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resumos - AV2 08/11 
Embriologia 
• Resumo primeira semana 
1. Os oócitos são produzidos pelos ovários (oogênese) e são expelidos deles durante a ovulação. As fímbrias da 
tuba uterina varrem o oócito para a ampola, onde ele pode ser fecundado. Geralmente somente um oócito é 
expelido na ovulação. 
2. Os espermatozoides são produzidos nos testículos (espermatogênese) e armazenados nos epidídimos. A 
ejaculação do sêmen resulta na deposição de milhões de espermatozoides na vagina. Várias centenas deles 
passam através do útero e entram nas tubas uterinas. 
3. Quando um oócito é penetrado por um espermatozoide, ele completa a segunda divisão meiótica. Como 
resultado, um oócito maduro e um segundo corpo polar são formados. O núcleo do oócito maduro constitui o 
pronúcleo feminino. 
4. Após o espermatozoide entrar no oócito, a cabeça dele se separa da cauda e aumenta para se tornar o 
pronúcleo masculino. A fecundação se completa quando os pronúcleos masculino e feminino se unem e os 
cromossomos maternos e paternos se misturam durante a metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto. 
5. À medida que o zigoto passa ao longo da tuba uterina em direção ao útero, sofre clivagens (uma série de 
divisões mitóticas) em várias células menores, os blastômeros. Aproximadamente três dias após a fecundação, 
uma esfera de 12 ou mais blastômeros (a mórula) entra no útero. 
6. Uma cavidade se forma na mórula, convertendo-a em blastocisto, que é formado pelo embrioblasto, pela cavidade 
blastocística e pelo trofoblasto. O trofoblasto encapsula o embrioblasto e a cavidade blastocística e depois irá 
formar estruturas extraembrionárias e a porção embrionária da placenta. 
7. Quatro a 5 dias após a fecundação, a zona pelúcida desaparece e o trofoblasto adjacente ao embrioblasto se 
adere ao epitélio endometrial. 
8. O trofoblasto do polo embrionário se diferencia em duas camadas, uma externa, o sinciciotrofoblasto e outra 
interna, o citotrofoblasto. O sinciciotrofoblasto invade o epitélio endometrial e o tecido conjuntivo adjacente. 
Concomitantemente, forma-se uma camada cuboidal de hipoblasto na superfície inferior do embrioblasto. Ao final 
da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado no endométrio. 
• Resumo segunda semana 
1. Assim que o blastocisto completa a implantação no endométrio uterino ocorre uma rápida proliferação e 
diferenciação do trofoblasto. 
2. As mudanças no endométrio resultantes da adaptação desses tecidos em preparação para a implantação são 
denominadas de reação decidual. 
3. Concomitantemente, forma-se a vesícula umbilical primitiva e ocorre o desenvolvimento do mesoderma 
extraembrionário. O celoma (cavidade) extraembrionário forma-se a partir de espaços presentes no mesoderma 
extraembrionário. Posteriormente, o celoma se torna a cavidade coriônica. 
4. A vesícula umbilical primitiva diminui e desaparece gradativamente conforme ocorre o desenvolvimento da 
vesícula umbilical secundária. 
5. A cavidade amniótica aparece entre o citotrofoblasto e o embrioblasto. 
6. O embrioblasto se diferencia em um disco embrionário bilaminar formado pelo epiblasto, voltado para a cavidade 
amniótica, e pelo hipoblasto, adjacente à cavidade blastocística. 
7. O desenvolvimento da placa pré-cordal, um espessamento localizado no hipoblasto, indica a futura região cranial 
do embrião e o futuro local da boca; a placa pré-cordal também é um importante organizador da região da 
cabeça. 
• Resumo terceira semana 
1. O disco embrionário bilaminar é convertido em um disco embrionário trilaminar durante a gastrulação. Essas 
alterações começam com o aparecimento da linha primitiva, que surge no início da terceira semana como um 
espessamento do epiblasto na extremidade caudal do disco embrionário. 
2. A linha primitiva resulta da migração de células do epiblasto para o plano mediano do disco. A invaginação das 
células epiblásticas a partir da linha primitiva dá origem as células mesenquimais que migram ventral, lateral e 
cranialmente entre o epiblasto e o hipoblasto. 
3. Logo que a linha primitiva começa a produzir células mesenquimais, o epiblasto passa a ser conhecido como 
ectoderma embrionário. Algumas células do epiblasto deslocam o hipoblasto e formam o endoderma embrionário. 
As células mesenquimais produzidas pela linha primitiva logo se organizam em uma terceira camada germinativa, 
o mesoderma intraembrionário ou embrionário, ocupando a área entre o antigo hipoblasto e as células do 
epiblasto. As células do mesoderma migram para as bordas do disco embrionário, onde se unem ao mesoderma 
extraembrionário que reveste o âmnio e a vesícula umbilical. 
4. Ao final da terceira semana, o embrião é um disco embrionário oval e achatado. O mesoderma existe entre o 
ectoderma e o endoderma do disco em toda a sua extensão, exceto na membrana bucofaríngea; no plano 
mediano, ocupado pela notocorda e na membrana cloacal. 
5. No início da terceira semana, as células mesenquimais da linha primitiva formam o processo notocordal, entre o 
ectoderma e o endoderma embrionário. O processo notocordal se estende do nó primitivo até a placa pré- cordal. 
Formam-se aberturas no assoalho do canal notocordal, que logo coalescem, formando a placa notocordal. Essa 
placa se invagina para formar a notocorda, o eixo primitivo do embrião ao redor do qual se forma o esqueleto 
axial (p. ex., a coluna vertebral). 
6. A placa neural aparece como um espessamento do ectoderma do embrião, induzido pelo desenvolvimento da 
notocorda. Um sulco neural longitudinal se desenvolve na placa neural, e é margeado pelas pregas neurais. A 
fusão das pregais neurais forma o tubo neural, o primórdio do SNC. 
7. À medida que as pregas neurais se fusionam para formar o tubo neural, as células neuroectodérmicas formam a 
crista neural entre o ectoderma superficial e o tubo neural. 
8. O mesoderma de cada lado da notocorda se condensa para formar colunas longitudinais de mesoderma paraxial, 
que, até o final da terceira semana, dão origem aos somitos. 
9. O celoma (cavidade) no interior do embrião surge como espaços isolados no mesoderma lateral e no mesoderma 
cardiogênico. As vesículas celômicas em seguida coalescem formando uma única cavidade, em formato de 
ferradura, que, posteriormente, originam as cavidades do corpo. 
10. Os vasos sanguíneos aparecem primeiro na parede da vesícula umbilical, do alantoide e do córion. Eles se 
desenvolvem no interior do embrião logo em seguida. As hemácias fetais se desenvolvem a partir de precursores 
hematopoiéticos diferentes. 
11. O coração primitivo é representado pelos tubos cardíacos endocárdicos pareados. Até o final da terceira 
semana, os tubos cardíacos se fundiram, formando um coração tubular, que está unido aos vasos sanguíneos 
do embrião, da vesícula umbilical, do córion e do pedículo de conexão, formando um sistema cardiovascular 
primitivo. 
12. As vilosidades coriônicas primárias se tornam vilosidades coriônicas secundárias quando adquirem um eixo 
central mesenquimal. Antes do final da terceira semana, ocorre o desenvolvimento de capilares transformando- 
as em vilosidades coriônicas terciárias. As extensões citotrofoblásticas das vilosidades-tronco se unem para 
formar uma capa citotrofoblástica que ancora o saco coriônico no endométrio. 
• Resumo quarta semana 
1. No início da quarta semana, os dobramentos nos planos mediano e horizontal convertem o disco embrionário 
trilaminar achatado em um embrião cilíndrico, em forma da C. A formação da cabeça, da eminência caudal e das 
pregas laterais é uma sequência contínua de eventos que resultam na constrição entre o embrião e a vesícula 
umbilical. 
2. Com a cabeça dobrando-se ventralmente, parte da camada endodérmica éincorporada na região da cabeça do 
embrião em desenvolvimento, como o intestino anterior. O dobramento da região da cabeça tambémresulta no 
deslocamento da membrana bucofaríngea e do coração ventralmente, tornando o encéfalo em desenvolvimento a 
parte mais cranial do embrião. 
3. Com a eminência caudal dobrando-se ventralmente, parte da camada germinativa endodérmica é incoporada à 
extremidade caudal do embrião formando o intestino posterior. A parte terminal do intestino posterior se expande 
para formar a cloaca. O dobramento da região caudal também resulta no deslocamento da membrana cloacal, do 
alantoide e do pedículo de conexão para a superfície ventral do embrião. 
4. O dobramento do embrião no plano horizontal incorpora parte do endoderma ao embrião formando o intestino 
médio. 
5. A vesícula umbilical permanece unida ao intestino médio pelo estreito ducto onfaloentérico (pedículo vitelínico). 
Durante o dobramento do embrião no plano horizontal, o primórdio das paredes lateral e ventral do corpo são 
formadas. Como o âmnio se expande, envolve o pedículo de conexão, o ducto onfaloentérico e o alantoide, 
formando, assim, o epitélio de revestimento do cordão umbilical. 
6. As três camadas germinativas se diferenciam em vários tecidos e órgãos, de modo que, ao final do período 
embrionário, já estão estabelecidos os primórdios dos principais sistemas de órgãos. 
7. A aparência externa do embrião é grandemente afetada pela formação do encéfalo, do coração, do fígado, dos 
somitos, dos membros, das orelhas, do nariz e dos olhos. 
8. Em função do início da formação das estruturas internas e externas mais essenciais ocorrerem durante a quarta 
semana, esse é o período mais crítico do desenvolvimento. O desenvolvimento de distúrbios durante esse período 
pode levar a grandes anomalias congênitas. 
9. Estimativas razoáveis da idade dos embriões podem ser determinadas a partir da data do início do UPMN, do 
momento estimado da fecundação, das medidas ultrassonográficas do saco coriônico e do embrião e pelo exame 
das características externas do embrião. 
• Sistema Respiratório 
1. Na quarta semana, um divertículo laringotraqueal se desenvolve no assoalho da faringe primitiva. 
2. O divertículo laringotraqueal torna-se separado do intestino anterior pelas pregas traqueoesofágicas que se 
fusionam para formar o septo traqueoesofágico. Esse septo resulta na formação do esôfago e do tubo 
laringotraqueal. 
3. O endoderma do tubo laringotraqueal origina o epitélio dos órgãos respiratórios inferiores e das glândulas 
traqueobrônquicas. O mesênquima esplâncnico ao redor do tubo laringotraqueal forma o tecido conjuntivo, a 
cartilagem, o músculo, os vasos sanguíneos e os vasos linfáticos desses órgãos. 
4. O mesênquima do arco faríngeo contribui para a formação da epiglote e do tecido conjuntivo da laringe. Os 
músculos da laringe são derivados do mesênquima dos arcos faríngeos caudais. As cartilagens da laringe são 
derivadas das células da crista neural. 
5. A extremidade distal do divertículo laringotraqueal forma o broto respiratório que se divide em dois brotos 
brônquicos. Cada broto brônquico logo se expande para formar o brônquio principal e, em seguida, o brônquio 
principal subdivide-se para formar os ramos brônquicos lobares, segmentares e subsegmentares. 
6. Cada broto brônquico terciário (broto brônquico segmentar), com seu mesênquima ao redor, é o primórdio do 
segmento broncopulmonar. As ramificações continuam até aproximadamente 17 ordens de ramos serem 
formadas. Vias respiratórias adicionais são formadas após o nascimento, até aproximadamente 24 ordens de 
ramos estarem presentes. 
7. O desenvolvimento dos pulmões é dividido em quatro estágios: O pseudoglandular (6 a 16 semanas, o 
canalicular (16 a 26 semanas), saco terminal (26 semanas ao nascimento) e estágio alveolar (32 semanas 
até aproximadamente 8 anos de idade). 
8. Por volta da 20a a 22a semana, o pneumócito tipo II começa a secretar o surfactante pulmonar. A deficiência 
do surfactante resulta na SAR ou doença da membrana hialina. 
9. A FTE, que resulta da divisão defeituosa do intestino anterior em esôfago e traqueia, é normalmente associada à 
atresia esofágica. 
• Doenças Sistema Digestorio 
1. O intestino primitivo se forma a partir da porção dorsal da vesícula umbilical, que é incorporada ao interior do 
embrião. O endoderma do intestino primitivo dá origem ao revestimento epitelial do trato digestório, exceto nas 
porções cranial e caudal, que são derivadas do ectoderma do estomodeu e da membrana cloacal, 
respectivamente. Os componentes de tecido muscular e conjuntivo do trato digestório são derivados do 
mesênquima esplâncnico que circunda o intestino primitivo. 
2. O intestino anterior dá origem à faringe, ao sistema respiratório inferior, ao esôfago, ao estômago, à porção 
proximal do duodeno, ao fígado, pâncreas e sistema biliar. Como a traqueia e o esôfago possuem uma origem 
comum, a partir do intestino anterior, a divisão incompleta pelo septo traqueoesofágico resulta em estenoses ou 
atresias, com ou sem fístulas entre elas. 
3. O divertículo hepático, o primórdio do fígado, da vesícula biliar e do sistema de ductos biliares, é um crescimento 
do revestimento epitelial endodérmico do intestino anterior. Cordões epiteliais hepáticos se desenvolvem a partir 
do divertículo hepático e crescem no septo transverso. Entre as camadas do mesentério ventral, derivadas do 
septo transverso, células primordiais se diferenciam em tecidos hepáticos e nos revestimentos dos ductos do 
sistema biliar. 
4. A atresia duodenal congênita resulta da falha do processo de vacuolização e recanalização que ocorre após a 
fase sólida normal de desenvolvimento do duodeno. Normalmente, as células epiteliais se degeneram e o lúmen do 
duodeno é restaurada. A obstrução do duodeno também pode ser causada por um pâncreas anular ou estenose 
pilórica. 
5. O pâncreas se desenvolve a partir de brotos pancreáticos que se formam do revestimento endodérmico do 
intestino anterior. Quando o duodeno gira para a direita, o broto pancreático ventral se move dorsalmente e se 
funde com o broto pancreático dorsal. O broto pancreático ventral forma a maior parte da cabeça do pâncreas, 
incluindo o processo uncinado. O broto pancreático dorsal forma o restante do pâncreas. Em alguns fetos, os 
sistemas de ducto dos dois brotos não se fundem, e se forma um ducto pancreático acessório. 
6. O intestino médio dá origem ao duodeno (a porção distal à entrada do ducto biliar), jejuno, íleo, ceco, apêndice, 
colo ascendente e à metade direita dois terços do colo transverso. O intestino médio forma uma alça intestinal 
umbilical em forma de U que hernia-se no cordão umbilical durante a sexta semana porque não há espaço 
suficiente para ele no abdome. Enquanto no cordão umbilical, a alça do intestino médio gira 90° em sentido anti-
horário. Durante a 10a semana, o intestino retorna ao abdome, girando mais 180°. 
7. As onfaloceles, má rotações e fixações anormais do intestino resultam de falha no retorno ou rotação anormal 
do intestino. Como o intestino é normalmente ocluído durante a quinta e a sexta semanas, resulta em estenose 
(obstrução parcial), atresia (obstrução completa) e duplicações se a recanalização não ocorrer ou ocorrer de 
modo anormal. Remanescentes do ducto onfaloentérico podem persistir. Divertículos ileais são comuns; no 
entanto, poucos deles se tornam inflamados e produzem dor. 
8. O intestino posterior dá origem ao terço esquerdo da metade do colo transverso, ao colo descente e ao colo 
sigmoide, o reto e a porção superior do canal anal. A porção inferior do canal anal se desenvolve a partir da 
fosseta anal. A porção caudal do intestino posterior divide a cloaca no seio urogenital e reto. O seio urogenital dá 
origem à bexiga urinária e à uretra. O reto e a porção superior do canal anal são separados do exterior pelo 
tampão epitelial. Essa massa de células epiteliais se decompõe ao final da oitava semana. 
9. A maior parte das anomalias anorretais resulta da septação anormal da cloaca no reto e no canal anal 
posteriormentee da bexiga urinária e uretra anteriormente. O crescimento detido e/ou o desvio do septo 
urorretal causam a maior parte as anomalias anorretais, como a atresia retal e fístulas entre o reto e a uretra, a 
bexiga urinária ou a vagina. 
• Sistema Urinario 
1. O desenvolvimento dos sistemas urinário e genital estão intimamente associados. • O sistema urinário se 
desenvolve antes do sistema genital. 
2. Três sistemas renais sucessivos se desenvolvem: pronefro (não funcional), mesonefro (órgãos excretores 
temporários) e metanefro (primórdios dos rins permanentes). 
3. Os metanefros se desenvolvem a partir de duas fontes: os brotos uretéricos, que dão origem ao ureter, pelve 
renal, cálices e túbulos coletores, e o blastema metanefrogênico, que dá origem aos néfrons. 
4. De início, os rins estão localizados na pelve; entretanto, eles gradualmente mudam de posição para o abdome. 
Essa migração aparente resulta do crescimento desproporcional das regiões lombares e sacrais fetais.

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