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Weberton Nunes Ferreira UDF_Direito (Bacharelado)_6N1_20211
RGM:1419949740
Direito do Trabalho II 
Professor: Frederico Teixeira Barbosa
Link do documentário PRECISÃO:
https://www.youtube.com/watch?v=s8ipdQMJmTo
"Precisão”, que é a palavra utilizada no Maranhão para definir a extrema necessidade de lutar pela sua sobrevivência. Vulneráveis sócio e economicamente, é por precisão que brasileiros e brasileiras acabam submetidos a condições análogas a de trabalho escravo.  
O filme retrata as histórias de vida de seis pessoas resgatadas dessas condições de trabalho. Um homem negro, responsável, digno e trabalhador que é explorado para servir caprichos capitalistas de indivíduos unicamente preocupados com a acumulação e posse de capital, um homem livre que é manipulado para fins mercantilistas. 
Algumas delas começaram a trabalhar muito cedo, aos oito anos de idade, sendo também vítimas de trabalho infantil em sua infância e adolescência. O documentário também mostra flagrantes feitos durante operações de fiscalização para erradicação do trabalho escravo. 
O conceito de trabalho análogo à escravidão está previsto na legislação brasileira no Artigo 149 do Código Penal: “reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto.
Embora a Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT não trate de forma explícita e direta sobre o trabalho escravo, alguns artigos são utilizados em analogia com o intuito de combater os desregramentos cometidos contra os trabalhadores.
O artigo 13 da citada lei, dispõe quanto ao registro expresso dos funcionários no momento da contratação, sendo anotado o valor do salário e a natureza do serviço. Tais cautelas impostas pela lei, buscam impedir que o trabalhador labore mais horas que o disposto em lei, bem como perceba valores inferiores aos pagos aos demais funcionários de igual categoria, no exercício de mesma atividade.
Objetivando ainda, a dignidade do trabalhador, no que tange à segurança do mesmo, o artigo 157 da CLT, em especial o inciso I, determina:
Art. 157 - Cabe às empresas: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977).
I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977).
II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977).
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977).
IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977).
Há que se falar também na proteção conferida pelo artigo 444 do citado diploma legal que impõe ao empregador o respeito pelas normas trabalhistas e às disposições de eventuais acordos coletivos realizados, deixando explícito que nenhuma alteração ou estipulação contratual que esteja em contrário à lei ou pactos coletivos será válida.
Visando o bem estar e respeito ao tempo a ser trabalhado, sem que haja prejuízo ao empregado no exercício de suas atividades diárias, ainda que exercidas dentro do estabelecimento, a Lei n. 13.467/2017 modificou o artigo 4º da CLT, que passou a definir:
Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada...
Neste liame, o empregado não será constrangido a retirar-se do local de trabalho para a realização de suas atividades cotidianas, bem como há uma proteção ao empregador, no que tange ao pagamento de horas extras.
A CLT determina ainda, em seu artigo 459, que todo pagamento de soldo deverá ser efetuado até o quinto dia útil de casa mês. Tal garantia permite a subsistência do empregado, novamente impedindo qualquer condição de vida desumana e indigna.
Conforme relatado no tópico anterior, há que se falar, igualmente, da Medida Provisória n.74/2002, convertida na Lei n.10.608/2002 que estabeleceu o pagamento de três parcelas do seguro desemprego, no montante de um salário mínimo cada uma, aos trabalhadores resgatados da condição análoga à de escravo. 
Na busca por lucro, empregadores subjulgam seres humanos às condições mais degradantes de trabalho. Abstruso verificar que uma temática tão arcaica, ainda assombra as sociedades contemporâneas.
Embora existam leis que coíbam a prática da escravidão, ainda existem, às vistas públicas, trabalhos tão degradantes ao ponto de serem equiparados à de um escravo.
Excepcionalmente os empregadores que cometeram tal infração são punidos criminalmente. Conforme foi evidenciado no presente artigo, a maior medida tomada é a de inscrição dos mesmos na “lista suja”, bem como a sua condenação pecuniária.
Apesar das políticas públicas e das leis trabalhistas, a mera coibição de condutas não importa na extinção da escravidão moderna. Certo é que a fiscalização mais efetiva tem contribuído com a diminuição da mesma, mas o país ainda está longe de se livrar de tamanha aberração aos direitos humanos.

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