Motivação do Juiz Art. 298. Nadecisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso. ~TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA – PANORAMA GERAL~ 1. Requerimento da parte: princípio dispositivo/demanda. 2. Não tem previsão expressa no CPC de concessão de tutela de ofício: mas havia um projeto. Há possibilidade de concessão de tutela de urgência de ofício? - Para direitos disponíveis, não é. - Para interesse indisponível, é possível, excepcionalmente. 3. Pode ser requerida em qualquer fase: antes do ajuizamento até depois do trânsito em julgado. 4. Competência a) Regra geral – art. 299, CPC. Tutela formulada em caráter antecedente, esse pedido deve ser feito ao juízo que tem competência da causa principal. Tutela em caráter incidental (feito depois da inicial) esse pedido deve ser feito no juízo onde a causa já está tramitando. b) Questão de recurso: Não é necessário o recurso tenha subido, basta a interposição. Se já houve decisão do órgão “a quo”, o pedido da tutela deve ser encaminhado ao órgão “ad quem”. c) Juízo incompetente: casos de extrema urgência um juízo incompetente pode proferir a tutela e remeter o processo ao juízo competente imediatamente. Os efeitos da tutela serão conservados (decisão não é invalidade automaticamente) até que outra seja proferida pelo juízo competente, que irá validar ou não a decisão. ** é mais complicado para tutela de evidência, pois, não é com base em urgência. Art. 64, CPC A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação. § 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. § 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência. § 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente. § 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. 5. Requisitos Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. i. Fumaça do bom direito – fumus boni juris a) Elementos que evidenciem a probabilidade do direito: não da realidade. b) Cognição superficial: convencer de que as alegações são verossímeis, com base no princípio da proporcionalidade. Este princípio aduz e leciona que uma liminar será deferida sempre que existir a “fumaça do bom direito”, ou seja, um indício forte de veracidade do alegado na inicial. Não há a necessidade de provar a existência do direito, bastando a mera suposição de verossimilhança. ii. Perigo da demora – periculum in mora a) Perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. b) Cognição superficial: receio fundado de que se não for concedida o dano será irreparável e não certeza. c) Pode decorrer de ação ou omissão da parte contrária. Sempre que ficar configurado que o perigo da demora pode gerar algum prejuízo, deve- se deferir liminarmente o pedido, já que a decisão se realizada de forma tardia gera algum prejuízo. iii. Não irreversibilidade Art. 300, § 3º- A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. a) Reversibilidade ao “Statu quo ante”: como é possível rever a tutela, é necessário que as partes possam voltar ao estado anterior, sempre envolto no princípio da proporcionalidade para analisar as consequências ou desproporções da medida. b) A irreversibilidade não é do provimento (deferimento da tutela, pois ele é reversível), mas dos efeitos por ela produzidos. c) Hipótese do § 1º art. 300, CPC e sua ressalva: Possível determinar ao conceder a tutela uma caução. Seria uma contracautela, garantia para eventuais danos. Art. 300, § 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 6. Pode ser concedida liminarmente: Art. 300, § 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. a) Liminar: antes do réu ser citado. b) Audiência de justificação prévia: consiste quando o juiz está verificando a urgência e diante de dúvida, a fim de evitar o perecimento do direito do autor, concede ao autor a possibilidade de justificar (oportunidade ao autor que demonstre que em relação ao tutela estão todos os requisitos, afinal nem sempre é possível demonstrar apenas por documentos, necessário testemunhas). Advém do procedimento especial para as ações de reintegração de posse de força nova, mas é um procedimento antigo e como se trata de tutela diferente. Assim, pode ser aplicar as tutelas genéricas – cautelar ou antecipada. 7. Responsabilidade civil do requerente: Quem pede a tutela, assume o risco. Art. 302. Independentemente da reparação por danos processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: I - a sentença lhe for desfavorável; II - Obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível. i. Responsabilidade objetiva: se a tutela ocasionar danos que devem ser comprovados e demonstrados em sua extensão. ii. Possibilidade de cumulação com dano processual: caso de litigância de má-fé Art. 79, CPC. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente. ~TUTELA PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA – PANORAMA GERAL~ 1. SEMPRE incidental: só poder ser feita depois do pedido inicial. 2. Pode ser concedida com outros fundamentos diferentes da urgência: não precisa ter a fumaça do bom direito e perigo da demora. 3. Ônus da demora: não há risco/ perigo a ser afastado, mas sim situações em que não é razoável que o autor suporte o ônus da demora. Assim, muitas vezes vai ser deferida para repelir atos protelatórios do réu. 4. Permite que o juiz antecipe uma medida satisfativa: transferindo para o réu o ônus da demora. Lembra a tutela antecipada, mas a antecipada precisa demonstrar a urgência (fumaça e perigo). 5. Rol taxativo e não cumulativo– art. 311, CPC. 6. Natureza satisfativa: antecipa algo que seria só concedido com a sentença de mérito. 7. Cognição sumária e caráter provisório: as 4 hipóteses podem ser revogadas ou modificadas a qualquer tempo. 8. Sempre tem que ser substituída pelo provimento definitivo. 9. Requisitos e hipóteses: i. Requerimento da parte: igual a urgência, ainda mais porque não existe prejuízo. Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV - a petição inicial for instruída com provadocumental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. ii. Inciso I – sancionar atitude abusiva + redistribuição do ônus. É concedido quando, durante o processo, o réu se comporta de modo a protelar o julgamento (depende do comportamento do réu). Tem caráter repressivo, visando sancionar atitude abusiva (má-fé, abuso da parte) iii. Inciso II – forte grau de probabilidade que o direito venha a ser reconhecido É a genuína evidência, assim como no inciso IV. ENUNCIADO 48 da 1ª Jornada de Direito Processual – É admissível a tutela provisória da evidência, prevista no art. 311, II, do CPC, também em casos de tese firmada em repercussão geral ou em súmulas dos tribunais superiores. ± do Julgamento antecipado – Concedida a tutela, o processo continuará tramitando normalmente, pois pressupõe a necessidade de prosseguimento do feito. iv. Inciso III – pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito. Quanto a depositária não quer devolver a coisa e a retenção é indevida. CPC 73 → previa ação de depósito como procedimento especial, cujo objetivo era a restituição de coisa dada em depósito, instrução com prova literal do contrato. Tutela de evidência com fundamento. O conteúdo é específico para entrega de coisa em depósito, se deferido, sob pena de multa. Pedido reipersecutório: reivindica um bem e/ou direito que a ele pertence, mas que não está estabelecido em seu próprio patrimônio. v. Inciso IV – fatos constitutivos suficientemente documentados + réu não oponha prova capaz de gerar dúvida. Critério de proporcionalidade: inverter o ônus da demora processual. Qual a utilidade dessa tutela? Por qual motivo o juiz não promove julgamento antecipado? R: Nessa hipótese a parte contrária que está pleiteando a tutela, por meio do seu contraditório. 10. Sem previsão na tutela de evidência i. Risco de irreversibilidade? Na evidência não há dispositivo equivalente ao da urgência. Tutela de evidência funda-se = Maior grau de certeza + elevada probabilidade de direito. ii. Responsabilidade civil: não há previsão, pois o CPC do estabeleceu para a tutela antecipada ou cautelar (art. 302, CPC). Obs.: Possibilidade se houver dano comprovado da parte contrária em razão da efetivação da medida. 11. Momento para a concessão da tutela i. Liminarmente: hipóteses do inciso II e II – art. 311 combinado com art.9, II, CPC, mas sempre de modo incidental. ADI 5.492 – violação do princípio do contraditório: devido ser possível ser concedida liminarmente. ii. Tutela de evidência pode ser concedida em grau de recurso e na sentença de primeiro grau. iii. Decisão que concede ou não tutela de evidência: em regra é a decisão interlocutória, pode ser confirmada ou revogada na sentença. Concedida na sentença produzirá efeito suspensivo. Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. § 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; ~TUTELAS PROVISÓRIAS: ANTECEDENTES E INCIDENTAIS~ Diz sobre o momento que é formulada a pretensão para concessão da tutela provisória. ~TUTELA INCIDENTAL~ 1. Conceito: Quando a tutela é protocola após a petição com os pleitos principais foram feitos OU mesmo junto na petição inicial, após todos os pedidos e documento necessário para o deslinde do feito, pedem também a tutela. Art. 308, § 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar. 2. Cabimento: aplicam-se as tutelas de urgência, tanto de natureza antecipada (satisfativa), como de natureza cautelar (conservativa). Assim, como é a única que se aplica nas tutelas de evidência. 3. Podem ser deferidas liminarmente: tanto a tutela de urgência, como de evidência (apenas nos incisos II e III do art.311, CPC) 4. Se a tutela é concedida na fase de sentença é incidental. Verificar se a apelação tem ou não efeito suspensivo → Havendo efeito suspensivo, o juiz pode conceder a tutela provisória outrora pedida ou reforçá-la para a decisão ter efeitos enquanto a sentença ou acordão estão sem produzir os seus efeitos devido a suspensão. ~TUTELA ANTECEDENTE~ 1. Conceito: É a tutela realizada antes de protocolar o pedido inicial. Uma petição focada na formulação dos motivos/razões necessários para a concessão daquela tutela (medida extrema), bem como, evidencia qual é a relação da tutela de urgência com o pleito principal. Ex.: não ter os documentos necessário em vista da urgência. 2. Aplica-se apenas na tutela de urgência (cautelares e antecipada). Não cabe nas de evidência! 3. Necessidade do aditamento da petição ou apresentação do pedido: é necessário um complemento a petição, isto é, complementá-la com o objeto principal, afinal era focada apenas na tutela, mesmo se a tutela for indeferida. 4. Competência – art. 299, CPC: tem que ser no juízo que é competente para o pleito principal. a) Absoluta: prejudica também o julgamento da tutela antecedente, cabe remessa de ofício ao juiz competente. Juiz pode conceder tutela mesmo que absolutamente incompetente → situações de extremíssima urgência, em que o juiz incompetente pode conceder a tutela, no qual os efeitos se conservaram até o juiz competente analisá-la, a teor do art. 64, §4, CPC. b) Relativa: cabe ao réu suscita em contestação ou no seu primeiro momento, caso contrário, há prorrogação de competência, assim, o juiz incompetente torna-se competente. i. Tutela antecipada antecedente: a contestação só é apresentada depois de formulado o pedido principal. Assim, só pode suscitar a incompetência relativa nesse momento. ii. Tutela cautelar antecedente: o réu será citado para, em 5 dias, contestar o pedido cautelar, momento em que a incompetência relativa deve ser feita pelo réu na primeira oportunidade, sob pena de prorrogação. c) Mais de um juiz competente para o pedido principal: o ajuizamento do pedido de tutela provisória antecedente gera prevenção daquele juízo que conheceu primeiro, isto é, o pedido principal deve ser feito no juízo prevento. 5. Forma processo único, independente de for cautelar ou antecipado: não formam mais processos distintos igual o CPC/73. 6. Custas devem ser pagas desde o início, com o pedido antecedente. ~ PROCEDIMENTO DA TUTELA PROVISÓRIA ANTECIPADA em caráter ANTECEDENTE~ Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. § 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334; III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335. § 2 o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1 o deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. § 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1 o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. § 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedidode tutela final. § 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo. – É sobre a estabilidade, tem que deixar claro na petição, se quer que essa tutela seja estável ou não. § 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. 1. Deferida: a) Autor → Aditamento, formular o pedido principal em 15 dias, pode ser fixado prazo maior, mas não menor. b) Réu → com o deferimento da tutela o réu é citado e intimado dessa decisão, momento em que começa fluir o prazo para o apresentar o recurso cabível (Agravo de instrumento). Só apresenta a contestação após o aditamento da inicial – art. 335, CPC. Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição 2. Estabilidade da tutela – inovação, tentativa de solucionar mais rapidamente o conflito. Apenas para a tutela antecipada antecedente. Obs.: Aditado a petição tem seguimento do processo e há manutenção da eficácia da medida que se conserva ao longo do processo até a sentença de mérito, aplicando a regra do art. 296, CPC e não estabilidade, pois a tutela pode ser mudada ou revista. A conduta do autor e do réu interfere no processo e sobre a estabilidade da tutela, mesmo após de deferida a tutela. Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. – Não é impugnação ou contestação. § 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto. – Sem resolução de mérito. § 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput. § 3 o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o . - Exceção da coisa julgada. § 4 o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o , prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida. § 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2 o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o . § 6 o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2 o deste artigo. a) Requisitos da estabilização petição da tutela antecipada antecedente, nos termos do art. 303, com pedido escrito e expresso do benefício do art. 303, §5, §4 + sem recurso (art. 304, caput) - sem impugnação do réu ao pedido inicial + autor não pode aditar a petição (do contrário, segue a regra do art. 296, CPC). - Obs.: inércia de ambas as partes. **Super obs.: Logo, é interessante o juiz colocar prazo maior no aditamento do que 15d, pois o prazo de aditamento e de apresentação do recurso cabível corre concomitantemente, assim, como prazo maior é possível que autor verifique se foi interposto recurso ou não. i. Interposto recurso: nesse caso, o autor deve aditar, pois não terá possível a estabilização da tutela. STJ: Apenas com a interposição de agravo de instrumento é possível impedir a estabilização de tutela provisória. Ao julgar o REsp nº 1.797.365-RS, em 03/10/2019, a 1ª Turma do STJ. – O recurso seria o agravo de instrumento mesmo, mas não tem precedente judicial. Não tem o pode por si só suspender o processo principal, a não ser que o desembargador relator conceda, desde que haja pedido da parte, a suspensão do pedido principal. ii. Não interposto: o autor não deve aditar. 3. Autor não aditou, o processo será extinto sem resolução de mérito (art. 303, § 1ª), hipóteses: a) Sem aditamento e sem recurso: a tutela antecipada se torna estável – combinação do art. 304 com o art. 303, §5ª, CPC. b) Interposição de recurso, mas sem aditamento: o processo será extinto, inclusive a medida de urgência e prejudicado será o recurso e a tutela, pois o mérito foi extinto. 4. Alteração da estabilização da tutela – art. 304, §2, CPC - apenas por meio de decisão de mérito proferida em outra demanda, para desconstituir aquela tutela. a) Prazo decadência: 2 anos a partir da ciência de extinção do processo e do trânsito em julgado, para entrar com outra demanda. Ex.: réu entrar com recurso, pois não foi devidamente citado. Nesse caso, o prazo conta do trânsito em julgado. b) Conversão em decisão definitiva: passados os 2 anos. 5. Caso de litisconsorte: a) Unitário: o agravo de instrumento de um aproveita os demais. b) Simples: sentença é independente, o A.I é independente em relação aos demais. 6. Estabilidade da tutela contra fazenda pública: é possível, de acordo com analogia à: Sumula 339, STJ: É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública. 7. Pode ser concedida liminarmente – art. 300,§2ª ~ PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR REQUERIDA em caráter ANTECEDENTE~ 1. Procedimento: Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303. – Princípio da fungibilidade, cabe inversamente. 2. Pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia– art. 300,§2ª 3. Diferença entre a tutela cautelar e antecipada antecedente: i. Cautelar não tem a possibilidade de estabilização : envolve a perseguição da sentença de mérito, mas para que o resultado do processo seja útil, pede-se a sempre a conservação do objeto. ii. Resposta do réu: Prazo para o réu impugnar o pedido da tutela cautelar é de 5 dias, enquanto na antecipada é do prazo do recurso cabível: quanto a contestação do pedido principal é igual – 15 dias da audiência de conciliação mediação (art. 334, art. 308) ** Se for pedido principal cumulado com a tutela (art. 308, §1ª), o réu oferece contestação apenas em relação ao pedido da tutela, pois é somente 5 dias. Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas que pretende produzir. – Refere-se impugnar apenas o pedido de tutela cautelar. - Não contestado: considera-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor e fim do processo. - Contestado: seguimento como procedimento comum. Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias. Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento comum. ** Falha: é necessário o aditamento do autor em 30 dias, mesmo se o autor não contestar. -Prazo em dobro: MP e pessoa jurídica de direito público. Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1o Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarãode prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal. a) Prazo de 30 dias para aditar o pedido de medida cautelar ou formular o pedido principal, começa a contar a partir da efetivação da tutela e não da sentença que o juiz concedeu o pedido. Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais. § 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar. § 2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal. § 3 o Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação do réu § 4o Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335. 4. Custas: As custas já foram antecipadas, então no aditamento não é necessário pagá-las de novo, salvo se com o pedido principal aumentar, caso que terá que complementá-las. 5. A eficácia da tutela cautelar sempre será provisória (art. 296 c/c 309). a) Fim da eficácia da tutela Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se: I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; II - Não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; - Às vezes não depende só de atos do autor, mas do Ofício de justiça, força judicial, força do BACENJUD. Contudo, nesse inciso, os empecilhos são provocados pelo autor, ex., a pessoa, se não for beneficiária da justiça gratuita, se ela não pagar as custas, o oficial de justiça não irá agir ou não tem BACENJUD. III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito. Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento. 6. Indeferimento da tutela e o pedido principal: Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição. *obs.: também não influencia da tutela antecipada, quando feita antecedentemente. 1. Tutelas inominadas e nominadas a) Inominadas: tutelas em gerais que não tem um motivo específico para formulação. b) Nominadas – art. 301 Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. i. Arresto: tem como objetivo preservar bens do devedor como garantia de futura penhora quando há ameaça de dilapidação do patrimônio, tornando o réu insolvente. Não se confunde com arresto cautelar – art. 830 – que se trata dos incidentes de execução. Ex.: autor entra com uma ação de conhecimento e percebe que o réu está desafazendo de seus bens para quando chegar ao cumprimento de sentença ele esteja insolvente. ii. Sequestro: bloqueio de bens determinados e específicos, discutidos em processo judicial, que correm o risco de perecer ou de danificar. Ex.: discussão a titularidade de obras de arte ou bens infungíveis (não é possível substituir), relíquia de família. iii. Arrolamento: promover a enumeração de bens que o autor ainda não conhece. Tem como objetivo permitir ao interessado conhecer quanto e quais são -sempre objetiva uma universalidade: um patrimônio, uma herança. iv. Registro de protesto contra alienação de bens: pleiteia, no começo da demanda, um cautelar para realizar o protesto na matrícula de determinado imóvel ou ao DETRAN etc. Objetiva o conhecimento “erga omines”, evitar que a parte se torne insolvente, bem como, se terceiro adquirir o objeto sob protesto corre o risco de perdê-lo se a demanda for procedente.